domingo, 22 de novembro de 2020

Sociedade médica pede ‘Via verde’ oncológica para travar mortalidade


A presidente da Sociedade Portuguesa de Oncologia (SPO), Ana Raimundo, defende a criação de uma 'via verde' no tratamento do cancro e a libertação dos médicos de família no acompanhamento da covid-19 como estratégias contra o aumento da mortalidade.

Os médicos de família devem ser libertados desse trabalho ligado à covid-19 para os centros de saúde para fazerem as consultas aos seus doentes. Depois, no caso dos doentes oncológicos, devia haver nos hospitais a 'via verde' oncológica", afirmou à Lusa a dirigente da instituição, que alertou para a redução drástica do número de novos diagnósticos e de primeiras consultas em oncologia com a chegada da pandemia a Portugal.

Os números de um inquérito promovido pela SPO aos serviços de oncologia médica de todo o país, apresentado hoje no 17.º Congresso Nacional de Oncologia e que avaliou o impacto inicial da pandemia em Portugal entre março e abril, apontaram para uma quebra de 60 a 80 por cento dos novos diagnósticos de cancro. Para Ana Raimundo, o impacto desta realidade será bastante visível dentro de alguns anos.

"Estes diagnósticos que não são feitos em tempo útil serão feitos mais tarde e em fase mais avançada de doença, portanto, com menor potencial de cura e tratamentos mais complicados. Podemos prever que, sendo estes tumores diagnosticados em fases mais avançadas, vá haver dentro de três, quatro ou cinco anos um aumento da taxa de mortalidade por cancro", explicou.

Sublinhando a sua preocupação com o que ocorre "a montante dos hospitais", a presidente da SPO enfatizou que muitos dos diagnósticos passavam pelos médicos de família nos centros de saúde e que, por isso, devem deixar de ser "desviados para os serviços covid" e retomarem o acompanhamento dos seus doentes.

"Não estão nos centros de saúde, não fazem as consultas, nos doentes com suspeita de diagnóstico não são pedidos os meios complementares e, portanto, não é feito o diagnóstico", sintetizou.

Consequentemente, a criação de uma 'via verde' para o cancro que permita agilizar o tratamento de doentes em tumores mais agressivos e de rápida evolução pode, no entender de Ana Raimundo, ser importante no combate à doença e já levou inclusivamente a ideia até aos diferentes partidos políticos.

"Nós já tivemos algumas reuniões com grupos parlamentares para demonstrar esta nossa preocupação com este atraso de diagnóstico de cancros, e também estamos em articulação com a coordenação nacional para as doenças oncológicas, um órgão consultor do Ministério da Saúde. Acham uma ideia interessante", confessou, embora a sua execução prática tenha um prognóstico mais reservado.

Lusa

António Champalimaud


Obstinado e disciplinado. Altivo e brusco. Corajoso e audaz. Duro e generoso. Criador e solitário. Espartano e gladiador. Inovador e aspiracional. Percursor e frontal. Caluniado e absolvido. Nacional, internacional e global. Patriota, africanista e europeu. Tão autoritário como liberal. Tão realista como visionário. Tão invejado mas nunca vencido. Incombustível e independente de todos. E ainda aventureiro, aviador e caçador. Assim foi a vida plena de António Champalimaud, nascido faz hoje um século, um português mesmo invulgar.

Ao contrário do que diz o mito urbano, António Champalimaud não nasceu rico. Numa casa com 4 filhos havia espaço - a Quinta da Marinha era então um imenso matagal - mas não havia luxos, e as solas gastavam-se até ao fim. Um Pai militar e rigoroso, alguns tabefes que mais tarde agradeceria, uma Mãe cuja ternura recordaria sempre. Num país devastado pela instabilidade de I República e que em poucos anos abriria falência, a educação de Champalimaud foi confiada aos jesuítas, de quem o próprio salientaria o contributo para hierarquizar prioridades e estar atento aos detalhes. Mas aos 19 anos, com a perda inesperada do Pai, a vida convocou António Champalimaud a responsabilidades que nunca mais cessariam. Havia dívidas e foi chamado ao juiz para vender bens e saldá-las. Apesar de não ter a maioridade legal, António Champalimaud recusou delapidar o património e assumiu o problema. Os primeiros 10 mil contos que ganhou em Angola, entregou-os ao credor. Sempre achou que dívidas são dependências e foi sempre independente, até da sua própria família.

É impressionante a velocidade com que tudo aconteceu depois.

Aos 24 anos, o tio – Henrique Sommer, empreendedor – chama-o para administrador dos Cimentos de Leiria. E ele logo queria avançar para um forno novo.

Aos 26 anos, morre o tio e sobe a Presidente da empresa. Não tinha ainda 27 quando embarca no vapor para Moçambique, onde compra e refaz os Cimentos da Matola. Em escala passou por Angola e aí começou o projeto que concretizaria meia dúzia de anos depois: a cimenteira do Lobito. Aos 28 anos, pede a licença para abrir outra, desta vez perto da Beira.

Era já um dos maiores industriais em Moçambique, e queria sê-lo também na metrópole: aos 32 anos, adquire a Fábrica de Cimento do M ondego. O grupo cimenteiro de António Champalimaud torna-se rapidamente o segundo mais influente, em número de trabalhadores e valor dos equipamentos, num Portugal tragicamente atrasado na industria.

Aos 34 anos começa a batalha que considerou ter sido a mais dura e persistente da sua vida: a autorização para fazer a Siderurgia Nacional.

Aos 36, abre o projeto da Siderurgia à subscrição pública. Acontece o impensável num Estado Novo oficialmente avesso ao risco: comparecem 8 mil acionistas.

Aos 39 anos, obtém a licença contra ventos e marés: será o homem do aço e não apenas o rei do cimento.

Aos 41, inaugura o maior forno do mundo.

Aos 42, consciente das responsabilidades industriais e laborais que já tinha, percebe que necessita de seguros. Mas o dono da Confiança diz que só vende a companhia se Champalimaud levar também o Banco Pinto e Sotto Mayor. O salto é grande mas Champalimaud arrisca.

