domingo, 20 de setembro de 2020
NATAÇÃO DA COLUMBÓFILA RENOVA PARCERIA COM O CENTRO MÉDICO S. MATEUS
SIC confirma retirada de canais em Angola
Os canais da SIC vão deixar de ser emitidos pela DStv em Angola a 15 de outubro de 2020, anunciou a plataforma, em mensagem aos clientes, informação confirmada à Lusa por fonte oficial da estação portuguesa.
“A DSTV informa que a SIC Internacional África e SIC Notícias deixarão a nossa plataforma a partir de 15 de outubro”, lê-se na mensagem enviada a todos os clientes pelo serviço de televisão satélite da empresa sul-africana MultiChoice.
Contactada pela Lusa, fonte oficial da SIC confirmou a informação, por email, mas sem mais detalhes. Uma outra fonte da estação de Carnaxide adiantou apenas que a retirada se deve a “questões contratuais”, excluindo motivos editoriais.
Na nota de imprensa da MultiChoice, a que a Lusa teve acesso, a operadora diz que o cancelamento da SIC Internacional e da SIC Notícias, a partir de 15 de outubro, faz parte dos seus “esforços contínuos para atualizar” a grelha de conteúdos e “otimizar o conjunto de canais disponíveis”.
A MultiChoice justifica a decisão com um “maior foco no investimento e oferta de conteúdo local” e assegura que “não abdica” de “oferecer o melhor conteúdo disponível” aos seus clientes.
“Enquanto negócio nascido e criado em África, fizemos avultados investimentos no desenvolvimento de programação original africana para transmitir o melhor conteúdo africano do continente”, realça a empresa sul-africana, que opera na África subsariana através da plataforma DStv.
A MultiChoice adianta ainda que vai criar “uma plataforma para partilhar estórias angolanas”, ainda que reconhecendo que o investimento em conteúdo local enfrenta constrangimentos como a “dimensão do mercado” e a “capacidade de financiar essas iniciativas”.
Os canais da SIC já tinham sido anteriormente suspensos pela DStv, a 05 de junho de 2017, mas, na altura, a empresa não explicou a decisão, lamentando apenas os “transtornos causados”.
Nessa altura, a DStv juntou-se à decisão tomada antes pela operadora de televisão por satélite Zap, da empresária angolana Isabel dos Santos, que, a 14 de março de 2017, havia interrompido a difusão dos canais SIC Internacional e SIC Notícias nos mercados de Angola e Moçambique, depois de o canal português ter divulgado reportagens críticas do regime do ex-Presidente José Eduardo dos Santos.
Na ocasião, a decisão foi justificada com os custos da aquisição dos direitos dos dois canais portugueses.
Em setembro de 2018, após mais de um ano sem emissões em Angola, a estação de Carnaxide anunciou o regresso à DStv.
A Zap permanece sem qualquer canal SIC na sua grelha.
Lusa
EslovenoTadej Pogacar é o vencedor da 107.ª edição
O ciclista esloveno Tadej Pogacar (UAE Emirates) venceu hoje a 107.ª Volta a França, ao cortar a meta, nos Campos Elísios, integrado no pelotão, no final da 21.ª e última etapa conquistada pelo irlandês Sam Bennett (Deceuninck-QuickStep).
Pogacar, de 21 anos, é o primeiro esloveno a conquistar o Tour e o ciclista mais jovem no pós-guerra a fazê-lo, e vai ser acompanhado no pódio final pelo seu compatriota Primoz Roglic (Jumbo-Visma), segundo a 59 segundos, e pelo australiano Richie Porte (Trek-Segafredo), terceiro a 03.30 minutos.
A 21.ª e última etapa, uma ligação de 122 quilómetros entre Mantes-la-Jolie e Paris, foi ganha pelo camisola verde, Sam Bennett (Deceuninck-QuickStep), com o tempo de 02:53.32 horas, diante do campeão do Mundo, o dinamarquês Mads Pedersen (Trek-Segafredo), e do eslovaco Peter Sagan (Bora-hansgrohe).
