sábado, 9 de fevereiro de 2019

Fotorreportagem | ADASCA Comemora 12 anos de Existência dia 9 de Fevereiro 2019 | Os dadores de sangue associados desta associação estão de parabéns pelo seu 12º. Aniversário


Considerando os reflexos provocados pelo sol nos vidros e a claridade interior no Mercado Municipal de Santiago, a qualidade das fotos é a possível tal como o vídeo.


A Associação de Dadores de Sangue do Concelho de Aveiro, mais conhecida por ADASCA, completou no passado dia 6 do corrente mês 12 anos de existência. Doze anos de tribulações, lutas, incompreensões, ultrapassando alguns obstáculos para chegar até aqui, com os resultados alcançados que pouco nos satisfazem.
Reconhecemos que podíamos ter ido mais além, assim tivéssemos mais apoios. Sim, em vez de apoios, foram-nos levantados condicionalismos, limitando as nossas actividades, sendo o Centro de Sangue e Transplantação de Coimbra uma das entidades visadas, o que nos coloca numa situação de embaraço, na medida em que, é com o ele que estamos condenados a trabalhar.
É justo colocar a seguinte observação: O CST de Coimbra necessita desta associação ou não? Porque razão continua a bloquear a entrada da ADASCA no Campus Universitário da Universidade de Aveiro, com quem mantemos um protocolo há uns anos, onde se podia aumentar o universo de dadores jovens? Que interesses existem neste impedimento? Face a tudo isto não acreditamos que a necessidade de sangue seja assim tão preocupante, talvez se trate de uma atitude administrativa do posso e mando e vocês só vão até onde queremos...
O IPST tem um novo Presidente do Conselho Directivo, contudo, ainda não se dignou estar presente num dos Aniversários da única da associação de dadores legalmente existente no Concelho de Aveiro, que tem vindo a desenvolver um trabalho sem paralelo em prol da dádiva ao longo destes 12 anos.
Devemos ser consequentes com o que dizemos e fazemos, creio ter sido este o sentimento que levou o novo presidente do IPST     quando dirigiu uma mensagem às associações de dadores e por sua vez aos dadores de sangue, quando escreve: “Numa época da nossa vivência coletiva marcada pelos interesses individuais, em que o egoísmo faz perigar as diversas iniciativas de voluntariado em prol do bem comum e de causas sociais, é de relevar o excecional papel das Associações (...) na dinamização e mobilização dos cidadãos para fazerem a sua dádiva de sangue”.