Em menos de dez anos multiplica por dez o capital do Banco, abre balcões no país inteiro e em África, torna-se a maior entidade creditícia dos Planos de Fomento. Mais tarde, lançaria o primeiro cartão de crédito em Portugal.

Ao mesmo tempo, com o concurso de 6000 operários a trabalhar a todo o gás, nasce uma cidade industrial no Seixal e a Siderurgia está pronta em 28 meses.

Tinha pouco mais de 40 anos quando começa a Guerra em África. Champalimaud reafirma o investimento africano, criando outra fábrica de cimento em Nacala.

Na mesma força de vida, expande-se para a fundição, a mecânica pesada, o papel e a celulose. Os investimentos faziam um todo lógico: a metalurgia para a siderurgia, a siderurgia para a economia, o papel para os sacos, os sacos para o cimento.

Aos 47, abre por isso novas fábricas de papel em Angola e Moçambique.

Conhece o Brasil em 1953. Não mais o largou: com 49 anos, a cimenteira de Minas Gerais está em processo de decisão. Importaria materiais e técnicos de Portugal.

Aos 49, propõe-se fazer uma refinaria em Sines, apoiada num complexo petroquímico de 21 unidades industriais. O Governo de Marcelo Caetano decide fazer Sines mas veta expressamente António Champalimaud.

Quando acontece o 25 de Abril, António Champalimaud tem 56 anos. Construíra uma fortuna que era a sétima maior da Europa. Será o último Português – até hoje - de quem tal coisa se pode dizer.

Aos 57 anos, em pleno PREC, vê os seus ativos nacionalizados, os seus bens expropriados, as suas contas congeladas, os seus administradores presos.

Dirá aos seus filhos: “teremos de recomeçar do zero”. Olha para o Estado como gatuno e exila-se no Brasil.

Aluga umas águas furtadas no Rio de Janeiro e recomeçará.

O mais impressionante da obra de António Champalimaud é que foi feita quase sempre pela pista de fora. Era temido no anterior regime e foi perseguido neste. Teve de se exilar duas vezes, primeiro no México para defender o seu nome, depois no Brasil, para escapar ao desvario revolucionário. A sua mentalidade nunca casou com os regimes em que lhe calhou viver: era investidor numa época de imobilismo; gostava de investir e não só repartir dividendos; tomava riscos a sério, em pleno Estado paternalista; queria industrializar e industrializar sempre mais, foi para África quando quase ninguém ia; e tornou-se o primeiro a defender a abertura ao Mercado Comum quando ficámos mais isolados; ia ver in loco como se tinham feito as grandes indústrias americanas – por exemplo o complexo de Henry Ford em Detroit – numa altura em que se viajava pouco; acreditou sempre na liberdade económica, apesar do coletivismo ter decapitado o capitalismo português. Tinha visão, escala, ambição e arrojo.

Por isso, chocou imensas vezes com vários defeitos das elites nacionais: a ideologia do “ser pequenino é que é bom”, a proteção descarada dos incumbentes, a inveja de qualquer riqueza - e aquela inclinação para criticar tudo o que é novo, contém diferença ou implica dimensão. Foi moderno antes do tempo, resistente em tempo de vésperas e três vezes pelo menos não se deixou derrubar mas levantou-se do chão. O condicionamento industrial, nome técnico de política económica do Estado Novo, disse-lhe várias vezes que não, atrasando o desenvolvimento. Morreu sem jamais compreender que ganhou o país com o “marxismo à portuguesa”, cuja política foi a de estatizar o que era nacional e com alguma sabujice deixar intocado o que era estrangeiro. Chorou quando viu pela última vez a bandeira portuguesa em Nacala. Do primeiro ao último dia viveu com a máxima que o definia: “se te fizeres de minhoca não estranhes que te esmaguem”. António Champalimaud foi ele próprio: não queria outra coisa senão existir por si e ser dono do seu destino.

Voltado do Brasil - Só o deixaram reconstruir o grupo financeiro, ele que era acima de tudo um industrial. Tinha uma indelével melancolia sobre África, ocorrendo-lhe que mais Antónios Champalimaud houvera, e o progresso traria desenvolvimento e com o desenvolvimento se faria o caminho sereno para Estados que, como lhe dissera um dia o Pai, “serão novos Brasis”. Não perdoava a descolonização como acontecera. Achava o país excessivamente deslumbrado com a Europa, ele que fora pioneiro a defendê-la; temia que os pilares do nosso sistema económico fossem engolidos por Espanha. Tendo sido dos raros Portugueses a recusar uma reunião com Salazar, e a cancelar outra com Marcelo Caetano, achava o primeiro íntegro e o segundo hesitante. “Respeito é uma coisa, pôr-me de cócoras é outra”, repetia, sem condescendência. Há quem diga que teve o pressentimento daquilo em que o sistema financeiro se viria a transformar e perto do fim, vendeu.

No segredo de um testamento, tomaria a última e espantosa decisão que deixaria em desconfortável silêncio os seus vários inimigos. Usou a quase totalidade da parte disponível da sua futura herança, cerca de 400M€, para criar uma fundação que teria o nome do Pai e da Mãe, mas não administradores familiares, e seria dedicada à saúde, porque a saúde é transversal: atinge todos, portugueses ou estrangeiros, ricos ou pobres, crentes ou ateus, novos ou velhos. É essa Fundação, a Champalimaud, que entrega todos os anos o maior Prémio do mundo para reconhecer a ciência e a pesquisa no âmbito da visão, e conta com mais de 400 cientistas e investidores, no domínio do cancro e das neuro ciências. Silenciosamente, fazem recuar a dor e progredir a esperança.

Em grande escala e sempre com inovação, como tudo na vida de António Champalimaud.f.

*Artigo enviado por Alves Ribeiro, sem indicação da fonte.