Fonte e Foto: Lusa
Filipe Albuquerque fala em “sonho concretizado” após vencer as 24 Horas de Le Mans em LMP2
O piloto português Filipe Albuquerque (United Autosports) considera "um sonho concretizado" ter vencido hoje a prova das 24 Horas de Le Mans em automobilismo, na classe LMP2, "por Portugal".
O triunfo valeu ao piloto de Coimbra, que faz equipa com os britânicos Phil Hanson e Paul di Resta no Oreca, a conquista matemática da Taça do Mundo de Resistência. Para que o título seja efetivo, basta a Albuquerque alinhar à partida da última prova, no Bahrain.
"Pontualmente, já o conseguimos, mas, regulamentarmente, precisamos de alinhar na última corrida no Bahrain. Por isso, para já, podemos festejar a vitória em Le Mans, o resto virá a seu tempo. A equipa fez um trabalho extraordinário, nós pilotos demos sempre o nosso melhor e não tenho dúvida que somos justos vencedores", disse Albuquerque, que viveu o último turno de condução a partir das boxes.
O piloto luso considerou que foi uma "corrida incrível".
Foi uma corrida muito suada, mas trazemos o caneco para casa. Foi mesmo até à última volta", comentou Albuquerque, após ver o companheiro Phil Hanson cortar a meta em primeiro, batendo a equipa do outro português em prova, António Félix da Costa (Jota).
As últimas voltas foram de cortar a respiração, com o Oreca da equipa de Albuquerque a ter de ir às boxes reabastecer a sete minutos do final.
No entanto, Phil Hanson, que quase se despistava à entrada e à saída das boxes, conseguiu sair à frente do britânico Anthony Davidson, um dos companheiros de Félix da Costa, juntamente com o mexicano Robert González.
Davidson acabaria por parar uma volta mais tarde, também para reabastecer, deixando Filipe Albuquerque com um suspiro de alívio.
"Não estava à espera que eles fossem parar. Foi de loucos. Uma corrida dura, todos dentro do limite. Conseguimos ganhar nós e a equipa está toda de parabéns. É um sonho concretizado. Ganhar Le Mans por Portugal foi ótimo", concluiu o conimbricense.
Esta é a segunda vitória portuguesa na mais emblemática das provas de resistência na Europa depois de, em 2012, Pedro Lamy ter vencido a categoria GT AM.
Para Félix da Costa, foi um "excelente resultado".
"Partimos de sétimo, andámos para a frente, andámos para trás, esprememos ao máximo as laranjas. Não ganhei eu, ganhou o Filipe Albuquerque, a taça está muito bem entregue", felicitou o piloto de Cascais.
Hoje, a vitória na 88.ª edição prova gaulesa sorriu, pelo terceiro ano consecutivo, ao Toyota oficial do suíço Sébastien Buémi, do neozelandês Brendon Hartley (que substituiu o espanhol Fernando Alonso) e do japonês Kazuki Nakajima.
A equipa da marca nipónica deu 387 voltas ao traçado francês, mais cinco do que os segundos classificados, o norte-americano Gustavo Menezes, o brasileiro Bruno Senna e o francês Norman Nato, num Rebellion.
O outro Toyota, do argentino José Maria López, do britânico Mike Conway e do japonês Kamui Kobayashi, fechou os lugares do pódio após sofrer problemas mecânicos, já a seis voltas dos vencedores.
Fonte e Foto: Lusa
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“Não podem ficar à porta”. Pais foram o maior problema no início das aulas
Representante dos diretores diz que ajuntamentos que se têm visto perto das escolas são promovidos pelos pais. Pelo contrário, alunos tiveram um comportamento excelente.
Os diretores das escolas dão nota positiva à primeira semana do ano letivo, com destaque para o comportamento dos alunos, mas salientam um problema que se tem sentido do lado dos pais que se juntam à porta das escolas ou do outro lado dos gradeamentos.
O presidente da Associação Nacional de Diretores de Agrupamentos e Escolas Públicas destaca à TSF a "atitude cívica" dos alunos neste ano marcado pela Covid-19, tirando alguns casos que considera pontuais de alunos "amontoados" nas entradas.
