sexta-feira, 30 de setembro de 2016

PGR INVESTIGA ALEGADA VIOLAÇÃO DE SEGREDO DE JUSTIÇA COM CAVACO


 
José Sena Goulão / Lusa
O presidente da República, Aníbal Cavaco Silva
O presidente da República, Aníbal Cavaco Silva
A Procuradoria-Geral da República está a analisar a possibilidade de Cavaco Silva ter estado envolvido numa eventual violação do segredo de justiça, depois de alegações feitas por um seu ex-assessor num livro biográfico.
Em causa está a obra “Na Sombra da Presidência – Relato de 10 anos em Belém” de Fernando Lima, ex-assessor de Cavaco Silva, e o facto de que este aí alegar que o então Presidente da Repúblicarecebeu a informação de um magistrado de que o seu genro, Luiz Montez, estaria entre as escutas telefónicas realizadas no âmbito do processo Face Oculta.
“A matéria em questão está a ser objecto de análise”, refere uma fonte do gabinete da Procuradoria-Geral da República (PGR) numa nota enviada ao Diário de Notícias.
“O Ministério Público não deixará de tomar as providências que entender por necessárias no âmbito das respectivas competências”, salienta a mesma fonte no jornal, escusando-se a prestar mais esclarecimentos ao pedido efectuado pelo DN.
Fernando Lima escreve no livro que, “quando a transcrição das escutas do Face Oculta foi divulgada, em Fevereiro de 2010, para Cavaco Silva não constituía uma novidade que nelas constasse o nome de Luís Montez”.
“Em meados de Outubro de 2009, fora informado por um magistrado de que esse processo incluía uma alusão ao seu genro, uma vez que no negócio da PT/TVI estava ainda previsto ser-lhe atribuída uma das rádios da Media Capital, pertencente à Prisa”, aponta o ex-assessor de Cavaco.
ZAP

CÂNCIO ESTÁ A TENTAR IMPEDIR VENDA DO LIVRO “PROIBIDO” DE JOSÉ ANTÓNIO SARAIVA


 
(dr) Jorge Paula / Correio da Manhã
A jornalista Fernanda Câncio
A jornalista Fernanda Câncio avançou com uma providência cautelar na justiça com o intuito de retirar o polémico livro de José António Saraiva “Eu e os políticos” das bancas.
Segundo o Correio da Manhã, foi o próprio autor da obra, que faz revelações sobre a vida sexual de várias figuras públicas, incluindo diversos políticos e a própria Fernanda Câncio, quem o divulgou em entrevista à CMTV.
“Tive conhecimento esta quarta-feira à noite de que a jornalista Fernanda Câncio interpôs uma providência cautelar para retirar o livro de venda”, adiantou Saraiva à CMTV.
Câncio já teceu críticas ao livro do ex-director do Sol e do Expresso, considerando que a obra de Saraiva faz a “devassa gratuita da intimidade, sem outro objectivo que não o de devassar, ferir e lucrar com isso.
A jornalista é uma das personalidades visadas no livro, já apelidado de “Saraivaleaks” pela polémica que suscitou e pelo teor das revelações íntimas que faz.
Passos Coelho, que devia ter apresentado a obra, desistiu mesmo de o fazer, após o tumulto gerado.
Saraiva conta que conheceu Câncio quando ela estagiou no Expresso e que o seu então namorado, Abílio Leitão, que era “copy desk” no semanário, tinha “um fetiche pela fotografia e dedicava-se a tirarfotografias das relações com a namorada“.
Leitão “não tinha o cuidado de esconder as fotos, deixando-as a revelar em cima dos móveis”, transcreve o Observador.
Comentando as referências a Câncio, Saraiva diz na CMTV que demonstram “uma conduta bastante livre e a relevância é ela ter sido namorada de um ex-primeiro-ministro”.
A jornalista namorou com José Sócrates, circunstância que já a levou a vir a público defender-se, numartigo polémico na revista Visão.
O ex-director de Sol e Expresso ainda garantiu no mesmo canal que o livro “não é um exercício de ódio nem de vingança”, garantindo que até tem mais informações sobre todos os visados do que as que revela no livro – e que nunca as divulgará.
ZAP