“O IPST reconhece que as vossas Associações são parceiros activos e empenhados na dádiva voluntária, contribuindo para a manutenção das reservas de sangue e seus componentes, que são de valor estratégico para o País” acrescentou.
Continua “O IPST está consciente da inabalável vontade dos Dadores e das suas Associações manterem esta actividade, não vacilando perante frases feitas e chavões, proferidas por quem não percebe que com a dádiva de sangue benévola, e voluntária, não remunerada, não há negócio algum”!
Por fim “O IPST pretende desenvolver os níveis de colaboração com as Associações de Dadores, incrementando sinergias, reconhecendo que também temos um caminho comum a percorrer face aos desafios que no futuro se colocarão à dádiva de sangue”, esta a mensagem então disponiblizada no site do IPST assinada pelo Dr. João Paulo Almeida e Sousa actual Presidente do Conselho Diretivo do referido instituto.
Passando para outro campo «A política bem entendida, é uma forma de Caridade» disse um dia o Papa Pio XI. «A roda do tempo não anda para trás, é certo, mas, nem por isso deixa de ser roda e de rodar. A hora da democracia formal já passou, irremediavelmente» escreveu Gustav Canadal, dois pontos de vista que não devem ser desvalorizados.
Pelo que nos é dado saber, no passado, surgiram diversas tentativas para fundar uma associação de dadores nesta cidade. Nenhuma das tentativas vingou porque a traição triunfou sobre a cabeça pensante em tal projecto, o mesmo esteve para acontecer com a ADASCA. O que nos deixa bastante tristes é saber que decorridos estes anos, alguém ainda põe em causa a existência da ADASCA e o seu interesse público, só assim podemos compreender a falta de apoios financeiros. Estamos nós perante um comportamento típico da cultura da comunidade aveirense que nem faz nem apoia? É possível. Será ela merecedora de ter no seu meio uma associação com esta grandeza e dinâmica regional, quando passou a ser uma das maiores associações do género no País com mais sessões de colheitas num só local?
A ADASCA além do contrato de comodato que mantém para a utilização das duas lojas, sendo uma para Sede e a outra para recolha de sangue, necessita do apoio financeiro da Câmara Municipal de Aveiro, e por sua vez da União de Freguesias da Glória e Vera Cruz porque não existem receitas financeiras provenientes das nossas actividades, apenas se recebe o apoio que o IPST entende que deve dar. Em contrapartida financia escandalosamente duas estruturas tão necessárias como a fome, causadoras do divisionismo associativo.
As boas intenções alinhadas com a vontade de ajudar podem traduzir-se em actos consumados para bem de todos, assim esperamos.
Por fim, a crise de valores humanos no sentido de assumir funções em lugares associativos, é preocupante e não estamos a ver como vai ser contornada. Sentimos a necessidade de integrar jovens nos órgãos sociais da associação, mas, eles não se disponibilizam.
Também além do desencanto, pela parte que me diz respeito, sinto o cansaço acumulado de 12 anos como voluntário a tempo inteiro na associação de que sou o principal fundador e actual presidente da direcção, não é de admirar.
Admirar, isso sim, é ainda continuar aqui, incomodar quem toma as decisões nos gabinetes, muitas delas desajustadas com a realidade que vivemos no terreno.
Continuamos com os mesmos problemas de sempre: a isenção das taxas moderadoras nos centros de saúde funciona mal, a contagem do tempo para efeitos da isenção é determinada pelo administrativo em serviço, desrespeitando a lei. Como é possível praticar estas ilegalidades uma vez que todas estas entidades dependem do Ministério da Saúde? A lei existe para ser respeitada ou para ser desrespeitada?
Quem não é por nós dadores, é objectivamente contra os dadores de sangue.
Para terminar aproveito a oportunidade para dar a conhecer os resultados alcançados no ano transacto, entre Janeiro e 29 de Dezembro de 2018:

- Total de Sessões de Colheitas: 114
- Dadores inscritos: 3514
- Total de Colheitas: 2807
- Dadores suspensos: 707
- Dadores primários: 273
- Dadores eliminados: 15
- Inscrições para medula óssea: 215
- Desde o dia 29-12-2006 a 31 – 12 – 2018 foram aprovados 24618 dadores, reprovados 7272, reprovados para análises 898 num total de 31893 inscritos nas sessões de colheitas realizadas pela ADASCA.

- Nesta data a ADASCA congrega cerca de 3749 dadores associados de pleno direito.
Bem podíamos ter ido mais além, se não nos fossem os condicionalismos criados pelo CST de Coimbra.
Chegamos à situação mais ridícula e assim concluo: mendigar para realizar mais sessões de colheitas parece-nos surrealista. Não estamos certamente perante a necessidade de sangue, estamos sim, perante uma muralha erguida de interesses instalados que nos dá que pensar. BASTA!

