quinta-feira, 13 de outubro de 2016

PRESIDENTE DO BANCO MAIS VALIOSO DO MUNDO REFORMA-SE APÓS ESCÂNDALO DAS CONTAS FALSAS



 

John Stumpf, CEO do banco Wells Fargo
John Stumpf, CEO do banco Wells Fargo
O presidente do banco Wells Fargo, John Stumpf, saiu do cargo, oficialmente por motivos de reforma, com efeitos imediatos, no seguimento do escândalo das contas falsas.
O anúncio foi feito esta quarta-feira pela instituição financeira baseada em San Francisco. Stumpf será substituído pelo vice-presidente Timothy Sloan.
A partida de Stumpf de um dos principais conglomerados financeiros dos EUA culmina uma crescente indignação pública, depois de o banco ter admitido, em setembro, que os seus empregados abriram milhões de contas bancárias e de cartões de crédito sem os clientes saberem, para cumprirem objetivos de vendas.
Em debates acalorados no Congresso, os congressistas já tinham reclamado a demissão de John Stumpf e denunciado a sua incapacidade de assegurar um comportamento responsável por parte dos gestores seniores.
Depois de vários pedidos de desculpa, a administração do Wells Fargo despediu mais de cinco milfuncionários por “mau comportamento”, apertando as normas internas.
No entanto, depois de confirmado o escândalo pelos reguladores americanos, o banco teve de pagar uma multa de 185 milhões de dólares (quase 170 milhões de euros).
A investigação concluiu que foram criadas, no total, 1,5 milhões de contas falsas e emitidos mais de 500 mil cartões de crédito sem autorização.
ZAP / Lusa
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Doar sangue é um gesto que muitas pessoas podem ter e que é responsável por salvar vidas, já que é dado a quem sofreu acidentes ou por causa de certas doenças precisa do sangue alheio. No entanto, quem doa também conta com vantagens para a sua saúde. Para saber quais os benefícios de doar sangue confira as informações pelo site www.adasca.pt


1500 euros por noite para quem quer ver o Papa em Fátima

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A pouco mais de meio ano do centenário das aparições de Fátima, procurar um quarto na zona é uma tarefa quase impossível. Há quem pague 1500 euros por noite.

A intenção manifestada pelo Papa de estar em Fátima na comemoração do centenário do 13 de maio revelou-se uma excelente notícia para as unidades hoteleiras da zona. Desde 2015 que o número de quartos disponíveis na zona de Fátima começou a reduzir. A procura massiva esgotou muitos hotéis e elevou o preço dos poucos quartos ainda disponíveis.
“A capacidade hoteleira de Fátima está esgotada para maio de 2017 como está todos os anos”, afirmou António Marto, vice-presidente da Associação Empresarial Ourém-Fátima.
A 30km da cidade há quartos para arrendamento no valor de 1500 euros, o que não é um impedimento para alguns crentes. A par das empresas hoteleiras, consta que existem particulares a “oferecer” estadia por 1000 euros por noite.
Fátima recebe, todos os anos, milhares de peregrinos nos dias que antecedem o 13 de maio, mas 2017 é um ano diferente. Comemora-se os 100 anos da aparição de Nossa Senhora aos Pastorinhos e a cidade do concelho de Ourém vai observar uma enchente única de milhares de crentes de Portugal e de diferentes áreas do Mundo.
Fonte: Jornal Económico
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Requisitos para doar sangue

Por muito boa que seja sua intenção, há certos requisitos que terá de obedecer para doar sangue. É importante conhecê-los, por questões legais e de forma a não pôr em risco sua saúde nem a da pessoa que recebe a transfusão do seu sangue:
  • Ter mais de 18 anos e menos de 60;
  • Pesar mais de 50kg;
  • Ter um documento de identificação válido;
  • Estar bem de saúde (deverá dormir pelo menos 6 horas antes de doar sangue e se alimentar bem nas 4 horas antecedentes);
  • Não ser diabético;
  • Não consumir drogas ilícitas injetáveis;
  • Não sofrer de hepatite, malária, e doenças sexualmente transmissíveis.
    Outras causas podem impedir temporariamente o candidato à dádiva de ser aprovado, caso isso aconteça, o médico informará o dador.
Outras informações podem ser obtidas pelo site www.adasca.pt



Guterres “ao serviço de todos” na liderança da ONU

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António Guterres, aclamado esta quinta-feira como novo Secretário-Geral das Nações Unidas, comprometeu-se a ser um "construtor de pontes" e a estar "ao serviço de todos da mesma forma". As portas do meu gabinete estarão sempre abertas", garantiu.

