domingo, 17 de setembro de 2017

Foi voce que pediu mais sessões de colheitas de sangue para Aveiro? Leia mais...

Alguém ainda não sabe onde doar sangue em Aveiro e arredores?

Pois bem, ora vejam com atenção:

Horário das Sessões de Colheitas no Posto Fixo da ADASCA

Mercado Municipal de Santiago, 1º. Piso em Aveiro, Rua de Ovar, Coordenadas GPS: N 40.62659 - W -8.65133.

Quartas-feiras das 15:00 Horas às 19:30 Horas = Sábados das 9:30 Horas às 13:00 Horas
Dia semana | data | brigadas
SETEMBRO

4ª Feira │ 20-09-2017 │ POSTO AVANÇADO DE AVEIRO-SEDE ADASCA
4ª Feira │ 27-09-2017 │ POSTO AVANÇADO DE AVEIRO-SEDE ADASCA
Sábado │ 23-09-2017 │ POSTO AVANÇADO DE AVEIRO-SEDE ADASCA
Sábado │ 30-09-2017 │ POSTO AVANÇADO DE AVEIRO-SEDE ADASCA

OUTUBRO
4ª Feira │ 04-10-2017 │ POSTO AVANÇADO DE AVEIRO-SEDE ADASCA
4ª Feira │ 11-10-2017 │ POSTO AVANÇADO DE AVEIRO-SEDE ADASCA
4ª Feira │ 18-10-2017 │ POSTO AVANÇADO DE AVEIRO-SEDE ADASCA
4ª Feira │ 25-10-2017 │ POSTO AVANÇADO DE AVEIRO-SEDE ADASCA
Sábado │ 07-10-2017 │ POSTO AVANÇADO DE AVEIRO-SEDE ADASCA
Sábado │ 21-10-2017 │ POSTO AVANÇADO DE AVEIRO-SEDE ADASCA
Sábado │ 28-10-2017 │ POSTO AVANÇADO DE AVEIRO-SEDE ADASCA

NOVEMBRO
4ª Feira │ 08-11-2017 │ POSTO AVANÇADO DE AVEIRO-SEDE ADASCA
4ª Feira │ 15-11-2017 │ POSTO AVANÇADO DE AVEIRO-SEDE ADASCA
4ª Feira │ 22-11-2017 │ POSTO AVANÇADO DE AVEIRO-SEDE ADASCA
4ª Feira │ 29-11-2017 │ POSTO AVANÇADO DE AVEIRO-SEDE ADASCA
Sábado │ 04-11-2017 │ POSTO AVANÇADO DE AVEIRO-SEDE ADASCA
Sábado │ 18-11-2017 │ POSTO AVANÇADO DE AVEIRO-SEDE ADASCA
Sábado │ 25-11-2017 │ POSTO AVANÇADO DE AVEIRO-SEDE ADASCA

DEZEMBRO
4ª Feira │ 06-12-2017 │ POSTO AVANÇADO DE AVEIRO-SEDE ADASCA
4ª Feira │ 13-12-2017 │ POSTO AVANÇADO DE AVEIRO-SEDE ADASCA
4ª Feira │ 20-12-2017 │ POSTO AVANÇADO DE AVEIRO-SEDE ADASCA
Sábado │ 02-12-2017 │ POSTO AVANÇADO DE AVEIRO-SEDE ADASCA
Sábado │ 09-12-2017 │ POSTO AVANÇADO DE AVEIRO-SEDE ADASCA
Sábado │ 23-12-2017 │ POSTO AVANÇADO DE AVEIRO-SEDE ADASCA
Sábado │ 30-12-2017 │ POSTO AVANÇADO DE AVEIRO-SEDE ADASCA

Querem mais datas? Mais oportunidades? Vão criar dadores em estufas?

Alerta aos dadores de sangue de Aveiro e arredores. Só se lembram de vós para esticar os braços, mas, quando foi necessário assinar baixos assinados, como ainda tantas diligencias para a reposição da isenção das taxas moderadoras nos hospitais públicos, como caso do Estatuto do Dador onde estavam os tais agora interessados em vós? Em promover mais brigadas?

A comunidade e os doentes têm as costas largas, como o tampo das secretárias de quem toma estas decisões.

Editorial | As caras lindas do Centro de Sangue e Transplantação de Coimbra em Aveiro


Apoios não reembolsáveis para PME’s

Até ao próximo dia 29 de Setembro está a decorrer o período de apresentação de candidaturas ao sistema de incentivos “Qualificação das PME – Vale Indústria 4.0”.
Podem recorrer a este apoio, durante um período de 12 meses, os projectos que, refere-se no respectivo aviso, tenham como objecto “a aquisição de serviços de consultoria com vista à identificação de uma estratégia conducente à adopção de tecnologias e processos associados à indústria 4.0.”
As candidaturas podem ser apresentadas por empresas com pelo menos 3 postos de trabalho, existentes à data
da candidatura, sendo que, na submissão da candidatura, é obrigatório o upload do extracto da declaração de remunerações entregue à segurança social, do mês anterior ao da candidatura.

As verbas a conceder revestem a forma de incentivos não reembolsáveis e podem atingir o valor máximo, por projecto, de 7.500 euros, sendo calculados através da aplicação às despesas consideradas elegíveis de uma taxa de 75%, até um valor máximo.
O aviso pode ser consultado aqui.
Fonte: O Algarve Económico
A Região de Turismo do Algarve (RTA) organiza, pela terceira vez, a partir de 27 de Setembro, o programa ‘Incentivo Algarve’, para o qual convida os agentes de viagens nacionais e espanhóis, que realizaram o maior número de reservas para a região durante o ano corrente. Este ano, premeia, desta forma, 13 profissionais do sector.
Durante três dias, o programa das visitas inclui as melhores experiências que enriquecem a oferta tradicional da região: passeios pela serra algarvia, atividades desportivas diversas, provas de vinho da região, descoberta da costa algarvia, e momentos gastronómicos únicos.
“Com o programa ‘Incentivo Algarve’, pretende-se agradecer aos agentes o seu desempenho na venda do destino e, em simultâneo, proporcionar um contacto directo com a região e a diversidade da sua oferta turística. A RTA é apologista de que só conhecendo verdadeiramente um destino e tudo o que ele nos pode proporcionar em termos de emoções e experiências é que se consegue aconselhar, sugerir e vender aos potenciais turistas o melhor que o destino tem», afirma Desidério Silva, presidente da Região de Turismo do Algarve.
Fonte: O Algarve

