quarta-feira, 10 de novembro de 2021

Seis crianças de escola de Gaia levadas para o hospital após ingerirem veneno para ratos

Seis crianças de uma escola básica de São Félix da Marinha, em Gaia, foram transportadas ao hospital local depois de ingerirem veneno para ratos, disse hoje à Lusa o CDOS do Porto.

Segundo o CDOS, as crianças não manifestaram sintomas graves, nem inspiram grandes cuidados, tendo sido levados à unidade de saúde de Vila Nova de Gaia por precaução.

Os alunos terão ingerido uma “pequena quantidade” de um produto utilizado para matar ratos que estaria colocado em ratoeiras espalhadas pela escola, explicou.

Madremedia/Lusa

Desmantelada rede de tráfico de estupefacientes com mais de 1600 doses

NICs de Cantanhede, Lousã e Montemor-o-Velho contribuíram nesta atuação.

O Comando Territorial de Coimbra, através do Núcleo de Investigação Criminal de Coimbra, nos dias 8 e 9 de novembro, desmantelou uma rede de tráfico de estupefacientes e deteve cinco homens, com idades compreendidas entre os 20 e os 42 anos, no concelho de Coimbra.

No decorrer de uma investigação por tráfico de estupefacientes, que decorria desde abril, foi possível apurar-se que os homens procediam diariamente à compra e venda de produtos estupefacientes no concelho de Coimbra. Na sequência da investigação, os militares da Guarda deram cumprimento a nove mandados de busca domiciliária, culminando na detenção dos suspeitos e na apreensão do seguinte material:

·1 588 doses de haxixe;

·14 doses de canábis;

·Oito doses de cocaína;

·Quatro balanças de precisão;

·16 telemóveis;

·Quatro computadores;

·Dois tablets;

·11 facas (utilizadas para o corte de produto estupefaciente);

·19 cartuchos;

· 3 918 euros em monetário.

No decorrer da ação foram ainda constituídos arguidos cinco homens.

Os detidos, com antecedentes criminais por ilícitos da mesma natureza, estão neste momento a ser presentes ao Tribunal Judicial de Coimbra, para aplicação de medidas de coação.

Esta ação contou com o reforço dos Núcleos de Investigação Criminal de Cantanhede, Lousã e Montemor-o-Velho, Núcleo de Apoio Operativo de Coimbra, Destacamento de Intervenção de Coimbra e com o apoio da Policia de Segurança Pública.

 

CORTE DE TRÂNSITO EM ARMAÇÃO DE PÊRA NO DIA 12 DE NOVEMBRO


A Câmara Municipal de Silves informa que existirá uma interrupção de circulação de trânsito na Rua Dr. Martinho Simões e na Rua dos Pescadores, na freguesia de Armação de Pêra, durante o período da manhã do próximo dia 12 de novembro de 2021 entre as 10h00 e as 11h00. Esta interrupção deve-se à necessidade de execução de manobras de recolha de contentor de obra particular.

A autarquia pede a atenção e compreensão dos automobilistas e residentes para esta situação e agradece a colaboração de todos.

COLUMBÓFILA DE CANTANHEDE ENVIA O 21º CONTENTOR SOLIDÁRIO PARA CABO VERDE


Foi o 21º contentor de 20 pés que a Direcção Geral da Associação de Solidariedade Social Sociedade Columbófila Cantanhedense, concretizou recentemente com destino, mais uma vez, para Cabo Verde, nomeadamente para a Câmara Municipal do Tarrafal de Santiago, para apetrechar a sua Loja Social, contribuindo dessa forma, para combater a pobreza e exclusão social e promover melhores condições de vida às famílias mais carenciadas, daquele Municipio de Santiago Norte.

Associaram-se a esta iniciativa da Sociedade Columbófila, que iniciou este projecto de cooperação em 2011 e que interruptamente tem vindo, ao longo destes 10 anos, com a indispensável colaboração do Municipio de Cantanhede e da União de Freguesias de Cantanhede e Pocariça, que têm colaborado sempre que necessário, nas questões logísticas de armazenamento e de carga, um conjunto muito significativo de famílias, que já de forma espontânea responde aos pedidos da Sociedade Columbófila, permitindo dessa forma continuar a colaborar com várias Associações e Autarquias daquele país de língua oficial portuguesa.

Para além das famílias, também mais uma vez, teve uma importância fundamental o Grupo Os Mosqueteiros, principal mecenas deste projecto solidário, que disponibilizou um conjunto muito significativo de artigos, sem qualquer utilização anterior e que vai permitir aos responsáveis da Loja Social atenuar uma série de acentuadas carências das famílias que acompanha.

Neste contentor “viaja” igualmente a ajuda da empresa S.José – Pneus, que concretizou a oferta de muitas bolas de futebol da KTM, que vão apetrechar o projecto desportivo, implementado pela Vereadora do Desporto e Juventude, Teresa Correia, daquele Municipio.

Ainda neste âmbito a Sociedade Columbófila, contou com a colaboração da direcção do Agrupamento de Escolas de Montemor-o-Velho, que por acção do seu Professor Paulo Ferreira, ofereceu para o projecto desportivo das crianças do Tarrafal, vário material desportivo, em bom estado de conservação.

Respondendo ao apelo do Professor Cabo-verdense Silvestre Soares, a Professora Elisabete Almeida, do Agrupamento de Escolas de Oliveira do Bairro, dinamizou junto da comunidade escolar, das Escolas Secundária, Dr. Acácio Azevedo e extensão Frei Gil, Escola D. Fernando Peixinho e Centro Escolar de Bustos, uma campanha de angariação de manuais escolares, permitindo dessa forma o envio de centenas de livros em muito bom estado de utilização, para o Municipio do Tarrafal de Santiago.

Igualmente associou-se, mais uma vez, a este envio o Agrupamento de Escuteiros 382 de Cantanhede, que através da sua “alcateia”, colaboraram nesta iniciativa.

Regista-se com agrado o trabalho desenvolvido pelos “bandos” dos “lobitos” dos Escuteiros de Cantanhede, que para além das suas dádivas, com a ajuda e colaboração dos seus chefes, colocaram no projecto solidário da Sociedade Columbófila, o seu cunho pessoal, na preparação das caixas, deixando nas mesmas as suas mensagens e desenhos para os meninos do Tarrafal, oferecendo aquelas crianças uma prenda para o seu natal.

Para além destes bens, “viajaram” no contentor solidário, vestuário, calçado, brinquedos, mobiliário, utensílios domésticos, louças entre outros, provenientes da colaboração da União de Freguesias de Coimbra e da ADAV- Associação de Defesa e Apoio à Vítima, que se associaram à iniciativa e também a comunidade do Parque Tecnológico Biocant Park, que doou igualmente muitos bens.

Lurdes Silva, Presidente da Direcção Geral, que estava acompanhada e pelo jovem Juliano Moreira, voluntário deste projecto, após cumpridas as formalidades exigidas pelo transitário, agradeceu a presença de Luis Teixeira, responsável logístico pela base dos Mosqueteiros, que esteve presente no fecho do contentor, bem como o contributo de Alcides Simões e de todas as entidades e pessoas, que deram ao projecto, referindo-se à generosidade do Município de Cantanhede, que desde o envio do primeiro contentor, tem garantido o enquadramento logístico da respectiva carga, permitindo dessa forma continuar a acalentar o “sonho” solidário, que a sua Associação está a desenvolver em Cabo Verde, continuando, dessa forma, a permitir implementar esta cooperação de uma forma diferenciadora daquilo que se conhece em projectos idênticos.

LIVRO SOLIDÁRIO "ZEZÉ, O MIÚDO GULOSO"

Andrea Ramos, autora, mãe e ativista social, lançou, no dia 16 de outubro, o seu mais recente livro, "Zezé, o miúdo guloso". Mais uma vez, trata-se de um livro solidário, pretendendo contribuir, com as receitas, para uma causa em que acredita, a formação e empoderamento dos jovens. Porque ajudar os outros é sempre um alvo a que a escritora se propõe. 