MAIORES DE 18 ANOS JÁ PODEM TERMINAR O SECUNDÁRIO PELA INTERNET


 
liquene / Flickr
“O ensino secundário à distância de um clique”. É assim que a Escola Secundária de Camões, em Lisboa, anuncia o projecto-piloto que arranca já neste ano lectivo e que permite aos maiores de 18 anos terminarem os seus estudos secundários através da Internet, quase sem terem que ir à escola.
Segundo avança o DN, este modelo de ensino recorrente à distância vai arrancar a título experimental, na Escola Secundária de Camões, em Lisboa, e no Agrupamento de Escolas de Mangualde.
Trata-se de um sistema que visa “captar os jovens que tendo mais de 18 anos não têm o ensino secundário e não podem ir à escola assistir às aulas”, salienta o jornal.
Este ano lectivo irá funcionar em ensino online apenas o curso de Línguas e Humanidades, seguindo o mesmo programa do Ensino recorrente em regime presencial e tendo a mesma duração, ou seja, três anos.
As disciplinas do curso – Português, História, Inglês, Matemática Aplicada às Ciências Sociais, Literatura Portuguesa e Filosofia – serão divididas em três módulos.
Haverá algumas sessões em regime presencial, ao longo do curso, nomeadamente para a realização de testes ou apresentação de trabalhos, mas os estudantes poderão deslocar-se às escolas mais próximas da sua residência.
Previstas estão também aulas com todos os alunos e o professor ligados pela Internet ao mesmo tempo e que deverão decorrer em período nocturno, entre as 18 e as 23 horas.
A ideia da iniciativa é “desafiar alunos do Algarve a Coimbra”, salienta o DN, citando fonte da Secundária de Camões, onde o director João Jaime Pires salienta que, “tendo em conta que os cursos nocturnos são cada vez menos, este modelo pode ser o futuro“.
ZAP

QUEDA DO DEUTSCHE BANK “É O PRINCÍPIO DO FIM DO EURO”


 
spiegelneuronen / Flickr
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O corretor da Dif Broker, Pedro Lino, compara a situação do banco alemão com a do Lehman Brothers – cuja queda esteve na origem da crise financeira mundial em 2008 – e sublinha que, se o Deutsche Bank cair, “será o fim do Euro”.
Segundo Pedro Lino, o banco alemão enfrenta milhares de milhões de euros em multas decretadas pela justiça norte-americana, algo que preocupa os investidores.
Essa preocupação fez com que esta quinta-feira, ao fim da tarde, alguns fundos de investimento tenham começado “a cortar a sua exposição ao Deutsche Bank e a diminuir as suas transações”, destacou o corretor, citado pela Renascença.
Pedro Lino fez um paralelismo com a falência do Lehman Brothers, em 2008, que originou a crise financeira mundial.
“É um momento muito similar ao do Lehman Brothers, há 8/10 anos, porque a sua queda também começou assim, com os clientes a cortar a sua exposição ao banco”, afirmou.

Deputados não querem contribuintes a salvar o Deutsche Bank

Apesar da situação trágica do Deutsche Bank na Bolsa de Frankfurt, o governo e os principais grupos parlamentares não apoiam uma operação de salvamento com dinheiro público.
“De momento, eu excluiria qualquer ajuda [pública]. Seguir por aí não seria o caminho certo“, afirmou Eckhardt Rehberg, porta-voz da CDU (partido da chanceler Angela Merkel) na comissão parlamentar de Orçamento.
Já a opinião de Norbert Spinrath, deputado do SPD, parceiro júnior na coligação governamental, não foi tão decisiva.
“O ambiente é complexo. Teremos de o perceber melhor”, disse.
Segundo a Reuters, a chanceler também já negou que o Governo esteja a ponderar uma repetição dossalvamentos financiados pelos contribuintes que a Alemanha, e outros países ocidentais, montaram durante a crise financeira global.
A relutância dos deputados parece dever-se ao facto do Deutsche ser “um grupo financeiro mal-amado entre os alemães e à proximidade das eleições federais”, destacou a agência de notícias britânica.

Ações do Deutsche Bank pela primeira vez abaixo de 10 euros

As ações do Deutsche Bank caíram, esta sexta-feira, mais de 8% na Bolsa de Frankfurt e desceram pela primeira vez para níveis abaixo dos 10 euros, pressionadas pelos debates acerca da atual situação da instituição.
Segundo analistas citados pela Efe, a queda dos ‘papéis’ do maior banco alemão deve-se a informações difundidas pela agência Bloomberg que afirmam que alguns fundos de capital de risco estão a retirar capital da instituição.
A cotação do Deutsche Bank já caiu 58% desde o início do ano.
O presidente do Deutsche Bank, John Cyran, pediu tranquilidade aos trabalhadores do banco e desvalorizou aquelas notícias.
“Em alguns meios podem-se ler rumores acerca de que alguns fundos de capital de risco nos abandonaram. Isso gera, sem razão, intranquilidade”, afirmou Cyran.
“Temos que considerar todo o panorama do banco, o Deutsche Bank tem mais de 20 milhões de clientes. Continuem a trabalhar como até agora, somos e continuaremos a ser um banco forte“, adiantou.
As ações do banco começaram a desvalorizar-se fortemente em meados deste mês na sequência dopedido da justiça norte-americana de uma multa recorde de 14 mil milhões de dólares para saldar o litígio imobiliário desencadeado no início da crise financeira em 2008.
O Deutsche Bank é acusado, como outros grandes bancos, de ter vendido a investidores antes do início da crise financeira de 2007/08 empréstimos hipotecários residenciais, que são créditos convertidos em produtos financeiros, sabendo que os mesmos eram tóxicos.
A denominada ‘titulação’, tática utilizada abundantemente pelos grandes bancos para converter carteiras de empréstimos em títulos financeiros que cedem depois nos mercados, é considerada a responsável pelas perdas registadas em 2008 por numerosos investidores, incluindo os que compraram os títulos associados às famosas “‘subprimes’”.
ZAP / Lusa