Câmaras investem na compra de viaturas

A Câmara de Albufeira adjudicou, no passado dia 11, a compra de 9 viaturas ligeiras, por 25.080 euros. Este é o culminar de um processo iniciado em Março, com o lançamento de um concurso, dividido em 3 lotes, para aquisição de um total de 44 veículos. Em Agosto já tinha sido feito, pelo valor de 672.790 euros, o contrato para os referentes aos lotes 1 e 2.
Isso significa que a Câmara de Albufeira vai ter de desembolsar pelas viaturas que constituíam os 3 lotes um total de 697.870 euros, uma verba elevada, mas, ainda assim, bastante inferior ao preço-base que havia definido no aviso de abertura de concurso e que era de 830.894 euros.
Também as Câmaras de Monchique e Silves querem reforçar a sua frota automóvel, nestes casos, através da compra de autocarros. Os respectivos procedimentos foram publicados nos últimos dias, em Diário da República. Nos documentos pode ler-se que a autarquia de Monchique pretende adquirir um autocarro para transporte escolar, dispondo-se a por ele pagar o máximo de 208.900 euros.
Quanto à Câmara de Silves, o valor-base definido no concurso é de 220 mil euros.
Também recentemente, a Câmara de Castro Marim tinha investido nesta área, através da aquisição de uma viatura pesada de 16 toneladas que lhe custou 64 mil euros.
Fonte: O Algarve Económico

PEDRADOS | Washington parece um jardim-de-infância sob o efeito de LSD


The Saker

As últimas sanções e a resposta retaliatória da Rússia resultaram numa torrente de especulações nos media oficiais e na blogosfera — toda a gente tenta entender uma situação que parece sem sentido. Porque haveria o Senado dos Estados Unidos de adoptar sanções contra a Rússia quando a Rússia nada fez para provocar esse voto? Com a excepção de Rand Paul e Bernie Sanders todos e cada um dos senadores americanos votaram a favor dessas sanções. Porquê? Torna-se ainda mais estranho se pensarmos que o único grande efeito das sanções será provocar uma fractura, e possivelmente ainda mais contra-sanções , entre os Estados Unidos e a União Europeia. Fica claro que estas sanções vão ter efeito nulo sobre a Rússia e não creio que alguém pense a sério que os russos mudem o que quer que seja nas suas políticas. Porém, todos os senadores excepto Paul e Sanders votaram a favor. Será que faz sentido?

Vamos tentar perceber o que se passa.

Primeiro, vamos lembrar que qualquer político norte-americano, desde as municípalidades até ao Congresso, todos os senadores só pensam numa coisa quando votam — o que ganho eu com isso? — A última coisa que preocupa um senador americano é as consequências do seu voto na vida real. Isso quer dizer que para conseguir uma quase unanimidade (98%) numa votação realmente estúpida tinha de haver um lobby muito influente que utilizou "argumentos" muito fortes para conseguir tal voto. Lembremos que os Republicanos no Senado sabiam que estavam a votar contra a vontade do seu Presidente. E no entanto todos à excepção de Rand Paul votaram essas sanções, isso mostra o poder do lobby que os pressionou. Assim, quem teria esse poder?

Lobby técnico
Indústria mineira
Indústria da defesa
Indústria do agronegócio
Petróleo
Lobby financeiro
Grandes farmacêuticas
AARP (American Association of Retired Persons)
Lobby pró-Israel
NRA (National Rifle Association)

Ok, por que não? Podemos talvez reordená-los, dar-lhe nomes diferentes, juntar mais alguns (como, Complexo Industrial de Prisões" ou "Comunidade da inteligência", mas na generalidade a lista está bem.

É preciso entender que a maioria destes lobbies precisa de um inimigo para prosperar, será sem duvida o caso do Complexo Militar Industrial e a industria associada de alta tecnologia, e poderíamos pensar que o Petróleo, Minas e Agronegócio vêem na Rússia um competidor potencial. Mas um olhar mais atento aos interesses que estes lobbies representam diz-nos que estão mais interessados na política caseira e que a longínqua Rússia com a sua economia relativamente pequena não é o que lhes importa. O mesmo se passa com as Grandes Farmacêuticas, a AARP e o NRA. O que deixa o lobby de Israel como o único candidato potencial.

"Llobby de Israel claro que é um nome inadequado. O lobby de Israel tem muito pouco interesse em Israel como país, ou sequer o povo israelense. Melhor seria chamar-lhe Lobby Neocon. Aliás, temos de verificar que o Lobby Neocon não está na lista acima referida. Por um lado, não representa os interesses dos Estados Unidos. Por outro, não representa os interesses de Israel. Representa antes os interesses de um grupo específico das elites reinantes dos Estados Unidos, na realidade muito inferior a 1% da população, em que todos partilham uma ideologia comum de dominação mundial típica dos neocons.

São os sujeitos que apesar do seu férreo controlo de cem por cento da media e do Congresso perderam a eleição presidencial para Donald Trump e que estão apostadas no seu impeachment. São indivíduos que simplesmente usam a Rússia, como um fulcro propagandístico para passar a noção de que Trump e o seu meio são agentes russos e o próprio Trump é uma espécie de "candidato presidencial da Manchúria".

Lembremo-nos que o registo histórico mostra que apesar de os neocons serem especialmente motivados não são muito inteligentes. Sim, eles têm a espécie de determinação ideológica raivosa que lhes permite conseguir alcançar uma influencia totalmente desproporcional sobre as politicas dos EUA, mas quando vemos o que realmente escrevem e ouvimos o que dizem, percebe-se de imediato que são indivíduos medíocres com uma mentalidade paroquiana que os torna tanto muito previsíveis como muito irritantes para as pessoas em torno deles. Ultrapassam sempre os seus limites e acabam estupefactos e horrorizados quando todas as suas conspirações e planos desmoronam sobre si.

Creio que é exactamente o que está a acontecer agora.

Primeiro, os neocons perderam as eleições. Para eles foi um choque e um pesadelo. Os "deploráveis" votaram contra as instruções de propaganda, totalmente claras que os media lhes deram. Segundo, os neocons voltaram a sua fúria contra Trump e conseguiram neutralizá-lo, mas só ao custo de enfraquecerem terrivelmente os próprios Estados Unidos! Recapitulemos: em 6 meses de administração Trump os EUA já conseguiram ameaçar directamente o Irão, a Síria, a RDPC e em todos os casos com resultados zero. Pior, o comportamento de Trump para com a Europa e a propaganda anti-Trump dentro da Europa colocaram agora a UE e os EUA numa rota colisão. É espantoso: para a Rússia as tensões actuais entre os EUA e a União Europeia são um sonho realizado e nem sequer fizeram nada para isso — tudo foi feito através da estupidez auto-derrotante dos americanos que criaram esta situação completamente ex nihilo!

Assim enquanto Kim Jong-un lança mísseis no 4 de Julho, o Exército Sírio aproxima-se de Deir ez-Zor, a Ucrânia transforma-se numa Somália, a economia russa volta a crescer e a popularidade de Putin está cada vez mais alta, os neocons estão a ficar totalmente fora de si e, como é típico das pessoas que perdem o controle, não fazem nada com lógica e sim o habitual: esbofetear sanções (mesmo que sejam totalmente ineficazes) e enviar mensagens (mesmo que sejam totalmente ignoradas). Por outras palavras os neocons empenham-se agora em pensamento mágico, optam por iludirem-se acerca do seu poder e influencia e estão a enfrentar o seu fracasso generalizado (full-spectrum) ao pretenderem que os seus votos no Congresso importam. A verdade é que não são.

