quarta-feira, 20 de julho de 2022

Castelo de Paiva | Durante o período de Verão para jovens locais. Câmara Municipal está a promover iniciativa “Férias Escolares 2022 “

 Hoje visitaram a Ilha dos Amores e a Praia do Castelo
 
Câmara Municipal de Castelo de Paiva, através da Biblioteca Municipal, está a promoverdesde o início do mês, neste período das férias escolares de Verão, um programa de actividades extra-curriculares para as crianças do concelho, que decorrem durante as tardes, nas quatro semanas do mês de Julho, entre as 14 e as 16h30, contemplando quatro dezenas de crianças e jovens residentes no concelho.
Na primeira semana, os dias iniciais foram preenchidos com Actividades Físicas no Parque Urbano da Quinta do Pinheiro, Visita ao Moinho de Cabril, em S. Martinho, visita às instalações dos Bombeiros Voluntários, Atelier de Culinária ( fabrico de bolachas caseiras ), Cinepipoca, e uma ida à Piscina Municipal do Castelo, em Fornos.
Na passada semana, as actividades regressaram com uma visita à GNR e equitação na Quinta de S. Pedro, um Atelier de Cozinha ( Pizzas ), uma passagem pela Piscina Municipal, Cinepipoca e um passeio pela Rota dos Ofícios, Câmara Municipal e instalações do Tribunal Judicial.
Na semana actual regista-se uma visita a unidades fabris de Cobres Artísticos em S. Martinho, também uma visita a uma cultura de Mirtilos e Framboesas, um Atelier de Trabalhos Manuais ( Molduras ), uma Sessão de Ioga, uma visita à Ilha dos Amores e à Praia do Castelo hoje efectuada, bem como uma ida à Piscina Municipal descoberta.

Já na ultima semana destas “ Férias em Movimento “, os participantes vão ter uma Sessão de Cinema, uma actividade com o MacDonald’s, uma visita à Pista de Aeromodelismo, na Serrinha, em Pedorido, a visita de um artesão paivense ( cesteiro ), para além da jornada de encerramento.
Destacando o interesse desta actividade municipal, gizada para a ocupação das crianças em período de férias escolares, o presidente da Câmara Municipal, José Rocha, acompanhou hoje a visita das crianças à Ilha dos Amores, onde realizaram o lanche, bem como tiveram a oportunidade de efectuar um passeio de barco pelo Rios Douro e Paiva, podendo desfrutar da beleza da paisagem neste local único, onde os rios se abraçam e formam fronteiras.
O edil paivense sublinhou a oportunidade e utilidade desta iniciativa municipal, bem como as dinâmicas de grupo que estão associadas, considerando que, na acção governativa, esta e outras iniciativas orientadas para a valorização e sociabilização das nossas crianças, são entendidas como vertentes fundamentais da valorização humana, que a autarquia procura manter e até reforçar.
 
Carlos Oliveira

Dia Nacional da Doação de Órgãos e da Transplantação | 20 Julho

Lisboa, 20 de julho de 2022. Auditório do INFARMED

O Instituto Português do Sangue e da Transplantação, IP e a Sociedade Portuguesa de Transplantação assinalam quarta-feira, dia 20 de julho, o Dia Nacional da Doação de Órgãos e da Transplantação. Este Dia, oficialmente instituído em 2019, pretende prestar um reconhecimento público aos dadores e suas famílias e aos profissionais de saúde e sensibilizar a sociedade que a doação de órgãos ajuda a salvar a vida ou contribui para melhorar a qualidade de vida de muitos doentes.
Portugal ocupa um lugar cimeiro no panorama da doação e transplantação a nível mundial, sendo o quarto país europeu com maior número de dadores falecidos, tendo inclusivamente registado no ano passado um aumento de 19,5%. Apesar destes resultados, existe margem para melhorar a resposta às necessidades crescentes de órgãos disponíveis para transplantação, uma vez que continuam a verificar-se mortes nos doentes que constam da lista de espera. No final do ano passado, cerca de 2 mil pessoas aguardavam por um transplante.
A disponibilidade de órgãos para transplantação depende exclusivamente da generosidade dos cidadãos, da sua predisposição para a dádiva, e do esforço de todos os profissionais de saúde envolvidos desde a identificação ao tratamento dos potenciais dadores à transplantação. A rede nacional de doação e transplantação conta com inúmeros profissionais que asseguram uma resposta permanente, para que não se perca nenhuma oportunidade de melhorar a qualidade de vida dos doentes com falência terminal de órgão, devolvendo-lhe a esperança e salvando-lhe a vida.
 Esta iniciativa contará com a presença de diversos profissionais, como coordenadores hospitalares de doação, diretores de gabinetes coordenadores de colheita e de transplantação, coordenadores de unidades de transplantação/aplicação e instituições responsáveis pelo transporte de equipas e de órgãos. O encerramento da cerimónia contará com a presença do Senhor Secretário de Estado Adjunto e da Saúde.
O tema escolhido para a celebração deste ano é “A Sustentabilidade da Doação e da Transplantação” e irá decorrer no Auditório do INFARMED, entre as 10h00 e as 13h00, onde será sublinhado o papel de cada interveniente nos processos da doação e da transplantação, na melhoria da resposta às necessidades nacionais. 