Ajuntamentos que, sublinha, "também é justo dizer, foram promovidos pelos nossos pais, pais que vão deixar os filhos às escolas mas permanecem no exterior, em vez de ir trabalhar ou ir para casa"
O representante dos diretores diz que é tradição nas escolas, nomeadamente no 1.º ciclo, os pais "entregarem os filhos aos funcionários e permanecerem em amena cavaqueira no exterior, fazendo tempo para ir para o emprego". "O que se pede aos pais é que deem o exemplo aos filhos", defende.
Por outra associação, o presidente da Associação Nacional de Dirigentes Escolares refere que "também notámos e falei com vários colegas que dizem que a angústia dos pais, legítima, faz com que sabendo que os filhos não têm aulas venham tentar recolhê-los e de facto tentam aproximar-se e ficam todos juntos, às vezes sem usarem máscara o que foi uma preocupação em algumas escolas".
No entanto, Manuel Pereira defende que "genericamente, apesar desses casos pontuais em algumas escolas, até os pais se portaram bem".
O representante de quem dirige as escolas faz, de forma genérica, uma avaliação muito positiva desta primeira semana. "Todos os alunos, praticamente sem exceções, cumprem as regras de uso da máscara ou de higienização das mãos e de outros espaços", remata.
Nuno Guedes / TSF
Videoconferência “Doença de Alzheimer em tempos de pandemia”
Segunda-feira, dia 21 de Setembro, celebra-se o Dia Mundial da doença de Alzheimer.
Como forma de celebrar este dia, o CNS organiza, em parceria com a Associação de Estudantes da Escola Superior de Saúde (aeESS), no dia 21 de setembro, às 18h, uma conversa online, num formato de videoconferência, centrada no tema "Doença de Alzheimer em tempos de pandemia".
A videoconferência será moderada pela Dra. Joana Morgado, neurologista, e contará com a presença da Dra. Camila Nóbrega, neurologista, da Dra. Filomena Sousa, psicóloga e responsável pela consulta de apoio ao cuidador, do Enf. Tiago Pama, Coordenador de Enfermagem do CNS e da Dra. Rosário Zink, representante da Associação Alzheimer Portugal.
Esta conversa online destina-se a toda a comunidade com interesse nesta doença, incluindo doentes, familiares, cuidadores e profissionais de saúde.
SRCentro no Conselho Municipal de Saúde de Coimbra
A Secção Regional do Centro (SRCentro) da Ordem dos Enfermeiros (OE) integra o recém-criado Conselho Municipal de Saúde de Coimbra.
"A SRCentro da Ordem dos Enfermeiros esteve presente na sessão de instalação do Conselho Municipal de Saúde de Coimbra, que decorreu na quarta-feira, dia 16 de Setembro, na Igreja do Convento de São Francisco.
Este novo órgão consultivo, estabelecido no âmbito do processo de descentralização de competências no domínio da saúde para as autarquias locais, ao abrigo do Decreto-Lei nº 23/2019, de 30 de Janeiro, procura, no imediato, resolver às diversas situações que estão e poderão surgir no domínio da saúde no concelho de Coimbra, em especial com a possível chegada de uma segunda vaga da pandemia de Covid-19.
Ricardo Correia de Matos, Presidente do Conselho Directivo da SRCentro, felicita a iniciativa adoptada pela Câmara Municipal de Coimbra, agradecendo o convite para integrar este conselho, e afirma que: “a pandemia Covid-19 acelerou a consciência da necessidade de colocar a Saúde no centro de todas as políticas públicas.
Mas este reconhecimento encerra também um conjunto de desafios, que todos deveremos estar preparados para enfrentar. A capacidade de integrar, de trabalhar em equipa, de cooperar, é absolutamente crucial para atingir os melhores resultados.
Com a constituição da comissão municipal de saúde, a CM de Coimbra tem ao seu dispor um conjunto de especialistas e instituições que ajudarão no desenvolvimento de políticas municipais direccionadas às necessidades das pessoas.