PRESIDENTE FILIPINO COMPARA-SE A HITLER E QUER MATAR 3 MILHÕES DE VICIADOS


 
(dr) Toto Lozano / PPD
O presidente das Filipinas, Rodrigo Roa Duterte
O presidente das Filipinas, Rodrigo Roa Duterte
O Presidente das Filipinas, Rodrigo Duterte, comparou-se esta sexta-feira ao ditador Adolf Hitler e afirmou que quer matar os três milhões de toxicodependentes que diz existirem no país.
“Hitler massacrou três milhões de judeus. Agora, há aqui três milhões de viciados. Gostaria de matá-los a todos”, afirmou Duterte, aos jornalistas, de acordo com uma transcrição disponibilizada pela presidência.
“Se a Alemanha tinha Hitler, as Filipinas terão as minhas vítimas”, frisou o Presidente filipino, no regresso de uma visita oficial de dois dias ao Vietname, afirmando que “gostaria que fossem todos os criminosos para acabar com o problema” e “salvar a próxima geração da perdição”.
Duterte voltou ainda a lançar farpas aos Estados Unidos e à União Europeia pelas críticas à sua violenta campanha contra a droga.
“Estados Unidos e União Europeia podem chamar-me o que quiserem, mas nunca gostei da hipocrisia como vocês”, disse o chefe de Estado filipino, criticando a resposta à crise dos refugiados sírios.
“Fecham as vossas portas, é inverno e eles são imigrantes a fugir do Médio Oriente. Vocês permitem que apodreçam, mas estão preocupados com a morte de 1.000, 2.000 ou 3.000 pessoas?”, questionou.
Nas últimas semanas, Duterte tem criticado abertamente os Estados Unidos, a União Europeia e as Nações Unidas depois de todos terem condenado a violação dos direitos humanos que representa a campanha contra a droga.
Além disso, o Presidente filipino recusou reunir-se com o secretário-geral da ONU, Ban Ki-moon, qualificou as Nações Unidas de organização “inútil” e ameaçou retirar as Filipinas da mesma.
Duterte ganhou as eleições presidenciais com a promessa de acabar com a droga e a delinquêncianos primeiros seis meses de mandato.
Desde então, instou, por inúmeras vezes, a polícia e os próprios cidadãos a matar traficantes e consumidores de droga.
Cerca de 3.500 alegados traficantes e toxicodependentes morreram desde que Duterte subiu ao poder – cerca de 1.500 em operações policiais e os restantes por grupos de cidadãos que recebem recompensas pelos homicídios.
/Lusa
Comentário: outro iluminado, todo poderoso, sem vícios... que grande pancada vai naquela cabeça. Que se aconselhe com Daniel Ortega.
J. Carlos

UM EM CADA 10 SEM-ABRIGO EM FRANÇA TEM UMA LICENCIATURA


 
Um estudo do Instituto Nacional de Estatística e dos Estudos Económicos (INSEE) revela que 14% dos sem-abrigo, em França, frequentaram um curso superior e um em cada dez concluiu os estudos e tem um diploma.
A falta de moradia é, em 20% dos casos, motivada por uma separação ou divórcio, em 10% por perda de emprego e em 9% pela incapacidade de pagar a renda da casa.
O estudo, publicado na quarta-feira, é baseado num recenseamento realizado em janeiro e fevereiro de 2012 nos abrigos, hotéis, centros maternos e locais de distribuição de comida.
O INSEE aponta para a existência de 140 mil pessoas sem teto, incluindo 30 mil crianças, sendo que os sem-abrigo licenciados têm entre 30 e 49 anos e a maioria (66%) diz ter nascido no estrangeiro.
Segundo o Le Monde, o estudo evidencia um aumento muito significativo em relação ao recenseamento anterior, de 50%, observando-se agora a presença de muitas famílias, nomeadamente estrangeiras.
Os investigadores afirmam ainda que um quarto dos inquiridos que vivia na rua, com menos de 65 anos, revelou ter um emprego.
De acordo com o DN, em Portugal não há ainda dados globais mas um levantamento feito pela Santa Casa da Misericórdia, em Lisboa, mostrou que quase 5% dos sem-abrigo tinham um curso superior – e 7,7%, por outro lado, não sabiam ler nem escrever.
O estudo concluiu que, em 2013, haviam 852 pessoas sem-abrigo, apenas em Lisboa, dos quais 509 viviam nas ruas e 343 passavam as noites em centros de acolhimento.
BZR, ZAP