Lisboa, 19 de julho de 2022
Fonte: IPST

OPINIÃO: Ter licença para aprender sozinho


Por Júlio Roldão *

Uma noite, já não sei quando, sonhei viver num país onde a escolaridade mínima obrigatória era uma licenciatura universitária. Nesse país ninguém ousava dizer que não podíamos ser todos licenciados – ser licenciado até era obrigatório.
Este sonho é tanto mais estranho quanto eu frequentei o ensino liceal privado num tempo em que existia um ensino liceal público e um ensino técnico público – a unificação dos liceus e das escolas técnicas em escolas secundárias aconteceu quando eu já andava na Universidade.
E se a separação entre o ensino liceal e o ensino técnico foi alvo de uma grande contestação logo após o 25 de Abril de 1974, a unificação não foi consensual e ainda hoje há quem diga que não podemos ser todos doutores, ou seja, licenciados.
Conheci uma pessoa, por sinal licenciada, que equiparava uma licenciatura a uma suposta autorização – ser licenciado seria apenas ter licença para aprender sozinho. Esta imagem sempre foi, a meus olhos, muito feliz.
Isto num tempo em que as estatísticas revelavam que só 4% dos filhos de casais da chamada classe trabalhadora conseguiam entrar na Universidade. Por insuficiência dos orçamentos familiares, como se depreende.
Hoje essa percentagem é bastante superior, fruto de uma certa "democratização" no acesso ao Ensino Superior, mas este, entretanto, também perdeu algum peso nomeadamente com o afunilamento dos cursos superiores saídos do Acordo de Bolonha.
Há mais gente nas universidades, mas também há quem suspeite que estejamos a lançar para o mercado ondas e ondas de licenciados que caminham para uma espécie de proletariado intelectual, semi-analfabeto, tanto no aspecto técnico e cultural como no aspecto cívico.
Haverá mais escolaridade, mas isso não significa, realmente, que haja uma maior escolarização autêntica. Está por conseguir a escola inclusiva, uma escola que promova estratégias que visem a igualdade de oportunidades de sucesso, muito mais do que as igualdades de oportunidades de acesso.
A igualdade de oportunidades de sucesso é coisa de países como aquele onde eu, há tempos, sonhei viver. O tal em que a escolaridade mínima obrigatória é uma licenciatura universitária e onde ninguém consegue dizer que não podemos ser todos doutores.
Aí, ser doutor, ser licenciado, é apenas ter licença para aprender sozinho. É ter uma base cultural e humanista capaz de valorizar qualquer actividade humana útil e necessária, sem preconceito. É ser capaz de melhor identificar a mentira e a falsidade
Júlio Roldão, jornalista desde 1977, nasceu no Porto em 1953, estudou em Coimbra, onde passou, nos anos 70, pelo Teatro dos Estudantes e pelo Círculo de Artes Plásticas, tendo, em 1984, regressado ao Porto, onde vive.

*Jornalista desde 1977

Na Biblioteca Municipal de Cantanhede está a decorrer a Exposição ECOart(-te) alerta para Tráfico Humano

 

A Biblioteca Municipal de Cantanhede tem patente ao público, até ao próximo dia 31 de julho, a exposição intitulada ECOar(-te) sobre o Tráfico Humano”.

Composta por 18 trabalhos elaborados pelos/as alunos/as do 10º ano de Artes Visuais da Escola Básica e Secundária Quinta das Flores (Coimbra), a mostra pretende assinalar o “Dia Mundial Contra o TSH”, que se comemora todos os anos a 30 de julho e está integrada numa das campanhas realizadas pela EME Centro (Equipa Multidisciplinar Especializada para a Assistência a Vítimas de Tráfico de Seres Humanos).

Elaborada com recursos a materiais recicláveis facultados pela INOVA-EM, a exposição consiste na elaboração criativa de esculturas ou pinturas de forma a consciencializar e despertar a população geral para este flagelo, muitas vezes, invisível nas sociedades contemporâneas.

A exposição apresenta um cenário intimista, profundo e sombrio – tal como o Tráfico Humano – procurando envolver o/a visitante nesta realidade preocupante e, ainda, sensibilizá-lo/a para a importância do aumento da vida útil dos materiais e da preservação do meio ambiente.

Recorde-se que todos os trabalhos expostos estão disponíveis para venda, revertendo o valor a favor das várias equipas Multidisciplinares Especializadas para a Assistência a Vítimas de Tráfico de Seres Humanos.