É aqui que temos de examinar a outra noção errada neste caso, que a reacção russa a estas sanções mais recentes é realmente acerca delas. Não é.

Primeiro, derrubemos o mito de que tais sanções estão a prejudicar a Rússia. Na verdade não estão. Mesmo os da Bloomsberg, 100% russofóbicos começam a perceber que na realidade estas sanções tornaram Putin e a Rússia mais fortes . Segundo, há a questão do tempo: ao invés de reagir com contra-sanções os russos subitamente decidiram reduzir a quantidade de pessoal diplomático norte americano na Rússia e confiscar duas instalações diplomáticas dos EUA numa retaliação clara à expulsão dos diplomatas russos e a ocupação de edifícios diplomáticos por Obama no ano passado. Por que não?

Muitos observadores dizem que os russos são "ingénuos" em relação ao Ocidente e aos EUA, que Putin "deseja" melhores relações e que essa esperança o paralisou. Outros dizem que Putin é "fraco" ou está mesmo "em conluio" com o Ocidente. É um absurdo total.

As pessoas tendem a esquecer que Putin foi um oficial superior dos serviços de inteligência externa do KGB, o chamado "Primeiro Directorado Principal (PGU). Além disso, Putin revelou recentemente que trabalhou na altamente secreta Direcção S do PGU e que era responsável por contactos com uma rede de espiões soviéticos ilegais na Alemanha Oriental (onde Putin actuava sob a cobertura oficial de director Casa da Amizade URSS-RDA). Se o PGU era a "elite da elite" do KGB da sua parte mais secreta, então o Directorado S era a "elite da elite" do PGU e o seu cerne mais secreto. Isto, definitivamente, não é uma carreira para "ingénuos" ou "fracos", para dizê-lo suavemente. E acima de tudo, os oficiais do PGU eram "especialistas no Ocidente" em geral e nos Estados Unidos em especial porque os EUA, eram sempre considerados como o "inimigo principal" (ainda que a maior parte dos responsáveis do PGU considerasse que os britânicos eram o seu adversário mais capaz, perigoso e sorrateiro). Considerando o nível soberbo de educação e treino dado a estes oficiais, diria que os oficiais do PGU estavam entre os melhores especialistas do Ocidente de qualquer parte do mundo. A sua sobrevivência e a sobrevivência dos seus colegas dependia da sua compreensão correcta do mundo ocidental. Quanto a Putin, pessoalmente, sempre actuou de um modo muito deliberado e calculado e não há razão para pensar que desta vez, após as ultimas sanções dos EUA, tenha havido uma erupção emocional no Kremlin. Podem ter a certeza de que esta ultima reacção russa é o resultado de uma conclusão cuidadosa e a formulação de um objectivo preciso e há muito delineado.

Diria que a chave para a compreensão correcta da resposta russa está no facto de as ultimas sanções dos Estados Unidos conterem uma ideia sem procedentes e, francamente, com características chocantes: as novas medidas retiraram ao Presidente autoridade para revogar as sanções. Em termos práticos: se Trump quisesse por em vigor algumas dessas sanções, teria de enviar uma mensagem oficial ao Congresso o qual teria então trinta dias para aprovar ou rejeitar a acção proposta. Por outras palavras, o Congresso agora sequestrou o poder da Presidência para dirigir a politica externa e encarregou-se até da micro-administração da politica externa norte americana.

Isso, meus amigos, é claramente um golpe de estado constitucional e uma grave violação dos princípios da separação de poderes que é o cerne do sistema político dos Estados Unidos.

É também um testemunho vivo da total depravação do Congresso dos EUA que não tomou essas medidas quando o presidente "ultrapassou o Congresso e começou guerras sem a necessária autoridade congressual, mas que agora toma abertamente as rédeas da politica externa americana para impedir o risco de "quebrar a paz" entre a Rússia e os Estados Unidos.

E a reacção de Trump?

Ele declarou que a assinaria a lei. [NR]

Sim, o homem quer por a sua assinatura no texto que representa um golpe de estado ilegal contra a sua própria autoridade e contra a Constituição que jurou defender.

Atenta a isso, a reacção russa é muito simples e compreensível: eles desistiram de Trump.

Não que tivessem muita fé nele, mas sempre sentiram fortemente que a eleição de Trump talvez pudesse dar ao mundo uma oportunidade realmente histórica para mudar a dinâmica desastrosa iniciada pelos neocons no tempo de Obama e talvez devolver às relações internacionais uma aparência de sanidade. Infelizmente, isto não aconteceu. Trump revelou-se uma massa demasiado cozida cujo único feito real era exprimir suas ideias em 140 caracteres ou menos. Mas na coisa crucial, vital, em que Trump precisava absolutamente de ter êxito — esmagar impiedosamente os neocons — ele fracassou totalmente. Pior: a sua única reacção às múltiplas tentativas deles para derrubá-lo foram todas as vezes respondidas com toscas tentativas tontas de apaziguamento.

Para a Rússia isso significa que o presidente Trump foi agora substituído pelo "Congresso Presidente".

Uma vez que é absolutamente impossível fazer qualquer coisa com este Congresso, os russos vão agora empenhar-se em medidas unilaterais vantajosas tais como reduzir dramaticamente o número de diplomatas americanos na Rússia. Para o Kremlin, essas sanções são não tanto uma provocação inaceitável mas sim um pretexto ideal para iniciar uma série de politicas internas russas. Livrarem-se dos empregados americanos na Rússia é apenas um primeiro passo.

A seguir, a Rússia utilizará o comportamento francamente errático dos americanos para proclamar urbi et orbique estes são irresponsáveis, incapazes de tomarem decisões adultas e basicamente que "foram à pesca". Os russos já fizeram isso quando declararam a dupla Obama-Kerry como недого ворос пособны (nedogovorosposobny: "incapazes de acordos", mais aqui acerca deste conceito). Agora com Trump a assinar a sua própria demissão constitucional, com Tillerson incapaz de calar Nikki nas Nações Unidas e com Mattis e McMaster a lutarem por planos grandiosos para parar a "não vitória" no Afeganistão, a dupla Obama-Kerry começa a parecer quase adulta.

Francamente, para os russos é o momento de ir embora.

Prevejo que os loucos neocons não vão parar até conseguir o impeachment de Trump. Além disso, prevejo que os Estados Unidos não lançarão quaisquer intervenções armadas importantes (até porque os Estados Unidos já não têm países que possam atacar com segurança e com facilmente). Algumas "intervenções pretendidas" (como o malfadado ataque de mísseis na Síria) podem ser bastante possíveis e mesmo prováveis. Este golpe interno em câmara lenta contra Trump irá absorver a maior parte da energia para os realizar e deixar a politica externa como simplesmente uma espécie de subproduto da política interna dos Estados Unidos.

