quinta-feira, 2 de novembro de 2017

Inês Castel-Branco e Athayde comentam polémica de violência no Urban

“Isto tem de parar”, afirmou Inês Castel-Branco.

Inês Castel-Branco e Athayde comentam polémica de violência no Urban
A discoteca Urban Beach voltou a estar no centro das atenções, após um vídeo polémico onde se vê os seguranças do estabelecimento a agredir com violência dois jovens à porta do espaço de diversão noturna.

Um assunto que está a ser muito falado e que não deixou Inês Castel-Branco ficar indiferente.

“Não vou ver o vídeo porque não quero ficar com nenhuma imagem horrível para sempre na minha cabeça, mas já ouço há tanto tempo descrições de violência no Urban e não percebo como é que alguém continua a lá ir. Aqueles jovens podiam ser os nossos filhos, irmãos, primos, amigos, etc. Isto tem de parar”, disse a atriz na sua página do Facebook.

Por sua vez, Jessica Athayde também não ficou calada: “Isto é o Urban em Lisboa. Acham isto aceitável? Lembrem-se que cada vez que frequentarem este sítio estão a contribuir para que tipo de situações continuem”.


Recorde-se que não é a primeira vez que a discoteca se envolve em casos de agressão. Já em fevereiro do ano passado duas jovens disseram que foram agredidas por um segurança do mesmo estabelecimento.

Fonte: Notciasiaominuto

Núcleo Karate Mira participou em estágio na cidade de Pombal

O Núcleo Karate Mira, marcou presença no Estágio em Pombal, dirigido pelo Director Técnico Nacional, Sensei Joaquim Gonçalves, "da formação à especialização" com referência às últimas tendências da WKF (WORLD KARATE FEDERATION).
Uma vez mais um excelente momento de aprendizagem, junto do melhor que temos em Portugal, proporcionado pelo NDAP e pelo Sensei Rui Diz. Momentos de aprendizagem de reencontros, partilha de conhecimento e experiências, contribuem para a formação das classes mais jovens e treinadores, bem como para a união de todos “caminhando juntos numa mesma direção”, como o próprio nome do estagio o refere “da formação à especialização.
Como treinador entendendo e sinto as dificuldades atuais, não só em fazer formações, mas mais ainda em desenvolver trabalho e ensinar o aprendido e retido nas mesmas, é com alguma tristeza que me sinto limitado, sem qualquer apoios para sustentar o que caminho que tenho traçado para o NKM. Mesmo após uma excelente 1ª época e tudo o que foi alcançado na mesma, tendo mesmo organizado em Mira um Estágio Internacional, pouco ou nenhum impacto teve no que diz respeito a uma qualquer resposta positiva para apoiar a modalidade.
Como sou persistente, vou continuar, tendo como objectivo ser o melhor treinador possível para os meus praticantes, e procurar soluções para os problemas com que me deparo hoje, os mesmos de a 15 anos atrás, sendo o principal a falta de um espaço com um mínimo de condições onde se possa potencial o crescimento técnico, táctico, fisico, psico-social dos praticantes, colocando-os, cada um, ao seu melhor nível.

APELO na primeira pessoa: Ajudem-me por favor! ... Dia 4 de Novembro das 9 horas às 13 horas no Posto Fixo da ADASCA em Aveiro

Adenda: O João Pedro e menina Leonor apelam à nossa solidariedade. Como a ADASCA sabe valorizar estas situações, amanhã promove uma sessão de colheitas de sangue num gesto de singela homenagem a todos os doentes e dadores de sangue que já partiram.
Não fiquem indiferentes!
___________
Ajudem-me por favor!
Sou o João Pedro, um rapaz de 21 anos. Aos 17 anos em maio foi-me diagnosticado um linfoma. Neste mesmo ano e com esta idade dei entrada no Hospital Pediátrico de Coimbra, desde aí tenho andado a fazer tratamentos (Quimioterapia) e levar transfusões de sangue e plaquetas.
Com 19 anos fiz um auto transplante, pensando que fosse ficar bom e que tudo iria voltar ao normal como antes. No entanto, há pouco tempo foi diagnosticado novamente o mesmo problema. Voltando a fazer tratamentos (Quimioterapia) e a levar transfusões de sangue e plaquetas. No entanto, estes tratamentos já não são suficientes para o meu problema e preciso urgentemente de fazer um transplante.
Deste modo venho apelar aos vossos corações e bom senso que me ajudem indo fazer o teste de compatibilidade, visto que preciso de um transplante de medula. 
As pessoas podem dirigir-se:
Ao Hospital dos Covões em Coimbra na unidade de Hematologia.
As pessoas do distrito de Aveiro que me quiserem ajudar peço encarecidamente que me contactem porque em Aveiro terá que se arranjar um grupo de 10 ou mais pessoas para se realizar a colheita no Mercado Santiago, e esta ser transmitida a Coimbra.
Importante:
Idades compreendidas entre 18 e 45 anos;
Não pode ser portador de doenças crónicas;
O meu grupo sanguíneo é Rh0+; no entanto qualquer pessoa de outro grupo sanguíneo pode fazer o teste de compatibilidade.
Muito Obrigado!
Partilhem e divulguem por favor!

Os interessados também poder efectuar a sua dádiva de sangue e registo para medula óssea no Posto Fixo da ADASCA, no local acima indicado, em todas as datas de colheitas de sangue.
Porém, não deixem de consultar o site www.adasca.pt

Contacto: 234 095 331 C/encaminhamento de chamadas sem valor acrescentado.


Todas as formas de divulgação 

possíveis são bem-vindas!

Duas novas médicas no Centro de Saúde de Ponte de Sor


A Unidade Local de Saúde do Norte Alentejano tem, a partir de hoje, duas novas médicas de Medicina Geral e Familiar, ao serviço no Centro de Saúde de Ponte de Sor.