Este livro tem como palco de ação a Aldeia Serena, onde acontecem muitas peripécias. "Um rapaz destemido e a sua bela amiga «bike» vão viver aventuras juntos", começa por dizer Andrea Ramos, que, nesta sua obra, pretende alertar para uma vida saudável, com qualidade e repleta de equilíbrio, numa analogia feita através da bicicleta. Os pais do Zezé, nesta trama, dar-lhe-ão o suporte para que ele tome consciência do seu comportamento, designadamente da sua tendência alimentar excessiva. Ele vai descobrir que pode fazer escolhas saudáveis! 
Este é um livro infanto-juvenil que alerta para uma problemática: a da obesidade infantil. Com este livro, Andrea, consciente da realidade de muitas crianças que, por vezes, não têm quem aposte nos seus talentos, pretende apoiar o talento dos mais novos. A Sanne Chaveiro, uma menina de 12 anos, começou por ser a ilustradora do livro; depois, o Bernardo Rocha pegou nas suas sugestões e ambos são, assim, os ilustradores deste livro. "Porque vale a pena pensar que as crianças e jovens têm potencial. Basta acreditar nesse potencial, motivá-los e incentivá-los, estimulá-los para que, estes, comecem por ser pequenos empreendedores, ao seu gosto, ao seu jeito, com as suas ambições bem patentes. Porque todos e cada um têm muito valor", defende. 

A autora acrescenta: "neste mundo apressado, não deixemos de ler às crianças as histórias ao deitar, nesse mundo faz-de-conta, onde todos somos afinal, crianças sonhadoras". E é com base nesta premissa que deixa uma recomendação: "Leia-se mais. Um livro pode ajudar-nos a olhar para nós mesmos para nos conhecermos melhor. Seremos as personagens principais da nossa história. Refletiremos sobre cada palavra, testando-as no nosso dia a dia, em cada detalhe. Um livro liberta-nos do ócio. Treina-nos a memória. Ajuda-nos a reduzir o stress. Um livro faz-nos entender o outro. Leva-nos a viajar a outros mundos. Sem livros, sem palavras, sem letras, seremos todos mais pobres". 

A Andrea Ramos está, neste momento, a fazer algumas apresentações em escolas por todo o país, disponibilizando-se para quem a queira contactar nesse sentido. Caros órgãos da comunicação social e demais entidades Para adquirir o livro, envie email: anevesmr22@gmail.com Custo do livro: 14,40€

Desamor: romance de Nuno Ferrão, com prefácio de Ana Bacalhau, conta-nos uma história intensa, sofrida, cheia de paixão e luxúria


A premissa é clara e o subtítulo esclarece – «pode morrer-se de amor ou dar-se a vida por ele» – neste Desamor, romance de Nuno Ferrão. A prosa é uma preciosidade que capta, com delicadeza, as notações e personagens do quotidiano. A história? Essa é «intensa, sofrida, cheia de paixão e luxúria», segundo nos adianta a cantora Ana Bacalhau no prefácio da obra. O final até podia ter sido trágico, não fosse o amor tê-lo resgatado. Uma edição Guerra e Paz, Desamor chega à rede livreira nacional no próximo dia 16 de Novembro. O lançamento oficial acontece um dia antes, no espaço do Âmbito Cultural do El Corte Inglés, em Lisboa.

Em Desamor, o novo romance de Nuno Ferrão, escritor e jornalista, narra um amor impossível com o distanciamento e a sobriedade dos tímidos. «Na Travessa da Passagem, um café acolhe Leonardo e Constança, num palco de amor desunido e entrelaçado no folhear de um livro, em refúgio à chuva miudinha. Constança e as páginas que devora, no recato dos finais de tarde. Leonardo, aprisionado ao encargo de promover o que o desmotiva. Um encontro fugaz, no consumo dos dias, mastigados em rotina castradora.»

No prefácio, assinado por Ana Bacalhau, a cantora que deu voz aos Deolinda, explica o que a apaixonou nos dois protagonistas e o que os fez apaixonar-se um pelo outro: «Começamos a conhecer Leonardo, a personagem principal, e percebemos que, nisto de amores, ele é mais o equivalente ao anti-herói: aquele que nunca conheceu uma história arrebatadora, que sempre andou no assim-assim, ou na tragicomédia dos que não têm jeito para viver histórias de amor como as que se contam nos livros. […] O café de bairro é o centro da sua vida. O local que procura para se escapar do que houve ou do que vai haver. […]. Não é de estranhar que aquela que lhe faz balançar o coração no peito, depois de alguns encontros fortuitos no café, se chame Constança. É essa constância da vida de todos os dias que um dia nos apanha desprevenidos e nos arrebata o coração.»

Ir ao café passou de acto rotineiro a acto de amor, e Leonardo e Constança renascem na colisão das almas, ao preço do amor. Mas quanto valerá esse amor? Sem contar de mais e como quem pede para lermos tudo até ao fim, Ana Bacalhau avisa: «[…] um amor de todos os dias, um amor sem literatura, pode ser tão tocante como os amores que vivem nos versos dos poetas. Intenso, sofrido, cheio de paixão e com um final que teria sido trágico, mas que o amor se encarregou de resgatar.»

Uma edição Guerra e Paz, Desamor estará disponível, a partir do próximo dia 16 de Novembro, na rede livreira nacional e no site da editora. O lançamento oficial do livro acontece um dia antes, 15 de Novembro, pelas 18h30, no espaço do Âmbito Cultural do El Corte Inglés, em Lisboa, e contará com a apresentação do jornalista e escritor Duarte Baião.

Esta é a primeira vez que a Guerra e Paz publica Nuno Ferrão. Antigo jornalista na Agência Lusa e no Record, o autor publicou, em co-autoria com André Curvelo Campos, o seu primeiro livro, Estórias Limbidinosas, em 2010, pela Edições Afrontamento.

Desamor – Pode Morrer-se de Amor ou Dar-se a Vida por Ele
Nuno Ferrão
Ficção / Romance
144 páginas · 15x23 · 14,50€
Nas livrarias a 16 de Novembro
Guerra e Paz, Editores

Selecionador nacional de sub-21 testa positivo à Covid-19

Rui Jorge vai cumprir isolamento e falha o duplo compromisso frente a Chipre, de apuramento para o Europeu da categoria.

O selecionador nacional de sub-21, Rui Jorge, testou positivo à Covid-19 na terça-feira, comunicou a Federação Portuguesa de Futebol (FPF).

No site oficial, a FPF informa que Rui Jorge vai cumprir período de isolamento, conforme manda o protocolo, o que o afasta do duplo compromisso da seleção com Chipre, de apuramento para o Europeu.

Será Romeu Almeida, adjunto do selecionador, a assumir o comandar Portugal nos dois jogos frente a Chipre, na sexta-feira e na próxima terça.

Portugal segue no primeiro lugar do grupo D de apuramento para o Europeu, com nove pontos, após três vitórias em três jogos. Em segundo, está a Grécia, com oito pontos. Chipre completa o pódio, com sete.

A seleção nacional de sub-21 visita os cipriotas na sexta-feira, às 16h00, e recebe-os quatro dias depois, a 16 de novembro, às 19h15, em Faro.