Os europeus do leste estão agora totalmente entalados. Vão continuar a observar incrédulos o desastre crescente da Ucrânia enquanto fazem jogos estúpidos pretendendo serem duros com a Rússia (o último exemplo desta espécie de "ladrar atrás da cerca" pôde ser visto no patético encerramento do espaço aéreo da Roménia a um avião civil que transportava o vice primeiro ministro russo Dmitri Rogozin entre os passageiros). Os europeus reais (do ocidente) gradualmente cairão em si e começarão a fazer negócios com a Rússia. Mesmo Emanuel Macron de Rothschild, da França, provavelmente se demonstrará como um parceiro mais adulto do que o Donald.

Mas a verdadeira acção estará alhures — no Sul, no Leste e no Extremo Oriente. A verdade simples é que o mundo simplesmente não pode ficar à espera de que os americanos recuperem o juízo. Há uma série de assuntos cruciais que precisam de ser urgentemente enfrentados, uma série de imensos projectos que precisam ser realizada e um mundo muito diferente e multi-polar que precisa ser fortalecido. Se os americanos querem recusar-se a salvarem-se disto tudo, se querem deitar abaixo a ordem constitucional que os Pais Fundadores criaram e se querem funcionar apenas no reino do ilusório que nada tem a ver com a realidade — estão no seu direito e é o seu problema.

Washington DC começa a parecer um jardim-de-infância sob o efeito de LSD — algo engraçado e desagradável. Os garotos não parecem muito espertos: uma mistura de valentões e idiotas invertebrados. Alguns deles têm os dedos no botão nuclear e isso é absolutamente assustador. O que os adultos têm de fazer agora é descobrir uma maneira de manter os garotos ocupados e distraídos e distraí-los para que não apertem o maldito botão sem querer. E esperar. Esperar pela reacção inevitável de um país que é muito melhor e mais forte que os seus governantes e que agora precisa desesperadamente de um verdadeiro patriota para acabar com as Feiticeiras de Sabbath em Washington DC.

Vou encerrar esta coluna com uma nota pessoal. Acabei de atravessar os Estados Unidos, literalmente, do Rio Rogue no Oregon à costa leste da Florida. Durante essa longa viagem vi não só paisagens de tirar o fôlego mas também belas pessoas que se opõem ao baile satânico em DC com todas as fibras do seu ser e que querem o seu pais livre dos degenerados poderes demoníacos que se apossaram do Governo Federal. Vivi um total de 20 anos nos EUA e aprendi a amar e apreciar profundamente as muitas pessoas boas, decentes e honradas que aqui vivem. Longe de ver o povo americano como inimigo da Rússia, vejo-o como aliado natural, ainda que seja por termos o mesmo inimigo (os neocons em DC) e nenhuma razão objectiva para conflitos, nenhuma de qualquer espécie. De resto, americanos e russos são muito semelhantes, por vezes de um modo cómico. Tal como durante a Guerra-Fria nunca perdi a esperança no povo russo, agora recuso-me a perder a esperança no povo americano. Sim, o governo federal americano é desgostante, mau, nojento, estúpido, degenerado e absolutamente satânico, mas o povo dos Estados Unidos não é. Longe disso. Não sei se este país conseguirá sobreviver a este regime como EUA unitário ou se vai romper-se em várias entidades diferentes (algo que acho muito possível), mas creio que o povo americano sobreviverá e vencerá tal como o povo russo sobreviveu aos horrores das décadas de 1980 e 1990.

Neste momento os Estados Unidos parecem despenhar-se num precipício muito semelhante àquele em que mergulhou a Ucrânia (aliás não é surpreendente, as mesmas pessoas infligem os mesmos desastre em quaisquer países que infectem com a sua presença). A grande diferença é que o seu imenso e inexplorado potencial irá recuperá-lo. Poderá não ser uma Ucrânia em dez anos, mas será definitivamente um país norte-americano, talvez diferente do único actual ou talvez mesmo com vários estados sucessores derivados.

Mas por enquanto, só posso repetir o que os habitantes da Florida dizem quando um furacão se abate sobre eles "aferrem-se ao chão" e preparem-se para os tempos difíceis e perigosos que estão para vir. 

31/Julho/2017

[NR] A lei das sanções contra a Rússia, Irão e Coreia do Norte foi assinada em 02/Agosto/2017. 

Tradução de MA, revisão de JF.

Este artigo encontra-se em http://resistir.info/ .

UE nauseabunda e asquerosa | Governos europeus investem no tráfico de refugiados


José Goulão [*]

Aqueles que se proclamam faróis dos direitos humanos financiam terrorismos com o dinheiro dos contribuintes e varrem o problema dos refugiados para debaixo do tapete, tratando-os como lixo.

Não é oficial, porém é uma verdade comprovada: governos europeus financiam redes de traficantes no Norte de África para tentarem impedir que os refugiados cheguem às costas europeias.

A muitos poderá parecer indigno que damas e cavalheiros tão apessoados, fluentes como ninguém na homilia dos direitos humanos, assertivos sem rival no discurso da guerra contra o terrorismo, sejam capazes de untar as mãos de senhores da guerra, da tortura e do terror com o dinheiro dos contribuintes. Eles lá sabem por que o fazem, dirão alguns; pois bem, também nos convém apurar o que eles fazem, para melhor os conhecermos para lá da farpela e do verbo.

Há poucas semanas, o governo italiano, tão democrático que até veste as cores do Partido Democrático, um braço político da NATO situado "à esquerda" no "arco da governação", enviou dois credenciados espiões para negociar com os cappos da família mafiosa Dabashi, que têm quartel-general em Sebrata, no território que outrora se designou Líbia e hoje é considerado um "Estado-falhado", melhor dizendo, um não-Estado. Situação que resulta da operação devastadora conduzida por uma aliança militar não disfarçada entre a NATO e grupos terroristas ditos "islâmicos" das linhagens Daesh e Al-Qaida.

A família Dabashi é um exemplo de empreendedorismo orientado pelo mais elevado sentido da modernidade, extraindo proveitos múltiplos e gordos do caos implantado no território da antiga nação, que chegou a ser uma das mais prósperas de África.

Dois irmãos repartem a chefia do clã: um comanda a milícia Al-Ammu, ou Brigada do Mártir Annas al-Dabashi, constituída por cinco centenas de mercenários e parcialmente financiada pelo Ministério da Defesa de um governo sediado em Tripoli, o de Fayez al-Sarraj, reconhecido pela ONU e dito de "união nacional".

Existem pelo menos outros dois governos na antiga Líbia, enovelados entre centenas de milícias, grupos terroristas, gangues mafiosos, bandos de mercenários, traficantes multifacetados e empresas privadas de segurança. O outro irmão Dabashi chefia a Brigada 48, esta financiada pelo Ministério do Interior do mesmo governo.

As duas organizações mafiosas Dabashi obtêm as suas receitas mais compensadoras através do tráfico de refugiados. Administram campos de concentração para encafuar milhares de seres humanos que fogem das guerras fomentadas pela NATO e seus principais Estados membros no Médio Oriente, Eurásia e África, ora alegando combater ora apoiando grupos terroristas; nesses campos ditos "de acolhimento", a tortura, os abusos sexuais e as privações de necessidades mínimas como alimentação, saúde e higiene fazem parte do quotidiano e são métodos corriqueiros para extorquir os bens aos fugitivos como pagamento de viagens em embarcações que mal navegam com destino mais do que duvidoso às costas mediterrânicas europeias.