A Dra. Margarida Nunes e a Dra. Diana Ferreira assinaram contrato por tempo indeterminado e foram concorrentes ao Aviso de 7 de Setembro, 10362-A/2017, para preenchimento de 3 vagas na área de Medicina Geral e Familiar para os Centros de Saúde de Ponte de Sor e de Montargil.

ULSNA

Mota-Engil contesta vitória do Grupo Barraqueiro

Resultado de imagem para Mota-Engil contesta vitória do Grupo BarraqueiroO consórcio liderado pela Mota-Engil contestou a decisão do júri que atribuiu ao Grupo Barraqueiro a vitória no concurso público para a subconcessão do Metro do Porto. Ao que a Transportes em Revista conseguiu apurar, o consórcio formado pela Mota-Engil e MGC Transportes entregou uma reclamação à Metro do Porto dias após ter sido publicado o relatório final do júri que confirmou a adjudicação da subconcessão ao grupo liderado por Humberto Pedrosa.
Recorde-se que, de acordo com o relatório publicado pela Metro do Porto, a diferença entre as duas propostas foi de “apenas” 300 mil euros, sendo que o único critério de adjudicação era o “preço mais baixo”.
A Transportes em Revista contactou o CEO da Mota-Engil, Gonçalo Moura Martins, para saber os motivos desta reclamação, mas até ao momento não foi possível obter resposta.
O preço da proposta do grupo liderado por Humberto Pedrosa foi de 204,3 milhões de euros, valor substancialmente inferior (7,5%) ao preço de referência fixado para o concurso, que era de 221 milhões de euros.
Em segundo lugar ficou o consórcio Mota-Engil/MGC Transportes, com uma proposta no valor de 204,6 milhões de euros; em terceiro a Avanza (através da Corporacion Española de Transportes) com 206,3 milhões de euros; e em quarto a Transdev com um valor de 212,1 milhões de euros.
A DST, SA e a Neopul, SA, embora tenham formalmente concorrido, apresentaram declarações de não apresentação de proposta, revelou na altura a Metro do Porto.
Entretanto, sobre este assunto, a Metro do Porto referiu apenas à Transportes em Revista que o presidente do Conselho de Administração, Jorge Delgado, já recebeu o relatório final do júri do concurso “tendo-o remetido para as tutelas sectorial e financeira, para aprovação, de acordo com o estipulado na legislação que regula as parcerias público-privadas”.

Caso a reclamação da Mota-Engil seja indeferida, está previsto que até final do ano possa ser celebrado o contrato de subconcessão entre a Metro do Porto e a Barraqueiro SGPS, que será depois submetido ao Tribunal de Contas para obtenção de visto prévio. A nova subconcessão terá arranque efetivo no dia 1 de abril de 2018.
Transportes em Revista

Hora de Fecho: Em direto/ "O diabo não está cá e PSD não esconde frustração"

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Hora de fecho

As principais notícias do dia
Boa tarde!
Hoje e amanhã o Orçamento do Estado para 2018 vai estar a ser debatido pela primeira vez no plenário da Assembleia da República. No final de quase 12 horas de debate será aprovado pela esquerda.
Na abertura do debate sobre o Orçamento, António Costa reclamou vitórias e fez promessas. Para isso recorreu a números: certos, esticados, incorretos... até em alguns que o poderiam beneficiar.
Dois jovens foram agredidos de forma muito violenta por seguranças da discoteca Urban. O incidente aconteceu na madrugada de quarta-feira e está a ser investigado pela polícia.
Há muitos relatos de violência na discoteca Urban Beach. O TripAdvisor e o Google Review estão repletos deles. Um britânico denunciou um caso num texto com o título "Cães raivosos em Lisboa".
A viatura dos dois homens que agrediram violentamente uma pessoa em Coimbra já foi apreendida pela PSP. E o jovem de 24 anos já recebeu alta hospitalar.
A juíza da Audiencia Nacional aplicou a medida cautelar mais pesada para os oito ex-conselheiros do governo catalão: prisão preventiva. Puigdemont pode ser alvo de mandado de captura internacional.
Revista Forbes divulgou a lista das grandes empresas mundiais onde é melhor trabalhar. Ranking resulta de inquéritos aos colaboradores. Há duas portuguesas entre os 500 melhores empregadores.
Em reação ao acordo entre PS e Bloco, João Ferreira explica que o PCP ficou de fora do acordo de governação para Lisboa porque tal seria transformar o partido em "mero executor" da política de Medina.
Adam Harteau, a mulher Emily e os dois filhos pequenos estavam desaparecidos desde domingo. Foram encontrados na selva e apresentam apenas alguns arranhões e picadas de insectos
Há mais três atores a acusar Spacey. Um dos casos deu-se em 2013, quando era diretor de um teatro. "Parece que só era preciso ser um homem menor de 30 anos para ele se sentir livre para nos tocar."
Fan Ho tinha 12 anos quando deixou Xangai e se mudou para Hong Kong. Passou os anos 50 a fotografar esta região da China. As imagens nunca tinham sido reveladas. Agora, foram publicadas em livro. 
Opinião

Rui Ramos
A oligarquia fala cada vez mais de um “novo ciclo”. Todos pensaram que tivesse a ver com a saída de Passos Coelho. E se também tiver a ver com uma eventual dispensa de António Costa? 

Tiago de Oliveira Cavaco
Os protestantes são olhados com desconfiança em Portugal porque, onde as pessoas associam fé a sossego, os protestantes surgem como exoticamente extrovertidos: cantam, falam, pregam, dançam...

Alexandre Homem Cristo
A Catalunha é o campo de batalha onde prossegue a guerra destes tempos – a do ataque ao liberalismo. São os valores republicanos que precisam de defesa. Contra Puigdemont, como contra Trump e Le Pen.