RR

Proença-a-Nova | Sistema de deteção precoce de incêndios Bee2FireDetection instalado na Serra das Corgas

A Serra das Corgas dispõe de um novo equipamento para videovigilância e deteção precoce de incêndios florestais que foi instalado no âmbito de uma parceria entre o Município de Proença-a-Nova, a empresa FutureCompta e a Associação Humanitária dos Bombeiros Voluntários de Proença-a-Nova. O sistema Bee2FireDetection, que inclui três câmaras (imagem ótica, imagem térmica e videovigilância), permite a deteção automática de incêndios e um conjunto de outras funcionalidades que podem ser determinantes no momento do combate ou do rescaldo das ocorrências. “Não é apenas videovigilância, é também um apoio à decisão, recorrendo a inteligência artificial e de machine learning”, sintetizou João Matos, da FutureCompta, na apresentação do sistema que foi feita ao presidente da Câmara Municipal, a técnicos do Município, ao presidente da Associação Humanitária dos Bombeiros de Proença-a-Nova e comandante do corpo de bombeiros.
Atualmente, são várias as empresas que recorrem a esta tecnologia, principalmente na área industrial, para uma monitorização em tempo real que permite a deteção de incêndios e posterior acompanhamento da progressão do mesmo. No caso dos incêndios florestais, o sistema ainda está a ser aperfeiçoado, mas neste momento já realiza a monitorização, com a criação e envio de alertas às entidades envolvidas, e calcula a melhor rota para chegar ao local da ocorrência, permitindo visualizar em tempo real o que se está a passar; com o módulo de simulação da progressão do incêndio, será possível antecipar medidas de combate mais eficazes ao mesmo. Numa fase posterior ao incêndio, recorrendo-se às imagens recolhidas, há todo o conjunto de informação disponível para incluir em relatórios. Mapas de risco de incêndio, de temperatura e de velocidade de vento – a um dia, dois dias, cinco dias, dez dias – são outras das funcionalidades permitidas.
João Matos explica que o sistema utiliza uma série de informação internacionalmente aceite como sendo de topo, proveniente de matrizes de satélite e de dados meteorológicos – que incluem, por exemplo, indicações como temperatura, humidade, progressão do vento ou secura do solo – e que permite a elaboração das análises requeridas pelos utilizadores. “Posso estar a observar até 16 sistemas”, adianta. Atualmente, está apenas disponível o da Serra das Corgas, instalado numa torre com 30 metros de altura, possibilitando uma vista ampla sobre o concelho e concelhos vizinhos. A construção da torre foi da responsabilidade do Município enquanto que as câmaras e todo o sistema Bee2FireDetection foi disponibilizado pela FutureCompta.

Nas próximas semanas, técnicos do Município e dos Bombeiros Voluntários receberão formação específica para trabalhar com esta ferramenta.

Solicitadora e empresário entre os detidos por burlas no valor de 1,5 milhões de euros

Em causa os crimes de burla qualificada, falsificação de documentos e branqueamento.

A Polícia Judiciária deteve três pessoas pela prática de crimes de burla qualificada, falsificação de documentos e branqueamento, no âmbito de um inquérito do Ministério Público – DIAP de Vila Nova de Gaia.

Uma nota enviada à redação revela que a investigação foi iniciada após a comunicação de operações bancárias suspeitas, levadas a cabo por um dos elementos deste grupo.

“Apurou-se, entretanto, que os montantes em causa eram provenientes de burlas, que permitiam aos autores integrar na sua esfera patrimonial diversos bens por via testamentária”.

Entre os suspeitos detidos encontram-se uma solicitadora e um empresário, estando ainda em escrutínio outras supostas sucessões testamentárias.

São acusados de se terem apropriado de bens imóveis e dinheiro, de montantes superiores a 1,5 milhões de euros, tendo sido possível apreender mais de 400 mil euros.

Durante as buscas foi apreendida documentação diversa, sistemas informáticos, armas e cerca de 15.000 euros em dinheiro.

Os detidos vão ser presentes para primeiro interrogatório judicial e conhecer as medidas de coação tidas por adequadas.

Carla Caixinha / RR

Covid-19. Alemanha e Noruega registam recordes diários de novas infeções

A Alemanha e a Noruega registaram nas últimas 24 horas novos recordes de casos do SARS-CoV-2, informaram os institutos públicos de saúde dos dois países.

As autoridades de saúde alemãs registaram 39.676 novas infeções, o terceiro recorde de novos casos em menos de uma semana, segundo dados divulgados hoje pelo Instituto Robert Koch (RKI), enquanto as autoridades norueguesas contabilizaram 2.126 novas infeções.

Na Alemanha, a incidência acumulada em sete dias marca o terceiro recorde consecutivo, com 232,1 novas infeções por 100 mil habitantes.

O país registou, nas últimas 24 horas, 236 óbitos devido à covid-19. De acordo com o RKI, 1.105 hospitalizações devido ao novo coronavírus foram relatadas na segunda-feira e uma taxa acumulativa de internações em sete dias de 4,31 por 100.000 habitantes.

Até a segunda-feira, 69,7% da população alemã tinha sido vacinada, 67,2% com as duas doses da vacina contra a covid-19.

Já a Noruega, um dos países menos afetados na Europa pela pandemia do novo coronavírus, registou nas últimas 24 horas um recorde de 2.126 novos casos, com 500 infeções a mais em relação há uma semana e acima do recorde de 1.973 de 01 de novembro.

Segundo os últimos dados do Instituto de Saúde Pública norueguês, o número de internamentos está agora em 187, 11 a mais que no dia anterior.

A Noruega registou até agora 924 mortes pela covid-19, com uma taxa de mortalidade de 17,22 por 100.000 habitantes, uma das mais baixas de todo o continente.

Cerca de 91,4% da população com mais de 18 anos recebeu a primeira dose da vacina contra a covid-19 e 87,1% já recebeu as duas doses.

As autoridades norueguesas estão a estudar medidas de combate ao SARS-CoV-2, após terem eliminado as restrições em setembro passado.

A Dinamarca, outro país nórdico que também retirou as restrições em relação à pandemia em setembro, aprovou na terça-feira a reintrodução do passe sanitário devido ao aumento do contágio, enquanto a Suécia, que agora apresenta número moderado de casos e hospitalizações, não cogita por enquanto restaurar as medidas de combate ao vírus.

Madremedia/Lusa

Freixianda recebe a Semana Gastronómica do Catrepe

Existe uma grande tradição por terras de Freixianda. Trata-se de uma tradição gastronómica que ainda hoje se serve como prato principal em muitos casamentos. Chama-se Catrepe e segundo informações recolhidas deve descrever-se como um prato de "Carneiro , Ovelha ou Cabra " dependendo da zona , cozidos em branco com batatas e hortelã.

Na freguesia vizinha de Pelmá no concelho de Alvaiázere este prato é conhecido por Rebolão.

Queremos divulgar um pouco mais este prato e por isso na semana de 1 a 8 de dezembro vamos levar a efeito a 1ª Semana Gastronómica do Catrepe. Durante estes dias os restaurantes da nossa freguesia terão nas suas ementas este prato típico da região.
Restaurantes aderentes: Restaurante Lena Boiça – Aldeia de Santa Teresa - 249550079 Restaurante " Palmeiras" – Malaguarda - 249550362 O REGIONAL – Parcerias - 249550824 Churrasqueira "O Mendes" – Freixianda- 249550555 Restaurante "Casa Galfurra"- Agroal - 249566125 Restaurante "Ti Donzilia" - Várzea do Bispo - 249551185 (*) Sujeito aos horários e dias de folga dos estabelecimentos .

Devido á especifidade do prato é aconselhável a encomenda /reserva.
Organização : União de Freguesias de Freixianda Ribeira do Farrio e Formigais. Colaboração: Estabelecimentos aderentes

“Devido aos discursos xenófobos”, o Lisbon & Sintra Film Festival celebra a cultura cigana

Um concerto de Emir Kusturica, o filme de Leonor Teles, "Balada de um Batráquio" ou os novos filmes de Jane Campion e Pedro Almodóvar marcam a décima quinta edição do Lisbon & Sintra Film Festival que celebra este ano a chamada cultura Rom.

“Estou orgulhoso por ainda cá estarmos e organizarmos isto com toda a liberdade”. É desta forma que o produtor Paulo Branco se refere à décima quinta edição do Lisbon & Sintra Film Festival que começa esta quarta-feira. O organizador do festival que este ano é dedicado à cultura Rom, mais conhecida entre nós pela expressão do povo cigano, lembra que vão estrear muitos filmes que ficaram por acabar com o estalar da pandemia.

Em entrevista ao programa Ensaio Geral, Paulo Branco começa por assumir a urgência da escolha da temática deste ano do evento. Para o produtor destacar a cultura Rom é uma “afirmação política de um grupo de cidadãos”. Nas suas palavras, a “celebração da cultura Rom” acontece “sobretudo devido aos tempos que se passam e aos discursos xenófobos que cada vez mais há na Europa”.