"Foi com estes empresários, expoentes de um neo-humanismo cada vez mais na moda, que os dois agentes secretos enviados de Roma se sentaram para negociar, e ao que parece com êxito."
Os irmãos Dabashi administram ainda outro proveitoso ramo de negócio: a segurança do tráfico de petróleo nos campos de Mellitah, a oeste de Sebrata, que reverte em favor do governo de Al-Sarraj e, principalmente, da grande companhia petrolífera italiana ENI.

Foi com estes empresários, expoentes de um neo-humanismo cada vez mais na moda, que os dois agentes secretos enviados de Roma se sentaram para negociar, e ao que parece com êxito.

Os números de refugiados chegados às ilhas italianas estão a diminuir drasticamente, tal como já acontece nas ilhas gregas, aqui como resultado do negócio engendrado pelas mentes austeritárias da União Europeia com o tão democrático governo fundamentalista islâmico de Erdogan na Turquia. Um acordo com um patrocinador do terrorismo, membro estratégico da NATO, que custa três mil milhões de euros anuais aos contribuintes europeus.

Roma nega que tal trato tenha sido concebido e desmente até o envio dos seus espiões a Sebrata. Porém, o porta-voz da milícia Al-Ammu, Bashir Ibrahim, escolheu outra estratégia de comunicação. Existe "um acordo verbal entre o governo de al-Sarraj e Itália" para travar o embarque de refugiados, "em troca de equipamentos, barcos e salários", explicou.

Bashir não teve papas na língua: "os nossos esforços durarão o tempo que o dinheiro durar; se a ajuda parar a nossa brigada não terá meios para continuar a fazer o trabalho e retomará o tráfico de migrantes".

Aqui chegados, temos em confronto a versão de Roma, negando o acordo, e a dos mafiosos, pormenorizando o seu conteúdo.

Para desempatar, usemos o presidente francês e eminência do jet set Emmanuel Macron – cuja perda de popularidade consegue ser ainda mais veloz e a pique do que as de Sarkozy e Hollande.

Em recente cimeira sobre os refugiados realizada no Eliseu, com presença de França, Alemanha, Espanha, Itália, Chade, Níger e o governo Al-Sarraj, o presidente francês não conteve o entusiasmo e desnudou a estratégia de Roma. "O que foi feito entre a Líbia e Itália", descaiu-se Macron, "é um exemplo perfeito do caminho que devemos tomar".

Na verdade, esse é o caminho assumido não só pela Itália mas também pela União Europeia, conforme decisões tomadas na Estónia e que se transformaram em mais um assalto aos bolsos dos contribuintes europeus, uma humilhação às vítimas da austeridade e um desrespeito xenófobo e cruel pelos refugiados.

Bruxelas disponibiliza pelo menos 200 milhões de euros para reforço das guardas costeiras existentes no território da Líbia, além do envio de material, embarcações e navios de guerra próprios – decisões todas elas orientadas por um objectivo único: impedir a chegada de refugiados à Europa, independentemente do seu destino às mãos dos traficantes ou das autoridades dos países para onde forem reenviados, mesmo que isso viole disposições do direito internacional.

O uso do plural – guardas costeiras – não é um engano. No não-Estado da Líbia existe uma cumplicidade instalada entre os vários serviços de suposta vigilância da costa e o universo de milícias, gangues, seitas fundamentalistas e bandos de mercenários que se digladiam em todo o território, conforme reconhece um relatório divulgado pelo Conselho de Segurança da ONU em 1 de Junho deste ano. "Os contrabandistas, mas também os serviços de combate à imigração ilegal e as guardas costeiras estão directamente implicados em violações graves dos direitos humanos", lê-se no relatório com 305 páginas.

É a ordem natural das coisas ali deixada pela NATO. Pelo que se torna impossível destrinçar como funciona o quê neste ambiente nauseabundo onde confluem o tráfico de seres humanos, o crime organizado nas suas múltiplas facetas, o terror fundamentalista, o funcionamento corrupto e telecomandado das guardas costeiras.

"O tráfico de migrantes e de outras pessoas faz parte dos mesmos circuitos de outros tráficos, designadamente os tráficos de armas, de droga, de ouro", lê-se no relatório do Conselho de Segurança; rol de tráficos ao qual pode acrescentar-se, sem erro, o de petróleo. É, pois, para este magma formado por terrorismo, guerra, corrupção, tortura e morte que a União Europeia remete os seus milhões e envia os seus meios para "resolver o problema dos refugiados".

Olhemos para o caso dos irmãos Kochlaf, usado no documento da ONU como exemplo ilustrativo da mixórdia apodrecida em que se transformou a Líbia. Tal como os irmãos Dabashi, Mohamed e Walid Kochlaf comandam uma milícia, baptizada Nasr; são traficantes de refugiados, chefiam as forças de segurança dos campos petrolíferos de Zauia e dirigem operações de compra de combustíveis para contrabandistas.

Este sistema empresarial está interligado com as actividades do comandante da guarda costeira predominante em Zauia, Abd al-Rahman Milad, aliás Bija, cuja nomeação decorreu de um empenho influente, e convincente, dos irmãos Kochlaf e respectiva milícia, bastante activa no sector costeiro delimitado por Zauia, Zuara e Sebrata.

"As redes criminosas fornecem informações aos guardas-costeiros para impedirem os gangues rivais de terem êxito nas suas operações de contrabando; os guardas-costeiros estão mergulhados igualmente no tráfico de migrantes", explica o relatório do Conselho de Segurança.

"Se chegam agora menos refugiados às costas europeias isso significa que há governos da União a financiarem a ditadura islâmica de Erdogan na Turquia e a garantirem o enriquecimento de redes terroristas (...)"

Bija e os irmãos Kochlaf são um exemplo desta coordenação criminosa corriqueira que está na origem das constantes guerras entre milícias envolvidas no tráfico humano e de que as principais vítimas são, mais uma vez, os refugiados, frequentemente obrigados a regressar a terra já depois de iniciada a viagem.

Suspender a travessia e a fuga para a Europa dos que buscam a sobrevivência implica a alternativa inevitável do regresso aos campos de concentração das milícias, onde são alvos de novas manobras de extorsão se procurarem outras oportunidades de embarque; ou então vêem-se obrigados a desempenhar trabalho escravo nos campos petrolíferos, por conta das máfias e sem qualquer retribuição; podem ainda ser repatriados, com os inevitáveis riscos que tal decisão acarreta.

Governos europeus esfregam as mãos de satisfação e ufanam-se com o facto de este ano ter diminuído, e muito, o número de refugiados chegados à Europa, sem que haja alteração das situações dramáticas das quais fogem. Estamos a salvar vidas, mentem os tecnocratas de Bruxelas, Roma e Paris; ou de Berlim, onde parece já ter sido preenchida a quota de mão-de-obra sem direitos reclamada pela confederação patronal quando explodiu o drama dos desembarques massivos nas costas da Europa.