Joaquim Carlos
Fundador | Presidente da Direcção da ADASCA
Aveiro, 9 de Fevereiro de 2019

Mensagem disponível  em www.adasca.pt 

Sindicato de enfermeiros opta por contestar requisição civil através de intimação

Os sindicatos dos enfermeiros vão contestar a requisição civil decretada pelo Governo através de uma intimação para a proteção de direitos, liberdades e garantias e não por uma providência cautelar, precisou hoje o advogado Garcia Pereira.
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Em declarações à agência Lusa, Garcia Pereira esclareceu que a equipa de advogados do sindicato dos enfermeiros optou por apresentar no Supremo Tribunal Administrativo (STA) uma intimação para a proteção de direitos, liberdades e garantias porque se trata de "um meio mais expedito e eficaz" que a providência cautelar.
Segundo o advogado, trata-se de um processo especial em que o juiz tem de decidir num prazo muito curto (em 48 horas), podendo decretar logo a suspensão do ato em causa (requisição civil).
Na opção pelo processo especial de intimação para proteção de direitos, liberdades e garantias terá ainda pesado o facto de na intimação o juiz ter poderes mais amplos.
O advogado admitiu, porém, que o juiz poderá converter a intimação em providência cautelar, mas o facto de aquele magistrado judicial poder decretar imediatamente a suspensão do ato (requisição civil) torna a intimação mais vantajosa.
Na base desta opção, segundo fontes jurídicas, estará o facto de a providência cautelar não assegurar muitas vezes a suspensão do ato em causa porque face à suspensão do mesmo o Governo resolve fundamentar invocando o "interesse público" para "manutenção do ato". Este "enfraquecimento" da providência cautelar terá sido acentuado com a última revisão do Código de Procedimento Administrativo.
A intimação está regulada nos artigos 109 a 111 do Código de Processo dos Tribunais Administrativos (CPTA), resultando da análise de juristas que a intimação para proteção de direitos, liberdades e garantias é um instrumento desenhado para garantir uma grande elasticidade e que o juiz deverá dosear em função da intensidade da urgência, devendo este pressuposto ser analisado no caso concreto.
Hoje, Garcia Pereira, que integra a equipa de advogados do sindicato de enfermeiros, disse à Lusa que a resolução do Governo de decretar a requisição civil é "ilegal e inconstitucional".
De acordo com Garcia Pereira, a sustentação apresentada pelo Governo para aprovar a requisição civil é “genérica e abstrata”, referindo apenas que houve incumprimento dos serviços mínimos, mas “sem precisar” os factos.

O Conselho de Ministros decidiu na quinta-feira decretar requisição civil na greve dos enfermeiros em blocos operatórios em curso há uma semana, alegando incumprimento da prestação de serviços mínimos.
A requisição civil foi feita aos enfermeiros de quatro dos hospitais em causa - Centro Hospitalar e Universitário de S. João, Centro Hospitalar e Universitário do Porto, Centro Hospitalar de Entre o Douro e Vouga e Centro Hospitalar de Tondela-Viseu - “que se mostrem necessários para assegurar o cumprimento dos serviços mínimos” definidos pelo tribunal arbitral, segundo a portaria publicada pelo Governo.
Face à decisão, os dois sindicatos que convocaram a greve reagiram, tendo a Associação Sindical Portuguesa dos Enfermeiros (ASPE) avisado o Governo para o risco de surgirem formas de luta "mais incontroláveis" que não sejam suportadas por sindicatos e considerando que os enfermeiros não ficarão serenos face à decisão de requisição civil.
Esta segunda “greve cirúrgica” começou há uma semana e estava prevista até ao final do mês de fevereiro, abrangendo sete hospitais numa primeira fase, e 10 a partir de hoje.
A primeira “greve cirúrgica” decorreu em blocos operatórios de cinco grandes hospitais entre 22 de novembro e 31 de dezembro, tendo levado ao cancelamento ou adiamento de mais de 7.500 cirurgias.

As duas greves foram convocadas por duas estruturas sindicais, embora inicialmente o protesto tenha partido de um movimento de enfermeiros que lançou publicamente recolhas de fundos para compensar os colegas grevistas que ficam sem ordenado por aderir à paralisação. Ao todo, para as duas greves, recolheram mais de 740 mil euros.
Segundo os presidentes da ASPE e do Sindepor, os principais pontos que separam Governo e sindicatos são o descongelamento das progressões na carreira e o aumento do salário base dos enfermeiros.
Lusa

Paparazzi lunar: NASA faz fotos do Chang’e-4 no lado distante da lua

Satélite da NASA acompanha o avanço da Chang’e-4 
 
2018 foi o quarto ano mais quente já registrado, de acordo com relatórios divulgados pela NASA e outras agências
 
Esta paisagem parece vinda do mundo dos sonhos
 

Macroscópio – A nossa História não é um detalhe. O heroísmo (com um grão de loucura) também não.