Cantanhede | Jovem de Ançã terminou ensino secundário com 19,2 valores Ana Rita Martins vence Prémio Lima de Faria

Ana Rita Mata Leal Martins, aluna da Escola Secundária Lima-de-Faria, é a vencedora do Prémio Professor Doutor Lima de Faria, que desde 1993 é atribuído ao melhor aluno dos cursos secundários de todas as escolas públicas do concelho que tenha ingressado numa instituição de ensino superior.

A deliberação foi aprovada por unanimidade na reunião de Câmara desta terça-feira, 19 de julho, e nos termos do regulamento, a jovem estudante, residente em Ançã e a frequentar a licenciatura em Medicina na Universidade de Coimbra, irá receber um diploma e um prémio pecuniário de 1000€.

De acordo com os procedimentos definidos para o processo, foi solicitado aos estabelecimentos de ensino secundário do concelho os dados e respetivas fichas de habilitação do seu melhor aluno do ano letivo 2020/2021. Da análise aos documentos rececionados verificou-se que a média final mais alta foi a de Ana Rita Mata Leal Martins, com 19,2 valores.

O Prémio Professor Doutor Lima de Faria foi criado pela Câmara Municipal, tendo como referência o distinto percurso académico e científico do patrono, para que o seu exemplo sirva de incentivo aos alunos do concelho.

O eminente professor e investigador nasceu em Cantanhede a 4 de julho de 1921 e doutorou-se em genética pela Universidade de Lund, na Suécia, onde, desde o início da década de 50 do século passado, se destacou como proeminente cientista e docente. Do seu currículo salienta-se ainda a vasta atividade em algumas das mais prestigiadas universidades e institutos da sua área de investigação, nomeadamente nos Estados Unidos e Grã-Bretanha, bem como o seu trabalho como membro e consultor de influentes organismos e comités internacionais no domínio da pesquisa científica.


“Polícia de buracos negros" descobre buraco negro inativo fora da nossa Galáxia

 

Uma equipa internacional de investigadores, conhecidos por refutarem várias supostas descobertas de buracos negros, descobriram um buraco negro de massa estelar na Grande Nuvem de Magalhães, uma galáxia vizinha da nossa. “Pela primeira vez, a nossa equipa juntou-se para relatar a descoberta de um buraco negro, em vez de ser para refutar um,” disse o líder do estudo Tomer Shenar. Além disso, a equipa descobriu também que a estrela que deu origem a este buraco negro desapareceu sem deixar traços de uma explosão poderosa. A descoberta foi feita graças a seis anos de observações obtidas com o Very Large Telescope (VLT) do Observatório Europeu do Sul (ESO).

Conseguimos identificar uma ‘agulha num palheiro’”, disse Shenar que começou o estudo na KU Leuven na Bélgica e é agora bolseiro Marie-Curie na Universidade de Amesterdão, Países Baixos. Apesar de terem sido propostos outros candidatos a buracos negros similares, a equipa afirma que este é o primeiro buraco negro estelar “inativo” a ser detectado fora da nossa Galáxia sem qualquer ambiguidade.

Os buracos negros de massa estelar formam-se quando estrelas massivas chegam ao fim das suas vidas e colapsam sob a sua própria gravidade. Num binário, um sistema de duas estrelas que rodam em torno uma da outra, este processo dá origem a um buraco negro em órbita com uma estrela companheira luminosa. Diz-se que um buraco negro está inativo se não emite altos níveis de raios X, sendo esta precisamente a maneira como tais buracos negros são tipicamente detectados. “É impressionante não conhecermos quase nenhuns buracos negros inativos, dado o quão vulgares os astrónomos acreditam que sejam,” explica o co-autor do estudo Pablo Marchant da KU Leuven. O buraco negro agora descoberto tem, pelo menos, nove vezes a massa do nosso Sol e orbita uma estrela azul quente com 25 vezes a massa solar.

Os buracos negros inativos são particularmente difíceis de detectar uma vez que não interagem muito com o meio que os rodeia. “Já há mais de dois anos que andamos à procura destes sistemas binários com buracos negros,” diz a co-autora do trabalho Julia Bodensteiner, bolseira do ESO na Alemanha. “Fiquei muito entusiasmada quando soube de VFTS 243, que é, na minha opinião, o candidato mais convincente encontrado até à data.

Para encontrar VFTS 243, a equipa observou quase 1000 estrelas massivas na região da Nebulosa da Tarântula, situada na Grande Nuvem de Magalhães, procurando aquelas que podiam ter buracos negros como companheiros. Identificar estes companheiros como sendo buracos negros é extremamente difícil, já que existem muitas outras alternativas.