A cidade de Coimbra enfrenta inúmeros desafios, nomeadamente o futuro do Hospital dos Covões, a localização da nova Maternidade, a acessibilidade ao pólo Hospital da Universidade de Coimbra e a requalificação do seu serviço de urgência, as respostas na área da saúde mental, entre outros. Todos estes desafios obrigam a uma elevada capacidade de liderança e de cooperação entre os vários stakeholders, onde as Ordens Profissionais têm um papel absolutamente central na construção das melhores soluções.
Loures cancela festejos carnavalescos em 2021
A Associação do Carnaval de Loures decidiu cancelar todos os festejos carnavalescos de 2021, como medida preventiva para evitar a propagação da pandemia covid-19, assim como a noite de fados prevista para 7 de novembro.
Devido à pandemia também já foram cancelados os corsos carnavalescos de Estarreja, Ovar, Mealhada, Figueira da Foz e Torres Vedras.
Em comunicado, a Associação do Carnaval de Loures explica que as medidas surgem tendo em conta a evolução do coronavírus (Covid-19) em Portugal e apela para a "melhor compreensão" pelos "transtornos eventualmente causados, salientando que a presente decisão tem a finalidade única de evitar riscos para a saúde pública e acautelar, acima de tudo, o bem-estar e a segurança de todos".
A associação adianta que as medidas serão objeto de monitorização e de avaliação permanente, sendo revistas e alteradas nos termos das orientações que venham a ser emanadas pela Direção Geral de Saúde (DGS).
Esta decisão de cancelar a noite de fados prevista para 7 de novembro e todos os festejos carnavalescos previstos para 12 a 17 de fevereiro de 2021 foi tomada numa reunião a 15 de setembro.
Em 9 de setembro, a Rede de Cidades de Carnaval da Região Centro também tinha anunciado que os corsos carnavalescos de Estarreja, Ovar, Mealhada, Figueira da Foz e Torres Vedras não vão realizar-se no próximo ano, devido à pandemia de covid-19.
Os municípios que integram a rede concluíram, após uma reunião realizada em Ovar, no distrito de Aveiro, que, "com base nos dados atualmente disponíveis, não há condições para realizar o Carnaval 2021 nos moldes habituais, nomeadamente os corsos carnavalescos".
A decisão tem como objetivo evitar ajuntamentos de pessoas e promover o distanciamento social.
Contudo, as organizações destes cinco carnavais referiram que tinham a intenção de realizar iniciativas para assinalar o evento, aguardando por orientações da DGS, à qual pediram uma reunião.
A Rede de Cidades de Carnaval da Região Centro vai insistir com a reunião junto da DGS, "para que os carnavais se possam organizar e planear as iniciativas possíveis para assinalar a época carnavalesca de 2021".
Lusa
Jornalista infiltrado afirma que “Ser polícia é uma das profissões mais difíceis em França”
Valentin Gendrot é jornalista e esteve infiltrado durante dois anos na polícia francesa contando tudo o que viveu num livro em que revela o quotidiano de uma esquadra da polícia parisiense.
É uma das profissões mais difíceis do nosso país porque estamos submersos em meios violentos no quotidiano. É algo extremamente difícil", afirmou Valentin Gendrot, autor do livro "Flic", em entrevista à agência Lusa.
O jornalista francês, que já tinha feito outras imersões como vendedor porta a porta ou trabalhador de call center, começou por fazer uma formação inicial de três meses como polícia contratado e durante todo o tempo que passou infiltrado nunca foi descoberto.
"Não há controlo para entrar na polícia. No meu quarto éramos seis e entre nós havia uma pessoa com cadastro juvenil, outra com claras ligações neo-nazis e eu, que sou jornalista. A polícia recruta quem pode", considerou, explicando que depois dos ataques terroristas de 2015 foi preciso recrutar novos agentes.
Tal como os seus colegas, Valentin Gendrot terminou a sua formação com acesso a porte de arma na via pública, mas pouco treino relativamente a situações com que seria confrontado no dia a dia.