Da descrença à autodestruição – a obra do ceticismo

 

  • Paulo Henrique Américo de Araújo
Alex O’Connor

Um jovem de boa aparência coloca-se tranquilamente diante do microfone. Educado e respeitoso, apresenta-se para um debate no programa “Unbelievable” (Inacreditável), veiculado por uma emissora de rádio na Inglaterra.1 Alex O’Connor (este é o nome do rapaz) transmite impressão favorável a quem, como nós católicos, gostaria de ver e admirar um jovem de bons princípios. Mas logo se desvanece tal primeira impressão quando ouvimos Alex expor seus pensamentos, pois ele se autoproclama cético. Não um cético qualquer, mas cético radical. E o título dado por ele à sua página na internet e ao seu canal no Youtube não deixa dúvidas: Cosmic Skeptic: question everything (Cético Cósmico: questione tudo).

Alex está cursando graduação em filosofia e teologia na conceituada Universidade de Oxford. Além desta credencial, talvez sua jovialidade e aparente segurança discursiva explique o porquê de sua fama nos ambientes ingleses e americanos embrenhados no ceticismo e ateísmo.2 Não quero parecer injusto, pois de fato ele demonstra capacidade intelectual invulgar na sua idade, daí o número de jovens atraídos por seu discurso.

A incapacidade de formar certezas

Em termos gerais, o ceticismo é uma doutrina filosófica que nega a capacidade do intelecto humano de conhecer qualquer certeza.3 Tendo tal doutrina como pressuposto, no seu programa de rádio Alex argumenta contra a existência de Deus. Seu opositor é Frank Turek, polemista protestante, conhecido nos meios apologéticos norte-americanos, autor de livros provocativos como “Eu não tenho suficiente fé para ser ateu”.

A discussão gira em torno da pergunta: será Deus o fundamento dos preceitos morais objetivos? Frank Turek, debatedor experiente, discorre sobre o assunto com desenvoltura e firmeza. Apesar de protestante, recorre a argumentos da apologética católica tradicional. Infelizmente, logo o diálogo mergulha em digressões sobre ontologia, epistemologia e semântica. Poupo ao leitor outras referências a assuntos tão superespecializados, mas Alex recorre a eles frequentemente, como escapatórias diante de certas dificuldades.

O mais interessante para atrair o ouvinte é que Frank Turek consegue evidenciar os dilemas e incoerências insanáveis da posição de Alex, e nessas ocasiões o rapaz titubeia, vacila, arrastando-se no terreno pantanoso e movediço da falta de certezas. Convicto da sua “falta de convicção”, ele repete muitas vezes contestações como “não necessariamente”, “não tenho certeza disso”. Um exagero didático, muito cômodo para quem “duvida de tudo”, é citar a si mesmo como autoridade: “De acordo comigo…”!

Nenhuma civilização sobrevive sem certezas

No fim do debate, o ouvinte dotado de bom senso se convence de que, independente das veleidades humanas, só pode haver moral objetiva se existe Deus para fundamentá-la. Caso contrário, qualquer desejo subjetivista justificaria as loucas atrocidades praticadas por Hitler, Stalin ou Mao Tsé-Tung.

Essa conclusão é óbvia, repito, para pessoas de bom senso. Mas a maioria dos seguidores de Alex O’Connor pertence àquela gama de espíritos incoerentes, ansiosos de não serem responsabilizados por seus atos diante de um Divino Juiz. Pois a consequência lógica de admitir uma moral objetiva é que se tem a obrigação de prestar contas ao Divino Autor e garantidor dessa moral. Disso o cético procura fugir a todo custo e agarra-se a qualquer solução, por mais pobre que seja. Para esses, Alex fornece saídas tranquilizadoras, pseudo-racionais.

A consequência lógica do raciocínio sem fundamentos4é um mundo igualmente sem fundamentos, autodestrutivo por si mesmo. Sem convicções, nada de seguro, elevado e sublime se constrói. Nenhuma instituição ou civilização pode perdurar sem bases sólidas. Caso o ceticismo triunfasse, chegaríamos ao fim da História.

No Brasil, não me consta que haja celebridades do ceticismo, como o jovem inglês. Apesar da falta de notoriedade (e talvez à procura dela), alguns resolveram recentemente levantar a voz para alcançar o público brasileiro.

Em artigo publicado pela “Folha de S. Paulo” em 10 de setembro de 2020, Contardo Calligaris confessa sua inclinação ao ceticismo: “Somos condenados a sermos liderados por fanáticos incultos?”. Nas entrelinhas, muitas semelhanças com a mentalidade de Alex O’Connor: vacilações, irresponsabilidades e a consequente ruína da civilização.

A queda do Império Romano se deveu ao fato de os “céticos cultos”, “gozadores da vida” (as expressões são de Contardo Calligaris), terem tomado as rédeas do poder em Roma.
[ Destruição do Império Romano – Thomas Cole, séc. XVIII. New York Gallery of Fine Arts]

A Roma católica deu novo impulso ao Império Romano

Em resumo, Calligaris usa a narrativa da queda do Império Romano do Ocidente (século V d.C.) para fazer uma espécie de alerta sobre o grande erro — segundo ele — de sermos governados atualmente por pessoas convictas de suas ideias. Para ele, o perigo são os fanáticos “incultos, analfabetos funcionais ou, no mínimo, leitores de um livro só”. Obviamente, o alvo aqui são os cristãos.

Ainda segundo o autor, uma minoria de “cristãos fanáticos e incultos” assumiu o poder no Império Romano e provocou a queda da outrora grandiosa Roma dos Césares. Do mesmo modo, a “minoria fanática” de hoje — leia-se o movimento conservador — galgou o poder nos últimos anos no Brasil, e assim vai preparando a derrocada da nossa cultura.

Sem entrar em todos os pormenores do artigo, apenas desejo apontar as vacilações e incongruências do autor. Antes de tudo, demonstra uma ignorância histórica imperdoável. Roma se tornou grande exatamente em razão das convicções e certezas de seus habitantes. A noção da Pax Romana impregnava a mentalidade dos romanos. Eles estavam certos de que levariam o bem-estar aos povos sujeitos à sua administração, e com tal convicção forjou-se a grandeza de Roma. Pouco importa se alguém está de acordo ou não com essa política, o fato é que os romanos se mostraram coerentes com ela.