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Macroscópio

Por José Manuel Fernandes, Publisher
Boa noite!
 
Quando o Observador foi lançado, há quase cinco anos, estava muito enraizada a convicção de que ninguém lia textos longos na Internet. Eu sabia que essa ideia era um desses “mitos urbanos” que tantas vezes criam preconceitos, justificam imobilismos e bloqueiam a inovação. Sabia porque havia estudos que o demonstravam. E sabia porque, mesmo não sendo um “nativo digital”, me descobrira a ler mais facilmente textos longos online do que em papel. Por isso nunca tivemos medo de textos longos no Observador – nem nesta newsletter. E hoje vou mesmo dedicá-la por inteiro a alguns textos mais extensos, ensaios ou reportagens de grande qualidade que podem cumprir três funções: ajudar a preencher o fim-de-semana dos meus leitores, deixá-los mais ricos porque mais informados e dar-lhes perspectivas novas sobre alguns debates dos nossos dias. Tudo sem falar do Brexit ou da greve dos enfermeiros, por muito que esses temas ocupem a actualidade e nos inquietem.
 
A minha primeira recomendação vai para um longo ensaio da historiadora norte-americana Jill Lepore publicado na prestigiosa Foreign Affairs. Intitulado A New Americanism o seu verdadeiro objecto é a discussão da ideia de que todas as nações necessitam de uma história nacional (ou “Why a Nation Needs a National Story”). Mesmo que seguindo muito a evolução da historiografia norte-americana, esta texto aborda o delicado tema da relação entre a nação, a ideia nacional, o nacionalismo e as narrativas que lhe servem de suporte. Primeiro recorda como tudo começou: “Nation-states, when they form, imagine a past. That, at least in part, accounts for why modern historical writing arose with the nation-state. For more than a century, the nation-state was the central object of historical inquiry.” Depois nota que houve uma altura em que os historiadores se começaram a interessar por outros temas, porventura acreditndo que tínhamos entrado numa era pós-nacional: “By 1986 (...) a lot of historians in the United States had begun advocating a kind of historical cosmopolitanism, writing global rather than national history. (...) A few years later, after the onset of civil war in Bosnia, the political philosopher Michael Walzer grimly announced that “the tribes have returned.” They had never left. They’d only become harder for historians to see, because they weren’t really looking anymore.” O momento do “fim da História” foi também um momento do fim da ideia de que as nações necessitavam da “sua História”, mas esses dias passaram: “At the close of the Cold War, some commentators concluded that the American experiment had ended in triumph, that the United States had become all the world. But the American experiment had not in fact ended. A nation founded on revolution and universal rights will forever struggle against chaos and the forces of particularism. A nation born in contradiction will forever fight over the meaning of its history. But that doesn’t mean history is meaningless, or that anyone can afford to sit out the fight.” Com as necessárias distâncias, uma vez que Portugal não é os Estados Unidos, há aqui muita matéria para reflexão, até para enquadrar alguns debates recentes no nosso país.