João Marques de Almeida
O afastamento entre Belém e São Bento deixam o PM muito mais exposto aos seus parceiros da geringonça. A partir de agora, vai ser mais difícil geringonçar. E também aqui a palavra chave é confiança.

Helena Matos
Espantoso país este que tem como primeiro-ministro um derrotado nas legislativas e o homem que ganhou essas legislativas se demite de líder partidário porque perdeu as autárquicas.
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CIM Região de Coimbra tem nova Direção

Conselho Intermunicipal da CIM Região de Coimbra elegeu nova direção
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O Conselho Intermunicipal da Comunidade Intermunicipal da CIM Região de Coimbra elegeu, hoje, dia 2 de Novembro de 2017, por unanimidade a nova direção para o mandato 2017-2021.
João Ataíde, presidente da Câmara Municipal da Figueira da Foz, mantém a presidência do Conselho Intermunicipal, tendo como vice-presidente José Carlos Alexandrino, presidente da Câmara Municipal de Oliveira do Hospital, que dá, assim, continuidade às funções de vice-presidente, e José Brito Dias, presidente da Câmara Municipal da Pampilhosa da Serra, que se estreia na vice-presidência, sucedendo a Ricardo Pereira Alves, que atingiu o limite de mandatos no cargo de presidente da Câmara Municipal de Arganil.
Na reunião do CI realizada na sede da CIM RC, em Coimbra, e cujos trabalhos foram dirigidos por Manuel Machado, presidente da Câmara Municipal Coimbra (Município com o maior número de eleitores), os representantes dos 19 Municípios aprovaram por unanimidade o candidato Jorge Brito para o cargo de Primeiro Secretário do Secretariado Executivo Intermunicipal. A proposta da continuidade do atual titular do cargo será, agora, enviada ao presidente da Assembleia Intermunicipal que a levará a apreciação e posterior votação na próxima reunião deste órgão.
O presidente da Câmara Municipal de Arganil, Luís Paulo Costa, e da Câmara Municipal de Cantanhede, Helena Teodósio, são os novos elementos do Conselho Intermunicipal da CIM Região de Coimbra para o mandato 2017-2021.
A aplicação do Pacto para o Desenvolvimento e Coesão Territorial da Região de Coimbra, e a Estratégia Integrada de Desenvolvimento Territorial da Região de Coimbra 2014-2020 estão entre as prioridades da nova direção do Conselho Intermunicipal que está atenta às consequências dos incêndios de 15 e 16 Outubro nos territórios de baixa densidade, manifestando-se determinada no reforço do combate ao fenómeno da desertificação.
A CIM Região de Coimbra, constituída ao abrigo da lei nº 75/2013, de 12 de Setembro, é a maior Comunidade Intermunicipal do nosso país e integra os municípios de Arganil, Cantanhede, Coimbra, Condeixa-a-Nova, Figueira da Foz, Góis, Lousã, Mealhada, Mira, Miranda do Corvo, Montemor-o-Velho, Mortágua, Oliveira do Hospital, Pampilhosa da Serra, Penacova, Penela, Soure, Tábua e Vila Nova de Poiares.

Associação de Idosos Mirense: Convocatória para Assembleia Geral

Eu, Psicóloga | Transtorno alimentar faz pessoas tentarem perder peso que não têm



Daiana tinha 14 anos quando tomou a primeira anfetamina para emagrecer e, aos 30, havia feito três lipoaspirações. Ana Carolina queria perder peso e passou a comer cada vez menos, a ponto de, aos 15, ser hospitalizada para não morrer. Lucas subia na balança várias vezes ao dia, mas em um sábado em que cedeu à tentação comeu tanto e tão rápido que forçou o vômito.

Os três viveram toda a adolescência e boa parte da vida adulta com culpa, vergonha e insatisfação permanente com o corpo. Eles só se deram conta de que a obsessão com a alimentação e a forma física eram sintomas de uma doença ao receberem o diagnóstico de transtorno alimentar.

O problema, mais conhecido nas formas de anorexia e bulimia nervosa, atinge principalmente o sexo feminino e começa, em geral, na adolescência. Mas especialistas veem com preocupação o surgimento de casos em outros momentos da vida e o crescente número de garotos afetados.

Para a jornalista Daiana Garbin, 35, o susto –e o alívio– que sentiu ao saber que tinha uma doença foram tão grandes que ela deixou a carreira na TV para se dedicar a pesquisas sobre corpo, autoimagem, saúde e alimentação, e criar um site e um canal no YouTube, o Eu Vejo.

Um ano e meio depois, ela discute esses temas em um misto de depoimento e grande reportagem no recém-lançado livro "Fazendo as Pazes com o Corpo" (Sextante, R$ 34,90, 168 págs.).

"Sabia que não estava sozinha, que as mulheres, em geral, estão vivendo um sofrimento grande com a comida e o corpo por causa do padrão de beleza irreal imposto pela sociedade como um todo, da família até as redes sociais", explica.
De 0,5% a 1% das mulheres sofrem de anorexia, e de 1% a 2%, de bulimia, diz o psiquiatra Táki Cordás, coordenador do Ambulim (Programa de Transtornos Alimentares do Hospital das Clínicas-USP). A compulsão alimentar, outra manifestação do transtorno, atinge cerca de 3% da população.

E os números podem estar subestimados. "Se considerássemos quadros parciais, que não preenchem todos os critérios diagnósticos, o número seria maior", diz Cordás.

Entre as causas do transtorno está a predisposição genética, além de fatores psíquicos, hormonais e ambientais, como hábitos alimentares e a pressão social.

"Mais de 90% dos casos de transtornos alimentares se iniciam com uma dieta. Mas é uma equação muito individual, há vários possíveis fatores determinantes", avalia a psicanalista Patrícia Jacobsohn, da Ceppan (Clínica de Estudos e Pesquisas em Psicanálise da Anorexia e Bulimia).