Através de concertos, debates e cinema esta expressão cultural será destacada. Exemplos disso são a exibição de filmes como “Balada do Batráquio” da portuguesa Leonor Teles, ou “Gato Preto, Gato Branco” de Emir Kusturica. Mas Paulo Branco faz outro destaque. A exibição em sala de filmes de Charlie Chaplin.

De resto no cartaz deste ano do Lisboa & Sintra Film Festival serão feitas cinco homenagens, uma delas a Jane Campion, a realizadora do famoso “O Piano”. No festival, diz Paulo Branco será a oportunidade única de ver em sala o mais recente filme “The Power of the Dog” com que a cineasta é candidata aos Óscares da Academia.

A obra do produtor do filme “Listen” de Ana Rocha, Rodrigo Areias vai também estar em destaque. O público vai poder ver dois filmes inéditos, “Vencidos da Vida” e o mais recente, “Arte da Memória”.

Um dos ciclos temáticos, dedicado à “Morte de Deus”, comissariado por Alexey Artamonov, Denis Ruzaev e Inês Branco López vai contar com filmes como “Maria Madalena”, de Abel Ferrara, “Les Imortelles”, de Caroline Deruas ou “Em Nome do Pai”, de Marco Bellocchio.

O cartaz deste ano do festival conta também com música. O concerto de encerramento está a cargo do músico e realizador Emir Kusturica que se faz acompanhar pela sua banda The No Smoking Orchestra, no dia 20 de novembro, às 21horas, no Centro Cultural Olga Cadaval, em Sintra.

Maria João Costa / RR

Imagem: DR

Mais vale morrer do que viver numa terra devastada e sem honra

 

  • Pe. David Francisquini

Um brasileiro pouco afeito à grande mídia esclerosada é capaz de relacionar a suspensão da prisão em 2ª instância com certos crimes e, sobretudo, com certos criminosos… Ele procura em via de regra pensar bem, luta por uma sociedade sadia, ancorada em valores e instituições de índole cristã que pautaram a vida social e política do Brasil desde o seu nascedouro.

Com efeito, esse brasileiro nunca se afirmará de esquerda ou progressista, pois ele é naturalmente bondoso, cordato, além de criativo e empreendedor, sentindo-se bem ao cultivar nossos valores religiosos e familiares. Ele se encontra nas antípodas de uma minoria que tendo haurido um espírito alienígena de revolta, de ódio e de ressentimento, se define esquerdista, socialista, comunista, e até mesmo anarquista.

A nossa velha e esclerosada mídia parece ter desempenhado papel importante nesse longo processo de envenenamento dessa parcela da população, ora desacreditando pessoas de bem e verdadeiros patriotas que anelavam e lutavam por um País melhor rumo ao seu autêntico progresso, ora imputando-lhes inverdades ou suspeições — hoje diríamos fake news — a fim de criar um caldo de cultura falso como arma de propaganda de guerra psicológica revolucionária.

Vem-se falando muito de agendas — agenda ecológica, agenda homossexual, agenda política… Qual a fonte dessas agendas?  Quem as faz? Há uma central da esquerda internacional formada por estudiosos de um falso ideal encarregados de compô-las? Com efeito, tais agendas não podem ser um fruto espontâneo da natureza. Quem as manipula apresenta uma ‘bula’ esclarecendo onde, quando e como elas devem ser aplicadas? Diante do conservadorismo brasileiro, como proceder? Quais setores devem ser atacados em primeiro lugar? Existe um cronograma? As perguntas poderiam se multiplicar…

Convido o leitor a analisar um ponto apenas da nossa — chamemo-la assim — agenda judiciária. Em 7 de novembro de 2019, dia em que o STF oficializou a suspensão da prisão em 2ª instância para favorecer a soltura de Lula, a esquerda comemorou o fato. Mas não parece mera “coincidência” o fato de esse dia ser também comemorado pelos bolchevistas que se serviram de criminosos soltos expressamente para atacar e dizimar populações inteiras. Isso já havia acontecido na Revolução Francesa.

O Livro Negro do Comunismo narra com cores sinistras toda a criminalidade perpetrada por essa ideologia. Foram 61 milhões de pessoas assassinadas na Rússia, além de mais 78 milhões na China, para implantar o regime comunista despótico, cruel e antinatural. Ainda hoje vemos a perseguição à Igreja na China, membros do clero e fiéis sendo presos e igrejas destruídas, enquanto no Ocidente grassa a propaganda para tentar quebrar a harmonia entre os poderes constituídos e assim fomentar o descrédito e a divisão da ala conservadora e anticomunista.

Há mais. O Partido Comunista Chinês vem se intrometendo na vida interna das nações, desrespeitando suas soberanias. Às vezes eu me pergunto se esse coronavírus não faria parte da ‘agenda chinesa’ para impor a sua dominação.  O mais triste e perplexitante é ver até mesmo altas autoridades eclesiásticas colaborarem com o regime chinês nesse non sense jamais imaginado.

O que nos vem deixando igualmente perplexos no curso da presente epidemia é o favorecimento que uma parte do Judiciário a alguns governadores e prefeitos no sentido de atender a agenda da esquerda, em detrimento do governo federal e dos mais lídimos interesses do Brasil, no que foram coadjuvados pelo Legislativo, que abriu as comportas do erário sem pensar no futuro que nos aguarda.

Por outro lado, enquanto todos se dizem empenhados em defender vidas, no Congresso Nacional tentam aprovar a matança de inocentes com a prática abortiva; enquanto as pessoas de bem são confinadas para poupar vidas, bandidos e assassinos são soltos para atentar contra as vidas. Morros que são esconderijos de armas pesadas não poderão ser revistados durante a pandemia, enquanto jornalistas, blogueiros e manifestantes conservadores são arbitrariamente revistados e presos.

Estará a esquerda preocupada com a saúde, ou antes, está empenhada em conduzir o Brasil para o caos? Soltar criminosos em razão do vírus chinês não constitui um eventual perigo de uma guerra fratricida? Por que teria o Judiciário proibido o Exército e a Polícia de investigar os morros?  Que relação há entre drogas, crime organizado, tráfico de armas pesadas e toda a incessante movimentação da esquerda de cerceamento do governo federal?  Por que ainda se dificulta a posse de armas aos homens de bem?

Se tudo isso acontece no Brasil, por que permite Deus tão tremenda provação? Por que o episcopado nacional, em vez de manifestar seu zelo pelas almas atraindo-as para Deus, fecham as portas dos templos, parecendo mais preocupados com a saúde do corpo do que com a da alma? Por que não elevam suas preces aos céus a fim de pedir a Deus que perdoe os nossos pecados?  Para se entender um tanto o que está acontecendo, citaremos II Crônicas, VII -12, que aconselha:

“O Senhor apareceu-lhe [a Salomão], de noite e disse: Ouvi a tua oração e escolhi para mim este lugar para casa de sacrifício. Se Eu porventura fechar o céu e não cair chuva, mandar e ordenar aos gafanhotos que devorem a terra, mandar a peste ao meu povo; e o meu povo sobre o que foi invocado o meu Nome, convertendo-se, me rogar, buscar a minha face, fizer penitência dos seus maus caminhos, eu também o ouvirei do Céu, perdoarei os seus pecados e purificarei a sua terra. Os meus olhos também se abrirão e os meus ouvidos atenderão a oração daquele que orar neste lugar; porque eu escolhi e santifiquei esse lugar a fim de estar o meu nome para sempre, os meus olhos e o meu coração estarem fixos para sempre.”

Como podemos constatar, duas décadas de regime de esquerda produziram uma nefasta transformação no Brasil. Aparelharam-se instituições, e, sobretudo, por meio da infiltração comunista, os próprios meios católicos foram contaminados. É hora de conclamar o povo brasileiro a lutar, a exemplo do que sempre fez o Prof. Plinio Corrêa de Oliveira em sua incansável cruzada, a qual marcou indelevelmente a história do século XX e reverberará pelos séculos futuros.