 
Continuando a falar de História, a minha sugestão seguinte vai para o texto de um autor que é presença assídua no Macroscópio, José Carlos Fernandes, que em mais um dos seus especiais no Observador escreve sobre a Macedónia: a história, a glória e as tragédias de um país que é muito mais que um nome. Fazendo-nos seguir um fio da meada que recua aos tempos de Alexandre, o Grande e do seu pai, Filipe II, este texto percorre memórias de um daqueles cantos da Europa que às vezes parece demasiado carregado de História para viver em paz com o seu presente. Só para termos uma ideia de como ali nada é fácil, veja-se como tudo foi retalhado há sensivelmente um século: “O Tratado de Bucareste, em 1913, consagrou a repartição da “Macedónia geográfica” entre a Sérvia, que ficou com 38% do território, correspondendo às zonas de dominância étnica eslava, a norte (Macedónia Vardar, cujo nome provém do rio Vardar); a Grécia, que ficou com 52% do território, correspondendo às zonas de dominância étnica grega, a sul (Macedónia Aegea, por ser banhada pelo Mar Egeu); e a Bulgária, que ficou com 10% do território, a leste (Macedónia Pirin, por associação com os Montes Pirin). A partição nada teve de pacífica, já que durante as Guerras dos Balcãs, os sérvios e os búlgaros não se tinham limitado a combater os otomanos, guerreando também entre si pelo controlo da Macedónia e tentando erradicar as etnias e religiões rivais. Em cada uma das partes da “Macedónia geográfica” que lhes foram outorgadas pelo Tratado de Bucareste, cada um dos países promoveu activamente a expulsão de etnias “estrangeiras” e a assimilação linguística, religiosa e cultural ao padrão nacional. A I Guerra Mundial voltou a introduzir alterações significativas no mapa dos Balcãs: os impérios otomano e austro-húngaro foram desfeitos e das suas ruínas ergueu-se em 1918 o Estado dos Eslovenos, Croatas e Sérvios, que incluía a Macedónia Vardar. Quem assumiu a governação do novo estado foi o príncipe Alexandre da Sérvia, primeiro na qualidade de regente e, a partir de 1921 como Alexandre II da Sérvia. Em 1929, o nome do país foi alterado para Reino da Jugoslávia (isto é, “a terra dos eslavos do sul”) e o rei passou a intitular-se Alexandre I da Jugoslávia.” Como imaginam, ainda hoje... não é fácil.

 
Os próximos dois textos tratam eventos mais recentes e une-os uma palavra, ou uma ideia: socialismo. Ou socialismo real, não o imaginado que esse nunca passou disso mesmo, de imaginado. O primeiro é um inquérito da Alemã Der Spiegel a uma das menos conhecidos, mas nem por isso menos horrorosas práticas da República Democrática Alemã, a RDA, a Alemanha socialista que estava do lado de lá do Muro de Berlim. O que aqui se recorda é a prática das autoridades de retirarem os filhos às famílias que davam indicações de serem contra o regime, entregando as crianças para adopção a fieis e leais comunistas. Em The Little-Known Tragedy of Forced Adoptions in East Germany Annette Großbongardt conta precisamente como “The East German state had a habit of taking children from politically undesirable parents and giving them up for adoption. It is a horrific aspect of the communist regime that has never received the attention it deserves. That may now be changing.” Há muitos testemunhos arrepiantes, aqui fica apenas um: "Many of us became sick and experienced extreme anguish," says Andreas Laake, 58. Originally from Leipzig, he was stopped in 1984 by the GDR coast guard as he was trying to flee to the West across the Baltic Sea in a rubber dinghy together with his pregnant wife. Laake says he claimed full responsibility and was thrown in jail. When his wife gave birth, he wasn't even allowed to see the child and a court simply withdrew his parenting rights. His wife was presumably pressured into giving the child up for adoption. Andreas Laake found his son 29 years later. Other parents have also been able to track down their children -- but are often unable to make up for lost time. "You can't turn back the clock on life," says Laake. "We didn't watch our children grow up, we weren't there when they started school, when they won in sports, when they fell in love for the first time." Now, he continues searching on behalf of others. He has founded an organization called Stolen Children of the GDR, which has more than 1,700 members. "Seventy-year-old women come to me and say: Mr. Laake, I only have one wish left: I just want to know what happened to my child."