Como investigador que tem refutado potenciais buracos negros nos últimos anos, confesso que me senti extremamente cético relativamente a esta descoberta,” disse Shenar. Este ceticismo era partilhado pelo co-autor Kareem El-Badry do Centro de Astrofísica Harvard & Smithsonian nos EUA, a quem Shenar chama o “destruidor de buracos negros”. “Quando Tomer me pediu para verificar estes resultados, eu estava com bastantes dúvidas. No entanto, não consegui encontrar nenhuma explicação plausível para os dados sem envolver um buraco negro,” explica El-Badry.

A descoberta também deu à equipa uma visão única dos processos que acompanham a formação dos buracos negros. Os astrónomos acreditam que um buraco negro de massa estelar se forma quando o núcleo de uma estrela massiva moribunda colapsa, mas não sabem bem se este evento se faz acompanhar de uma violenta explosão de supernova.

A estrela que deu origem ao buraco negro observado em VFTS 243 parece ter colapsado completamente sem sinal algum de uma explosão anterior,” explica Shenar. “Evidências deste cenário de “colapso direto” têm vindo a aparecer recentemente, mas agora o nosso estudo mostra uma das indicações mais diretas deste fenómeno. Isto tem implicações enormes para a origem da fusão de buracos negros no cosmos.

O buraco negro em VFTS 243 foi encontrado com o auxílio de seis anos de observações da Nebulosa da Tarântula obtidas com o instrumento FLAMES (Fibre Large Array Multi Element Spectrograph) montado no VLT do ESO.

Apesar da alcunha “polícia de buracos negros”, a equipa encoraja o escrutínio ativo deste resultado e espera que o seu trabalho, publicado hoje na revista Nature Astronomy, permita a descoberta de outros buracos negros de massa estelar em órbita de estrelas massivas, milhares dos quais se prevêem que existam na Via Láctea e nas Nuvens de Magalhães.

Claro que estou à espera que outros investigadores desta área verifiquem a nossa análise cuidadosamente e tentem encontrar modelos alternativos,” conclui El-Badry. “Este é um projeto muito interessante para se estar envolvido.

Observatório Europeu do Sul

Figueiró dos Vinhos | Aprovado projeto de intervenção na “Mata Municipal do Cabeço do Peão”

No seguimento de uma candidatura apresentada pelo Município de Figueiró dos Vinhos ao COMPETE 2020, no âmbito do “Aviso n.º 11/REACT-EU/2021 - (Re)arborização de espaços verdes e criação de ilhas-sombra em meio urbano” foi aprovado um financiamento de 73.643 euros destinado a executar um projeto de intervenção naquele espaço nobre.
Situada na Vila de Figueiró dos Vinhos, a Mata Municipal do Cabeço do Peão é um lugar de destaque em termos de património natural, sendo constante o esforço da autarquia em reabilitar aquele espaço verde que tem uma área de cerca de 34,5ha.

Neste projeto estão previstas três linhas de ação essenciais: 1) Limpeza, desmatação e modelação do terreno, incluindo controlo de espécies invasoras, controlo de matos e de correção de densidades excessivas; 2) Plantação de carvalhos, sobreiros e medronheiros; 3) Fornecimento e aplicação de mobiliário urbano de descanso e controlo de RSU, delimitação de caminho, colocação de sinalética, entre outros.

A área total a intervencionar são 22,29 ha tendo o projeto o prazo de execução até abril do ano de 2023 e um valor total de investimento elegível de 73.643 euros, comparticipados a 100% no âmbito do COMPETE2020, através do Fundo REACT – EU.

Esta intervenção integra-se num conjunto de projetos com enfoque na floresta e nos espaços verdes, de que são exemplo os projetos de Condomínios de Aldeia promovidos pelo Município de Figueiró dos Vinhos e Juntas de Freguesia (as primeiras 8 aldeias já em conclusão e 12 outras aldeias em fase de análise de candidatura), bem como as Áreas Integradas de Gestão da Paisagem (AIGP), no caso em concreto a AIGP de Aguda e a AIGP de Alge e Lugares Anexos.

LÁGRIMAS… — UMA ADVERTÊNCIA AO MUNDO!

Meio século de um grandioso milagre: em julho de 1972, em Nova Orleans (EUA), lágrimas humanas correram pela face virginal de uma das imagens peregrinas de Nossa Senhora de Fátima. 50 anos depois, a Santíssima Virgem continua sendo ofendida e, portanto, com motivos para chorar ainda mais, em consequência da degringolada geral da sociedade, tanto temporal quanto espiritual.  Lágrimas também de dor na previsão do castigo que está prestes a punir a humanidade.

  • Oscar Vidal

Frente à apocalíptica crise da Igreja e do mundo moderno, em meio ao caos, à imoralidade desbragada, à corrupção geral dos costumes e à profunda decadência moral e religiosa, podemos ficar surpreendidos com o pranto da Santíssima Mãe de Deus? Vendo o lastimável estado de desregramento do gênero humano, poderia Ela estar contente? — De modo algum! Ela chorou! Foi um milagroso aviso!