Se hoje o conservadorismo viceja no Brasil, deixando estonteadas as forças do mal, é porque tivemos um homem de pensamento e ação contra-revolucionária que, por meio das caravanas de propagandistas da TFP, fez ecoar em todos os rincões deste país-continente o brado de inconformidade dado outrora por Judas Macabeu, mais vale morrer do que viver numa terra devastada e sem honra!

ABIM

_____________

* Sacerdote da Igreja do Imaculado Coração de Maria – Cardoso Moreira (RJ).

BREAKING NEWS: Trump cannot shield White House records from Jan. 6 committee, judge rules

A federal judge has rejected former President Donald Trump’s effort to block Jan. 6 investigators from accessing White House records related to his attempt to overturn the 2020 election, determining that he has no authority to overrule President Joe Biden’s decision to waive executive privilege and release the materials to Congress.

“Presidents are not kings, and Plaintiff is not President,” Judge Tanya Chutkan wrote in her ruling Tuesday.

Trump intends to immediately appeal the decision. The National Archives, which houses the White House records, has indicated it plans to hand over the sensitive documents by Friday afternoon unless a court intervenes.

Read more: https://www.politico.com/news/2021/11/09/trump-executive-privilege-court-ruling-kings-520512 

Fonte: POLÍTICO

A gesta de Plinio Corrêa de Oliveira continua viva

John Horvat *

Somos muitas vezes levados a pensar que nossa ação contra-revolucinária ocorre num vácuo: fazemos uma campanha e ninguém parece dar importância. A mídia, notável em noticiar qualquer insignificância, nada diz. E a esquerda, quando não ignora, tenta no máximo passar recibo utilizando a arma do ridículo. E tudo acontece como se nossas ações não tivessem importância nem impacto sobre a opinião pública.

O que aprendemos com Plinio Corrêa de Oliveira, em sua escola de pensamento e ação, é que nesses momentos devemos fazer um ato de fé para nos convencermos de que sim, causamos impacto. Ainda que o mundo não reconheça nossas tomadas de atitude, São Paulo nos ensina a dizer que somos dados em espetáculo ao mundo, aos anjos e aos homens, e Deus se regozija conosco.

Embora a contemplação de Deus seja de suma importância, Ele nos pede também que façamos apostolado para que seja feita sua vontade aqui na Terra como no Céu, pois a fé sem as obras seria vã. Nossa missão não se cinge a um ou a um grupo de indivíduos, mas abrange toda a opinião pública. De vez em quando Deus permite que o resultado de nossas obras se descortine diante de nós, o que nos regozija e anima.

Impacto da ação contra-revolucionária

Cientes disso, os agentes da Revolução gnóstica e igualitária fazem um esforço especial para não reconhecer a obra da militia Christi, à qual Plinio Corrêa de Oliveira se consagrou bravamente durante toda a sua longa existência, e na qual, de certa forma, ainda milita por meio de seus discípulos. E os revolucionários continuam orquestrando campanhas de silêncio a respeito dele e de sua obra, pois o reconhecimento da nossa eficácia serviria de alento para o bom combate.

Dr. Plinio conhecia bem a crueldade desta tática e por isso nos exortava a prestar atenção quando os revolucionários reconheciam o impacto de nossas ações, quebrando a mentalidade de que elas não ultrapassavam os limites de uma acanhada saleta. De nossa parte, percebemos que os revolucionários nos observam e nos dão importância, acreditando às vezes mais do que alguns de nós na eficácia de nossa ação.

Aliás, foi este tema o objeto do preito que prestamos a Plinio Corrêa de Oliveira em solene sessão em São Paulo, no último 3 de outubro, por ocasião do 26º aniversário de seu falecimento. Na ocasião, disse que faria uma homenagem um tanto diferente, pois seria com palavras de alguém que se colocava nos antípodas de tudo aquilo que Dr. Plinio defendeu. A homenagem toma forma de uma reportagem sobre um livro recém-publicado, Moral Majorities across the Americas – Brazil, The United States, and the Creation of the Religious Right. (Maiorias morais nas Américas – Brasil, Estados Unidos, e a criação da Direita Religiosa).

Um livro que constata fatos

Não me lembro de ter visto um autor que reconhecesse com tamanha clareza a obra de Plinio Corrêa de Oliveira. Ademais, um revolucionário confessando o seu reconhecimento de quem foi este apóstolo da Contra-Revolução cuja ação lhe causa temor. Nesse sentido, demonstra maior credibilidade, pois insuspeito. Para mostrar o impacto da ação contra-revolucionária, o autor não faz ato de fé. Apenas constata fatos. Sem dúvida, o livro serve para fortalecer a fé em nossos ideais.

O autor não poderia apresentar credenciais mais revolucionárias. Trata-se de um personagem bem esquerdista, Benjamin Cowan [foto abaixo], professor de história na Universidade da Califórnia, em San Diego. Estudou em Harvard e em outras universidades prestigiosas, especializou-se em estudos de conservadorismo e ideologia de gênero. De fato, ele não poderia ser mais contrário à luta de Plinio Corrêa de Oliveira, o que não o impede de reconhecê-lo em toda a sua estatura.

O aspecto extraordinário do livro é o reconhecimento do papel vital do Brasil no impacto espetacular que a direita religiosa mundial vem obtendo, em cujo cerne estão Dr. Plinio e as Sociedades de Defesa da Tradição, Família e Propriedade (TFP). Logo na primeira página, Cowan cita o príncipe Dom Bertrand de Orleans e Bragança como símbolo de tudo o que é contra-revolucionário no Brasil atual. “A beleza da sociedade”, afirma príncipe“não está na igualdade, mas nas diferenças que devem ser proporcionais, hierárquicas, harmônicas e complementares. Exatamente como numa sinfonia”.

Para o Prof. Cowan, o grande mal de Dom Bertrand reside na sua ideia de desigualdade, e reclama pelo fato dele se opor a atitudes politicamente corretas, como o “casamento” homossexual e o aborto. Cowan demonstra especial agastamento com a afirmação de Dom Bertrand de que no Brasil hodierno “tornou-se atraente ser de direita e conservador”. Tal afirmação parece tê-lo deixado temeroso. Percebendo a força e a atração da direita religiosa hoje, ele se pergunta como chegamos até este ponto.

Popularidade dos ideais conservadores

Segundo Cowan, é preciso responder a esta pergunta, pois a ‘dramática’ situação política atual nada tem a ver com as travessuras de Trump, de Bolsonaro ou de políticas de direita. Tudo isso lhe parece muito superficial, uma vez que o alarmante é a popularidade dos ideais conservadores, representando algo muito profundo, que a maioria dos estudiosos não se preocupa em estudar. E aponta algumas razões pelas quais a esquerda deve se preocupar. Delas destaco três:

1 — “A construção do conservadorismo cristão transnacional se tornou talvez, política e culturalmente, o fenômeno mais influente de nosso tempo”. Ou seja, a direita religiosa é uma força poderosa que deve ser levada em conta.

2 — O que era considerado reacionário e fundamentalista há 50 anos agora é moeda corrente. Todos falam de questões religiosas e morais. Ora, isso não era para acontecer. Esses temas deveriam ter sido resolvidos nos anos de 1960.

3 — Os conservadores brasileiros, trabalhando com correligionários no exterior, lançaram as bases para a normalização da agenda religiosa conservadora no cenário internacional.

Benjamin Cowan diz que os brasileiros não foram os únicos a criar o conservadorismo religioso moderno, mas desempenharam papel essencial nessa criação e que isso foi até agora amplamente ignorado pelos acadêmicos. Em outras palavras, ele diz que as circunstâncias deixaram a esquerda em situação difícil. Como chegamos a este ponto? Isso não se deu da noite para o dia, e um dos caminhos para se chegar até onde chegou foi traçado no Brasil por Plinio Corrêa de Oliveira.