Ora, a queda do Império se deveu justamente ao fato de os “céticos cultos”, “gozadores da vida” (para usar as expressões de Calligaris) terem tomado as rédeas do poder em Roma. Eles constituíam a parcela dos irresponsáveis da época, incoerentes em seus raciocínios e adversos à ideia de serem julgados por seus atos no tribunal de Deus. Ao contrário do que diz o autor, o último recurso para a salvação do Império veio precisamente dos cristãos.5 O Imperador Constantino o percebeu, e por isso lhes deu a liberdade.

Os católicos daquela época recolheram os restos do Império decadente e empreenderam a sua reconstrução. Foi daí que vieram as instituições medievais. Com Carlos Magno, o Império Romano renasceu. Mais tarde a solidez da fé católica produziu as magníficas catedrais, as grandes universidades, a heroica e caritativa nobreza cristã, a síntese escolástica, as corporações de ofício… Todo esse conjunto de fatores proporcionou o surgimento da civilização cristã, esplendorosa e repleta de coerência.

Se hoje nossa cultura está morrendo, tal se dá em boa medida pela corrosão promovida por falsos “cultos” e por céticos como Alex O’Connor, Contardo Calligaris e seus frustrados seguidores, sejam eles jovens ou anciãos. Poderíamos perguntar-lhes: o seu ceticismo ilógico, o que produziu de verdadeira cultura? Ouviríamos provavelmente uma resposta vacilante, ou então as palavras cínicas do autor brasileiro: “Os cultos e céticos lutam para que cada um possa tocar a vida e gozar do jeito que lhe parece certo, sem ser julgado (apenas nos limites do Código Penal)”.

Somente católicos convictos de sua fé podem resgatar os restos de civilização cristã. O futuro pertence a eles, e não a céticos incoerentes e irresponsáveis.

ABIM

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Notas

  1. O debate está disponível em: https://www.youtube.com/watch?v=b5a3MxIqZOs
  2. No canal de Alex, o debate já tem quase 1 milhão de visualizações.
  3. Cfr. Enciclopédia Católica na internet: https://www.newadvent.org/cathen/13516b.htm
  4. Idem: “O cético assume a capacidade do intelecto de criticar a faculdade do conhecimento e, ao mesmo tempo, ele nega conhecer qualquer coisa. Assim, implicitamente contradiz a si mesmo”.
  5. Cfr. ESOLEN, Anthony, Manual politicamente incorreto da Civilização Ocidental, Vide Editorial, Campinas, SP, 2019.

Covid-19 - Marinha Grannde com risco elevado de contágio

 Covid-19 - Marinha Grannde com risco elevado de contágio

O concelho da Marinha Grande foi incluído na lista dos concelhos de risco elevado de transmissão do COVID-19, este sábado, 21 de novembro de 2020.


De acordo com os novos patamares de risco, este é o segundo mais baixo possível (moderado, elevado, muito elevado e extremamente elevado).

Entrarão em vigor na próxima terça-feira, 24 de novembro de 2020, novas medidas como:


▶️ Recolher obrigatório entre as 23:00 e as 05:00 todos os dias;
▶️ Fiscalização do cumprimento do teletrabalho obrigatório;
▶️ Uso obrigatório de máscara nos locais de trabalho;
▶️ Horário de encerramento dos estabelecimentos às 22h00 - para restaurantes e equipamentos culturais às 22h30.
Chamamos ainda a atenção para as medidas adicionais que vigorarão em todo o território nacional:
⏺ Suspensão das atividades letivas e tolerância de ponto para a função pública a 30/11 e 7/12
⏺ Proibição de circulação entre concelhos entre as 23h00 de 27 de novembro e as 5h00 de 2 de dezembro e entre as 23h00 de 4 de dezembro e as 5h00 de 9 de dezembro



Confira (abaixo) as principais alterações.

https://covid19estamoson.gov.pt/medidas-covid19-concelhos-risco-elevado/?fbclid=IwAR05pK3fN1Umpzxo22Sv-X_B73XUQaGsNttf0Jn-R3m11hvLvEKuyYkiGdQ


Reforçamos o apelo a todos os Marinhenses para que sigam todas as recomendações das Autoridades de Saúde.


A luta pela liberdade atirou Nassima para a prisão


Há quem pague um preço demasiado elevado por lutar pela liberdade na Arábia Saudita. A luta pelo direito de as mulheres poderem conduzir um carro é um desses exemplos. Apesar de a proibição já ter sido suspensa, várias ativistas que defenderam alterações à lei continuam atrás das grades. Nassima al-Sada é uma delas.

O ano de 2018 ficou marcado por uma campanha de repressão contra defensoras de direitos humanos na Arábia Saudita. Em julho, Nassima al-Sada e outra ativista acabaram na prisão apenas pelo trabalho pacífico que desenvolveram em nome da liberdade.

Até então, conduzir era coisa de homens. Até então, o sistema de tutela masculina impossibilitava as mulheres de fazerem coisas simples que, no nosso dia-a-dia, nem questionamos. No entanto, as autoridades sauditas foram introduzindo mudanças, que fazem parte de um plano de abertura ao mundo e, em especial, aos negócios. Hoje, as mulheres já podem conduzir o seu próprio carro, obter um passaporte, viajar livremente ou registar o nascimento dos filhos. Só que há ainda um longo caminho a percorrer.

Nassima al-Sada esteve sempre na linha da frente desta luta. Pela liberdade dos outros, ficou sem a sua.

Na prisão, foi vítima de maus-tratos e esteve um ano em regime de confinamento solitário. A única ligação que consegue ter com o mundo exterior, já que foi proibida de receber visitas da família ou do advogado, é através de uma planta. Uma planta que cresce lá dentro, enquanto os filhos de Nassima al-Sada crescem lá fora.