No dia 18 de julho de 1972, enquanto era venerada em uma igreja da cidade americana de Nova Orleans, uma das quatro imagens “peregrinas internacionais” de Nossa Senhora de Fátima verteu lágrimas humanas 14 vezes.

50 anos de um pranto milagroso, devidamente comprovado, testemunhado por muitas pessoas e divulgado em diversos jornais do Brasil e do exterior, inclusive estampando a pungente fotografia do milagre: a bela imagem com os olhos lacrimejantes e uma lágrima nobremente pendente no nariz. A “Folha de S. Paulo” de 21-7-72, por exemplo, publicou-a com destaque na primeira página.

A fim de se obter mais comprovações para o prodígio, o Padre Elmo Romagosa fez várias experiências, e não encontrando explicação natural, caiu de joelhos, passando a crer naquele autêntico milagre.

Inexplicável mutação fisionômica da imagem

Uma das características mais impressionantes dessa sagrada e milagrosa imagem de Nossa Senhora de Fátima é a sua mutação de fisionomia. Por incrível que pareça, sem mover os traços de sua face, ela parece mudar de expressão fisionômica, como que “falando” profundamente às almas dos que a veneram. Muitos fiéis atestaram esse prodígio, testemunhando uns que a viam serena, outros triste, outros apreensiva, alegre, caridosa, afável. A cada um a imagem “falava” de um modo diferente, de acordo com as necessidades individuais.

Entre os diversos comentários do Prof. Plinio Corrêa de Oliveira a tal respeito, eis um, especialmente significativo:

“Ora mostrando apreensiva e até aflita [A imagem da Virgem], como quem considera a crise catastrófica da Igreja e da civilização cristã; ora interrogativa, como quem nos dirige à alma uma pungente indagação sobre nossas cogitações e nossas vias, para nos convidar à seriedade e à emenda de vida; ora plácida, como para nos comunicar serenidade celeste, tão diversa dos nervosismos contemporâneos; ora, enfim, sorridente e meiga, para despertar em nós a confiança e unir-­nos a Ela; entretanto os traços da imagem jamais esboçaram o menor movimento, ao contrário das faces terrenas, que só com algum movimento podem mudar de expressão. Fato único e admirável, que constitui a cada minuto um convite da bondade de Nossa Senhora. Convite, sim, para que nos associemos aos estados de alma assim expressos. E sobretudo para que nos deixemos elevar ao inefável nível espiritual, que através desses estados de alma se nos torna sensível”.

Em maio de 1973, a Imagem Peregrina desembarcou no aeroporto de Congonhas, na capital paulista

O Brasil honrado com a presença da Augusta Visitante

Na Sede do Conselho Nacional da TFP,
em São Paulo

Esculpida em cedro brasileiro sob a orientação direta da Irmã Lúcia — para que lembrasse ao máximo possível a fisionomia da Santíssima Virgem durante suas aparições na Cova da Iria —, a abençoada imagem de Nossa Senhora esteve algumas vezes no Brasil. Sua primeira honrosa visita se deu em 1973, e a última em 2017. Fomos agraciados com o privilégio de ser o primeiro país a receber a Augusta Visitante após seu pranto em Nova Orleans!

Com leves alterações, seguem trechos de um relato sobre essas visitas-peregrinações, que redigi para uma matéria publicada em julho de 2002:

“Em maio de 1973, desembarcou no aeroporto de Congonhas, na capital paulista, a Imagem da Senhora de Fátima que comprovadamente verteu lágrimas em Nova Orleans, cabendo à TFP brasileira a honrosa incumbência de trasladá-la. Primeiramente ela ficou na Sede do Conselho Nacional da TFP, em São Paulo, depois percorreu várias cidades do Norte fluminense e retornou aos Estados Unidos.

A maravilhosa e sagrada imagem concedeu-nos a imerecida graça de voltar diversas vezes ao Brasil, a fim de visitar outros Estados da Federação. Durante suas peregrinações ela atraiu multidões, ocorreram muitas conversões e várias pessoas atestaram que foram curadas.

— “Nossa Senhora me comoveu, tenho que mudar de vida!”

— “Ela parecia que me falava!”

— “A imagem mudou de expressão!”

— Olha! Ela está tão triste que parece que vai desmaiar!”

— “Senti que ela sorriu para mim!”

Na cidade de Campos, no Norte fluminense

Esses comentários e outros análogos eram habituais. Sem dúvida, como já referimos, a imagem — de modo prodigioso e com expressões fisionômicas diferentes — parece “falar” no fundo do coração de cada um, amoldando-se ao estado de espírito e conveniências de cada qual naquele momento.