"É com gratidão e humildade e com grande sentido de responsabilidade que me apresento hoje", afirmou o novo Secretário-Geral das Nações Unidas, António Guterres, na sua primeira declaração após ser aclamado pela Assembleia-geral da ONU.
Guterres disse à Assembleia que quando tomou conhecimento da sua recomendação pelo Conselho de Segurança recebeu a notícia com "humildade e gratidão", à qual acresce agora um "sentido de responsabilidade".
"O verdadeiro vencedor hoje é a credibilidade das Nações Unidas", disse o ex-primeiro-ministro português, salientando a transparência do processo de candidatura. "Enquanto Secretário-Geral devo estar ao serviço de todos da mesma forma", salientou, acrescentando que a sua única missão "é fazer vigorar a Carta das Nações Unidas".
Guterres disse ainda que está "ciente dos desafios que se colocam" às Nações Unidas e as "limitações do cargo" que vai ocupar. Pelo que isto deve "inspirar uma abordagem humilde". "Serei um construtor de pontes", prometeu. "As portas do meu gabinete estarão sempre abertas", acrescentou.
Guterres não deixou de salientar que a "promoção da dignidade humana" deve estar no centro da ação das Nações Unidas. A par desta prioridade está também a da promoção da igualdade de género.
"Acredito nas Nações Unidas", disse por a ONU "acredita nos valores fundamentais".
Guterres instou ainda a que fosse quebrada a ligação entre terrorismo e xenofobia e que se promovesse a paz no mundo. "Sem paz a vida é vazia de sentido" e a paz, a nível mundial, é escassa, lamentou.
O discurso terminou uma saudação a Ban Ki-moon e um agradecimento aos "incansáveis soldados da paz".
Em conferência de imprensa após a aclamação, António Guterres, afirmou, em Nova Iorque, que quer ser um "mediador honesto" na comunidade internacional.
"Farei o meu melhor nestes dois meses e meio para me preparar, conhecer os problemas e as divisões, para poder atuar como um mediador honesto, alguém que tenta reunir as pessoas para perceber quais são as diferenças e, mais importante, como se podem unir", disse Guterres aos jornalistas.
Questionado sobre o conflito na Síria, que é apontado como o seu primeiro grande desafio, o português disse que sente "uma grande solidariedade para com o povo sírio". "Fui Alto Comissário para os Refugiados e vi os sírios abrirem as suas fronteiras, as portas das suas casas e dos seus corações para milhões de refugiados que entravam. Ver o povo sírio a sofrer tanto é algo que absolutamente parte o meu coração", disse.
"O que posso dizer é que darei o meu melhor para servir a causa da paz para o povo sírio, mas agora, existe um secretário-geral da ONU a trabalhar para isso. Testemunho também o facto de que os países chave vão encontrar-se de novo e tentar avançar", disse, explicando que "é uma obrigação moral" de todos "parar o sofrimento do povo sírio".
António Guterres, que acabara de discursar em inglês, espanhol e francês, disse estar "profundamente comovido com a unidade e o consenso" mostrados pela Assembleia Geral e pelo Conselho de Segurança no processo que levou à sua indicação.
"Espero que esta unidade e consenso sejam simbólicos de que os organismos da ONU e a comunidade internacional como um todo são capazes de enfrentar os desafios de hoje e capazes de tomar atempadamente as decisões necessárias para fomentar a paz, terminar conflitos e criar as condições para que os direitos humanos sejam uma realidade para todos", disse o próximo secretário-geral.
Questionado sobre outros conflitos, António Guterres reafirmou o seu compromisso em ser um mediador para atingir soluções e alertou para os riscos que a falta de ação representa.
Os 193 países membros das Nações Unidas ratificaram hoje em Assembleia-geral, por aclamação, a escolha de António Guterres para liderar a organização, feita em 5 de outubro pelo Conselho de Segurança, o principal órgão decisório da ONU.
António Guterres, antigo primeiro-ministro de Portugal e ex-alto-comissário das Nações Unidas para os Refugiados, será, a partir de 1 de janeiro de 2017, o 9.º secretário-geral da ONU, com um mandato de cinco anos, sucedendo ao coreano Ban Ki-moon.