Destaco três pontos principais do livro em pauta. Vou deixar o autor dizer aquilo que talvez eu não soubesse ou não pudesse. Vou permitir-lhe contar fatos que eu desconhecia. Deixá-lo-ei tirar conclusões que eu não ousaria. Constatemos aquilo que ele lamenta ter de dizer, ou seja, as vitórias de Plinio Corrêa de Oliveira que não tínhamos imaginado.

Dr. Plinio (círculo) na Praça de São Pedro, junto com algumas das pessoas que o acompanharam durante o Concílio. 

Ação contra-revolucionária marcante

A primeira delas é o reconhecimento de sua atuação antes e durante o Concílio Vaticano II. Ele reconhece em Plinio Corrêa de Oliveira um homem de grande envergadura intelectual, algo que os revolucionários sempre procuram esconder. Insiste ser preciso ter em mente que essa sua atividade contra-revolucionária começou nos anos de 1930 e, portanto, são “defensores de longa data da direita católica brasileira, cuja substância intelectual moldaram juntos naquela década ao dirigirem o periódico ‘O Legionário’”.

Uma das afirmações do autor é de que Dr. Plinio começou a se opor ao Concílio antes mesmo de este se iniciar, pois, ao prever o que poderia acontecer, tomou medidas necessárias, antecipando o “seu vigoroso e vital ativismo católico arquiconservador no Vaticano II”.

Em seguida, o Prof. Cowan destaca o impacto do livro Reforma Agrária – Questão de Consciência (RAQC), não deixando dúvidas de que esta obra representou grande golpe na Revolução, “um brado de batalha anticomunista por uma renovação do catolicismo e contra a redistribuição de riqueza” (sic). “Tão polêmica cruzada repercutiu no Brasil em meados do século XX”. E prossegue:

[Os autores de RAQC] ganharam as manchetes como representantes do conservadorismo social e político lastreado no tradicionalismo católico, além de influência política no regime militar e entre as forças de segurançaSuas atividades também tiveram grande repercussão internacional; eles ajudaram a moldar e sustentar a reação global católica e cristã contra a modernização e laicização”.

Surgimento da entidade TFP

Enquanto muitos fingem não perceber, Cowan vê na fundação da Sociedade Brasileira de Defesa da Tradição, Família e Propriedade (TFP) um grande acontecimento na história do Brasil. É interessante notar como o mito da TFP fez nossa ação parecer maior do que realmente era. Onde havia centenas de membros da TFP nas ruas, ele vê milhares, e enquanto outros igualmente fingiam ignorar nossos símbolos, como o estandarte e a capa, ele afirma ser um espetáculo.

Narra o autor que em 1960 o Dr. Plinio fundou a TFP, entidade leiga agrupando lideranças veteranas e milhares de jovens recrutas do sexo masculino, chamados a defender o catolicismo tradicional por meio de protestos, um monaquismo militarista culto e uma pompa espetacular (em trajes medievais), com proselitismo e até mesmo a prática de técnicas de defesa pessoal.

Sobre o Concílio Vaticano II, ele conta sua história com nomes e episódios, fornecendo detalhes sobre os membros da TFP que desempenharam papel importante na reação contra-revolucionária naquela circunstância. Focaliza especialmente o Coetus (escritório que servia de ponto de encontro e assessoria de imprensa para todos os conservadores que se encontravam em Roma na ocasião), assinalando que o seu idealizador foi Dr. Plinio, e membros da TFP a sua espinha dorsal.

Plinio Corrêa de Oliveira lidera um ato em homenagem às vítimas do comunismo, no centro de São Paulo

Ação antes e durante o Concílio Vaticano II

Chama-me a atenção o fato de o Prof. Cowan ter visto com clareza o papel do Coetus, pois não o considerou apenas um escritório para tratar de assuntos litúrgicos ou de problemas católicos específicos, mas uma contra-revolução que abrangia todos os temas principais. O autor descreve:

“Essa plataforma (o Coetus) acabou definindo o arqui conservadorismo católico e, mais amplamente, cristão. Suas principais características incluíam anticomunismo, moralismo estridente e detalhado, antiecumenismo, defesa da hierarquia […] e antissecularização”.

Sobre a atuação de Dom Geraldo de Proença Sigaud no Concílio, o autor registra: “Não podemos resolver os problemas do [Coetus] apenas com assessores italianos.[…] Em primeiro lugar, é uma questão de confiança. Minha equipe [membros da TFP] trabalha comigo há vários anos e fez seu trabalho com grande eficiência e discrição já nas três últimas sessões. É também uma questão de economia, pois as pessoas a que me refiro trabalham por pura dedicação à nossa causa. E isso eu não encontro aqui [em Roma]. E os brasileiros são especialistas, cada qual em uma área diferente do Concílio.[…] Esses operadores de confiança do Brasil têm sido e precisam continuar sendo a espinha dorsal do Coetus”.

O autor afirma que a TFP agia à semelhança da esquerda religiosa. Na verdade, esta última havia organizado uma campanha semelhante, só que de porte muito maior. Se Dr. Plinio não tivesse visto e tomado a providencial iniciativa de organizar o Coetus, simplesmente não teria havido resistência ao Concílio, pois a direita de então parecia dormir.

Com efeito, prossegue o autor“Em outras palavras, os líderes brasileiros no Vaticano II desenvolveram ativamente uma base de neoconservadorismo sustentada em décadas de antimodernismo católico e na própria história recente de direita do Brasil.”

                  O Prof. Cowan conclui assim a parte de seu livro relativa ao Concílio: “Aqui vemos católicos brasileiros, em um cenário mundial, adotando uma primeira versão dessa plataforma — combinando, com uma presunção perfeita, anticomunismo, moralismo, antiecumenismo, hierarquização, animosidade em relação à generosidade liderada pelo Estado; organicismo triunfal em relação aos direitos de primogenitura, propriedade privada e capitalismo; e uma afinidade lamentável pelo sobrenatural em face do secularismo percebido. […]”.

Com efeito, o autor constata que Dr. Plinio viu muito além do Concílio, pois vinha se preparando antes de sua realização e soube unir temas temporais e espirituais, resultando num movimento que englobava todos os aspectos da Revolução. O Prof. Cowan tudo vê e registra, apesar de repudiar. No entanto, ao fazê-lo, nos proporciona uma visão mais completa do pensamento e da obra a que nos consagramos.

Ação depois do Concílio e as coalizões

Em outra seção do livro encontra-se a descrição da ação contra-revolucionária depois do Concílio. Trata-se da enorme expansão das TFPs e de suas ligações com movimentos de direita em todo o orbe. O estudioso põe em destaque suas conexões com a Nova Direita nos EUA, nas pessoas de Paul Weyrich e Morton Blackwell, apresentando a TFP como se encontrando no centro da virada à direita dos anos de 1980. Ao realçar o papel desses americanos, o livro mostra o que eles fizeram para impulsionar o movimento nos EUA.

Começaram por juntar os conservadores do campo moral e político preocupados apenas com governança, finanças e políticas públicas, com conservadores do campo moral e social que exigiam ações focadas no aborto, homossexualidade e questões religiosas. Este foi um marco significativo que mudou os EUA e o mundo.

Outra iniciativa desses dois líderes foi a de estabelecer ligações internacionais entre os conservadores de todo o mundo, algo que nunca existira antes, argumentando que a esquerda sempre se organizou no sistema de coalizões internacionais, e se beneficiava da solidariedade entre os grupos nacionais. Enquanto os esquerdistas partilhavam suas ideias e estratégias, os conservadores de vários países mal se conheciam. Daí a ideia de uma coalizão internacional conservadora, uma rede que funcionaria como uma equipe.

Como resultado desse desejo de conhecer conservadores do exterior, a Nova Direita americana acabou por conhecer a TFP. Eles procuravam contatos conservadores na América Latina e encontraram a TFP. Ora, neste preciso momento, Dr. Plinio queria ter presença mais marcante em Washington, enviando o Dr. Mário Navarro da Costa como seu representante. A essa altura, com surpreendentes detalhes, o Prof. Cowan descreve os contatos da TFP com a Nova Direita americana.