Em um de seus artigos para a “Folha de S. Paulo” (12-11-1976) — posteriormente reproduzido em diversos jornais do exterior —, Plinio Corrêa de Oliveira fez uma pungente narrativa daqueles admiráveis olhos que lacrimejaram. Esse artigo, intitulado “Peregrinando dentro de um olhar”, encontra-se reproduzido à p. XX.

Nossa Senhora atrai multidões de brasileiros

Nas cidades que a imagem da Rainha do Céu percorreu, ela era sempre acolhida apoteoticamente. Em muitas ocasiões, fogos de artifício anunciavam sua entrada, algumas vezes transportavam-na no alto de carros de bombeiros, e chuvas de pétalas de rosa, lançadas pelos devotos, caíam por onde passava. Era comum contemplar as janelas das casas adornadas com belas toalhas, flores e velas, em homenagem à celestial visitante que passava em procissão.

Eis o trecho de relato de um membro da TFP que a acompanhou por várias cidades da Zona da Mata de Minas Gerais: “Em todos os lugares em que tenho estado, são milhares de pessoas que vêm visitar a sagrada imagem todos os dias […] Há um momento em que os guardiães da imagem podem tocar nela objetos pertencentes ao público, então formam-se filas enormes. São rosários tocados nos pés da imagem, santinhos, fitas, medalhas, livros, alianças, flores etc. Não apenas objetos de piedade, mas também lembranças de família, como certidões, joias etc., e até mães que pedem para tocar seus bebês”.

“Este olhar me converteu, vou confessar-me”

Em Caracas (Venezuela).

A partir de 1976, toda a América do Sul foi agraciada com a visita da Augusta Peregrina, que percorreu todos os países do continente, entre aquele ano e 1985. Em todas as cidades onde ficava exposta, intérminas filas de devotos se formavam, à espera da oportunidade de rezar diante de sua milagrosa imagem.

Diversas pessoas afastadas havia muito dos sacramentos, ao contemplarem a imagem se convertiam, abandonavam a vida pecaminosa e retornavam à prática da virtude.

“Este olhar me converteu, vou confessar-me”,afirmou um senhor de Mérida (Venezuela), após passar alguns instantes diante da Virgem de Fátima. Ele voltou a frequentar os sacramentos depois de 40 anos… 11 mil pessoas foram venerá-la nessa cidade. Na capital venezuelana, em um único dia acorreram mais de 40 mil fiéis.

Em Caracas (Venezuela).

São páginas e páginas de relatos e milhares de repercussões registradas durante essas peregrinações pelo Brasil e pelo mundo, que se torna quase impossível transcrevê-los. A título de amostragem, quando a imagem chegou ao aeroporto da capital colombiana, um embaixador sul-americano ofereceu sua Mercedes para trasladá-la. Dispensou o motorista, e ele próprio assumiu o volante, dizendo: “Ante a Virgem, o embaixador é o último dos homens”.

A milagrosa imagem não cingiu sua presença às capitais, mas estendeu-a a cidades menores, até mesmo a pequenos povoados, deixando todos profundamente emocionados e agradecidos. Em muitos desses lugares, as pessoas ainda se recordam do dia de sua visita, sempre trasladada por membros da TFP.

Meio século depois…

Na Sicília, a igreja que guarda o corpo incorrupto de Santa Ágata foi vandalizada, o sacrário arrombado, as partículas jogadas ao chão
e algumas roubadas. 

50 anos depois, um dos mais portentosos acontecimentos do século XX é filialmente recordado por um pugilo de fiéis da Santa Mãe de Deus. Mas e o geral dos homens?

50 anos depois daquelas sacrossantas lágrimas vertidas, seria um atrevimento dizer que esse milagroso pranto não foi desprezado.

50 anos depois não diminuíram as razões da lacrimação, muito pelo contrário. O grau do estado pecaminoso da humanidade hedonista só piorou, acelerando vertiginosamente o processo revolucionário, no qual se inserem as Revoluções Protestante, Francesa, Comunista e Cultural. Para comprová-lo, basta abrir os jornais, ligar a TV ou acessar a internet… O que vemos? — Dissolução de casamentos, concubinatos, divórcios, amor livre, diminuição da natalidade, drogas, criminalidade, aumento da gravidez entre adolescentes, pílulas anticoncepcionais, abortos, modas que caminham para o nudismo, pornografia, eutanásia, experiências com embriões, tentativas de clonagens humanas, igualitarismo, ateísmo, satanismo, progressismo “católico”, blasfêmias e sacrilégios, (des)educação sexual para crianças, pedofilia, “casamento” homossexual, enfim imoralidades sem limites despejadas como lixo nos lares, aumentando a cada dia a degradação moral e a desintegração da família. Toneladas de lixo elaborado adrede por certas forças visam eliminar o que resta de civilização cristã no mundo.