A liberdade desta mãe, que é também uma incansável defensora dos direitos humanos, pode ser uma realidade. Por isso, a Amnistia Internacional apela à ação de todos porque as vozes das ativistas que foram silenciadas precisam de ser ouvidas por todo o mundo.
O simbolismo do G20

Este fim de semana, a Arábia Saudita organiza a cimeira do G20, que vai juntar os líderes das economias mais industrializadas do planeta. Na agenda do encontro, que decorre em formato virtual devido à pandemia de COVID-19, estão temas como a crise sanitária e económica que afeta todo o mundo.
A reunião é uma oportunidade para encontrar respostas e soluções neste período difícil, mas também não pode deixar de lado a situação dos direitos humanos na Arábia Saudita. Não seria justo ter Nassima al-Sada – que até tentou ser candidata às eleições municipais de 2015, mas foi proibida – a discutir, livremente e junto de políticos, as reformas que o país necessita de fazer?

Para as mulheres sauditas, o sistema de tutela masculina continua a restringir liberdades e a autonomia pessoal. Atualmente, ainda precisam de autorização para definir os estudos que querem fazer, se podem viver sozinhas ou receber determinados tratamentos médicos. Desafiar as proibições significa, em muitos casos, sanções.

Em certos espaços públicos, as mulheres não podem transitar livremente. A maioria das universidades, dos bancos e dos edifícios públicos ainda têm entradas diferenciadas. O mesmo acontece em praias, zonas de lazer e transportes públicos. A forma de vestir também é condicionada e a polícia religiosa garante que as mulheres estão vestidas apropriadamente.

A liberdade no casamento e divórcio é outro problema. O tutor masculino deve aprovar as relações e, por isso, os casamentos forçados são prática comum, bem como a falta de proteção em caso de abusos. Se sofrem maus-tratos, as mulheres podem ser denunciadas por desobediência pelo seu “guardião”.

Toda a vida, Nassima al-Sada lutou para mudar mentalidades. Agora, é a nossa vez de lutar por ela.

Fonte e Imagem: Amnistia Internacional

5G: Bruxelas admite atrasos e insta Portugal e 9 outros países a avançar com leilões


A Comissão Europeia admite atrasos no desenvolvimento da tecnologia móvel de quinta geração (5G) na União Europeia (UE), instando os 10 países nos quais ainda não há oferta comercial, entre os quais Portugal, a avançar com os leilões.

“Instamos os Estados-membros a avançarem com a atribuição das faixas centrais de 5G, em conformidade com os prazos acordados”, frisa fonte oficial do executivo comunitário em resposta escrita à agência Lusa.

A resposta à Lusa surge numa altura em que se aproxima o final do ano, prazo até ao qual a Comissão Europeia tinha previsto que houvesse 5G disponibilizado de forma comercial em pelo menos uma cidade por Estado-membro. Porém, essa só é uma realidade em 17 países da UE, nos quais não se inclui Portugal.

“Os atrasos, inclusive nos leilões para a atribuição de frequências 5G, criam incerteza para as empresas que têm de tomar decisões e criam incerteza para os consumidores”, critica a Comissão Europeia.

Assumido como uma prioridade europeia desde 2016, o desenvolvimento do 5G na UE tem vindo a ser mais demorado do que previsto, sendo possível que Bruxelas falhe a sua meta de cobertura até final de 2020.

Os dados mais recentes do Observatório Europeu para o 5G (estrutura criada pela Comissão Europeia para acompanhar a evolução desta tecnologia) revelam que, até final de setembro, apenas havia serviços comerciais em 17 países da UE - Alemanha, Áustria, Bélgica, Bulgária, República Checa, Dinamarca, Finlândia, Holanda, Hungria, Irlanda, Itália, Letónia, Polónia, Roménia, Eslovénia, Espanha e Suécia.

Em todos estes países havia pelo menos uma operadora de telecomunicações a disponibilizar pacotes de 5G, mas na maioria dos casos esta ainda era uma cobertura seletiva, abrangendo apenas algumas localidades e uma parte da população.

Fora da lista estavam, além de Portugal, França, Grécia, Lituânia, Estónia, Croácia, Luxemburgo, Chipre, Malta e Eslováquia.

Espera-se que a atribuição das licenças 5G em Portugal decorra durante o primeiro trimestre de 2021, em plena presidência portuguesa, mas o conflito entre os operadores de telecomunicações e a Autoridade Nacional de Comunicações (Anacom) ameaça suspender o processo.

“Gostaríamos de salientar que o desenvolvimento atempado do 5G na Europa é de primordial importância, uma vez que a conectividade 5G é a base para a transformação digital e ecológica da nossa economia e sociedade. A Comissão tem apoiado ativamente esta tecnologia na Europa através do seu plano de ação sobre o 5G e de várias ações subsequentes”, frisa o executivo comunitário na resposta à Lusa, lembrando que esta tem de ser uma aposta dos Estados-membros.

No plano de ação lançado em 2016, a instituição também tinha previsto que, até 2025, houvesse uma cobertura mais abrangente de 5G, incluindo áreas urbanas e vias terrestres principais.

Questionada se esta ambição se mantém, a Comissão Europeia afirma ser “demasiado cedo para dizer o que o processo de revisão do plano de ação sobre o 5G trará em termos de possíveis novos objetivos de cobertura”.

Já à pergunta da Lusa se o desenvolvimento desta tecnologia terá de ser uma aposta da presidência portuguesa do Conselho da UE no primeiro semestre de 2021, a fonte oficial do executivo comunitário adianta que “a Comissão apoiará os Estados-membros no lançamento do 5G e espera trabalhar de forma construtiva" com Portugal.

Relativamente à cibersegurança nas redes 5G, em janeiro passado, a Comissão Europeia aconselhou os Estados-membros da UE a aplicarem “restrições relevantes”, como a exclusão, aos fornecedores considerados de “alto risco”, embora rejeitando estar a referir-se à Huawei, fabricante chinesa que tem vindo a ser acusada de espionagem pelos Estados Unidos.

“Espera-se que as redes avançadas de 5G forneçam infraestruturas seguras para serviços críticos […] e, por isso, vemos os investimentos em segurança cibernética 5G como uma necessidade e não como uma causa de atraso”, conclui a fonte oficial da Comissão Europeia na resposta dada à Lusa.