Fonte:sapo24

Doar sangue é uma acção muito solidária de quem se preocupa com o próximo. Todos deveríamos doar sangue pelo menos uma duas vezes no ano, pois há inúmeros pacientes que esperam ansiosamente por transfusões para se curarem de suas doenças, recuperarem de acidentes ou cirurgias.
É feita uma colheita de cerca de 450 ml de sangue em um processo que pode levar 40 minutos. A doação de sangue não é prejudicial à saúde, a quantidade retirada depressa é reposta e ajuda a salvar vidas!
Outras informações podem ser obtidas pelo site www.adasca.pt



Técnicos têm dúvidas sobre risco da dádiva de sangue por gays

Risco de abrir a porta a dadores gay nunca foi estudado tendo em conta a realidade portuguesa. Autorização pode ser temporária.Resultado de imagem para Aspectos éticos da dádiva de sangue
As autoridades de saúde em Portugal têm dúvidas se a dádiva de sangue por homo e bissexuais apresenta ou não riscos para os potenciais receptores. A constatação aparece num relatório entregue em Julho por um grupo de trabalho do Instituto Português do Sangue e da Transplantação (IPST), organismo que coordena a colheita de sangue. O documento, assinado por oito peritos, foi entretanto validado pelo conselho directivo do IPST e pelo secretário de Estado adjunto do ministro da Saúde, Fernando Leal da Costa.
No relatório, os especialistas dizem ter sido unânime a conclusão de que é necessário acabar com a actual política que proíbe a dádiva de sangue por homo e bissexuais (ou “homens que têm sexo com homens”, HSH, como designam os epidemiologistas). Recomendam que a actual suspensão definitiva passe a ser temporária, mas acrescentam que não houve consenso quanto aos novos “critérios de elegibilidade” a introduzir.
Deixam três hipóteses em aberto: os HSH apenas poderão dar sangue 12 meses após o último contacto sexual; ou seis meses após o último contacto; ou ainda  seis  meses  após  um  novo  parceiro  sexual fixo, o que neste último caso implicará uma “avaliação individual do risco”, a fazer pelos serviços de colheita de sangue.
Qualquer que venha a ser o critério, vai vigorar de forma provisória durante um ano, revela ao PÚBLICO Francisco George, responsável máximo pela Direcção-Geral da Saúde (DGS).
Actualmente, os HSH estão proibidos de dar sangue em Portugal, apesar de uma resolução da Assembleia da República, de Abril de 2010, recomendar ao Governo a “elaboração e divulgação de um documento normativo” que “proíba expressamente a discriminação dos dadores de sangue com base na sua orientação sexual”.
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O relatório do grupo de trabalho refere que o cálculo do risco que está a ser utilizado em Portugal tem por base modelos teóricos desenvolvidos por investigadores noutros países, onde as características da epidemia da sida são diferentes. “É inexistente a evidência científica publicada a nível nacional relativamente à avaliação do risco infeccioso VIH” que advenha da alteração dos “critérios de elegibilidade”, lê-se.
Os peritos acrescentam: “Apesar de ser escassa a evidência científica publicada a nível internacional relativamente à avaliação do risco infeccioso VIH face à alteração do critério de elegibilidade para HSH, foi sobre essa análise de avaliação de risco que se elaborou o pressuposto metodológico” hoje utilizado em Portugal.
Se as novas regras entrarem em vigor até ao fim de Outubro, como determina o Governo, a avaliação do risco de colheita de sangue contaminado estará a ser feita sem previsão teórica adaptada à realidade portuguesa.
É neste contexto que o grupo de trabalho recomenda ao Governo o “desenvolvimento de um modelo [matemático] de avaliação do risco infecioso VIH transfusional”.
Questionado sobre este assunto, o director-geral da Saúde limita-se a dizer que “o risco é conhecido”, referindo-se, presumivelmente, aos modelos matemáticos de outros países. O IPST e o Ministério da Saúde não responderam a várias tentativas de contacto.
