domingo, 21 de abril de 2019

Mercado de Vilarinho do Bairro abre ao público

Um investimento camarário que ronda o milhão e meio de euros
A Câmara Municipal de Anadia vai proceder à apresentação e abertura das novas instalações do Mercado de Vilarinho do Bairro, no dia 25 de abril, pelas 13h30. Contudo, a sua entrada em pleno funcionamento, acontecerá, no domingo, dia 28, com a realização da primeira feira e mercado no novo espaço. O investimento total, rondou o milhão e meio de euros, suportado na íntegra pelo orçamento camarário.
O projeto foi elaborado por forma a atribuir uma nova configuração e organização ao mercado de Vilarinho do Bairro, tendo sido criado um espaço polivalente, nomeadamente para mercado, feiras e outros eventos ao ar livre, melhorando assim as condições da atividade comercial ali realizada.
Pretendeu-se, acima de tudo, que a infraestrutura seja mais funcional, tendo para tal sido criada uma malha de arruamentos mais densa, possibilitando uma melhoria na circulação de pessoas, quer para vendedores quer para o público em geral.
Por outro lado, o Mercado de Vilarinho do Bairro está dotado de boas acessibilidades e de estacionamento. Os seus utilizadores contam com um parque de estacionamento, com capacidade de cerca de 300 lugares, nove dos quais para pessoas com mobilidade reduzida.
O recinto da feira tem várias entradas, devidamente sinalizadas e com informações aos seus utilizadores. No seu interior, haverá sinalética adequada para que as pessoas possam identificar em que zona do Mercado se encontram, bem como orientações sobre as várias áreas comerciais, desde talhos, peixarias, venda de legumes, frutas, doces, zona de restauração, instalações sanitárias, entre outras áreas de apoio.
A vertente ambiental não foi esquecida. Os feirantes e os utilizadores do Mercado têm ao seu dispor, espalhados pelo recinto, vários ecopontos. O Município pretende, desta forma, sensibilizar as pessoas para as boas práticas ambientais, no sentido de colaborarem na separação do lixo, contribuindo, assim para minimizar os encargos na limpeza do mercado, mas, sobretudo, para criar um ambiente mais sustentável, um espaço mais digno e asseado para que Anadia seja, cada vez, um “Município mais Verde”.
A Câmara Municipal de Anadia e a Junta de Freguesias de Vilarinho do Bairro agradecem ainda a boa compreensão de todos os munícipes e feirantes pelos transtornos causados, durante o período da empreitada desta nova infraestrutura.

Um português entre os 156 mortos em seis explosões no Sri Lanka

Ataque ainda não foi reinvindicado. Explosões atingiram hotéis e igrejas, na altura cheias de fieis que celebravam o Domingo da Ressureição.
A cônsul de Portugal em Colombo, Preenie Pine, disse este domingo à agência Lusa que existe um português entre as vítimas mortais das explosões que ocorreram em três igrejas e três hotéis no Sri Lanka.
Seis explosões registadas este domingo na capital do país mataram pelo menos 156 pessoas e feriram outras 400, de acordo com o mais recente balanço avançado pela Agência France Press. Entre as vítimas mortais há 35 estrangeiros.
A polícia refere pelo menos 52 mortos só numa das igrejas atingidas. De acordo com os relatos citados pelas agências internacionais, as explosões atingiram três igrejas e três hotéis, na cidade de Colombo, capital do país.
O ministro das Reformas Económicas já visitou alguns dos locais atingidos e através, da rede social twitter, pediu calma e apelou à população para ficar em casa. O governante relata que muitas vitimas foram levadas para o hospital, incluindo estrangeiros, manifestando esperança que se consigam salvar muitas vidas.
Foi, entretanto, convocada reunião de emergência do conselho de segurança do país.
Lusa
Foto: M.A. Pushpa Kumara/EPA