Lusa

Covid-19: Presidente da Câmara de Sardoal internado com problemas respiratórios


O Presidente da Câmara de Sardoal, infetado com o novo coronavírus, foi internado no Hospital de Abrantes com problemas respiratórios após o seu estado de saúde se agravar na sexta-feira, anunciou o próprio Miguel Borges.

"Num dia que parecia estar a correr bem, eis que termina numa cama do Centro Hospitalar de Médio Tejo para uma estadia que vai dar muita luta. É muito duro, acreditem", escreveu hoje Miguel Borges na sua página pessoal na rede social Facebook.

Em mensagem enviada à Lusa, o presidente da Câmara Municipal de Sardoal, no distrito de Santarém, disse que passou uma semana em isolamento domiciliário "com tosse, febre, dores e problemas respiratórios", sintomas que se agravaram na sexta feira e levaram ao internamento numa enfermaria do Hospital de Abrantes, onde está "a receber oxigénio" e acompanhamento médico.

"Quando parecia que as coisas estavam a evoluir favoravelmente voltei a ter febres muito altas", disse Miguel Borges, tendo apelado à população para tomar todos os cuidados preventivos e seguir as indicações das autoridades de saúde.

Não podemos facilitar, porque isto é muito, muito duro", descreveu.

Miguel Borges acusou positivo ao novo coronavírus no sábado, dia 14, e entrou em isolamento profilático domiciliário, a par da sua mulher, também com teste positivo ao SARS-CoV-2, revelou, na ocasião, o autarca.

Miguel Borges informou da sua condição de positivo ao SARS-CoV-2 numa mensagem também publicada na sua página nas redes sociais, tendo assegurado estar "consciente de ter cumprido as normas o mais possível", mas lembrando que, "mesmo assim, as coisas podem acontecer e aconteceram".

Casado e com quatro filhos, o professor social-democrata, que, além de autarca, é presidente da Comissão Distrital de Proteção Civil de Santarém, tem 55 anos e integra os grupos de risco devido a algumas patologias como a diabetes a hipertensão.

O seu município é um dos que integra a lista de 191 concelhos sob risco elevado de contágio por covid-19. No universo de cerca de 3.750 habitantes com residência em Sardoal, o último boletim epidemiológico do Agrupamento de Centros de Saúde (ACES) do Médio Tejo indicava na sexta-feira um total de 35 casos de infeção desde o início da pandemia.

Lusa

Mais de 60 infetados na Misericórdia da Póvoa de Varzim


Mais de 60 pessoas estão infetadas com o vírus da covid-19 nas residências de idosos da Póvoa de Varzim, situação que a câmara local diz estar a acompanhar "com atenção", estando "preparada para prestar o apoio necessário".

Segundo a vereadora da Coesão Social da autarquia, Andrea Silva, a Câmara poveira, do distrito do Porto, tem, desde abril, um espaço com cerca de 60 camas, instalado na Escola Agrícola de Rates “pronto a acolher utentes dos lares de idosos do concelho caso seja requisitado”, mas garantiu que, até agora, “não foi preciso ativar essa infraestrutura”.

“Acompanhamos a situação com muita atenção e estamos preparados para prestar apoio necessário à Misericórdia. Felizmente, a instituição disse-nos que tem a situação controlada e que já tomaram as medidas no seu plano de contingência, de acordo com as indicações das autoridades de saúde”, afirmou à Lusa a vereadora Andrea Silva.

A agência Lusa tentou várias vezes, mas sem sucesso, fazer um ponto de situação com o provedor da Santa Casa da Misericórdia da Póvoa de Varzim, que na sexta-feira, em declarações à rádio local Onda Viva, confirmou que 62 utentes da instituição estão infetados com o novo coronavírus.

“Nos dois lares, a testagem aos 98 utentes, feita há três dias, revelou 57 infetados, enquanto no pensionato cinco pessoas das 21 que lá residem também testaram positivo. Alguns estão assintomáticos outros têm sintomas ligeiros, mas a nossa equipa clínica está a controlar a situação”, disse Virgílio Ferreira.

Desde o início da pandemia, esta é a primeira vez que a Misericórdia da Póvoa de Varzim foi atingida por um surto de covid-19.


Portugal contabiliza pelo menos 3.824 mortos associados à covid-19 em 255.970 casos confirmados de infeção, segundo o último boletim da Direção-Geral da Saúde (DGS).
O país está em estado de emergência desde 09 de novembro e até 23 de novembro, período durante o qual há recolher obrigatório nos concelhos de risco de contágio mais elevado e municípios vizinhos. A medida abrange 191 concelhos.

Durante a semana, o recolher obrigatório tem de ser respeitado entre as 23:00 e as 05:00, bem como entre as 13:00 de sábado e as 05:00 de domingo e entre as 13:00 de domingo e as 05:00 de segunda-feira.

Lusa

Imagem: Voz da Póvoa

Chega adia Conselho Nacional do próximo domingo


O Chega vai adiar o Conselho Nacional agendado para o próximo domingo, dia 29 de novembro, justificando a decisão com as "restrições que estarão em vigor" e para não "desrespeitar" os portugueses, anunciou o partido.

"Na sequência das novas medidas de restrições anunciadas, este sábado, pelo senhor primeiro-ministro, António Costa, a Direção Nacional do Chega decidiu adiar a realização do Conselho Nacional do partido que estava agendada para o próximo dia 29 de novembro, em Sintra", lê-se num comunicado enviado às redações.

Na nota, a direção do Chega "entende não ser possível realizar o Conselho Nacional, pois ao fazê-lo estaria a desrespeitar os milhões de portugueses que são obrigados a permanecer nas suas casas".

Para mais, numa altura em que "os portugueses são impedidos de usufruir das suas liberdades e garantias consagradas pela Constituição da República Portuguesa, uma vez que o Governo considera que é esta a melhor forma de combater o contágio por covid-19".

"Pese embora a importância da reunião em causa, uma vez que a mesma visa discutir temas urgentes sobre a vida interna do partido, a Direção Nacional do Chega entende que, face às restrições que estarão em vigor no próximo fim de semana, é necessário proceder ao adiamento da reunião", prossegue.