O deputado José Soeiro, do Bloco de Esquerda, partido que há vários anos contestava a exclusão de homo e bissexuais, não vê razões para alarme. Considera “positiva” a recomendação para que se “recolham mais dados e se faça uma análise mais sustentada” do cálculo de risco.
Ainda assim, José Soeiro critica “o tom e a linguagem desiguais” do relatório, por isso evidenciar "falta de consenso científico sobre esta matéria”. Aponta o “facto extraordinário” de o documento “basear todo o raciocínio na categoria HSH e não em comportamentos de riscos: sexo de anal sem preservativo, seja de homens ou mulheres, por exemplo”.  “A categoria HSH não é relevante, os comportamentos de risco é que são relevantes”, sublinha o deputado.
Outro aspecto destacado no relatório é o tempo de duração das novas regras. Os peritos recomendam a “avaliação um ano após o início da implementação de qualquer das hipóteses”.
Francisco George confirma que “de certa forma é provisória” a permissão para que os HSH dêem sangue em Portugal. “Não há aqui nenhuma decisão irreversível, se a prática mostrar que, do ponto de vista científico, é preciso mudar, até mesmo antes de decorridos os 12 meses, muda-se, não temos nenhum problema com isso”, afirma o director-geral da Saúde.
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Intitulado Comportamentos de Risco com Impacto na Segurança do Sangue e na Gestão de Dadores, o relatório foi remetido pelo IPST ao secretário de Estado adjunto do ministro da Saúde, em fins de Julho. A 18 de Agosto, Fernando Leal da Costa emitiu despacho, encarregando a DGS e o IPST de elaborarem e divulgarem as novas normas até 31 de Outubro.
Para tanto, um comité de especialistas irá reunir-se “nos primeiros dias de Setembro”, adianta Francisco George. Qual dos três prazos de suspensão serão adoptados, ou se serão os três, este responsável não quis comentar.
António Diniz, director do Programa Nacional para a Infecção VIH/sida, terá assento no comité. Esteve indisponível para prestar declarações por se encontrar em férias, fora do país.
O grupo de trabalho do IPST era composto por oito especialistas: Ana Paula Sousa (IPST), Ricardo Camacho (virologista), Lucília Nunes (vice-presidente do Conselho Nacional de Ética para as Ciências da Vida, que substituiu Cíntia Águas), Fernando Araújo (director do Serviço de Imuno-hemoterapia do Centro Hospitalar de São João), António Diniz (director do Programa Nacional para a Infecção VIH/sida), Nuno Janeiro (infecciologista) e Isabel Elias (Comissão para a Cidadania e Igualdade de Género). Tomaram posse em Dezembro de 2012 e deveriam ter apresentado conclusões até Junho de 2013. Sucessivos atrasos levaram o grupo parlamentar do Bloco de Esquerda a pedir a audição do presidente do IPST, Hélder Trindade, na Comissão da Saúde da Assembleia da República, o que aconteceu a 29 de Abril.
Na ocasião, Hélder Trindade justificou os atrasos, dizendo que os peritos eram “pessoas externas” ao IPST e faziam “o favor de estar a trabalhar” nesta matéria sem remuneração.
Fonte: Público
BRUNO HORTA 
27/08/2015 - 08:42

Outras datas, locais e horários de sessões de colheitas de sangue a promover pela ADASCA, podem ser consultados pelo site www.adasca.pt



Aspectos éticos da dádiva de sangue

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Gestos simples que salvam vidas… seja o leitor também um salvador… de vidas. Todos dependemos uns dos outros.
Por muitos motivos a cadeia transfusional da dádiva até à transfusão, coloca vários aspectos éticos. O sangue é de origem humana é um recurso precioso com uma vida limitada depois de colhido. A gestão de dadores tem dupla responsabilidade moral, responsabilidade relativamente ao dador e aos receptores de produtos sanguíneos. Tal obriga, muitas vezes, a decidir conciliando interesses diferentes e ética.