Escreve o autor que “Paul Weyrich passou a estabelecer uma relação amistosa e produtiva com seus colegas brasileiros da Sociedade Brasileira de Defesa da Tradição, Família e Propriedade (TFP) ou, melhor, com a série transnacional de organizações que a TFP estava se tornando”. Nesse trabalho, ele colaborou estreitamente com a TFP em suas várias versões nacionais e domésticas.

“O Sr. Weyrich era também bom amigo da TFP americana. Desde o início dos anos 80, ele se reunia regularmente com Mario Navarro da Costa, do Bureau da TFP em Washington, com quem fez várias viagens à América Latina e à Europa, visitando e sendo apresentado às suas redes de amigos. Também visitou a TFP brasileira em 1988, tendo se encontrado com o Prof. Plinio Corrêa de Oliveira. Em agosto de 1988, Weyrich voltou (pelo menos pela quarta vez) ao Brasil, onde se dirigiu a cerca de mil membros da TFP reunidos em São Paulo”.

Há também um relato da visita de Morton Blackwell ao Brasil ‘na esperança’ de adotar as técnicas da TFP brasileira. Particularmente impressionado com os programas de recrutamento e formação da TFP, Blackwell desenvolveu igualmente uma aproximação com Navarro da Costa. É impressionante ver a ação do Dr. Plinio junto a todas essas pessoas. No entanto, impressiona ainda mais a observação de que o fundador da TFP os havia antecedido em muitos anos nessa ação de longo alcance.

A TFP fez a sua própria rede de contatos

Cowan observa também como a TFP reunia temas morais e políticos durante o Concílio, na década de 1960. Ele mostra como Dr. Plinio já tecia a sua própria rede de contatos e organizações no mundo todo. Aliás, na década anterior, Dr. Plinio formou com as pessoas que o rodeavam uma Comissão do Exterior, dedicando-se a estender a mão aos direitistas de todo o mundo.

Assim o autor descreve como “a própria TFP brasileira agiu [..]. para criar uma rede transnacional de neoconservadorismo anticomunista que se sobrepôs e interligou no mesmo trabalho pessoas como Weyrich e Blackwell. Como eu e outros explicamos alhures, a TFP proliferou geograficamente, estabelecendo associações em todo o mundo atlântico. No entanto, talvez ainda o mais notável, a TFP cultivou e manteve relacionamentos com as organizações ‘extremistas’ e da Nova Direita mais ativas das décadas de 1980 e 1990, colocando-se no centro dos esforços para promover tal cooperação”. Observemos que ele afirma estar a TFP no centro dessa rede.

Novamente, ele passa a descrever essas ações com detalhes que surpreendem. Conta como Dr. Plinio enviou seus agentes para plantar sementes da Contra-Revolução em todo o mundo, um dos mais ativos foi o Dr. Mario Navarro da Costa, representante da TFP em Washington. Outros também colaboraram no trabalho de vincular a TFP a conservadores com ideias semelhantes em todo o mundo, mesmo em países distantes como as Filipinas.

A TFP norte-americana há décadas participa da March For Life, em Washington. 

Intercâmbios e viagens

Não sem razão, o autor ficou impressionado também com a atuação de outro brasileiro. Ele escreve: “Por exemplo, Carlos Eduardo Schaffer serviu a TFP no Canadá, Áustria, Alemanha e Lituânia. Nascido em Curitiba em 1942, Schaffer ingressou na TFP em 1961, e passou décadas angariando fundos, visibilidade e presença no capítulo para a organização. A ele a TFP atribui seus ramos canadense e austríaco, que dirigiu nas décadas de 1970 e 1990, respectivamente”.

Sobre a ação de Plinio Corrêa de Oliveira nos EUA, o autor ressalta: “A TFP americana tornou-se um dos ramos mais fortes e expressivos da organização, na verdade sobrevivendo ao grande cisma que abalou a TFP brasileira na década de 1990. Em parte, isso deve ter ocorrido porque personagens importantes do Brasil visitaram e colaboraram com a liderança e as bases da TFP-EUA”.

Relata também que outro membro da TFP brasileira fez no final de 1971 uma viagem por 20 cidades canadenses, dirigindo-se, a cada parada, a uma multidão de 50 a 300 pessoas interessadas, tendo encerrado o seu tour com uma reunião para quase 1.000 pessoas. Ativo nos Estados Unidos, Canadá e Europa nas décadas de 1970 e 1980, o tefepista brasileiro Nelson Ribeiro Fragelli fez palestras em Nova York, Boston, Los Angeles, Miami, Toronto, Berlim, Baden e alhures.

Em 2006, Fragelli tornou-se presidente da associação italiana Luci Sull’Est, e juntamente com Luís Antônio Fragelli e o Príncipe Bertrand, tornou-se presença regular nos eventos da TFP nos EUA. De fato, já em 1974 o engenheiro Luís Antônio Fragelli se trasladou com a família para os EUA, passando a servir a TFP local.

Ele nomeia laços da TFP com a entidade italiana Aliança Católica, com grupos na França e por toda a Europa. Há também outros grupos, mesmo internacionais, como a Liga Mundial Anticomunista, com os quais a TFP manteve contatos. Além de afirmar que a TFP “forneceu guarda-chuva institucional para uma constelação de atores de ‘extrema’ direita que encontraram uma recepção calorosa no Brasil ditatorial e pós-ditatorial”. Assim o professor americano mostra o papel preponderante de Dr. Plinio na formação da direita religiosa em todo o mundo.

 Ideal que atrai. Papel da legenda

Como a TFP conseguiu atrair tanta atenção e tornar-se tão poderosa? Para Benjamin Cowan, foi a importância dada por Plinio Corrêa de Oliveira às questões religiosas e metafísicas. Não basta ter conexões e ligações com grupos conservadores no cenário internacional. É preciso ter a mensagem certa e algo mais profundo do que interesses políticos ou financeiros para atrair as pessoas para uma causa séria. O autor demonstra que a TFP apresenta um ideal que atrai a opinião pública do Brasil, dos EUA e do mundo.

E passa a explicar o segredo da atração exercida pela TFP brasileira a ponto de ajudar a formar uma direita religiosa transnacional. O principal ponto de atração da TFP é o mito, mais especificamente o mito medieval. Ele atribui essa atração à nossa capacidade de combater “a desmitificação, dessacralização ou desmistificação” do mundo moderno e “o desmantelamento de antigas hierarquias”. Percebemos o vazio e “o luto de um mundo sem mistério”. O fundo da crise atual —ensina a TFP — é a “deterioração do mito e da santidade”.

Embora não o diga diretamente, os ideais da TFP estão contidos nas soluções apresentadas pela Igreja e pela Cristandade medieval. O que atrai as pessoas para a TFP são os temas desenvolvidos por Dr. Plinio em reuniões, tendo chegado a afirmar que precisávamos mergulhar no nosso mito para sermos fiéis à nossa vocação. Cowan descreve como a TFP mergulhou em seu próprio mito e chamou assim a atenção do mundo.

O professor americano continua: “Juntos, esses agitadores brasileiros de ‘Nossa Senhora’ (Maria de modo geral, mas especialmente a Virgem de Fátima) buscaram um retorno às tradições míticas dos cavaleiros-errantes marianos, idolatrando noções medievais de combatividade, hombridade, e de uma divindade palpável e maravilhosa. Assim, os ideólogos da TFP, [ao lado de Sigaud e Mayer], procuraram promover uma linha de conservadorismo católico que, concomitantemente, manteria rígidas hierarquias e preservaria o divino mistério e o encanto”. Isso incluiria um senso constante do poder sobrenatural e de sua presença na vida diária.

A Idade Média “perfeita” sintetizou essa ordem ideal ancorada em uma visão de mundo que realçava o espiritual sobre o material. Claro que Cowan vê tais condições como algo negativo. A vida da graça, “o misticismo e o senso comum do divino” são conceitos que não se encaixam em sua mentalidade laica. Assim, ele tende a descartar tudo isso como noções nostálgicas de um passado medieval sacral. No entanto, reconhece que são pontos de atração extremamente poderosos. Mostra que a TFP não apenas mergulhou em seu próprio mito, mas agiu de maneira coerente com ele, colocando o mito em ação.