O Chega assinala que discorda das medidas anunciadas hoje pelo Governo mas salienta que, "mais do que nunca, deve estar ao lado dos portugueses, atirando para segundo plano a resolução de questões internas próprias da vida de um partido".

No comunicado, o partido desafia ainda o PCP a adiar o seu congresso, também agendado para o próximo fim de semana, alegando que, desta forma, os comunistas dariam "uma prova de respeito por todos os portugueses e, em especial, por aqueles que mais sofrem por serem obrigados a encerrar os seus negócios, colocando, assim, em causa a sua sobrevivência".

Segundo uma convocatória publicada no seu 'site', consultado hoje pela Lusa, o partido Chega, liderado por André Ventura, vai reunir, no próximo domingo, dia 29 de novembro, o seu Conselho Nacional, encontro que acontece ao mesmo tempo do que o congresso do PCP.

A iniciativa dos comunistas foi criticada por André Ventura.

A convocatória, assinada pelo presidente da mesa daquele órgão, Luís Filipe Graça, e entretanto retirada da página, chamava "todos os conselheiros nacionais para o Conselho Nacional a realizar no próximo dia 29 de novembro de 2020".

Era referido que o encontro iria decorrer nas instalações dos Bombeiros Voluntários de Sintra (distrito de Lisboa) e teria início pelas 15:30.

A informação indicava também que a ordem de trabalhos seria composta por três pontos: "informações", "análise da situação política" e, por último, "proposta e votação da suspensão do presidente da Comissão Política Distrital de Faro".

Hoje, em comunicado, a Associação Humanitária dos Bombeiros Voluntários de Sintra indicou hoje não ter recebido "qualquer contacto" por parte do Chega para a realização do Conselho Nacional.

O Conselho Nacional do Chega, órgão deliberativo entre convenções (o equivalente a um congresso), é "responsável pela prossecução da estratégia política do partido definida em Convenção Nacional, bem como pela fiscalização política das atividades dos órgãos nacionais do partido".

Os estatutos do partido estabelecem que "o Conselho Nacional se reúne ordinariamente de quatro em quatro meses e, em sessão extraordinária, a requerimento da Direção Nacional, ou por iniciativa de pelo menos metade dos seus membros efetivos".

Este órgão é composto pelo presidente do partido e todos os membros da direção, pelos membros da mesa do Conselho Nacional, os presidentes e vice-presidentes das secções regionais e distritais do partido, por 30 membros efetivos e 10 suplentes, eleitos na Convenção Nacional, e ainda pelos militantes que exerçam funções executivas no Governo, nas regiões autónomas ou em Câmaras Municipais, indicam igualmente os estatutos.

Lusa

Costa diz que ficaria “muito surpreendido” com o Natal sem estado de emergência


O primeiro-ministro afirmou hoje que ficaria "muito surpreendido" se não vigorar o estado de emergência no Natal, alegando que o conteúdo das medidas que estão a ser adotadas são menos intensas, mas com maior extensão temporal.

"Ficaria muito surpreendido se não houvesse estado de emergência no Natal, porque isso significa que a evolução do combate à epidemia teria sido muito rápida", declarou António Costa em conferência de imprensa.

António Costa assumiu esta perspetiva depois de ter anunciado novas medidas contra a covid-19 tomadas na sexta-feira em Conselho de Ministros no âmbito da prorrogação do estado de emergência.

Lusa

As novas medidas do Governo contra a COVID-19


O primeiro ministro António Costa deu conta, ao fim da tarde de sábado, das novas resoluções no combate à pandemia.

Governo determina uso obrigatório de máscara nos locais de trabalho

O Governo anunciou hoje que passa a ser obrigatório o uso de máscara nos locais de trabalho, exceto quando os postos de trabalho são isolados ou quando haja separação física entre diferentes postos.

"Também no trabalho se transmite o vírus e também no trabalho a máscara protege da transmissão do vírus", apontou António Costa.

Circulação proibida entre concelhos de 27 de Novembro e 2 de Dezembro e 4 e 9 de Dezembro 

A circulação entre concelhos vai ser proibida entre os dias 27 de novembro e 02 de dezembro e 04 e 09 de dezembro, anunciou hoje o primeiro-ministro.

António Costa avançou que vai ser proibido circular entre concelhos entre as 23:00 do dia 27 de novembro e as 05:00 de 02 de dezembro e as 23:00 de 04 de dezembro e as 05:00 de 09 de dezembro.

Aulas suspensas e tolerância de ponro em 3o de Novembro e 7 de Dezembro

Nos dias 30 de novembro e 7 de dezembro, vésperas de feriados nacionais, as aulas estão suspensas e haverá tolerância de ponto na Função Pública, por causa da pandemia da covid-19, anunciou hoje o primeiro-ministro.

António Costa, que falava no 'briefing' da reunião do Conselho de Ministros extraordinária que decorreu na sexta-feira, no Palácio Nacional da Ajuda, em Lisboa, apelou ainda ao setor privado para que suspensa "a sua laboração" com a dispensa de trabalhadores naquelas datas, para que haja "no início de dezembro quatro dias com risco de circulação reduzido".

Outras medidas

17 concelhos saem da lista de risco elevado: Aljustrel, Alvaiázere, Beja, Borba, Caldas da Rainha, Carrazeda de Ansiães, Ferreira do Alentejo, Fornos de Algodres, Golegã, Santa Comba Dão, São Brás de Alportel, Sousel, Tábua, Tavira, Vila Real de Santo António, Vila Velha de Ródão e Vila Flor

Nos concelhos onde há mais de 240 casos por cem mil habitantes, o Governo refere que vai haver uma "ação de fiscalização do cumprimento do teletrabalho obrigatório", devido aos incumprimentos que se têm verificado;

Na quinzena que engloba os dois feriados — 1 e 8 de Dezembro — não vão ser verificadas medidas diferentes entre os concelhos com 480 casos por cada 100 mil habitantes e os que têm mais de 960. Desta forma, mantém-se as medidas atualmente em vigor e são acrescentadas outras três:

    • Entre as 13h e as 5h é proibido circular na via pública e os estabelecimentos comerciais têm de estar fechados;
    • Nas vésperas dos feriados, os estabelecimentos comerciais têm de encerrar a partir das 15 horas;
    • As medidas dos fins de semana estão em vigor nos feriados de 1 e 8 de dezembro
    • António Costa referiu também medidas de apoio à economia:
      • Programa Apoiar.pt, no valor total de 1.550 milhões de euros — estão previstos empréstimos de 750 milhões de euros e 160 milhões de euros a fundo perdido;
      • Medidas de apoio à restauração;
      • Apoio à Retoma Progressiva, com acesso imediato;
      • Adiamento dos pagamentos à Segurança Social e IVA trimestral;
      • Redução de rendas comerciais, com contrapartidas para os senhorios.