"Os polícias aprendem a fazer uma patrulha, um controlo na rua, a disparar, mas ninguém ensina verdadeiramente como intervir numa situação de violência conjugal. E a violência doméstica e problemas entre vizinhos são grande parte das intervenções da polícia numa cidade", indicou.
Colocado na esquadra do 19.º bairro de Paris, testemunhou durante seis meses a incapacidade da polícia para fazer face aos problemas do dia a dia.
"No 19.º bairro há problemas de prostituição, droga, muitos roubos violentos. Mas esses roubos estão ligados ao consumo de 'crack'. A polícia pode tentar apanhar quem rouba e quem vende o 'crack', mas os grandes traficantes não estão ali. Tocamos apenas na superfície dos problemas quando somos polícia de bairro", indicou.
Em 2019, pelo menos 59 polícias em França suicidaram-se, o número mais elevado entre as forças de ordem gaulesas. Um dos casos aconteceu no comissariado do 19.º bairro de Paris enquanto Valentin Gendrot estava infiltrado.
Há muitos elementos que podem explicar o número de suicídios na polícia. Desde logo a diferença entre o que esperavam fazer e o que fazem realmente e o facto de uma parte da população detestar a polícia. Viver todos os dias com o ódio de uma parte da população é algo muito particular. Ao mesmo tempo, quando se é polícia vive-se na violência e na miséria social todos os dias", declarou.
A isto juntam-se "as condições de trabalho completamente degradantes", os baixos salários (um polícia contratado ganha de base 1.340 euros por mês), a falta de presença das hierarquias e de apoio psicológico, mas também a autorização de porte permanente da arma de serviço, permitido mesmo quando os polícias não estão a trabalhar.
Mas viver na violência acaba por exprimir-se também na violência cometida diariamente pela própria polícia.
"Claro que eu já tinha ouvido falar deste tipo de violência, mas há uma grande diferença entre ver na televisão e ser testemunha. A minha relação com a violência é de fugir, mas tive de ficar passivo perante o que vi. Eu não estava lá para fazer ondas, eu estava lá para mostrar como se passa a partir do interior", contou o jornalista.
Um dos momentos mais polémicos no livro é quando o autor descreve um episódio em que um dos colegas bate num adolescente e em seguida produz um relatório falso sobre o que se passou, alegando que o jovem tinha agredido também o polícia. Gendrot participou nessa patrulha e na redação desse relatório.
"Em relação ao falso relatório e falso testemunho, eu podia não incluir esse episódio no meu livro e decidi fazê-lo porque tenho um pacto de honestidade em relação ao leitor", disse o jornalista que viu a inspeção-geral da Polícia Nacional francesa abrir uma investigação a este caso específico após a saída do livro já que o jovem tinha posteriormente apresentado queixa contra o polícia em questão.
Valentin Gendrot descreve ainda o racismo recorrente face às pessoas controladas nas ruas e às pessoas detidas, com insultos como 'bastardos' a serem recorrentes face a pessoas negras, de origem árabes ou imigrantes em geral. "O racismo na polícia é algo muito grave e ainda mais grave porque a polícia representa o Estado francês", considerou.
Após o seu período de imersão, Valentin Gendrot conclui que "a polícia francesa vai mal". "A polícia chega mesmo a esconder as coisas que vão mal. Enquanto os polícias não falarem, nomeadamente sobre o mal-estar, as coisas só vão piorar", considerou, avançando que a polícia precisa "ser reformada".
Acusado de não respeitar a deontologia jornalística, Valentin Gendrot defende-se dizendo que respeitou na íntegra as regras da Federação Internacional de Jornalistas (FIJ) e garante que o seu tempo na polícia entrou também no seu quotidiano.
"Cresci num meio sereno e nunca tinha conhecido um meio violento. Esta passagem pela polícia fez com que eu me tenha tornado mais desconfiado face ao outro.", concluiu.