As decisões políticas e de gestão de dadores são fundamentadas em quatro princípios éticos:

- Respeito pelos indivíduos e sua autonomia;
- Protecção dos direitos e bem estar individuais;
- Evitar exploração como parte do princípio mais geral do princípio de justiça distributiva;

- O PRINCÍPIO Hippocrático de primum non nocere ou ´primeiro, não fazer mal`.
Na gestão dos dadores, há a considerar alguns aspectos éticos que podem ser divididos em dois grupos:

CONSIDERAÇÕES comerciais: Há um longo e extenso debate relativamente à permissão de negócio com o sangue de alguém. Uma vez que os produtos sanguíneos provêm de dádivas não remuneradas, como evitar a exploração e garantir uma justiça distributiva se estes produtos entrarem numa cadeia comercial?

TRATAMENTO incorrecto e perspectivas dos dadores: O sangue é uma matéria sensível, e um tratamento incorrecto, real ou mal entendido, pode ter um forte impacto no público e dar origem a discussões públicas.
Esta secção aborda alguns aspectos éticos. São mencionadas algumas referências para informação e discussão adicional.

REMUNERAÇÃO OU NÃO?
Por todo o mundo, dar sangue, tecidos e mesmo órgãos representa, para muitos, uma dádiva sem preço, um “presente especial de vida”. Preferencialmente, esta dádiva é efectuada por puro altruísmo, apenas significando a ajuda a outros que necessitam de produtos sanguíneos, sem os quais poderiam morrer ou perder qualidade de vida.

PERIGO DA EXPLORAÇÃO: Tradicionalmente não “é feita” a venda de partes do corpo, como o sangue. Apesar dos riscos relacionados com a dádiva, a exploração pode facilmente emergir se parte do corpo entrar nos sistemas de mercado. É fundamental que os componentes doados sejam “propriedade comum”, significando que qualquer um pode recebe-los, se necessário, para melhorar a sua saúde. Deste ponto de vista, este acto humano único contra-indica qualquer negócio ou comercialização.

SANGUE COMO UMA COMODIDADE? Em contraste, há quem argumente que o sangue é uma comodidade tal como muitos outros produtos de cuidados de saúde, apesar de ter propriedades especiais e únicas.
Todos os indivíduos produzem sangue da mesma maneira; apenas as “condições de produção” variam e provocam algumas especificações, como o grupo sanguíneo. Deste ponto de vista, a comercialização surge como sendo lógica.

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VENDER SANGUE? ALGUNS ARGUMENTAM: “As pessoas vendem o seu talento, experiência, serviços, criações, etc. etc., e o seu valor é determinado pelas leis do mercado. Assim, porque não vender o próprio sangue? Há algum risco envolvido na dádiva de sangue?


ECONOMIA. Curiosamente, entre todos os actores envolvidos na cadeia transfusional, os receptores, voluntários e dadores são os únicos que não fazem dinheiro com a dádiva.

RECEPTORES: Pode esperar-se que receptores de produtos sanguíneos (doentes ou “clientes”), possam eles próprios, de facto, pagar pelos produtos, o seu seguro ou de qualquer forma, dependendo do sistema de financiamento da saúde do país. O ganho do doente por este pagamento é uma esperança de vida extra ou uma melhor qualidade de vida.

VOLUNTÁRIOS: Por definição, os voluntários não aceitam pagamento. Todos aceitamos a sua escolha e aproveitamo-nos disso.