Durante os atos de violência esquerdista no Chile, em 2020, a turba invadiu a paróquia da Assunção, em Santiago, quebrou suas imagens e depois a incendiou

50 anos de um pranto que revela ao mesmo tempo a tristeza da Mater Dolorosa e uma advertência, o anúncio de um castigo, a hora da justiça de Deus, após a qual virá a hora da misericórdia. Temos a promessa de que, após o mundo ser severamente “flagelado”, como prenunciado em Fátima, haverá muita provação, mas também muitas e grandes conversões em todo o orbe. Como na parábola do “filho pródigo” (cfr. Lc 15, 11-32), os filhos arrependidos retornarão com o coração contrito e humilhado à “casa paterna”, e Nossa Senhora triunfará, estabelecendo seu Reino nesta Terra, purificada pelas punições divinas.

Em artigo publicado na “Folha de S. Paulo” (6-8-1972), intitulado “Lágrimas, Milagroso Aviso” (vide sua íntegra à p. XX), o Prof. Plinio nos ajuda a interpretar aquela pungente lacrimação de Nossa Senhora: um aviso à humanidade prevaricadora por permanecer surda à Mensagem revelada por Ela em 1917.

Quem ousaria perguntar por que chorais?

50 anos depois, líderes da maioria das nações procuram extirpar os restos de sociedade orgânica da antiga Cristandade edificada por Nosso Senhor Jesus Cristo ao preço de seu Preciosíssimo Sangue. Pode-se dizer que quase todos os dias se estabelecem leis para desfigurar a Cristandade, a ponto de sua fisionomia não ser mais reconhecível no mundo contemporâneo. Disso, apenas um exemplo em um só país: em fevereiro último, a Corte Constitucional colombiana descriminalizou o aborto até a 24ª semana de gestação. Agora se pode matar um bebê de seis meses naquele país sem que isso seja considerado um delito. Como se sabe, muitas crianças nascem prematuramente com essa idade…

         No dia 20 último, diversos jornais publicaram a trágica notícia: “Ex-guerrilheiro é eleito presidente da Colômbia”. Os periódicos também afirmaram que “é a primeira vez na História que um candidato de esquerda vence a principal disputa eleitoral do país”. De fato, eles deveriam noticiar que é de “de extrema esquerda” ou comunista, pois o novo presidente, Gustavo Petro, militou como guerrilheiro do M-19. Seu governo será formado com outros partidos de esquerda, inclusive com políticos que “foram” terroristas das FARC. Triste Colômbia, agora com um presidente alinhado às miseráveis Cuba e Venezuela.

Agora, todos aqueles itens que elencamos no subtítulo acima: “Meio século depois…” — aquele indigesto e longo “desfile” de ignomínias — serão postos em marcha de modo radical, acelerando o processo de decomposição da Colômbia “petrista”. Assim, em breve, veremos colombianos — à maneira dos pobres venezuelanos — fugindo do país e vindo para o Brasil e outras nações. Não permita Deus que aqui um novo governo petista tome o poder. Se tal desgraça acontecer, serão brasileiros que daqui estarão fugindo…

Todos esses tristes fatos só podem contribuir para que a Santíssima Virgem chore.

A liturgia católica atribui a Nossa Senhora a lamentação do Profeta Jeremias: “Ó vós todos os que passais pelo caminho, parai e vede se há dor semelhante à minha dor” (Lam 1, 12).

Nesse mesmo sentido, da Via Sacra composta por Plinio Corrêa de Oliveira, publicada nesta revista (edição de março de 1951), copiamos um trecho lapidar:

“Quem, Senhora, vendo-Vos assim em pranto, ousaria perguntar por que chorais? Nem a Terra, nem o mar, nem todo o firmamento poderiam servir de termo de comparação à vossa dor. Dai-me, minha Mãe, um pouco, pelo menos, desta dor. Dai-me a graça de chorar a Jesus com as lágrimas de uma compunção sincera e profunda.

“Sofreis em união a Jesus. Dai-me a graça de sofrer como Vós e como Ele. Vossa dor maior não foi por contemplar os inexprimíveis padecimentos corpóreos de vosso Divino Filho. Que são os males do corpo, em comparação com os da alma? Se Jesus sofresse todos aqueles tormentos, mas ao seu lado houvesse corações compassivos! Se o ódio mais estúpido, mais injusto, mais alvar, não ferisse o Sagrado Coração enormemente mais do que o peso da Cruz e dos maus tratos feriam o Corpo de Nosso Senhor! Mas a manifestação tumultuosa do ódio e da ingratidão daqueles a quem Ele tinha amado… a dois passos, estava um leproso a quem havia curado… mais longe, um cego a quem tinha restituído a vista… pouco além, um sofredor a quem tinha devolvido a paz. E todos pediam a sua morte, todos O odiavam, todos O injuriavam. Tudo isto fazia Jesus sofrer imensamente mais do que as inexprimíveis dores que pesavam sobre seu Corpo.”