Lusa
Turismo Centro de Portugal apresentou guia de enoturismo e gastronomia
Confraria dos Enófilos anuncia “Os Melhores da Bairrada”
Brasil celeiro do mundo — PARTE II
Recusar o “novo normal” escravizante e retornar ao normal milenar
Dom Bertrand de Orleans e Bragança
Hélio Brambilla, Nelson R. Barretto e Paulo Henrique Chaves
Durante a quarentena, que vai se prolongando ao sabor de mandos e desmandos, a leitura dos antigos sábios pode lançar luzes sobre os problemas atuais. Sócrates, Platão, Aristóteles e Sófocles, por exemplo, tiveram de lidar com problemas equivalentes a pandemias, política, corrupção. Santo Agostinho afirma, na Carta nº 7: “Os males não cessarão para os humanos antes que a raça dos puros e autênticos filósofos chegue ao poder; ou antes que os chefes das cidades, por uma divina graça, ponham-se a filosofar verdadeiramente”.
E o grande Papa São Pio X sintetizou, com clareza e inigualável segurança doutrinária: “A Civilização não mais está para ser inventada, nem a Cidade nova para ser construída. Ela existiu, ela existe: é a Civilização cristã, é a Cidade católica. Trata-se apenas de instaurá-la e de restaurá-la sem cessar, sobre os fundamentos naturais e divinos, contra os ataques renascentes da utopia malsã, da revolta e da impiedade”.
Deuses criminosos que aprovam crimes
É conhecido o fato histórico de que Sócrates foi condenado à morte sob a acusação de ter corrompido a juventude. Mas leituras recentes feitas nesta quarentena informam-nos que a tal corrupção da juventude consistia apenas em contrariar os deuses atenienses. Esses deuses, em cuja ‘vida’ mitológica debitavam-se crimes abomináveis, agiam assim como se fossem cúmplices dos pecados ‘epidêmicos’ em Atenas, coonestando-os nos seus mandatários, e daí na população em geral.
Platão esclareceu que Sócrates foi condenado por ter concluído que só poderia existir um único Deus verdadeiro. Assim negava, portanto, a pluralidade dos deuses existentes ao seu redor. Foi além, pois o pensamento monoteísta o conduziu a crer na existência da alma, e que a morte é o rompimento da alma com o corpo. Deduziu daí uma série de conclusões envolvendo a moral e a ética, o que o levou a viver como pensava e combater os tiranos corruptos detentores do poder — a política de sempre.
Podemos avaliar quão acertado e profundo era o pensamento de Sócrates, analisando sua sábia resposta a alguém que lhe perguntou como proceder para o povo voltar a ser feliz: “Volte a fazer aquilo que fazia quando era feliz!”.
Simples assim, não lhe parece?
O normal que nos torna felizes
Nesse tremendo caos em que nos encontramos, vem-se repetindo à exaustão que a humanidade irá entrar num ‘novo normal’. Mas que normal é esse? A julgar por muitos indícios, provavelmente seria uma sociedade utópica, igualitária, em que os ricos ‘opressores’ fossem obrigados a dar tudo aos pobres, passando todos a viver em igualdade completa, em libertinagem total, sem Deus, sem ordem, sem moral. Uma sociedade na qual fosse proibido proibir.
Não estranharia se nessa proposta de ‘novo normal’ estivesse incluído tudo isso. Os ecologistas radicais, por exemplo, pregam o fim da sociedade de consumo, por eles considerada poluidora, e começam a trombetear que o confinamento exigido pelos administradores da pandemia tornou os canais de Veneza mais limpos; a Baía de Guanabara e o Rio Tietê ficaram menos poluídos; o ar está mais puro; as florestas reverdeceram (exceto quando se trata da Amazônia pegando fogo…); as flores ficaram mais coloridas; o canto dos pássaros transmite mais alegria etc. Vai longe a cantilena bucólica dos ambientalistas, mas a evidência nos dispensa de demonstrar que ela não corresponde à realidade nem nos torna felizes.