Não é por acaso, diz a especialista, que a maioria dos sinais aparece por volta dos 12 anos de idade, uma fase em que o pensamento crítico ainda não está formado. Parte importante da prevenção, afirma, é desenvolver nos jovens a ideia de que a imagem corporal é apenas uma parte do que eles são.

ALERTA

A situação de Lucas e Ana Carolina poderia ter sido pior não fosse o alerta de pessoas que já conheciam o transtorno. Ela, que até os 12 anos nunca havia tido problemas com o corpo nem com a alimentação, passou a ir mais de dez vezes ao dia à farmácia para se pesar e parou de comer na presença das pessoas.

"Como minha prima também teve, meus pais souberam que havia algo errado e procuraram um especialista. Estava com 40 kg e piorei até chegar a 30. Com 15 anos, fui internada duas vezes, porque meu coração estava quase parando de bater", conta a engenheira de 32 anos. Ela foi a única sobrevivente do grupo de meninas com as quais esteve internada.

Lucas, 32, que aos seis tinha vergonha de tirar a camisa porque achava que era gordo, só aceitou procurar o médico muitos anos depois devido à insistência da chefe. "Eu trabalhava em um dos prédios mais altos de Campinas, e descia de escada oito vezes por dia para emagrecer. Fiquei mal, depressivo, e ela me falava para ir ao psiquiatra. Na minha cabeça, isso só dava em mulher", lembra ele.

Ele ainda está em tratamento e, assim como os demais entrevistados, afirma que os dias são de altos e baixos. "Tem dia que a autoestima está boa e eu vejo que estou melhorando. Muita gente fala que não sou gordo, mas eu me vejo maior do que realmente sou."

Mas cada caso é um caso. Daiana nunca ficou muitos dias sem comer nem perdeu peso demais. Também não vomitava. Mas enxergava seu corpo de modo diferente do que os outros o viam, sempre maior e mais gordo. "Eu perseguia uma magreza impossível e achava que não ia ser amada porque não tinha o corpo adequado. É um problema de autoestima."

Para ela, é errado transmitir a mensagem que "a magreza é um passaporte para a felicidade". "As pessoas adoecem de tanto terrorismo nutricional que estamos semeando desde a infância." Uma vez diagnosticado o problema, é possível controlar os sintomas, dizem os especialistas.


Eu, Psicóloga | O que você define como o bem-viver? Será que existe um ideal?


Para explanar melhor sobre o "bem-viver", quero compartilhar um trecho com vocês retirado de um livro sobre Psicologia Positiva, que estuda forças e virtudes humanas que fomentam a felicidade e bem estar.

No trecho que trago, conta a história do “O Sábio do Golfo”, a intenção é despertar uma simples reflexão, sobre o que é uma vida boa, completa e feliz.

Um norte Americano ao encostar num píer avista um barco com um único pescador e observa que nele há muitos quilos de camarões, o americano elogia o pescador mexicano e pergunta sobre a malha de pesca, o pescador diz que a foi tecida pelo seu pai e todos os dias ele trabalhava nela para que ficasse firme.

O norte americano questiona quanto tempo demora em realizar a pesca. O pescador responde: “Só um pouquinho Señor” O Norte americano diz: “E no resto do tempo o que pratica?” O mexicano responde: “Eu durmo até mais tarde, rezo, vou pescar camarão, brinco com os meus filhos, tiro uma “siesta” com a minha mulher, Maria, examino e conserto a rede, faço uma caminhada pela cidade todas as noites, onde tomo uns goles de vinho e toco violão com os amigos. Aos domingos, vou á missa e passo o resto do dia com minha família, tenho uma vida totalmente "anti-ocupada", señor. Eu sou muito feliz!”

Com isso o norte americano ironizou e disse: “Eu tenho MBA em Havard e poderia ajudá-lo a ter mais sucesso. Você deveria usar uma rede com malha mais fina e passar mais tempo pescando, e com os lucros, comprar um barco maior, uma rede mais longa, com a qual você poderia cobrir muitos quilômetros. Com os lucros do barco maior, você poderia comprar mais barcos. Com o tempo, você teria uma frota. Em lugar de vender o produto de sua pesca a um intermediário, você poderia vender direto para a fábrica e depois abrir sua própria. Você poderia controlar o produto, o processamento e a distribuição, teria que mudar desta vila pequena de pescadores para a Cidade, depois poderia ir para Houston ou Las Angeles e de lá você dirigiria sua empresa em expansão.” 

O Mexicano ficou surpreso com o plano complicado do Norte Americano e fez uma pergunta: Mas señor quanto tempo eu levaria para fazer isso? O norte Americano falou com simplicidade: Entre 15 e 20 anos. Mexicano: Mas e depois Señor? O norte americano riu e disse: Ah mas essa é a melhor parte: quando chegar a hora, você poderá vender ações da empresa ao público e ficar rico. Você ganharia milhões! Mexicano: Milhões Señor? Mas, e depois? Norte americano: “Aí você se aposentaria, mudaria para uma pequena vila de pescadores, onde dormiria até mais tarde, rezaria, pescaria um pouco, brincaria com seus netos, faria uma sesta com sua mulher, faria caminhadas pela vila a noitinha, onde poderia tomar vinho com os amigos e ficar com sua família”.

Eu não sei você, mas eu acho esse texto fantástico e em minha opinião dispensa até comentários e gera uma boa reflexão.

Pois entendo que ás vezes buscamos tantas coisas para ser feliz e as vezes ela já é completa, aporem nossa ânsia de buscar sempre mais e mais nos tira a condição de viver as coisas mais simples e de fato felizes da vida, onde nos colocamos num caminho de utopia com nossos planos mirabolantes e que muitas vezes fica impossível de atingirmos uma perfeição do bem viver.