 
A Venezuela bolivariana nunca chegou – pelo menos até agora – aos extremos totalitários da RDA e dos regimes tutelados por Moscovo da Europa do Leste, e por isso houve muitos que viram nela a prova de que, afinal, era possível construir o socialismo sem reprimir o povo – e também sem o empobrecer. Hoje sabemos que o chavismo foi apenas mais uma trágica ilusão, mas é bom recordar como as coisas aconteceram, algo que Kristian Niemietz faz de forma muito clara no britânico Telegraph, em How socialism – not sanctions – destroyed Venezuela. Um primeiro ponto que esclarece é precisamente o relativo às sanções, o bode expiatório do regime mas que em nada contribuíram para o desastre económico: “Some of Venezuela’s erstwhile cheerleaders cite the impact of US sanctions for the country’s downfall (...). In 2014 the US government did indeed bring in personalised sanctions against several members of the Maduro regime, but asset freezes and travel bans could never have affected the wider economy so dramatically. It was only in August 2017 that the US government implemented a decisive economic sanction, banning the purchase of Venezuelan government bonds. By then, Venezuela had been in crisis for nearly four years, and its economy had already contracted by a third.” Neste momento a recessão ainda se agravou mais, a economia encolheu para metade do que era, mas o que se explica neste texto é como isso foi uma decorrência das políticas adoptadas pelo chavismo/madurismo: “Pre-Chávez Venezuela had its fair share of problems, but it was never a banana republic. It was a place which generally respected private property rights and the rule of law. Now, the government rapidly began expropriating land and nationalising heavy industries, farms, factories and other private businesses.Such measures frightened off domestic and overseas investors, and stripped the country of the capital and expertise needed to develop its natural resources. Destroying other industries left an economy already dependent on oil even more so. When Chavez was first elected, oil made up just over 70 per cent of Venezuela’s exports but by the time of his death it accounted for virtually all of it. This meant the entire country was dangerously exposed to fluctuations in the global oil market.” Como sabemos bastou acabarem os anos em que o petróleo esteve sobrevalorizado para a crise explodir. Como não podia deixar de acontecer.
 

Para o final desta newsletter guardei uma descoberta desconcertante e um relato apaixonante. A descoberta desconcertante é que Liberals and Conservatives React in Wildly Different Ways to Repulsive Pictures. Devo dizer que, tal como os cientistas que realizaram este estudo, fiquei de queixo caído ao saber que, “To a surprising degree, our political beliefs may derive from a specific aspect of our biological makeup: our propensity to feel physical revulsion.” O trabalho da The Atlantic começa por lembrar qual o ponto de partida da investigação, que foi na verdade o mais elementar: “Why do we have the political opinions we have? Why do we embrace one outlook toward the world and not another? How and why do our stances change? The answers to questions such as these are of course complex. Most people aren’t reading policy memos to inform every decision. Differences of opinion are shaped by contrasting life experiences: where you live; how you were raised; whether you’re rich or poor, young or old. Emotion comes into the picture, and emotion has a biological basis, at least in part.” Só que, “As Montague mapped the neuroimaging data against ideology, he recalls, “my jaw dropped.” The brains of liberals and conservatives reacted in wildly different ways to repulsive pictures: Both groups reacted, but different brain networks were stimulated. Just by looking at the subjects’ neural responses, in fact, Montague could predict with more than 95 percent accuracy whether they were liberal or conservative.” Os resultados foram tão surpreendentes que são os próprios investigadores a olhá-los com prudência: “Findings so dramatic, especially in the social sciences, should be viewed with caution until replicated. The axiom that extraordinary claims demand extraordinary proof clearly applies here. That said, Hibbing, Montague, and their colleagues are scarcely alone in linking disgust and ideology.” Mesmo assim, dá que pensar.
 