Em tudo isso está em jogo o conceito de normal, pois alguns começam a enaltecer um novo normal ainda desconhecido. Mas estamos interessados numa sociedade em que o normal nos torne felizes. Etimologicamente, normal é aquilo que segue a norma. No entanto, examinando os critérios adotados ao longo dos séculos e milênios para aplicar as normas, podemos afirmar que, grosso modo, elas foram pautadas pela lei divina, ou lei natural, referendada depois pela lei positiva. Quanto à lei natural, ela é bem definida por São Paulo como a lei de Deus posta no coração dos homens. É o cumprimento dessa lei que nos torna felizes. E não adianta tentar nos impingir algum ‘novo moderno’ como sendo melhor que esse antigo.
Imitações grotescas do verdadeiro normal
O que se pretende nos impingir como ‘novo normal’?
Nos primórdios da informática, os teóricos do assunto já falavam em ‘sociedade tribal superconectada’. Já caminhamos muito nesse rumo, e o que se pode observar é um aumento constante e exponencial do aspecto ‘conectado’, paralelamente ao aumento equivalente do aspecto ‘tribal’. Não nos estenderemos sobre este assunto, pois nosso objetivo é mostrar quanto decaiu a sociedade civilizada com as medidas sanitárias impostas no mundo inteiro a propósito da pandemia.
Examinemos inicialmente um aspecto simples, facilmente verificável — o uso das máscaras. Os ‘mascarados’ sempre foram vistos como criminosos que não querem ser identificados. O prezado leitor já deve ter constatado que, principalmente por causa das máscaras, cada transeunte, cada vizinho, cada amigo tornou-se de repente um potencial inimigo, um criminoso, provável veículo de um vírus perigoso. Isto contribui para aprimorar a civilização? Para requintar o contato social?
Como recomendação para o relacionamento pessoal foi ‘sugerida’ a obrigação de abolir o aperto de mãos, o ósculo facial, os abraços. Será que isto contribui para incrementar amizades, manifestar confiança, apreço mútuo?
Para não deixar sem substituição tais manifestações de amizade, carinho e respeito, propuseram cumprimentos com chutes e cotoveladas. O leitor aderiu a isso? Acha que está presente em tais propostas algum progresso do convívio social?
As autoridades impuseram uma prisão domiciliar coletiva, a pretexto de quarentena. De repente, por decreto anônimo, toda a população mundial se tornou ‘provável portadora de doença’. Terá melhorado o sistema sanitário mundial?
Parece que a única solução verdadeira na qual se empenham é a possível descoberta de uma vacina cara. Mas isso o organismo sabe fazer muito bem, desde os tempos longínquos em que passamos a nos entender por gente.
Sabe-se que a presença em um concerto de orquestra, uma ópera, uma peça de teatro é insubstituível por qualquer equipamento domiciliar de som ou imagem, mesmo os de melhor qualidade. Mas já se veem orquestras tocando para públicos imaginários, sendo assistidas ao vivo em muitos domicílios. No final, aplausos imaginários… reproduzidos em gravadores. Progredimos?
Festas familiares e de outros gêneros estão sendo realizadas como teleconferências, cada participante confinado na sua prisão domiciliar. Você considera isso festa? Até onde chegamos!
Escolas, colégios, faculdades estão se adaptando para o ensino à distância. Aprenderá todo o necessário uma criança a cujo ensino faltou o contato pessoal? Será confiável um cirurgião que fez todo o curso médico nesse esquema?
Com o pretexto de evitar ‘aglomerações’, foram fechadas todas as igrejas, negando acesso aos recintos mais adequados para se pedir a ajuda d’Aquele que prometeu: “Pedi e recebereis, buscai e achareis, batei e abrir-se-vos-á” (Mt 7, 7). Terá havido algum progresso espiritual com as ‘missas de televisão’?
São estes apenas alguns efeitos colaterais do medicamento purgante chamado ‘Novonormal’, que nos fizeram engolir. Bastam estes para dimensionarmos quanto retrocesso, quanta escravidão querem impor ao nosso mundo civilizado… SE NÃO REAGIRMOS!