ESTUDANTE PODERÁ TER ENCONTRADO A CHAVE PARA VENCER AS SUPERBACTÉRIAS


 
Terá Shu Lam encontrado a chave para vencer as superbactérias?
Uma investigadora de apenas 25 anos criou uma maneira inovadora de combater as superbactérias resistentes a medicamentos, recorrendo a um polímero em forma de estrela que provoca a destruição desses organismos.
Segundo Shu Lam, estudante de doutoramento da Universidade de Melbourne de apenas 25 anos, a técnica foi eficaz na exterminação de seis superbactérias diferentes sem o uso de antibióticos – simplesmente rasgando as paredes celulares.
“Descobrimos que os polímeros atacam e destroem as bactérias de várias maneiras. Um dos métodos usados é a demolição da parede celular das bactérias, o que gera muito stress e faz com que esses organismos comecem a matar-se”, disse Lam ao jornal The Telegraph.
Os polímeros, ou SNAPPS, têm a capacidade de penetrar, atacar e desestabilizar a membrana celular das bactérias, sem afetar as células que estão saudáveis.
De acordo com Greg Qiao, um dos investigadores da equipa, ao contrário dos antibióticos – que também podem afetar células saudáveis – os SNAPPS “são tão grandes que não parecem afetá-las“.
“Estamos a falar de uma diferença de escala entre um rato e um elefante. As grandes moléculas não conseguem entrar nas células saudáveis”, afirmou.
Em todas as experiências realizadas, os SNAPPS foram capazes de matar os seus alvos e as bactérias não pareceram desenvolver qualquer resistência aos polímeros.
Segundo o jornal britânico, as superbactérias matam cerca de 700 mil pessoas por ano, entre elas 230 mil recém-nascidos.
A investigação, cujos primeiros resultados foram publicados na Nature Microbiology, ainda está a decorrer, mas vários cientistas dizem ser um avanço que poderá mudar a medicina moderna.
BZR, ZAP

CIENTISTAS EDITAM O ADN DE EMBRIÃO HUMANO SAUDÁVEL

 

Embrião humano com 6 dias
Embrião humano com 6 dias
O biólogo do desenvolvimento Fredrik Lanner, do Instituto Karolinska, em Estocolmo, admitiu publicamente que a sua equipa está a editar genes em embriões humanos saudáveis.
O cientista utiliza embriões que sobram de fertilização in vitro e é o primeiro a admitir publicamente que está a usar tecnologia em embriões humanos viáveis, sem ter autorização para tal.
Lanner recorre à técnica CRISPR, que permite melhorar o genoma humano, criando uma imunidade a certas doenças ou condições.
Com esta técnica, os especialistas “cortam” pedaços do ADN, eliminando doenças genéticas nos embriões antes de eles se tornarem bebés – como o Vírus da Imunodeficiência Humana (VIH).
Fredrik Lanner pretende descobrir novos tratamentos de infertilidade e aprender mais sobre as células estaminais embrionárias, que dão origem a qualquer célula do corpo humano.
“Se pudermos entender como é que essas células são reguladas no embrião, esse conhecimento vai ajudar-nos a tratar pacientes com diabetes, Parkinson e outras doenças”, afirmou Lanner.
Desde que a técnica CRISPR foi inventada, tem havido um debate intenso sobre se o ADN de embriões humanos viáveis deve ou não ser alterado.
Entre várias outras preocupações, os críticos estão preocupados que a técnica resulte, acidentalmente, em embriões humanos “alterados” num avançado estágio de desenvolvimento fetal.
A fim de amenizar essas preocupações, Lanner destacou que o seu grupo de investigação nunca deixa os embriões ultrapassarem os 14 dias de desenvolvimento.
Segundo os especialistas e defensores da técnica, várias doenças genéticas poderiam ser “retiradas” dos bebés antes de nascerem, salvando-os de qualquer condição debilitante ao longo da vida.
No ano passado, uma equipa de cientistas chineses conseguiu alterar o genoma num embrião humano, retirando um gene causador de uma doença sanguínea fatal.
No entanto, muitos membros da comunidade científica mostraram grande preocupação com os perigos levantados pela possibilidade de se poderem vir a “fabricar” bebés em função de determinados requisitos ou características.
BZR, ZAP / Hypescience