Nossa Senhora como Rainha que está sendo destronada

Recentemente uma professora apresentou aos alunos de um colégio carioca um cartaz com Nosso Senhor Crucificado e a inscrição: “Bandido bom é bandido morto” 

Se desejamos reparar nossa indiferença em relação àquelas sublimes lágrimas da Rainha dos Anjos e dos Homens e nossa ingratidão às graças recebidas, não podemos assistir de braços cruzados tantas afrontas e ultrajes perpetrados contra Deus e a Santíssima Virgem por nossos contemporâneos. Recentemente, para dar apenas só mais um exemplo, num colégio carioca uma professora apresentou aos alunos um cartaz no qual aparece Nosso Senhor Crucificado e a inscrição: “Bandido bom é bandido morto” [foto ao lado?]. Tal infâmia dispensa comentários, mas esta é apenas uma notícia de incontáveis outras sobre afrontas e ultrajes com que O injuriam e ridicularizam em filmes, novelas, shows, exposições “de arte”, teatros com representações profanas, sacrílegas e blasfemas.

         Considerando esses virulentos ataques — feitos por vezes até em ambientes católicos com permissão de altas figuras do clero progressista e esquerdista que promove uma autodemolição da Igreja —, não podemos abandonar Nosso Senhor e Sua Mãe puríssima; precisamos, além de desagravar os ofendidos, sair a campo em defesa de seus santíssimos Nomes. Ou vamos abandoná-Los e continuar de braços cruzados?

         Uma metáfora nos proporciona uma clara visão dessa trágica situação. Ela foi expressa pelo Prof. Plinio em uma conferência no dia 26 de fevereiro de 1966:

Nossa Senhora é como uma Rainha que está sentada no seu trono. A sala está cheia de inimigos. Os inimigos já Lhe arrancaram o dossel, já tiraram da sua fronte veneranda a coroa de glória a que Ela tem direito, já Lhe arrancaram das mãos o cetro. Ela está amarrada para ser morta.

“Dentro dessa sala cheia de gente poderosa, armada, influente — todos diante da Rainha, que não faz outra coisa senão chorar —, há também um pugilo de fiéis, e Ela evidentemente olha para tais fiéis.

“Assim, ou este olhar faz em nós o que o olhar de Jesus fez em São Pedro, ou não há mais nada para dizer…

“A Rainha vai ser arrancada do trono. Pergunta-se: o que nós vamos fazer? Nesta hora de tal olhar, isso não me interessa? Este olhar não me sensibiliza?

“Poder-se-ia então perguntar: Quem sou eu? Eu sou o homem para quem Nossa Senhora olhou!

“Mas serei o homem a quem Ela terá olhado em vão?”

Fidelidade à mensagem que o milagroso pranto significa

50 anos depois das lágrimas de advertência ao mundo, supliquemos a Nossa Senhora Rainha dos Corações que não permita que façamos parte do imensíssimo número de prevaricadores para os quais Ela olhou em vão, insensíveis ao “milagroso aviso”. E se em algum momento fomos indiferentes às suas lágrimas de dor, que Ela nos perdoe e nos dê fidelidade à mensagem que seu pranto significa, arranque de nossas almas essa indiferença, conceda-nos um coração contrito e humilhado, e nos prepare para o castigo — muito merecido, uma vez que não houve a conversão pedida reiteradamente — que se abaterá sobre todo o gênero humano como profetizado na Cova da Iria em 1917.

Que Ela misericordiosamente nos coloque no número daqueles de seus filhos que A defendem e lutam pelo restabelecimento da nova ordem católica no mundo — a renovação espiritual de toda a humanidade —,ou seja, pela restauração da Cristandade com o advento do Reino de Maria nesta Terra, que será a plenitude do Reinado de Nosso Senhor Jesus Cristo, conforme profetizou o grande missionário francês do século XVIII, São Luís Maria Grignion de Montfort:

“Ah! quando virá este tempo feliz em que Maria será estabelecida Senhora e Soberana nos corações, para submetê-los plenamente ao império de seu grande e único Jesus? […] Então, coisas maravilhosas acontecerão neste mundo […]. Quando chegará esse tempo feliz, esse século de Maria, em que inúmeras almas escolhidas, perdendo-se no abismo de seu interior, se tornarão cópias vivas de Maria, para amar e glorificar Jesus Cristo? Esse tempo só chegará quando se conhecer e praticar a devoção que ensino, ‘Ut adveniat regnum tuum, adveniat regnum Mariae’”*. (Que venha o Reino de Maria, para que assim venha o vosso Reino – ou seja, o Reino de Jesus Cristo).

ABIM

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* Tratado da verdadeira devoção à Santíssima Virgem, São Luís Maria Grignion de Montfort, Editora Vozes, Petrópolis, 1961, VI edição, tópico 217, pp. 210-211.