DADORES: isto deixa o dador como o único que quebra as regras económicas, em toda a cadeia transfusional. Isto funciona bem, desde que não haja falta de sangue. Todos os outros na cadeia transfusional, fazem dinheiro, e não raramente, para viver. Nestes incluem-se os seguintes grupos de pessoas:

- GESTÃO E PROFISSIONAIS DE UM SERVIÇO DE SANGUE;
- FORNECEDORES de equipamento, material descartável, e todo o outro material necessário para um serviço de sangue funcionar;

- PROFISSIONAIS DE SAÚDE, nomeadamente, médicos prescritores e os profissionais que estão envolvidos na administração dos produtos e nas actividades de suporte, como os laboratórios e na distribuição.
Provavelmente não há nada de errado com isto, desde que os princípios de mercado sejam socialmente aceites de acordo com o princípio da justiça distributiva. Subsequentemente, estes “actores pagos” da cadeia transfusional devem garantir os direitos individuais e o bem estar. Os profissionais pagos devem ter respeito por um conjunto de opiniões diferentes. Devem, por exemplo, não recusar a transfusão a alguém que não é (ou não foi) dador.
SANGUE é um bem de consumo comercializável? Tudo isto pode implicar que o sangue seja considerado como um bem de consumo comercializável. Contudo, do ponto de vista legal, esta questão foca o facto de o sangue poder ser ou não considerado como um bem de consumo, na realidade.

NA UNIÃO EUROPEIA, um bem de consumo é definido como: “produtos que podem ser avaliados em dinheiro, e que como tal, podem ser objecto de transacções comerciais. De acordo com algumas opiniões, a Comissão Europeia não exclui a possibilidade do sangue ser considerado um “bem de consumo”, pelas seguintes razões:

1.Embora os tratados internacionais proíbam os ganhos financeiros com o sangue, estes tratados não são vinculativos;
2.Na Comunidade Europeia, o sangue é sujeito a uma taxa normal.
A questão se o sangue é ou não um bem de consumo ainda não está decidida e poderá ser matéria para o Tribunal Europeu de Justiça. A porta da comercialização ainda não está fechada.

SEGURANÇA do receptor: Uma outra razão importante para não se pretender a comercialização do sangue é a segurança do receptor. É um facto provado que os dadores pagos com dinheiro têm um risco muito mais elevado de ter uma doença infecciosa transmissível por transfusão. Mas também outros tipos de pagamentos, incluindo vouchers ou bilhetes grátis e dispensa do trabalho pode implicar um risco acrescido. Uma razão plausível para este aumento do risco é o facto de o potencial dador poder inclinar-se a “esquecer” comportamentos de risco recentes ou problemas de saúde que podem interferir com a possibilidade de serem seleccionados como dadores.

DÁDIVA VOLUNTÁRIA. Possível coacção? Tal como estabelecido, por exemplo, no Código de Ética do ISBT, “a dádiva incluindo a dádiva de células hematopoiéticos para transplantação, deve, em todas as circunstâncias, ser voluntária e não remunerada, não devendo ser efectuada qualquer coacção sobre o dador”. Embora muitas pessoas e organizações, incluindo a OMS, concordem com os princípios acima enunciados, em muitos locais há coacção, como caso das chamadas coacções para reposição.
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MOTIVAÇÃO do dador: Quando se pergunta aos dadores porque dão sangue, são referidas cinco motivos primários:

- ALTRUÍSMO: preocupação com os outros, ou, para benefício de alguém, com sacrifício do próprio;
- SOLIDARIEDADE: para a unidade como resultado de interesses, sentimentos ou simpatia comuns;
- CAPITAL SOCIAL: algumas pessoas dão sangue, outras dão dinheiro ou bens de consumo, e assim todos cumprem os seus deveres;
- RECIPROCIDADE: troca de dádivas de sangue com outros para benefício mútuo. “Eu dou sangue agora, porque quero ter se vier a necessitar”;
- INCENTIVOS: (quid pro quo): Melhor auto-estima, pequenas lembranças de valor limitado, pagamento, compensação, rastreio de saúde ou outros que representam para o dador, um benefício.


(In Manual de Gestão de Dadores, edição portuguesa, pag.s nº.s 270 a 273, autores: Wim de Kort, Ingrid Veldhuizen e Elze Wagenmans.

Não deixem de consultar o site www.adasca.pt onde existe informação que pode ser útil aos candidatos à dádiva pela primeira vez.