Presidente da República veta lei do sigilo bancário

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O Presidente da República devolveu, esta sexta-feira, sem promulgação, o decreto-lei que propõe o levantamento do sigilo bancário a contas acima dos 50 mil euros.
Marcelo Rebelo de Sousa, numa nota publicada no site oficial da Presidência da República, apresenta várias objeções ao decreto-lei do Governo.
O Presidente da República (PR) começa por dizer que o diploma, apesar de corresponder a exigências de maior transparência fiscal transfronteiriça, "vai mais longe e aplica o mesmo regime de comunicação automática às contas em Portugal de portugueses e outros residentes fiscais no nosso País, mesmo que não tenham residência fiscal nem contas bancárias no estrangeiro".

Por outro lado, sublinha Marcelo, a lei propõe o levantamento do sigilo a contas com mais de 50 mil euros, mas não exige qualquer " indício de prática de crime fiscal, omissão ou inveracidade ao Fisco ou acréscimo não justificado de património".
É este segundo ponto que suscita mais objeções ao PR, que defende que já existem "numerosas situações em que a Autoridade Tributária e Aduaneira pode aceder a informação coberta pelo sigilo bancário, sem dependência de autorização judicial, nomeadamente quando existam indícios de prática de crime em matéria tributária, de falta de veracidade do declarado, de acréscimos de património não justificado".
Marcelo invoca ainda o parecer negativo da Comissão Nacional de Proteção de Dados que defendeu que havia "restrição desnecessária e excessiva dos direitos fundamentais à proteção de dados pessoais e à reserva da vida privada, em violação clara do n.º 2 do artigo 18.º da Constituição da República Portuguesa".
O Governo terá agora de trabalhar num novo diploma que possa ir mais ao encontro das expectativas do Presidente da República.
 TSF

Praia de MIra: Peixes espalhados na estrada

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Pelas 18:33 horas, aconteceu um alerta aos Bombeiros Voluntários de Mira, para uma situação de rico na rotunda que leva ao cemitério da Praia de Mira.
Ali, ao fazer a curva na rotunda, uma carrinha carregada de peixes "inclinou-se", tendo aberto uma das portas, derramando no local cerca de 30 caixas da sua carga.
Certamente o proprietário teve um prejuízo avultado devido a quantidade de peixes caídos no asfalto, fruto de muito trabalho, mas poderia ter sido ainda pior se toda a carga tivesse sido perdida, ou se tivesse provocado algum acidente.
Estiveram no local os Bombeiros de Mira e a Proteção Civil Municipal
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Mira Online
Mira Online | Setembro 30, 2016 às 6:56 pm

Macroscópio – Conversando sobre a Bíblia, a nossa natureza, o nosso mundo e os nossos líderes


Macroscópio

Por José Manuel Fernandes, Publisher
Boa noite!

Sexta-feira. Dois dias de descanso pela frente e um Macroscópio que retoma a tradição destas alturas, isto é, a de reunir uma mão-cheia de leituras estimulantes – e desafiantes – não necessariamente relacionadas umas com as outras. Mas, espero, capazes de proporcionarem bons momentos e, sobretudo, permitirem que os meus leitores ganhem alguma coisa passando os seus olhos por elas neste sábado e domingo.

Uma nova edição da Bíblia. Diferente das demais

Frederico Lourenço, académico e tradutor, responsável por algumas das melhores traduções dos clássicos gregos, abalançou-se agora, a convite da Quetzal, a traduzir a Bíblia directamente da sua primeira versão em grego, a qual deriva também directamente do original hebraico. Há toda uma história em torno das diferentes traduções do texto sagrado, algo que Frederico Lourenço aborda na introdução a esta edição e que é também tema dos dois textos que vos recomendo de seguida.
O primeiro é uma entrevista ao tradutor, saída hoje no Público,Uma Bíblia que “não esconde as realidades inconvenientes”. Nela assume-se que a tradução não segue uma linha canónica: “Não há nada de ofensivo para católicos na minha tradução da Bíblia, mas há uma clara linha não-confessional que assumi de forma consciente. Não me deixei condicionar por nada daquilo que são as convenções aceites na tradução do Novo Testamento, quer católicas, quer protestantes. Ative-me apenas à materialidade linguística do texto. Não disfarcei as frases incómodas, não limei as arestas, não escondi realidades inconvenientes. Na minha tradução lê-se ‘escravos’ e não ‘servos’ ou ‘criados’; também não disfarcei as passagens misóginas e homofóbicas de Paulo. (...) Acho que a mais-valia da minha tradução é justamente o facto de estar fora do catolicismo, mas não contra o catolicismo”.
No Observador o padre, poeta e especialista em estudos bíblicos José Tolentino Mendonça faz a recensão da tradução e, elogiando o trabalho da editora e do tradutor, não evita abordar, em A Bíblia de Frederico Lourenço: aplausos e uma questão, os temas mais controversos: “Há uma pequena questão de fundo que emerge, aqui e ali, nas introduções escritas para este primeiro volume e que me parece ganhar em ser enfrentada. É que Frederico Lourenço afirma que as traduções feitas no contexto religioso são doutrinárias, apologéticas e reproduzem uma leitura pré-determinada, enquanto que a sua tem como intuito fazer "perceber, em português, exatamente o efeito que as palavras têm em grego". Cada um tem direito à sua naiveté e às ilusões que quiser, mas entendamo-nos: não existe “a tradução” da Bíblia. Existem traduções, assim no plural, e estas têm qualidades e deficiências distintas, e devem ser acolhidas como dialogantes, longe de uma lógica primária de substituição. Que judaísmo e cristianismo tomam a Bíblia absolutamente a sério, Frederico Lourenço sabe-o bem, pois para esta sua tradução depende do trabalho de biblistas e exegetas judeus e cristãos que vê-se obrigado a citar a cada passo.”