As proclamações de êxito no combate europeu à "crise dos refugiados" são uma fraude reles e desumana. Se chegam agora menos refugiados às costas europeias isso significa que há governos da União a financiarem a ditadura islâmica de Erdogan na Turquia e a garantirem o enriquecimento de redes terroristas, mafiosas e negreiras concentradas nos territórios onde eles próprios são responsáveis pelo caos existente.

Se chegam agora menos refugiados às costas europeias tal não significa que essas pessoas estejam sãs e salvas. O mais certo é serem submetidas a tortura, violações e outras sevícias, penarem com trabalho escravo ou sujeitarem-se a outras rotas tanto ou mais perigosas e letais do que a mediterrânica.

Governos europeus, faróis dos direitos humanos, financiam terrorismos com o dinheiro dos contribuintes e varrem o problema dos refugiados para debaixo do tapete, tratando-os como lixo. É a demonstração mais rasteira de xenofobia, de cruel discriminação, de agressão aos mais elementares direitos humanos.

Julgando que assim salvam as aparências, pregando eficácia e escondendo os métodos terroristas por que enveredaram, esses governantes da "nossa Europa" e da "nossa NATO" são mais criminosos do que os fora-de-lei que ajudaram a criar e agora financiam.

Entretanto, dissertam de cátedra sobre o Estado de direito.

[*] Jornalista. 


Este artigo encontra-se em http://resistir.info/ 

QUEM DOMINA A AMÉRICA?


A elite do poder na era Trump
James Petras

Nos últimos meses, vários sectores políticos, económicos e militares competidores – ligados a diferentes grupos ideológicos e étnicos – emergiram claramente como os centros de poder.

Podemos identificar alguns dos competidores chave e centros entrelaçados da elite do poder: 

1. Propagandistas do mercado livre, com a presença generalizada do grupo "Israel First".

2. Capitalistas nacionais, ligados a ideólogos de direita.
3. Generais, ligados à segurança nacional e ao aparelho do Pentágono, bem como à indústria da defesa.
4. Elites dos negócios, ligadas ao capital global.

Este ensaio tenta definir os detentores do poder e avaliar a amplitude e impacto do seu poder.

A elite do poder económico: Israel-Firsters e presidentes da Wall Street

Os Israel Firsters dominam as posições económicas e políticas de topo dentro do regime Trump e, de modo interessante, estão entre os opositores mais vociferantes da administração. Estes incluem: a presidente do Federal Reserve, Janet Yellen, bem como seu vice-presidente, Stanley Fischer, um cidadão israelense e antigo (sic) governador do Banco de Israel.

Jared Kushner, genro de Trump e judeu ortodoxo, actua como seu conselheiro principal em Assuntos do Médio Oriente. Kushner, um magnata imobiliário de Nova Jersey, posicionou-se como o arqui-inimigo dos nacionalistas económicos do círculo próximo de Trump. Ele defende todo o poder israelense e a captura de terra no Médio Oriente e trabalha estreitamente com David Friedman, embaixador dos EUA em Israel (e apoiante fanático dos colonatos ilegais judeus) e Jason Greenblatt, representante especial para negociações internacionais. Com três Israel-Firsters a determinar a política do Médio Oriente, não há sequer uma folha de figueira para equilibrar.

O secretário do Tesouro é Steven Mnuchin, antigo executivo da Goldman Sachs, que lidera a ala neoliberal de livre mercado do sector da Wall Street dentro do regime Trump. Gary Cohn, durante muito tempo influente na Wall Street, encabeça o National Economic Council. Eles constituem o núcleo dos conselheiros de negócios e lideram a coligação neoliberal anti-nacionalista de Trump comprometida a minar políticas económicas nacionalistas.

Uma voz influente no gabinete da Procuradoria-Geral é Rod Rosenstein, o qual nomeou Robert Mueller como investigador chefe, o que conduz à remoção de nacionalistas da administração Trump.

O padrinho visionário da equipe anti-nacionalista de Mnuchin-Cohn é Lloyd Blankfein, presidente da Goldman Sachs. Os "Três banksters Israel First" estão a encabeçar o combate para desregulamentar o sector bancário, o qual tem devastado a economia, levou ao colapso de 2008 e ao arresto de milhões de lares e negócios americanos.

A elite "Israel First" do livre mercado estende-se por todo o espectro político dominante, incluindo democratas no Congresso, liderados pelo líder da minoria no Senado, Charles Schumer e o responsável democrata do Comité de Inteligência da Câmara, Adam Schiff. Os Israel Firsters do Partido Democrata aliaram-se aos seus irmãos do livre mercado para pressionar por investigações e campanhas de mass media contra apoiantes do nacionalismo económico de Trump e o seu expurgo final da administração. 
A elite do poder militar: Os generais 

A elite do poder militar tomou do presidente eleito o poder de tomar as grandes decisões. Outrora os poderes de guerra permaneciam com o presidente e o Congresso, hoje uma colecção de militaristas fanáticos faz e executa a política militar, decide zonas de guerra e pressiona por maior militarização do policiamento interno. Trump entregou decisões cruciais àqueles que afectuosamente chama os "meus generais" enquanto continua a esquivar-se a acusações de corrupção e racismo.

Trump nomeou o general de quatro estrelas James "Mad Dog" Mattis (reformado do US Marine Corps) – um general que conduziu a guerra no Afeganistão e no Iraque – como secretário da Defesa. Mattis (cujas "glorias" militares incluíram bombardear uma grande festa de casamento no Iraque) está a conduzir a campanha para escalar a intervenção militar dos EUA no Afeganistão – uma guerra e uma ocupação que Trump condenou abertamente durante a sua campanha. Como secretário da Defesa, o general "Mad Dog" ("Cão Louco") pressionou o não entusiástico Trump a anunciar um aumento das tropas estado-unidenses no terreno e ataques aéreos por todo o Afeganistão. Confirmando seu muito publicitado nome de guerra, o general é um raivoso advogado de um ataque nuclear contra a Coreia do Norte.

O tenente-general H. R. McMaster (um general de três estrelas na activa e por longo tempo proponente da expansão de guerras no Médio Oriente e Afeganistão) tornou-se Conselheiro de Segurança Nacional após o expurgo do aliado de Trump, ten.-general Michael Flynn, o qual opôs-se à campanha de confrontação e sanções contra a Rússia e a China. McMaster tem sido instrumental na remoção de "nacionalistas" da administração Trump e junta-se ao general "Mad Dog" Mattis na pressão por uma maior acumulação de tropas dos EUA no Afeganistão.

O ten.-general John Kelly (reformado do USMC), outro veterano de guerra no Iraque e entusiastas dasmudanças de regime no Médio Oriente, foi nomeado Chefe de Equipe da Casa Branca após o despejo de Reince Priebus.