Mas fantástica, fantástica é esta reconstituição de como, há sensivelmente um ano, foram os salvos os miúdos que ficaram presos numa gruta na Tailândia. Into the dark – The inside story of an improbable team of divers, a near-impossible plan and the rescue of 12 boys from a Thai cave lê-se como um romance já que o autor, Shannon Gormley, escreve de forma apaixonada e apaixonante. E o que se passou, uma história sobre a qual julgávamos saber tudo, foi afinal muito mais dramático e heróico do que se poderia imaginar, e isso vê-se bem recordando as opções que se colocaram às equipas de socorro. Recordemo-las, na memória dos próprios:
Option one: Believe the children’s claims that they heard roosters crowing. Assume there is a chimney in the mountaintop leading to the kids and their coach. Find it, somehow. Pull the team out, somehow.
Option two: Assume there is no chimney. Make one. Drill through the rock—700 m. Pull the team out—700 m.
Option three: Leave the kids and their coach in the cave. In the dark. For four months. Send in food, letters and medical support. Wait for the rain to stop. For four months. Bring the team out the way they came in.
Option four: Do what no one has ever done before. Bring a dozen children and one adult, none of whom know how to dive or probably even swim, through a few kilometres of flooded cave in almost zero visibility and torrid currents.
Option one is unrealistic: the kids are probably hallucinating about the roosters. Option two is deadly: drilling could crush the children under falling rocks. Option three is torture: stuck on that small patch of dirt in the dark, surviving on water dripping off stalactites, the kids hadn’t lasted a few days before trying to claw their way out by scratching at the rock face with their bare hands; four months would be unendurable. And option four is madness. No one has ever tried anything like it before. Divers might die. The ones who don’t die might have to carry out a dozen dead children.
Tonight, the men choose madness. They want to dive the kids out. 
E a loucura, como sabemos, resultou. A audácia valeu a pena. Tal como vale bem a pena a meia hora que esta longa reportagem leva a ler. É bem empregue.
 
De resto, e até porque me despeço com esta maravilhosa sugestão, só posso desejar-vos um bom fim-de-semana de proveitosas leituras. Pelo menos.

 
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FC Porto vê “voar” dois pontos em Moreira de Cónegos

Herrera empatou já nos descontos

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O FC Porto empatou na visita ao Moreirense. Surpreendidos pelo golo de Teixeira, os dragões só igualaram o marcador no final dos descontos, por Herrera.
Com Marega lesionado, Sérgio Conceição retomou o 4x3x3, lançando Danilo atrás de Herrera e Óliver.
O Moreirense, com um histórico favorável nos últimos três duelos (uma vitória e dois empates sobre os dragões), entrava disposto a segurar o quinto lugar, que vale uma presença na Liga Europa.
O FC Porto cedo assumiu o controlo das operações, mas, embora mal deixasse respirar os cónegos, não criava verdadeiras situações de perigo.
A primeira ocasião surgiu apenas à meia hora de jogo, quando Soares lançou Brahimi, que ao entrar na área foi desarmado por Iago.
O lance reavivou a partida. Nos minutos seguintes, Soares foi desarmado quando ia a rematar e, num dos poucos momentos em que o Moreirense chegou à área portista, Casillas fez a mancha ao remate de Heriberto. Na outra baliza, Jhonatan parou um remate de calcanhar de Soares e saiu da área para evitar que Herrera se isolasse.
Quando já se esperava pelo intervalo, Óliver não aproveitou uma defesa incompleta de Jhonatan, rematando à malha lateral.
A tónica manteve-se na metade complementar, com o FC Porto a pressionar e o Moreirense a dispor de uma oportunidade, novamente por Heriberto.
Aos 56, foi Arsénio quem rematou, com a bola a sair junto ao poste direito da baliza portista. E Sérgio Conceição chamou logo Otávio e Fernando Andrade, que entraram para os lugares de Pepe e Óliver.
Aos 72, o Moreirense reclamou penálti, por alegada carga de Militão sobre Arsénio. Jorge Sousa assim não o entendeu.
Sérgio Conceição meteu mais um avançado, André Pereira. E o ponta de lança marcou mesmo, mas... em fora de jogo.
Não valeu para o FC Porto, contou para o Moreirense. Aos 78, depois de uma bola no travessão de Casillas, Texeira apanha a sobra e finaliza.
O assédio final valeu um ponto aos azuis e brancos. Já com os descontos a correrem para o fim, Otávio serve Herrera para o empate.
Houve ainda tempo para um lance polémico, com o FC Porto a reclamar falta por alegada carga sobre André Pereira. Jorge Sousa foi ao videoárbitro e decidiu... pela bola ao solo. Corona bombeou para a área e Jhonatan tira o golo a Fernando Andrade.
Com bancada.pt