Aparências que satisfazem

Resultado de imagem para frases sobre Aparências que satisfazemO escritor francês, Jacques Anatole François Thibault (mais conhecido como Anatole France), ganhador do Prémio Nobel de Literatura de 1921, escreveu, em um de seus romances: “A justiça é a sanção das injustiças estabelecidas”. Exagero? Não diria tanto! Analisando o que ocorre, com demasiada frequência, ao nosso redor, concluímos, até facilmente, que não se trata de mera frase de efeito, mas de assustadora realidade.
O aparato de Justiça tende a ser severo em demasia com os humildes, com os miseráveis, com os que não têm o suficiente, sequer, para prover a própria subsistência, enquanto se mostra leniente, complacente e frouxo com os que têm recursos materiais e podem custear uma boa defesa, mesmo que seus delitos sejam passivos das mais severas punições.

Foram vários os casos, por exemplo, em que pessoas em situação de extrema necessidade, foram severamente punidas por pequenos furtos, de valor absolutamente irrisório, enquanto notórios bandidos de colarinho-branco permanecem impunes, a zombarem da sociedade.

Ora é uma empregada doméstica desempregada que levou, sem pagar, de uma poderosa rede de supermercados, reles chupeta para o filho, que não podia comprar. Ora é outra mulher, que passou anos na cadeia, por causa do furto de um pote de margarina. Ora é um morador de rua, que furtou um vidro de picles e, por causa dele, apodreceu anos numa cela qualquer, à espera de julgamento, enquanto milhares de perigosos bandidos, de assassinos confessos, de traficantes de drogas, permanecem nas ruas, por falta de vagas nas abarrotadas instituições penais, País afora. E os casos se multiplicam, sem que venhamos sequer a nos dar conta deles. São tantos, que acabam noticiados apenas em meras notinhas de pé de página, nas editoriais de polícia dos grandes jornais, que raramente nos damos o luxo de ler.

Essas prisões, no meu entender arbitrárias e até absurdas, todavia, significam a “morte social” de quem as sofre. Só se igualam, em termos de prejuízos para a imagem, aos que, por qualquer motivo, foram internados alguma vez em manicómios. Quem passa por essas experiências, embora continue vivo, é como se houvesse morrido. Ninguém mais os leva a sério. Não conseguem emprego, são desprezados pela família e perdem os “amigos” (se é que algum dia os tiveram). O pior é que todos estamos sujeitos (embora sequer nos demos conta) de passar por situações como estas.

No caso dos pequenos furtos (não raro de valores inferiores a R$ 1), custava o segurança que constatou o deslize, ou quem testemunhou essas violações das normas vigentes, ir até o caixa e ressarcir o estabelecimento do “prejuízo” (que grande prejuízo!)? Claro que não! A todo o instante gastamos importâncias dezenas, centenas, milhares de vezes superiores a estas em bobagens, quando não em coisas que nos prejudiquem a saúde e o fazemos com a maior satisfação.

Resultado de imagem para frases sobre Aparências que satisfazemA reacção, nesses casos, via regra (jamais constatei uma excepção), é execrar o infeliz – quando não tentar agredi-lo –, dedo em riste, clamando por “justiça”, indiferentes aos motivos que o levaram a agir dessa maneira. Somos rigorosos (e apressados) demais em julgar os outros e exigimos total complacência com nossas próprias violações. Vivemos de “aparências”.

Só nos importa o que aparentamos ser, não o que, de fato, somos. E é por esse parâmetro que julgamos os outros. Quantas pessoas já foram injustiçadas, falsamente acusadas de erros que não cometeram, apenas por que tinham “cara de bandidos”?! Conheço, sem nenhum exagero, pelo menos uma dezena de casos desse tipo. E quando são inocentadas (as raras que o são, claro), os que lhes atribuíram culpa que não tinham não têm, sequer, a grandeza moral de pedir desculpas. Arranjam, isso sim, esfarrapadas justificativas para suas acusações sem-fundamento.

Austregésilo de Athayde citou, em um artigo que publicou na coluna que assinava na extinta revista “O Cruzeiro” (intitulado “Aparência acima da realidade”), as seguintes palavras de Nicoló Maquiavel, que cabem, a carácter, nestas reflexões: “A quase todos os homens só aparências satisfazem tanto quanto a realidade, e muitas vezes os agitam mais as primeiras do que a segunda”. Estava errado? Todos sabem que não!

J. Carlos

(Adaptado)