O homem, lobo para os outros homens?
Um estudo publicado esta semana na revista científica Nature veio mostrar que Os humanos têm tendência para se matarem uns aos outros. Mas já se mataram mais. Realizado por investigadores espanhóis, este trabalho veio reacender uma polémica velha de séculos, se quisermos a polémica entre as visões de Thomas Hobbes e de Jean-Jacques Rousseau sobre a natureza humana, isto é, a questão de saber se a violência nos é inata ou é antes um fruto da sociedade e da cultura. Com este estudo Hobbes marcou pontos, mas lendo um pouco das reacções que já foram publicadas percebe-se que a polémica vai continuar.
Disso mesmo dão conta os textos do Observador, do El Pais e doGuardian, assim como os relatos da imprensa mais especializada. Por exemplo:

  • Em Was Civilization the Cure for Primordial Human Violence?, na Scientific American, escreve-se que “A new study challenges the popular claim that lethal violence declined after our ancestors settled down”, sendo que o autor se distancia dos comentários ao artigo que sublinharam sobretudo a natureza inata da violência noHomo sapiens.
  • Alguns desses comentários são citados pelo site site PhisOrg em  Nature or nurture: is violence in our genes?. Assim: “Commenting on the study, Mark Pagel of the University of Reading said it provided "good grounds for believing that we are intrinsically more violent than the average mammal." But it also showed that humans are able to curtail such tendencies. "Rates of homicide in modern societies that have police forces, legal systems, prisons and strong cultural attitudes that reject violence are, at less than one in 10,000 deaths (or 0.01 percent) about 200 times lower than the authors' predictions for our state of nature," he wrote. "Hobbes has landed a serious blow on Rousseau, but not quite knocked him out."
  • Mais informação pode ainda ser encontrada em Can Humans Outgrow From Hurting Each Other? Study Weighs In, na Nature World News.




Temas de debate: globalização e liberalismo
Há dois textos na imprensa de hoje que abordam o mal-estar das nossas sociedades com as consequências do comércio livre, da globalização e de vivermos em ambientes necessariamente competitivos. O primeiro deles é o notável editorial da The Economist desta semana, Why they’re wrong. É um texto que introduz um amplo dossier onde se faz a defesa do comércio livre já que “Globalisation’s critics say it benefits only the elite. In fact, a less open world would hurt the poor most of all”. É impossível resumir neste espaço a toda a argumentação da redação da The Economist, pelo que sublinho apenas uma passagem: aquela onde se começa por lembrar o indesmentível – “Exports of goods rose from 8% of world GDP in 1950 to almost 20% a half-century later. Export-led growth and foreign investment have dragged hundreds of millions out of poverty in China, and transformed economies from Ireland to South Korea.” – para depois sublinhar o que muito menos sabem ou reconhecem, mas que porventura é igualmente importante – “Protectionism, by contrast, hurts consumers and does little for workers. The worst-off benefit far more from trade than the rich. A study of 40 countries found that the richest consumers would lose 28% of their purchasing power if cross-border trade ended; but those in the bottom tenth would lose 63%.” De resto toda esta edição da revista é de ler e guardar.
Em contrapartida, partindo de uma realidade muito específica – a do seu país, a Espanha –, um dos raros assumidos liberais com coluna regular na imprensa portuguesa, Miguel Angel Belloso, tece algumas considerações no Diário de Notícias sobre A Espanha mais ingrata e mal-educada. São considerações bem heterodoxas: “Não há nenhum emprego precário. Todos podem ser a alavanca para prosperar, aprender e melhorar a qualificação, progredir com responsabilidade dentro da própria empresa, ou noutra, e obter um salário mais elevado. Nem eu nem o meu filho nos levantamos todas as manhãs dispostos a participar na dialética marxista entre capital e trabalho, mas sim dispostos a contribuir para o bem comum. (...) Estamos convencidos de que será bom para nós. Mas neste país de parasitas, acomodados e mesquinhos em que a esquerda e os sindicatos transformaram Espanha, é normal que a primeira coisa que um recém-contratado peça, apesar de ser solteiro e viver com os pais, seja conhecer a política de conciliação da empresa que o acaba de contratar.”