Idosos celebram dia de São Valentim

No dia 14 de fevereiro, cerca de 50 utentes das instituições particulares de solidariedade social do concelho da Mealhada são convidados a viver uma tarde diferente. Namorados ou amigos, celebram uma data com "mimos" que poucos tiveram oportunidade de viver na juventude.
Alguns serão companheiros de uma vida; outros são casais mais recentes, cujo encontro já ocorreu num contexto de institucionalização; uns são amigos especiais, amigos. Ano após ano, este dia, inserido no Plano de Atividades da Rede Social da Mealhada, é vivido como nunca antes havia sido, porque a vida não o permitia ou porque, simplesmente, "nem sequer se comemorava a data".
Os utentes participantes vão alternando, de ano para ano, mas, de uma forma genérica, o sentimento é de satisfação: pela diferença do seu dia a dia, pelo convívio proporcionado pelo almoço, no restaurante "A Prova dos Novos", seguido da tarde dançante e troca de lembranças entre casais.
Com a iniciativa, o Setor de Ação Social da Autarquia, no âmbito da Rede Social, procura, precisamente, proporcionar momentos de lazer, de partilha de experiências e de convívio aos utentes, celebrando os afetos e os sentimentos.
O almoço acontecerá no Restaurante Pedagógico "A Prova dos Novos", situado no Jardim Público da Pampilhosa, da Escola Profissional Vasconcellos Lebre e conta com o apoio desta entidade e dos Bombeiros Voluntários da Pampilhosa.

Fábrica de Mangualde vai produzir o novo Opel Combo

A fábrica de Mangualde do Grupo PSA vai iniciar a produção do novo Opel Combo a partir do segundo semestre deste ano, nas variantes comercial e de passageiros, anunciou hoje o grupo automóvel francês. 

"Este novo modelo vai possibilitar uma maior estabilidade e flexibilidade dos volumes de produção, permitindo que a fábrica se torne mais competitiva para responder a um mercado automóvel cada vez mais exigente", refere o Grupo PSA, liderado pelo português Carlos Tavares.
O Combo será o primeiro modelo produzido em Mangualde para a marca Opel, que foi integrada no Grupo PSA em 2017. A produção do Combo será partilhada com a fábrica de Vigo (Espanha), que já produz a marca Opel desde Julho do ano passado.
Os principais mercados de destino dos modelos Opel Combo produzidos na fábrica de Mangualde serão Portugal, Espanha, França e Itália.
Em 2018, a fábrica de Mangualde iniciou a produção dos novos modelos da terceira geração dos veículos comerciais das marcas Citroën e Peugeot, nomeadamente o Peugeot Partner/Rifter e Citroën Berlingo/Berlingo Van.
"Para receber a produção destes veículos com os melhores níveis de eficiência, o centro realizou um profundo processo de modernização e uma das mais importantes transformações industriais da sua história", refere o grupo francês.
Os modelos Peugeot Partner, Citroën Berlingo e Opel/Vauxhall Combo foram eleitos recentemente "Furgão Internacional do Ano 2019" e "Best Buy Car of Europe de 2019", lembra o Grupo PSA.
Em 2018, a fábrica de Mangualde aumentou a sua produção em 17,8% face ao ano anterior. Com 57 anos laboração ininterrupta e mais de 1,4 milhões de veículos produzidos, a unidade de Mangualde produz atualmente 321 veículos por dia, com a laboração em três turnos.
Lusa