A TFP enquanto espetáculo

Ele se refere constantemente às campanhas de rua da TFP e às suas características medievais. Vejam, por exemplo, a descrição a seguir: “A TFP fez um espetáculo da pompa medieval, ganhando fama na década de 1960, e posteriormente por meio de extravagantes manifestações de rua, quando seus membros portando capas, túnicas, botas de cano alto e outros elementos de um hábito desenhado por Oliveira para evocar as ordens de cavalaria monásticas e militares da Idade Média”.

Para ele, nada disso é teatro, mas pura realidade.“Quando os tefepistas perambulavam pelas ruas de São Paulo em trajes medievais, eles não o faziam por puro amor às Cruzadas ou à pompa, mas porque o traje, o maintien corporal e os símbolos eram importantes para sua causa”. Era assim que a TFP mergulhava em seu próprio mito e agia em consequência.

Qual a importância desse mito? Encontramos aqui uma das conclusões mais interessantes do livro. O autor explica como esse conservadorismo medieval penetrou nas veias do conservadorismo clássico liberal e econômico e mudou a natureza do debate. Tornou-se um polo em direção ao qual todos os temas conservadores tendem a gravitar, mesmo quando as pessoas discordam sobre outros assuntos. O mito medieval, o desejo de um passado cristão glamourizado, tornou-se a cola que tudo uniu.

Observa o Prof. Benjamin Cowan que entre os elementos dessa base do neoconservadorismo — atuando de certa forma como a cola que une os elementos — estava o fascínio pelo misticismo e por um senso cotidiano do divino, fazendo eco aos anseios saudosos de vários católicos que buscavam um lugar para a sua fé e uma volta às formas culturais e religiosas de nossos ancestrais.

A saudade de um passado mitológico ou glamourizado — seja ele chamado de “religião dos velhos tempos” ou medievalismo — uniu direitistas de confissões e nacionalidades que desmentem as atuais explicações de que a Nova Direita foi gerada nos EUA e amplamente limitada a eventos e agentes locais neste país. Tanto no Brasil como nos EUA, essas saudades reforçaram e até chegaram a transformar as visões dos conservadores sobre seu papel político e social.

Aponta o autor que até mesmo os evangélicos entraram em contradição com suas doutrinas ao abraçarem este poderoso mito de “um moralismo do passado”. Ao mesmo tempo, os conservadores católicos “compartilhavam esse moralismo e o associavam a sonhos de revigorar a cultura e teocracia medievais. […] Assim, os trajes que Plinio Corrêa de Oliveira projetou para a TFP na década de 60 pretendiam evocar simbolicamente o antigo misticismo que outros católicos conservadores também procuraram revigorar no Brasil, mas a TFP atuou igualmente a favor de uma restauração mais direta do mistério e do maravilhoso”.

Dr. Plinio, de joelhos no centro, venera a Imagem Peregrina de Nossa Senhora de Fátima, em maio de 1973

Fundamental papel dos símbolos

E passa a relatar como a TFP está na vanguarda da disseminação desse mito: “Sem dúvida, porém, o exemplo por excelência do medievalismo como inspiração e expressão repousa na TFP globalmente e em suas encarnações nacionais. No Brasil, a TFP tornou-se famosa por sua pompa de inspiração medieval, com trajes, capas, faixas e desfiles. Na década de 70, a organização chamou a atenção da imprensa por seu recrutamento de jovens que viviam em comum em residências monásticas e, pelo menos ocasionalmente, vestiam trajes medievais”.

O mito medieval foi um componente-chave dessa mudança. O anti-igualitarismo foi um componente paralelo. O autor menciona que o desejo de se conectar com um passado cavalheiresco faz as pessoas tenderem para uma sociedade hierárquica, anti-igualitária. E afirma que, “mais uma vez, a TFP liderou a turma nesta matéria, como ficou claro com o livro [de Dr. Plinio] ‘Nobreza e Elites Tradicionais Análogas’, publicado em inglês, espanhol, português e alemão”.

“Sem dúvida, porém, o exemplo por excelência do medievalismo como inspiração e expressão repousa na TFP globalmente e em suas encarnações nacionais. No Brasil, a TFP tornou-se famosa por sua pompa de inspiração medieval, com trajes, capas, faixas e desfiles”. Prof. Benjamin Cowan

 Brasil e seu vínculo com a cristandade medieval

Outro ponto muito peculiar do livro de Cowan é sua explicação da razão pela qual o Brasil foi o centro desse movimento medievalista, e não os Estados Unidos. A explicação dada é que a maioria dos estudiosos alega que o esforço para “recapturar um passado mítico e pré-moderno” partiu dos conservadores norte-americanos. No entanto, devido à ruptura provocada pelo protestantismo, os EUA deixaram de ter vínculo com o passado medieval.

Assim, o Brasil possuidor desse vínculo, conseguiu transmiti-lo aos Estados Unidos. Em outras palavras, Dr. Plinio teria proporcionado o ponto de contato com a Idade Média que satisfaz os anseios da alma norte-americana pelas coisas medievais, facilitando para os EUA um Retorno à Ordem.

O livro termina com uma advertência para a esquerda, ou seja, que não minimize o poder da direita. E dá a razão: entre os estudiosos da esquerda existe uma tendência a considerar a direita como sendo desorganizada, desarticulada e fraca. Ora, isso não é verdade. O mito dos conservadores é muito forte, e se nós da esquerda o ignorarmos, será por nossa própria conta e risco.

Cuidado com a TFP!

Assim ele faz o seu alerta: “Análises de ativistas conservadores cristãos em contextos internacionais os descrevem como ‘um tanto inexperientes’ em matéria de organização, no que são superados por adversários progressistas, e incapazes de formular estratégias e mensagens eficazes. Isso sem dúvida foi verdade em alguns dos casos examinados por perspicazes estudiosos do conservadorismo, (porém) parece que vale a pena reconsiderar essa noção à luz dos assíduos esforços de indivíduos como Weyrich e Oliveira e organizações como a TFP e o Coetus em promover e compartilhar suas táticas e experiências”.

Para nós, esta advertência é muito consoladora, uma vez que o autor admite que, no caso da TFP, os filhos da luz são mais sagazes do que os filhos das trevas. Dr. Plinio teria conseguido, em pontos cruciais, contrariar a máxima que afirma o contrário. Portanto, ao encerrar esta matéria, estendo um tributo filial à sua sabedoria e fidelidade.

Vimos como nossa ação tem repercussões ainda que não a vejamos, pois o outro lado a vê. Somos parte dessa ação massiva que vive na lenda. Este professor americano relata como nos tornamos conhecidos por nossas campanhas, sem que a mídia nos tenha dado cobertura. E que nossos esforços mudaram a natureza do debate, embora ninguém nos tenha convidado para falar.

Vimos igualmente que o inimigo nos observa e conhece a história da TFP, quiçá melhor do que alguns de nós. Chama a atenção o fato de o autor ter mostrado uma história ilibada. Autores como o Prof. Cowan nada encontraram de ilegal ou imoral em nossa ação, e certamente não foi por falta de vontade.

Se tivesse encontrado algo de errado, ele o teria relatado. Apesar dos pesares, vivemos o nosso mito. Apesar das aparências em contrário, vivemos um imenso mito que está mudando o curso da História aqui e agora. Nós cremos nisso, mas, ó Mãe de Misericórdia, ajudai-nos em nossa incredulidade!

ABIM

____________

* Fonte: Revista Catolicismo, Novembro/2021, Nº 851

* John Horvat é vice-presidente da TFP norte-americana, autor do best-seller Return to Order (Retorno à Ordem), no qual mostra como se pode escapar das garras da sociedade baseada apenas no materialismo produtivista e na intemperança frenética, oposta aos altos ideais medievais.