Portanto, não sejamos hipócritas, melhorar nossa vida, faz parte dela, porém convido você a repensar como queremos bem-viver...

Onde nossas ambições podem nos levar? E será que ela realmente tornará nossa vida boa, será que teremos tempo para apreciar as coisas como estar com os entes queridos, caminhar, estar com os amigos?

Como anda sua vida hoje?

Será que bem viver tem sido uma utopia ou você tem conseguido trazer a sua realidade?!


Psicóloga Suzidalia Alves dos S. Brito
CRP: 06/126904
Contato: 11 96548-3610

Fonte de pesquisa: SYNYDER, C.R ; LOPEZ, L. J; Psicologia Positiva: Uma abordagem cientifica e prática das qualidades Humanas. Porto Alegre; Artmed, 2009.

Sessão sobre Desporto Adaptado na Casa Municipal da Juventude

A Câmara Municipal de Albergaria-a-Velha organiza no próximo sábado, 4 de novembro, pelas 15h00, a sessão “Desporto Adaptado: uma realidade especial”. A iniciativa tem lugar na Casa Municipal da Juventude e é de participação gratuita.

 Catarina Mendes, Vereadora da Ação Social, salienta que o objetivo da sessão é sensibilizar a comunidade, em especial as pessoas portadoras de deficiência, para a prática desportiva e realçar a necessidade de integrar estes munícipes numa modalidade onde possam demonstrar as suas capacidades

A ação vai contar com a participação de Alberto Costa, Vice-Presidente da Associação Nacional de Desporto para Desenvolvimento Intelectual, Carlota Cunha, Técnica da Federação Portuguesa de Desporto para Pessoas com Deficiência, bem como de um representante da Paralisia Cerebral Associação Nacional de Desporto.

  A Câmara Municipal está a elaborar um diagnóstico social das pessoas com deficiência e incapacidade no Concelho, com a colaboração de diversas entidades e IPSS. Até ao momento, já foram identificadas 323 pessoas com necessidades especiais, sendo que a maioria apresenta deficiências de origem mental e motora.

Tendo em conta a realidade Albergariense, o Município pretende implementar, em 2018, diversas modalidades adequadas ao perfil dos munícipes com deficiência e incapacidade, aproveitando os recursos humanos e equipamentos municipais disponíveis. Para tal, estão a ser desenvolvidas parcerias com entidades locais e com a Federação Portuguesa de Desporto para Pessoas com Deficiência de forma a promover a prática desportiva inclusiva.

  A Câmara Municipal criou, em 2014, o Incluir+, um programa que visa promover a inclusão social da população com deficiência e que contempla, entre outras iniciativas, sessões regulares de atividade física com os utentes da APPACDM. Com a implementação do projeto de Desporto Adaptado, será possível alargar a prática desportiva a mais pessoas, com diferentes incapacidades.

O Desporto Adaptado surgiu no início do século XX, com as primeiras atividades a serem dirigidas para os portadores de deficiências auditivas e visuais. Depois da II Guerra Mundial, com o regresso de soldados com diferentes mutilações, houve um forte impulso, com a criação de novas modalidades. Desde 1960 são realizados os Jogos Paralímpicos e, atualmente, há mais de duas dezenas de opções para pessoas com deficiência, desde o atletismo, o basquetebol e o ciclismo, ao remo, vela e natação.

Reabilitação do Mercado Municipal: Portas abertas no sábado, dia 4, assinala o fim da obra

Antes da entrada em funcionamento, a Câmara Municipal de Estarreja vai abrir as portas do novo Mercado Municipal aos estarrejenses no sábado, dia 4 de novembro de 2017. Este é um investimento de 1,9 milhões € na revitalização da economia local e num centro privilegiado do comércio tradicional.

Com uma história de mais de 200 anos, o Mercado Municipal de Estarreja prepara-se para viver um novo capítulo, após ter sofrido uma profunda intervenção de reabilitação urbana, que incluiu a beneficiação da Avenida 25 de Abril, a remodelação integral do mercado coberto, dedicado ao comércio de frescos tradicional, e do espaço feira, dedicado ao mercado descoberto,

Projetado em 1960 pelo arquiteto António Linhares Oliveira, o edifício há muito que aguardava uma intervenção, que esta zona nobre da cidade, entre a Praça Francisco Barbosa e o Parque Municipal do Antuã, também suplicava.


Nova praça e com restauração

Uma das transformações mais importantes surgiu com a demolição do corpo a sul do mercado coberto, abrindo-o à cidade, ao parque e ao usufruto público. Nessa plataforma superior foi criada a praça da alimentação, com restaurante, churrascaria e esplanada, para além dos espaços de venda, naquele que será um novo centro de encontro e lazer.

No dia 4 de novembro, utentes e comerciantes do Mercado e Feira terão oportunidade para visitar o novo espaço, antes da sua entrada em funcionamento. As novas instalações terão as suas portas abertas nesse sábado, entre as 9h30 e as 15h.


CÂMARA MUNICIPAL DE ESTARREJA

Praça Francisco Barbosa - 3864-001 Estarreja
Tel. (+351) 234 840 612 (Ext. 404) 

Maria João e João Farinha trazem Jazz intimista ao Cineteatro Alba

A conceituada cantora de Jazz Maria João junta-se ao músico João Farinha para um espetáculo intimista de piano e voz amanhã, sexta-feira, no Cineteatro Alba. O concerto tem início às 21h30 e os bilhetes estão à venda com preços a partir dos seis euros.

 "Eu e a Maria João não somos estranhos um ao outro: cedo reparámos que temos uma certa empatia musical, que não é nada fácil de encontrar entre músicos”, explica João Farinha. Com base nessa empatia criaram o projeto “Ogre”, que junta o Jazz a sonoridades eletrónicas, tanto na vertente semiacústica, como em toda a pureza eletrónica. “Temos criado música à nossa maneira, sem compromissos e descontraidamente ignorando tendências; a única coisa importante é que o nosso amor por criar, explorar e fazer música se mantenha sempre fresco e excitante”, acrescenta.