O que revela o retrato de dois políticos?
Nem sempre o jornalismo tem recursos para acompanhar durante largas semanas um político para dele fazer um retrato que vá além do lugar comum. Mas às vezes tem. As duas longas reportagens que a seguir recomendo permitem conhecer melhor dois políticos sobre os quais é mais fácil construir estereótipos do que retratos minimamente objectivos. Nestes dois casos acresce o interesse de serem dois políticos influentes (mesmo que pouco conhecidos), inteligentes e com ideias que tendem a ter má imprensa. Não sendo possível colocá-los no mesmo saco, é mesmo assim interessante vê-los através das lentes de dois órgãos de informação que não simpatizam com eles mas que, mesmo assim, procuram revelá-los como eles são, com um mínimo de equilíbrio e objectividade, mesmo percebendo-se que os jornalistas não concordam com as suas opiniões.
O primeiro retrato é o de Daniel Hannan, um conservador inglês que, sendo quase desconhecido em Portugal, foi, como escreve Sam Knight no Guardian, The man who brought you Brexit. Contrário ao rumo da União Europeia desde o tempo em que ainda estudava e discordou de Maastricht, Hannan defendeu o Brexit com uma linha argumentativa radicalmente distinta da utilizada pelo UKIP e por outros populistas (este debate entre ele e o trabalhista Peter Mendelson, promovido pelo Financial Times e de que é a imagem que ilustra este bloco, é uma delícia de inteligência e capacidade argumentativa de ambos os lados). Voltando ao Guardian, nele relata-se como este defensor do Brexit detestou alguns dos argumentos da campanha: “Hannan, naturally, cannot bear this kind of talk. When we first met, in Strasbourg, in early July, I asked him whether he really believed that the nation had voted for his free-market, internationalist version of Brexit. “Can you see how patronising that is?” he replied. “I mean, remainers are saying basically, ‘These thicko, working-class bigots weren’t listening to you. And let me now tell you – having ignored them – let me tell you what they really think.’” Instead, Hannan spoke of polls that showed that sovereignty was the primary concern of leave voters, rather than immigration, and of the economic shock that had not come. He admitted that because of the closeness of the vote, we were unlikely to become the “offshore, low-tax, global free-trading entrepôt” that he longs us to be. Hannan’s chosen Brexit would be rather soft, by current standards: something along Swiss lines, with opt-ins for various sectors to the regulations of the single market. He believes that compromise on free movement is possible, and that the Swiss government was making progress on the subject until talks were shut down before the British referendum.”
O segundo retrato é o de Frauke Petry, a líder do AfD, Alternativa para a Alemanha, o partido que tem vindo a causar as maiores dores de cabeça a Angela Merkel. Thomas Meaney, da New Yorker, escreve em The New Star Of Germany’s Far Right que estamos perante “a mother, a scientist, and the leader of the country’s most successful nationalist phenomenon since the Second World War”. Depois de a ter acompanhado um pouco por toda a Alemanha, o jornalista conclui assim a sua reportagem: “She thought that German politics was more weighed down by liberal pieties. “It’s so moral to allow these attacks to happen,” she said sarcastically. “It’s so moral to promise to people around the world that they can come to Germany and find paradise.” She found this outlook anti-democratic, disdainful of the views of ordinary Germans. “I myself am not morally good,” she said. “I’m just a human being. I try to stick to the rules. And I think there is a majority of Germans who agree with me. So, reducing the entire Enlightenment and all of the successes of European history down to this need to be morally good: I find that extremely dangerous. There’s this saying of Nietzsche”—she took out her phone and pulled up the quote almost instantly. “Here it is, in ‘Zarathustra’: ‘The good have always been the beginning of the end.’ 