Costa recorre à lei do estado de emergência para justificar realização do congresso do PCP

Questionado sobre a realização do congresso do PCP, o primeiro-ministro recorreu à lei do estado de emergência para explicar que o Governo não pode proibir esse evento, nem qualquer reunião de partidos políticos. Apenas estabelecer limites.

“O estado de emergência não é sem lei, é uma lei muito antiga”, sublinhou Costa.

Antes disso, o primeiro-ministro afirmou que não consegue garantir que, daqui a 15 dias, os portugueses já possam saber se há ou não restrições à circulação no Natal.

“Os fatores são mutáveis, portanto temos de estar todos preparados para reforçar medidas ou para as podermos aliviar, por isso estabelecemos este grau de avaliação quinzenal, até porque a Constituição impõe que o estado de emergência seja reavaliado de 15 em 15 dias”, reforçou.

"É cedo" para especular sobre o Natal

Ao contrário do que admitiu o Presidente da República, o primeiro-ministro não quer, para já, especular sobre medidas restritivas na época do Natal e Ano Novo. No entanto, António Costa antevê dificuldades nos próximos meses que "coincidem" com o pico da gripe.

"Podemos ainda ganhar dezembro", alertando que os portugueses tem de fazer tudo para evitar aumentar o número de internamentos e cuidados intensivos.

“Somos um dos poucos países que não fechou totalmente a restauração”

António Costa recorreu à ciência para afirmar que a restauração é um local de risco de contágio, onde, por razões óbvias, ninguém está com máscara quando está a comer e recordou que Portugal é dos poucos países onde os restaurantes não foram encerrados.

“Na Europa verificará que devemos ser uma exceção, somos um dos poucos países que não fechou totalmente a restauração ao almoço e ao jantar. Estamos muito preocupados com esta atividade, fundamental para animar o comércio local, para o futuro do nosso turismo. Por isso queremos trabalhar com todos os profissionais da restauração para suportar esse sofrimento”, explica o primeiro-ministro.

Quanto à afirmação de Marcelo, que garantiu nunca hesitar em aprovar o estado de emergência sempre que for necessário, Costa reforçou a ideia de esta é uma medida necessária até haver uma vacina e o problema ser ultrapassado.

“Isto é uma verdadeira maratona e muito exigente”, afirma Costa.

Já sobre a dicotomia entre economia e saúde, o governante diz que não existe.

 Lusa / Madremedia / Guilhermina Sousa - TSF

FC Porto vence Fabril e apura-se para quarta eliminatória da Taça


O FC Porto confirmou hoje o favoritismo e apurou-se para a quarta eliminatória da Taça de Portugal em futebol, ao vencer em casa do Fabril, do Campeonato de Portugal, por 2-0.

O atual detentor do troféu chegou ao intervalo já em vantagem, depois de o espanhol Toni Martinez, aos 45+1, ter inaugurado o marcador, tendo o iraniano Mehdi Taremi, no arranque da segunda parte (51), ampliado a vantagem.

A quarta eliminatória da Taça de Portugal está agendada para o fim de semana de 12/13 de dezembro.

Lusa

Pandemia fez crescer abusos sexuais contra crianças


Nos primeiros meses da pandemia as denúncias diminuíram, mas depois começaram a surgir mais casos do que antes.
A pandemia fez aumentar os casos de abusos sexuais contra crianças. O aviso é do coordenador de investigação criminal da Polícia Judiciária (PJ) para estes casos na região de Lisboa e Vale do Tejo. José Matos explica à TSF que até agora, em 2020, já detiveram 52 suspeitos de abusos sexuais, mais do que em todo o ano de 2019 (48), e cerca de 80% estavam ligados a casos de alegados abusos contra menores, uma proporção muito superior ao que acontecia no passado.

No país já foram abertos, este ano, cerca de 600 inquéritos por abusos sexuais e a proporção de casos a envolver crianças volta a ser semelhante (75% a 80%).

O coordenador para esta área na região da capital recorda que há muito que se sabe que a maioria dos abusos a menores acontecem "em meio familiar ou de proximidade física com a vítima" como "vizinhos, conhecidos ou supostos amigos".

"Este ano aumentaram os crimes sexuais contra crianças" e, pelo contrário, continua o responsável da PJ, com o fecho de bares e discotecas diminuíram os casos de abusos contra adultos. José Matos associa estas tendências à Covid-19 e ao confinamento.

Sobre os 52 detidos até agora por crimes sexuais, em 2020, em Lisboa e Vale do Tejo, o coordenador da PJ explica que além do aumento a taxa de prisão preventiva ronda os 72% o que significa que "estão a existir mais crimes e mais graves".

Se nos primeiros meses da pandemia as denúncias diminuíram, depois do primeiro confinamento, a partir de junho e julho, começaram a surgir mais casos do que antes.

A PJ sublinha a importância de comunicar rapidamente às entidades oficiais qualquer suspeita de abuso sexual de menores, garantindo, com essa celeridade, depoimentos mais fidedignos e a possibilidade, por exemplo, de recolha de vestígios biológicos.

José Matos garante que a atuação depois da denúncia é rápida e que basta fazer um telefonema, a qualquer hora, para o piquete da Polícia Judiciária.

Nuno Guedes / TSF

Imagem: BBC.COM