Maria João e João Farinha têm trabalhado em parceria com outras companhias e artistas. Destacam-se os concertos com a Companhia Nacional de Bailado num tributo especial ao Ballet Gulbenkian e, atualmente, participam no projeto “Unofficial Language”, com o bailarino moçambicano Panaíbra Canda, que teve estreia mundial no final de março deste ano.

 Os bilhetes normais para o concerto de Maria João e João Farinha têm o preço de oito euros, sendo de seis euros para os portadores Cartão Amigo, Cartão Sénior Municipal, Cartão Municipal de Voluntário e Jovens SUB 23. O Cineteatro Alba disponibiliza um serviço de babysitting gratuito.

Cremação: indício da atual descristianização

Nelson Ribeiro Fragelli
Finados
Georges D. era aposentado, gozava de boa pensão e possuía atraente cultura. Bom observador, sua acuidade penetrava a realidade dos acontecimentos, degustava-a, e, ao narrá-la, integrava seus interlocutores na cena descrita. Quem o ouvia tinha a impressão de ter participado no evento narrado.

Os amigos renunciavam ao teatro ou ao futebol para estar num domingo à tarde com ele. Francês de velha estirpe burguesa, Georges manejava com naturalidade e despretensão a arte da conversa. Nascido e criado na Lorena, próximo da fronteira alemã, começara ainda moço sua carreira de engenheiro de minas, durante a Segunda Guerra Mundial.
Sobreviveu aos dias de provação que se seguiram ao conflito mundial. As dificuldades lhe ensinaram a distinguir as situações e a conhecer as mentalidades. Este conhecimento era o sal de sua conversa. Embora casado havia mais de 50 anos, sua esposa Jeanne também não se cansava de ouvi-lo. Ele era de fato interessante.
Georges faleceu. Não houve enterro – fato que estranhou os amigos, embora ninguém dissesse nada. Houve cremação. Expedita, com orações ecumênicas gravadas em fita magnética e música New Agebanhando com gotas de inquietante mistério aquela despedida. Nenhum ritual piedoso, embora ele e a mulher fossem católicos. Nunca se soube qual dos dois optou pela cremação.
Jeanne depositou as cinzas do marido dentro de uma caixa em forma de livro e “arquivou-a” em sua estante, acima da televisão, na sala de visitas, entre seus volumes de arte culinária. Quem quisesse fazer uma oração ou levar uma flor à sepultura do amigo, relembrar as conversas com ele, as tardes de domingo passadas juntos, seus ditos, a subtilidade de suas observações, não podia.
Contudo, a velha amizade dos amigos reclamava por essa singela homenagem. Mas ela não era possível. As mesmas chamas que rápida e violentamente reduziram a cinzas seu corpo pareciam ter também consumido sua lembrança. Vinte centímetros acima da profanidade dos programas de televisão, das comédias ou das novelas obscenas jazia Georges com sua simpatia e sua verve borbulhante. Era impossível, ali, dizer sequer uma Ave-Maria por sua alma.
Renato Bialetti, falecido no início do ano passado, inventor de uma cafeteira de grande sucesso ¬– a Moka –, quis ser cremado e ter suas cinzas postas dentro de uma das unidades de sua invenção...
Renato Bialetti, falecido no início do ano passado, inventor de uma cafeteira de grande sucesso – a Moka –, quis ser cremado e ter suas cinzas postas dentro de uma das unidades de sua invenção…

Cremação, revolucionária transformação de costumes

Segundo artigo de A. Favole (“Corriere della Sera”, 28-2-17), Renato Bialetti, falecido no início do ano passado, inventor de uma cafeteira de grande sucesso ­– a Moka –, quis ser cremado e ter suas cinzas postas dentro de uma das unidades de sua invenção. Sua maquineta de coar café foi sua sepultura. Ela presidiu seus funerais. Gene Roddenberry, famoso produtor e cenarista da televisão norte-americana, quis que suas cinzas, bem como as de sua mulher, fossem lançadas no espaço extraterrestre. Há mesmo uma firma comercial que se encarrega desses funerais cósmicos.
François Michaud Nérard (Une révolution rituelle, Atelier, 2012), mostra a cremação como uma profunda transformação nos hábitos dos franceses. Em menos de 40 anos os ritos de réquiemimemoriais foram convulsionados. Até 1980 somente 1% dos franceses optava pela cremação. Hoje cerca de 50% dizem preferi-la. Nos países do Norte da Europa essa preferência pode chegar a 75%.
A cremação avança com a materialização dos costumes. Por ocasião de funerais, lentamente se sobrepõem à ideia de Deus outras concepções de estilo econômico [a cremação custa menos], ou utilitário [imensas áreas ocupadas por cemitérios podem servir melhor à comunidade de outra maneira], ou de ordem higiênica [não contaminar o subsolo], ou sentimentais. Testamentos dispõem que as cinzas sejam jogadas no mar, dispersas nas montanhas ou em campos de futebol. Favole afirma nesse mesmo artigo que agora se propugna também a dispersão das cinzas dentro de cemitérios, em lugares chamados “jardim da lembrança”. O que se vê, na realidade, é o avanço de ideias anticristãs sob pretextos vários.