Grilhões eletrônicos da escravidão universal 5G
Ao que tudo indica, o ‘Novonormal’ deve corresponder à etapa final do processo revolucionário, conforme foi explicitado pelo Prof. Plinio Corrêa de Oliveira em seu livro Revolução e Contra-Revolução. Tendo o Ocidente abandonado o normal benfazejo da civilização cristã medieval, o processo revolucionário vem inventando outros ‘normais’ sucessivos, rumo ao objetivo final que é sempre o mesmo: uma sociedade igualitária, tribal e ateia, sem tradição, nem família, nem propriedade, tendo como ditador um déspota universal.
Os meios utilizados desde então para forjar essa sociedade ateia e igualitária foram ora graduais e pacíficos, ora draconianos e brutais, como no-lo mostra claramente a História. Mas o que vem sendo agora implementado não tem aparentemente nada de brutal e tirânico. Parecem apenas artefatos de reconhecimento facial, aplicativos 5G de alta tecnologia, estímulos e ordens dirigidos ao cérebro das pessoas. Câmeras aos milhões, webcams, celulares, acompanhando cada diálogo, cada passo, cada pensamento. Municiada por toda essa tecnologia, qualquer transgressão das ordens, voluntária ou não, será punida no ato, por meios também eletrônicos.
Privacidade? Liberdade? Onde? Como? Consta mesmo que o mandarim não dispõe de palavra equivalente para privacidade. A que ficaria reduzido o ser humano? O que sobraria de civilização no mundo?
Tudo pacífico e consensual — apenas na aparência, repetimos —, mas na verdade um conjunto terrível de grilhões tecnológicos escravizantes. Evidentemente os artífices do processo não falam em escravidão. Mas qual a diferença? Se esses grilhões tecnológicos esmagam nossa liberdade de ir e vir, nossa felicidade de filhos de Deus, qual outra denominação devem ter, além de escravidão?
O vírus proveniente da China tem exercido o papel de favorecer esse desígnio, causando danos a milhões de pessoas pelo surgimento de problemas financeiros, morais e psicológicos de toda ordem. Mas o seu âmbito vai muito além dos horizontes de um Xi Jinping, pois abarca toda a sociedade mundial. A China é apenas um palco de marionetes, do qual se lançam olhares carrancudos para os espectadores. Todos nós somos os espectadores. Melhor dizendo, vítimas.
Com Sócrates e sem grilhões modernos
Voltando ao ensinamento de Sócrates, cabem agora algumas perguntas: O prezado leitor se sente mais feliz usando incômodas máscaras, antes privativas de criminosos? Está satisfeito com as restrições tirânicas à sua liberdade de ir e vir? Com a prisão domiciliar garantida pela polícia? Facilitou sua vida o distanciamento social, através do qual cada vizinho, parente, amigo se tornou um potencial inimigo? Tranquilizou-o a ‘avalanche de mortes’ alardeada pela imprensa, que parece aguardar-nos em cada esquina, cada escola, cada estabelecimento comercial ou social?
Começam a aparecer os protestos multitudinários veementes contra tudo isso. Se o leitor aceitou sem protestar todos esses instrumentos de tortura mental e social, lamentamos, pois essas medidas coercitivas estão se perenizando, e nada faz crer que cessarão. Parecem fazer parte deste ‘Novonormal’ tirânico. Pretexto para mantê-las? Ora, as ‘normas sanitárias’… Mas veja bem que essas normas são discutíveis, ninguém sabe de onde elas vieram, nem sequer nós concedemos autoridade legítima aos governantes para impô-las.
Ainda é tempo de reagir, protestar, esbravejar, mas o silêncio da maioria dos prejudicados permanece ensurdecedor. Não o nosso, pois todas estas linhas estão esbravejando.
Decididamente, Sócrates estava com a razão. Precisamos voltar a fazer o que fazíamos quando éramos felizes. Alguém aí se sente feliz, depois de ter espezinhados todos os seus direitos à liberdade? Pelo contrário, cada um pode dizer por si mesmo: Eu era feliz, e não sabia. Quem conferiu a esses ditadores o direito de destruir nossa felicidade?
ABIM
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Fonte: Revista Catolicismo, Nº 837, Setembro/2020.