A Troika de três generais da administração partilha com os conselheiros Israel First neoliberais de Trump, Stephen Miller e Jared Kushner, uma profunda hostilidade em relação ao Irão e endossa plenamente a exigência do primeiro-ministro israelense Netanyahu de que o Acordo Nuclear de 2015 com Teerão seja sucateado.

O directorado militar de Trump garante que os gastos para guerras além-mar não serão afectados por cortes orçamentais, recessões ou mesmo desastres nacionais. Os "generais", os adeptos do livre mercado Israel First e a elite do Partido Democrata conduzem o combate contra os nacionalistas económicos e têm tido êxito em assegurar que a construção do império militar e económico da Era Obama permaneçam em vigor e mesmo que se expandam.

A elite económica nacionalista

O principal estratega e ideólogo nacionalistas económicos aliados de Trump na Casa Branca foi Steve Bannon. Ele foi o arquitecto político chefe e o conselheiro de Trump durante a campanha eleitoral. Bannon concebeu uma campanha eleitoral em favor da indústria manufactureira interna e dos trabalhadores americanos contra os adeptos do livre mercado na Wall Street e nas corporações multinacionais. Ele desenvolveu o ataque de Trump aos acordos de comércio global, os quais levaram à exportação de capital e à devastação do trabalho manufactureiro nos EUA.

De modo igualmente significativo, Bannon carpinteirou a oposição pública inicial aos 15 anos de intervenção dos generais no Afeganistão, com um custo de milhões de milhões (trillion) de dólares e as séries de guerras ainda mais custosas no Médio Oriente favorecidas pelos Israel-Firsters, incluindo a guerra em curso de mercenários proxy para derrubar o governo nacionalista leigo da Síria.

Em oito meses de administração Trump, as forças combinadas da elite económica do livre mercado e militar, os líderes do Partido Democrata, militaristas abertos no Partido Republicano e seus aliados nos mass medida conseguiram expurgar Bannon – e marginalizar a base de apoio de massa da sua agenda económica nacionalista "America First" e da agenda anti-"mudança de regime".

A "aliança" anti-Trump irá agora alvejar os poucos nacionalistas económicos que restam na administração. Estes incluem: o director da CIA Mike Pompeo, que favorece o proteccionismo através do enfraquecimento dos acordos de comércio asiático e do NAFTA e Peter Navarro, presidente do Conselho de Comércio da Casa Branca. Pompeo e Navarro enfrentam forte oposição da troika sionista-neoliberal em ascensão que agora domina o regime Trump.

Além disso, há o secretário do Comércio, Wilbur Ross, um bilionário e antigo director da Rothschild Inc., o qual aliou-se a Bannon ao ameaçar quotas de importação para tratar do maciço défice comercial dos EUA com a China e a União Europeia.

Outro aliado de Bannon é o representante comercial dos EUA, Robert Lighthizer, antigo analista militar e de inteligência com laços à newsletter Breitbart. Ele é um forte oponente aos neoliberais e globalizadores, dentro e fora do regime Trump.

O "Conselheiro Sénior" de Trump e redactor dos seus discursos, Stephen Miller, promove activamente a proibição de viagem a muçulmanos e restrições mais estritas à imigração. Miller representa a ala Bannon do entusiástico grupo pró-Israel de Trump.

Sebastian Gorka, vice-assistente de Trump em assuntos militares e de inteligência, era mais um ideólogo do que um analista, o qual escrevia para Breitbart e passou ao gabinete nas pegadas de Bannon. Logo depois de remover Bannon, os "generais" expurgaram Gorka, nos princípios de Agosto, com acusações de "anti-semitismo".

Seja quem for que permaneça entre os nacionalistas económicos de Trump, estarão significativamente diminuídos com a perda de Steve Bannon, o qual dava liderança e direcção. Contudo, a maior parte tem antecedentes sociais e económicos, o que também os liga à elite do poder militar sobre algumas questões e com os adeptos do mercado livre pró Israel sobre outras. Contudo, suas crenças nucleares foram moldadas e definidas por Bannon.

A elite do poder nos negócios

O presidente da Exxon Mobile, Rex Tillerson, o secretário de Estado de Trump, e o ex-governador do Texas Rick Perry, secretário da Energia, lideram a elite dos negócios. Enquanto isso, a elite dos negócios associada à manufactura e indústria dos EUA tem pouca influência directa em política interna ou externa. Se bem que em política interna sigam os adeptos do livre mercado da Wall Street, eles estão subordinados à elite militar em política externa e não são aliados ao núcleo ideológico de Steve Bannon.

A elite dos negócios de Trump, a qual não tem ligação aos nacionalistas económicos no regime Trump, proporciona uma faces amistosa a aliados e adversários económicos além-mar.

Análise e conclusão

O poder da elite atravessa filiações partidárias, ramos de governo e estratégias económicas. Ele não é restringindo por qualquer partido político, republicano ou democrata. Isto inclui adeptos do livre mercado, alguns nacionalistas económicos, correctores da Wall Street e militaristas. Todos competem e combatem por poder, riqueza e dominância dentro desta administração. A correlação de forças é volátil, mudando rapidamente em curtos períodos de tempo – o que reflecte a falta de coesão e coerência no regime Trump.

Nunca a elite do poder nos EUA foi sujeita a tais mudanças monumentais na sua composição e direcção durante o primeiro ano de um novo regime.

Durante a presidência Obama, a Wall Street e o Pentágono partilhavam o poder confortavelmente com bilionários de Silicon Valley e a elite dos mass media. Eles estavam unidos na busca de uma estratégia imperial "globalista", enfatizando múltiplos teatros de guerra e tratados multilaterais de livre comércio, os quais estavam em processo de reduzir milhões de trabalhadores americanos à servidão (helotry) permanente.

Com a posse do presidente Trump, esta elite do poder enfrentou desafios e a emergência de uma nova configuração estratégica, a qual pretendia mudanças drásticas na política económica e política militar dos EUA.

O arquitecto da campanha e estratégia de Trump, Steve Bannon, procurou deslocar a elite económica e militar global com a sua aliança de nacionalistas económicos, trabalhadores manufactureiros e elites de negócios proteccionistas. Bannon pressionou por uma grande ruptura com a política de Obama de guerras múltiplas e permanentes para expandir o mercado interno. Ele propôs retiradas de tropas e o fim das operações militares dos EUA no Afeganistão, Síria e Iraque, enquanto aumentava uma combinação de pressão económica, política e militar sobre a China. Ele tentou acabar as sanções e confrontação contra Moscovo e moldar laços económicos entre os produtores gigantes de energia nos EUA e a Rússia.

Se bem que Bannon fosse inicialmente o estratega chefe na Casa Branca, ele rapidamente viu-se confrontado com rivais poderosos dentro do regime, além de oponentes ardentes entre globalistas democratas e republicanos e especialmente entre os sionistas – neoliberais que sistematicamente manobraram para ganhar posições de estratégia económica e política dentro do regime. Ao invés de ser uma plataforma coerente a partir da qual seria formulada uma nova estratégia económica radical, a administração Trump tornou-se um"terreno de luta" caótico e vicioso. A estratégia económica de Bannon mal saiu do terreno.