E agora um pouco de humor
Para acabar esta newsletter, e esta semana, nada melhor do que um pouco de humor, neste caso uma conversa com um dos nossos melhores humoristas, o cartoonista (e meu bom amigo) Luís Afonso, que falou para o suplemento Weekend do Jornal de Negócios. Conheço poucas pessoas com mais capacidade de se rirem de si próprio, e por maioria de razão de fazer humor com este nosso país, pelo que não me surpreendi quando li o título da entrevista: Portugal está cheio de dádivas para fazer humor. Vejamos como ele explica porque é que Portugal continua a ser o melhor país para fazer humor: “Porque isto não funciona. Portugal não funciona. O que é que eu posso pedir mais de um país? Olha para esta solução governativa. Olha a riqueza disto. Veja-se a forma como o PSD e o CDS ficaram na oposição, não se conformaram e estão irritados, a fazer birra. (...) E o PS é uma dádiva. E, quando está em ponto de rebuçado, o PSD também é uma maravilha. Zangam-se todos uns com os outros e eu acho isso adorável. Depois, em termos de economia, temos este cruzamento directo e evidente entre o mundo dos negócios e mundo da política. Noutros países, saberão fazê-lo de uma forma mais disfarçada. E, no desporto, já viram a dádiva que é termos um gajo como o Jorge Jesus? É uma coisa única! Até tremo de pensar que o Jesus possa deixar de ser treinador ou uma coisa qualquer.”
É caso para dizer que nada mais tenho a acrescentar. E para aproveitar para ficar por aqui, desejando-vos um bom fim-de-semana, retemperador e com boas leituras.
 
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Hora de Fecho: PR veta por "patente inoportunidade política"

Hora de fecho

As principais notícias do dia
Boa tarde!
PRESIDENTE DA REPÚBLICA 
O Presidente devolve diploma ao Governo, que considera inoportuno, devido ao momento sensível em que a banca vive. Adverte ainda que a lei vai "mais longe" que as diretivas comunitárias
Um acidente entre um comboio e um automóvel provocou quatro feridos na Linha do Vouga, em Santa Maria da Feira. Nenhum corre perigo de vida.
Ações disparam 15% com notícia da AFP de que o banco poderá chegar a acordo nos EUA para pagar uma multa bem inferior ao que se temia.
Presidente-executivo tentou esta sexta-feira, por via de uma carta interna, tranquilizar os funcionários do banco. Holandês Dijsselbloem diz que banco não pode ter ajuda pública.
A três semanas da decisão sobre o "rating" de Portugal, responsável da agência decisiva para Portugal diz que o país tem um fator positivo e dois negativos, que podem influenciar a decisão.
Sabia que comer peixe com azeite pode ser pior do que um frito? E que a granola pode ser mais calórica do que os cereais integrais? A nutricionista Lillian Barros lista 10 falsos alimentos saudáveis.
Do campo de futebol para a casa dos grandes jogadores. Entrámos em 16 das mais luxuosas mansões do mundo do futebol e encontrámos casas na muitos milhões de euros. São assim por dentro.
Para celebrar a sua relação, um casal lésbico fez uma sessão fotográfica onde cada uma das mulheres vestiu a pele de uma princesa. As imagens serviram de inspiração para a comunidade LGBT.
O homem que estava barricado num café em Porto Alto, Benavente, já foi capturado pela polícia. Um já tinha sido apanhado, outro morreu no tiroteio. Há um militar da GNR baleado, mas fora de perigo.
Os bancos vão ser obrigados, no próximo ano, a reportar operações em 'offshore' a partir de 15 mil euros, segundo um aviso do Banco de Portugal publicado e que entra em vigor a 1 de dezembro.
Burlas foram identificadas em estabelecimento de restauração em Guimarães, Braga, Vila Nova de Famalicão e Póvoa de Varzim. ASAE explica qual é o modus operandi dos falsos inspetores. 
Opinião

Rui Ramos
Para onde nos leva António Costa? Este é o primeiro governo em Portugal sem nenhuma ideia, sem nenhuma direcção, sem uma razão de ser, a não ser a dos egoísmos partidários que o formaram. 

Miguel Guimarães
Os médicos estão sujeitos a uma pressão inaceitável para produzirem mais consultas, mais procedimentos, mais cirurgias e ainda são bombardeados com programas e aplicações informáticas disfuncionais.

Miguel Tamen
O ‘pagamento por conta’ estipula que, para efeitos fiscais, na vida tudo se repete, e o futuro será sempre igual ao passado. É assim que os impostos devem ser pagos antes de haver causa para o fazer.

Helena Garrido
Os números mostram-nos uma realidade diferente da narrada pelo Governo. À medida que 2016 chega ao fim percebemos que a receita é irrepetível em 2017. Os alertas estão aí a começar pelo FMI.

Paulo Tunhas
O manifesto radical de Michael Foot, em 1983, foi descrito como “o mais longo bilhete de suicídio da história”. Corbyn levou a coisa a outro patamar e o seu destino arrisca-se a não ser muito longo.
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