Sacralidade da sepultura X costume pagão

Túmulo de cristãos na catacumba de Santa Priscilla, em Roma
Túmulo de cristãos na catacumba de Santa Priscilla, em Roma
Por que recusar a sepultura e a sacralidade da inumação, preferindo a brutal e imediata destruição do corpo? Enterrar os mortos sempre foi grave dever dos cristãos. Desde o início da Cristandade a Igreja adotou essa prática, não só em razão de seus ensinamentos, mas também pelo aspecto simbólico da inumação. Por essa razão, os corpos dos mortos sempre foram objeto de respeitosa atenção. Houve condenações de Papas em tempos idos aos procedimentos abjetos com os mortos para conservá-los ou transportá-los. Queimá-los era também considerado um procedimento indigno, próprios aos pagãos.
Noutra localidade da Lorena, também pequena e não longe da casa de Georges, vivia solitário Antoine M.. Viúvo, sem filhos, com os poucos parentes dispersos, ele costumava dizer ao pároco de sua cidade, Pe. Michel R., que no mundo só tinha um amigo verdadeiro: a bela árvore de seu quintal. Ele amava aquela árvore. Cuidava dela, regando-a e adubando-a. De fato, era um frondoso castanheiro.
No verão Antoine comia prazenteiro à sua sombra, e no inverno queimava na lareira alguns poucos ramos podados com cuidados cirúrgicos no início do outono. Olhando o fogo, encantava-se com a elegância incomparável das labaredas liberadas por seus galhos ao entrar em combustão, e respirava fundo o agradável odor do seu lenho abrasado. Tudo vinha de seu castanheiro.
Sentindo vacilantes suas forças, Antoine fez testamento. Sua última vontade determinava a cremação de seu corpo e a subsequente deposição das cinzas em torno da árvore tão amada. Seria sua última homenagem a este ser que tanto o consolara em vida. E de fato, poucos anos mais tarde, Antoine morreu. Tudo foi feito conforme seu testamento: cremação e cinzas depositadas ao pé da árvore.
Herdeiro da casa — e consequentemente da árvore — foi um sobrinho de Antoine, que nela veio morar. Veio de Marselha, onde residia ao falecer Antoine. Acostumado a temperaturas tépidas do Mediterrâneo, o sobrinho achou que na Lorena o sol se mostra bem menos. A árvore do finado tio tirava-lhe o pouco de calor solar de que dispunha. Mandou cortar a árvore. Uma impiedosa motosserra reduziu então o único amigo de Antoine a achas de lenha. E junto com a terra em volta do belo arvoredo e as cinzas dele, tudo foi levado à lixeira pública. Fingindo-se horrorizado e com sorriso matreiro, o Pe. Michel contava o fato a todos do lugar.

Os restos mortais aguardam o dia ressurreição

Missa de corpo presente nas catacumbas pela alma de Santa Cecília mártir
Missa de corpo presente nas catacumbas pela alma de Santa Cecília mártir
Do ponto de vista da Religião, São Paulo diz:“Rogo-vos, pois, irmãos, pela misericórdia de Deus, que ofereçais vossos corpos como uma hóstia viva, santa, agradável a Deus, como um culto razoável. E não vos conformeis com este século, mas reformai-vos com a renovação do vosso espírito, para que conheçais qual é a vontade de Deus boa, perfeita e agradável.” [Rom I, 1-2].
Como calcinar como rejeito indesejável esse corpo, ao qual se refere o Apóstolo, santificado pelo Batismo e pela recepção da Sagrada Eucaristia, vivificado por uma alma elevada à vida divina pela graça e templo do Espírito Santo?
No hábito da cremação não está presente a ideia do repouso de quem entregou sua alma a Deus — requiescat in pace (descanse em paz). Tudo se passa de modo expedito. O funeral perde seu sentido solene e os ritos de réquiem são despidos de grandeza. O ato se reveste da aparência de uma aniquilação absoluta no momento em que as chamas reduzem violentamente a cinzas feições por anos contempladas no lar com estima e amor.
Com o sepultamento a Igreja torna sensível, de modo simbólico, a crença no dogma da ressurreição dos corpos. Para a Igreja, o sepulcro é um dormitório no qual aguardam a ressurreição os restos mortais que ali repousam quais sementes depositadas no solo, das quais germinará, após o Juízo Final, a imortalidade. Numa terra consagrada, à sombra da cruz, o corpo do fiel aguarda a ressurreição tal como Jesus que, morto e sepultado, ressurgiu dos mortos. Esse corpo merece respeito em vista daquilo que ele foi e será por toda a eternidade.
O aspecto profano da incineração num forno crematório viola este respeito aos olhos de quem presencia tal procedimento. Dispôs a Igreja, ao dizer aos mortais “Memento homo, quia pulvis es et in pulverem reverteris”, que lenta e naturalmente o corpo deve retornar ao pó da terra no qual teve origem. Trata-se de numa transformação natural, segundo os ritmos orgânicos, e não de uma destruição artificial.
Mãe compassiva, a Igreja toma em consideração a estima existente entre entes queridos. O amor paterno ou o amor filial, todo afeto humano, se sublimam no momento da morte. Imaginá-los nas contorções da incineração repugna aos bons sentimentos. Entretanto a todos consola saber que, sob a terra abençoada, aquela figura aos poucos desaparecerá, segundo a ordem natural estabelecida por Deus: “… in pulverem reverteris” — em pó te hás de converter.