Os mass media e os operacionais dentro do aparelho de estado, ligados à estratégia de guerra permanente de Obama, primeiro atacaram a proposta de Trump de reconciliação económica com a Rússia. Para minar qualquer "desescalada", eles fabricaram a conspiração dos espiões russos e manipulação das eleições. Seus primeiros tiros com êxito foram disparados contra o ten.-general Michael Flynn, aliado de Bannon e proponente chave da reversão da política de confrontação militar de Obama/Clinton com a Rússia. Flynn foi rapidamente destruído e ameaçado abertamente com processo quando um "agente russo" estimulou uma histeria que recordava o apogeu do senador Joseph McCarthy.

Os postos económicos chave no regime Trump foram divididos entre os neoliberais adeptos do Israel-First e os nacionalistas económicos. O "negociante" Trump tentou atrelar sionistas neoliberais filiados à Wall Street aos nacionalistas económicos, ligados à base eleitoral de Trump na classe trabalhadora, formulando novas relações comerciais com a UE e a China, as quais favoreceriam a indústria manufactureira dos EUA. Dadas as diferenças irreconciliáveis entre estas forças, o ingénuo "acordo" de Trump enfraqueceu Bannon, minou sua liderança e arruinou sua estratégia económica nacionalista.

Apesar de Bannon ter assegurado vários importantes nomeados económicos, os neoliberais sionistas enfraqueceram sua autoridade. O grupo Fischer-Mnuchin-Cohon estabeleceu com êxito uma agenda competitiva.

Toda a elite do Congresso de ambos os partidos uniu-se para paralisar a agenda Trump-Bannon. Os mass media corporativos gigantes serviram como um megafone histérico e carregado de rumores para excitados investigadores do Congresso e do FBI que ampliavam cada nuance das relações de Trump entre os EUA e a Rússia em busca de conspirações. O aparelho combinado do Congresso e dos media esmagou a desorganizada e despreparada base de massa da coligação eleitoral de Bannon que elegera Trump.

Totalmente derrotado, Trump, o presidente sem dentes, recuou numa busca desesperada por uma nova configuração de poder, transferindo suas operações do dia-a-dia para os "seus generais". O presidente civil eleito dos Estados Unidos adoptou a busca dos "seus generais" de uma nova aliança militar globalista e de escalada de ameaças militares acima de tudo contra a Coreia do Norte, mas incluindo a Rússia e a China. O Afeganistão foi imediatamente designado para uma intervenção expandida.

Trump efectivamente substituiu a estratégia económica nacionalista de Bannon por um ressuscitar da abordagem militar multi-guerra de Obama.

O regime Trump relançou os ataques ao Afeganistão e à Séria – ultrapassando o uso de ataques com drones de Obama a militantes muçulmanos suspeitos. Ele intensificou sanções contra a Rússia e o Irão, abraçou a guerra da Arábia Saudita contra o povo do Iémen e entregou toda a política do Médio Oriente ao seu conselheiro político ultra-sionista (magnata imobiliário e genro) Jared Kushner e ao embaixador dos EUA em Israel, David Friedman.

A retirada de Trump transformou-se numa derrota grotesca. Os generais abraçaram os sionistas neoliberais no Tesouro e os militaristas globais no Congresso. O director de comunicações Anthony Scaramucci foi despedido. O chefe de Estado-Maior de Trump, general Joe Kelly, expurgou Steve Bannon. Sebastian Gorka foi chutado para fora.

Os oito meses de luta interna entre os nacionalistas económicos e os neoliberais acabaram. A aliança sionista-globalista com os generais de Trump agora domina a Elite do Poder.

Trump está desesperado para adaptar à nova configuração, aliada aos seus próprios adversários do Congresso e aos mass media raivosamente anti-Trump.

Tendo quase dizimado os nacionalistas económicos de Trump e o seu programa, a Elite do Poder montou então uma série de eventos mediáticos exagerados centrados em torno de um espancamento em Charlottesville, Virgínia, entre partidários da "supremacia branca" e "anti-fascistas". Depois de a confrontação ter levado a mortos e feridos, os media utilizaram a inepta tentativa de Trump de culpar ambos os lados que empunhavam "tacos de beisebol" como prova de ligações do presidente a neo-nazis e à KKK. Neoliberais e sionistas, dentro da administração Trump e nos seus conselhos de negócios, juntaram-se todos no ataque ao presidente, denunciando sua falha ao imediatamente e unilateralmente culpar extremistas de direita pela desordem.

Trump está a voltar-se para sectores dos negócios e para a elite do Congresso numa tentativa desesperada de reter seu apoio em declínio através de promessas de por em prática cortes fiscais maciços e desregulamentar todo o sector privado.

A questão decisiva não é mais sobre esta ou aquela política ou mesmo estratégia. Trump já perdeu em todos os tabuleiros. A "solução final" para o problema da eleição de Donald Trump está a andar passo-a-passo – o seu impeachment e possível prisão por todos os meios possíveis.

O que nos diz a ascensão e destruição do nacionalismo económico na "pessoa" de Donald Trump é que o sistema político americano não pode tolerar quaisquer reformas capitalistas que possam ameaçar a elite do poder imperial globalista.

Escritores e activistas costumavam pensar que só regimes socialistas eleitos democraticamente seriam alvo de golpe de estado sistemático. Hoje as fronteiras políticas são muito mais restritivas. Apelar ao "nacionalismo económico", completamente dentro do sistema capitalista, e procurar acordos comerciais recíprocos é convidar ataques políticos selvagens, conspirações inventadas e capturas militares internas que acabam em "mudança de regime".

O expurgo dos nacionalistas económicos e dos anti-militaristas efectuado pela elite global-militarista foi apoiado por toda a esquerda dos EUA, apenas com algumas poucas excepções. Pela primeira vez na história a esquerda tornou-se uma arma organizacional daqueles pró guerra, pró Wall Street, pró direita sionista na campanha de expulsão do presidente Trump. Movimentos e líderes locais, no entanto, funcionários sindicais, políticos dos direitos civis e da imigração, liberais e sociais democratas juntaram-se no combate para a restauração do pior de todos os mundos: a política Clinton-Bush-Obama/Clinton de guerras múltiplas permanentes, escalada de confrontos com a Rússia, China, Irão e Venezuela e a desregulamentação de Trump da economia estado-unidense e cortes maciços de impostos para o big business.

Andámos um longo caminho para trás: de eleições para expurgos e de acordos de paz para investigações de estado policial. Os nacionalistas económicos de hoje são etiquetados como "fascistas" e trabalhadores deslocados são "os deploráveis"!

Os americanos têm um bocado a aprender e a desaprender. Nossa vantagem estratégica pode estar no facto de que a vida política nos Estados Unidos não pode ficar pior – realmente chegámos ao fundo e (a menos que haja uma guerra nuclear) só podemos melhorar.

Ver também: 

  Chaos of the Trump era is never-ending , M.K. Bhadrakumar

O original encontra-se em petras.lahaine.org/?p=2153

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