Opinião | O Escravo da consciência

Joaquim Carlos *

O escravo da consciência! Este titulo lê-se como o de um romance de detectives, pensarás.
Mas enganas-te. Se se pode dizer de um jovem que é senhor da sua vontade e escravo da sua consciência, é a maior honra que se lhe pode fazer. Se fores capaz de permanecer invencível e continuamente fiel a tudo o que a consciência te ordena, és um rapaz de carácter nobre.
Em todos os veículos há um pequeno prego que mal se vê, mas que tem a maior importância: é o do eixo. Se cair, o carro pode continuar a andar ainda durante algum tempo. Mas a roda não tardará a cair e o veículo voltar-se-á.
No caminho do carácter encontrarás também um pequeno princípio, na aparência superficial, mas, de facto, muito importante: a adesão sem reserva à voz da consciência. É indispensável que te tornes servidor submisso, seu dócil cordeiro.
Tem dois inimigos, esta voz da consciência. Primeiro: o mundo que te rodeia e a contradiz quase sempre; segundo: dentro de ti, as tuas desordenadas inclinações, os teus instintos que despertam e que procuram levar-te a não lhe dares ouvidos.
Acontece-te, algumas vezes teres momentos de entusiasmo em que pareces andar pelas regiões etéreas, muito acima dos nevoeiros terrestres; tomas então a resolução firme de seguir sempre a voz da consciência, de jamais abandonar o caminho da honra, de nunca pensar, dizer ou fazer uma coisa que seja considerado pecado, dentro de uma perspectiva teológica. Nestes momentos sentes-te tão leve, tão feliz! Mas, uma hora mais tarde, já te apercebes de que tal ou tal colega, e ainda este e aquele, não observam os mandamentos de Deus que tal livro, tal peça de teatro, tal filme, não fazem senão meter a ridículo os teus nobres princípios, do primeiro ao último. É a provação, talvez a maior das provações; porque, se toda a gente fosse má, como poderias tu permanecer bom? Se todos os teus colegas fossem sem carácter, como poderias tu sozinho permanecer fiel ao teu nobre ideal?…
Eu te digo, quando toda a gente viesse a mentir, seria então necessário que nunca mentisses; quando todos os colegas fossem para o campo passear ao domingo, durante a missa, seria então necessário que tu os não imitasses; quando todos fossem grosseiros na linguagem, seria necessário que tu ficasses calado.
E encontrarás ainda outras provas, porque os inimigos da consciência não são somente externos; há-os internos no teu próprio coração.
É costume chamar-se à consciência a voz de Deus. E não haverá razão para isso? Quem nunca ouviu esta voz, no seu foro íntimo?
Sempre que um rapazinho queria intrometer-se com um colega, uma voz, suave como o som de uma pequena campainha de prata começava a retinir dentro dele. «Não o faças, não o faças». Quando queria o que lhe não pertencia, a mesma voz se ouvia ainda. E quando estava tentado a cometer um pecado muito maior, deixava de ser a voz suave da campainha, para se assemelhar ao som de um grande sino que dá pancadas desesperadas: «Não o faças! Não o faças!» dizia a consciência agitada.
Recomendo-te, ainda uma vez mais e bem alto, que te habitues, desde hoje e sem reserva, a escutar a voz da consciência. É a tua juventude que decidirá se, mais tarde, serás ou não homem consciencioso. E tu bem sabes que, para a sociedade, o homem consciencioso é como que o pilar sobre o qual repousa o edifício inteiro, apesar dos valores cívicos e educacionais estarem cada vez mais em decadência.
Quem diz escravo da sua consciência , diz escravo de Deus; e quem diz escravo de Deus, quer dizer completamente livre.
Não conheço louvor comparável ao que se fez, um dia, de um deputado inglês, falecido ainda novo: «Todo o seu ser parece estar impregnado dos dez mandamentos de Deus».
Nada receies do mundo, salvo a tua consciência! Aquele que, com receio de ser ridicularizado, omite as coisas que a consciência lhe ordena, é um carácter muito fraco.
Aquele que, antes de cada uma de suas acções, se pergunta medrosamente o que, a tal respeito, dirão os outros, não tem vontade, e o seu carácter está longe de ser firme. Quem age segundo os seus instintos, sem ouvir a voz do bom-senso, quem coloca os desejos agradáveis antes dos estritos deveres, igualmente não é um carácter firme.
Os antigos reis da Pérsia mandavam pôr no seu travesseiro 50 mil talentos de oiro, uma soma enorme, a fim de assegurar-se um bom repouso. O imperador Calígula, além da sua guarda pessoal, tinha animais selvagens às portas do palácio para não deixar chegar ninguém junto dele, enquanto dormia. Artemon punha um escudo por cima da cabeça, para impedir que o tecto o esmagasse, se, por acaso, caísse durante a noite. Mas o que é tudo isto!…
O melhor dos travesseiros é uma consciência tranquila. Sê senhor da tua vontade, escravo da tua consciência!
Pedro de Verona sofreu o martírio pela sua fé. Foi rasgado com estiletes. Depois dos primeiros golpes, exclamou com firmeza: «Credo!», «Eu creio!». E, quando caiu por terra, já sem poder falar, molhou o dedo no próprio sangue e escreveu no solo esta mesma palavra: «Credo». Era um carácter, um escravo da sua consciência.
É doloroso assistir, actualmente, na civilização das massas, à angústia que sofrem as pessoas com a destruição de seus autênticos valores.
Toda a pessoa possui, por uma tendência natural, a noção do valor. Essa noção, porém, é, muitas vezes, deturpada por ser uma consequência da vida que leva cada indivíduo.

*Director