Costume cristão de inumar os corpos dos fiéis

Famílias visitam seus parentes e amigos no Dia de Finados
Famílias visitam seus parentes e amigos no Dia de Finados
A cremação também é um gesto simbólico. Seu procedimento visa obscurecer a presença do dogma da ressurreição da carne. Pelo contrário, a esperança da ressurreição está clara ao se encomendar a alma a Deus. Os primeiros propugnadores da incineração desejavam afastar a presença da Religião dos atos realizados em torno da morte.
Na França, foi a Revolução de 1789 a primeira a propugnar a cremação. Sua concepção anticristã lançou de modo organizado a campanha pela incineração. Nos anos que se seguiram à Revolução Francesa, durante o início do século XIX, doutrinas materialistas e ateias intensificaram a propaganda em prol da incineração. Assim, no início do século XX, sob diversos pretextos, os fornos crematórios começaram a se estabelecer na Europa.
A Igreja mostrava decidida oposição à cremação. Ao longo do ano de 1886, o Santo Ofício promulgou documentos refutando as falsas doutrinas dos propugnadores da queima de cadáveres. A refutação mostrava que “artifícios e sofismas enganadores contribuíam insensivelmente à diminuição da estima e do respeito do costume cristão de inumar os corpos dos fiéis, costume este de uso constante e consagrado pelos ritos solenes da Igreja”.
Era então negada aos fiéis que por sua própria vontade tinham optado pela cremação, não só sepultura eclesiástica, mas também a celebração de Missas públicas. Esses faltosos eram também declarados indignos dos últimos sacramentos. A Igreja assim agia por conveniências dogmáticas, a fim de salvaguardar o culto e os hábitos morais dos fiéis. (Dictionnaire Apologétique de la Foi Chrétienne, « Incinération », Beauchesne éditeurs, Paris 1911).
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         A ânsia de reformas por ocasião do Concílio Vaticano II levou o Santo Ofício a promulgar, em 5 de julho de 1963, a Instrução “Piam et Constantem”, abrindo-se a possibilidade de cremação. “A cremação não afeta a alma nem impede a Deus onipotente de restaurar o corpo, nem significa em si mesma uma negação objetiva dos dogmas mencionados. [...] Havendo motivos justos, baseados em razões sérias, particularmente de ordem pública, a Igreja não objetava nem objeta contra esta prática”. Não é fácil perceber como esta Instrução não contradiga as palavras de São Paulo acima citadas: “E não vos conformeis com este século…”

Orações especiais pelos falecidos

Missa de corpo presente nas catacumbas pela alma de Santa Cecília mártir
A Igreja estabeleceu 2 de novembro como o “Dia dos Mortos”. Nessa data, em quase toda a Cristandade os cemitérios se enchem de visitantes. Sobre túmulos dos antepassados fotos perpetuam suas fisionomias queridas ao lado de imagens de santos e anjos a velar sobre o morto.

Em oposição a este hábito imemorial, o respeito devotado aos mortos fica obnubilado pela ausência das cerimônias: pequenas urnas contendo restos incinerados são guardadas “estocadas” em prateleiras. Vendo-as sente-se, erroneamente, que tudo terminou nesta terra. A ideia da vida após a morte fica obscurecida. Fenece também assim o sentimento tão humano e natural de apreço pelos mortos.
No Dia de Finados, parentes e amigos levam flores e velas às sepulturas de seus entes queridos; Missas são celebradas e Rosários rezados pelas almas dos fiéis defuntos. Esta é a assistência poderosa e materna da Igreja em sufrágio das almas que gemem no Lugar da Purificação. A Igreja Militante pede a Deus junto aos sepulcros que as almas do Purgatório possam logo subir aos Céus, para integrar a Igreja Triunfante e assim contemplar a Deus face a face.
“Livrai, ó Senhor, as almas dos fiéis defuntos de todo vínculo da culpa”, canta a liturgia dos mortos. Reza-se também em louvor daqueles que já estão no Céu, pedindo sua intercessão pela santificação dos que ainda estão na dura contenda desta Terra. Já no século XI, Santo Odilon, abade de Cluny, prescreveu para seus monges a celebração de Missas pelos defuntos no dia 2 de novembro. Em Roma encontram-se antigas referências a esta comemoração no século XIV. (“Missa pelos Defuntos”, Das Römische Meßbuch, A. Schott O.S.B.).

Dia de Finados em Cracóvia

Missa de corpo presente nas catacumbas pela alma de Santa Cecília mártir
A comemoração de Finados em Cracóvia recebe da índole profundamente católica do povo polonês sua nota de dolente elevação. Intenso é o concurso da população aos cemitérios. Novembro, já em meados do outono europeu, antes do fim da tarde a noite baixa sobre a cidade junto com fina garoa. O campo santo ficaria imerso em inteira escuridão se não fossem os milhares de lâmpadas votivas, vermelhas em sua maioria, piedosamente trazidas aos mortos por familiares. Contritos, eles se movem como sombras entre túmulos e mausoléus portando esses lúmines incandescentes com o cuidado de ceroferários.

Nas sepulturas, feitas as preces em família, as pequenas tochas cintilam na noite como constelações de chamas em vigília de orações. São as orações dos vivos por aqueles que passaram à Eternidade. Gotas de garoa caindo sobre as lâmpadas evolam-se imediatamente, e num cicio, como pequenas nuvens de vapor, sobem ao alto fazendo imaginar as almas que partiram deste mundo.
Por vezes murmuram uns aos outros. Crianças indagam sobre os antepassados. De mãos postas imitam os pais em oração e emoção. No limiar da vida a inocência se compraz com o mistério do além. Estreitam-se quietas junto aos pais, parecendo assim estreitar-se à vida.
Somente a Igreja pode harmonizar docemente sentimentos tão opostos: o tempo e a eternidade; a morte como semente de vida eterna. Daquele cenário, tal como a garoa ao pousar sobre as lâmpadas ardentes, evaporam-se tristeza e compenetração cheias de esperança e resignação. Aquelas sombras movendo-se no Tempo procuram o invisível na Eternidade e desse encontro evola-se uma afirmação da Fé.
Tivesse Cracóvia generalizado a cremação, reduzindo seus cemitérios ao vazio dos “jardins da lembrança” — sem túmulos ornamentais nem jazigos ou monumentos funerários —, seus fiéis não mais teriam no Dia de Finados aqueles momentos de reflexão religiosa. A cremação, abolindo aos poucos sepulturas e cemitérios, deseja principalmente banir a Religião dos ritos mortuários e o sufrágio dos antepassados que “nos precederam com o sinal da Fé”.

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Fonte: Revista Catolicismo, Nº 799, Julho/2017.