sábado, 6 de março de 2021

“O Bairro” de Gonçalo M. Tavares publicado e aplaudido pela crítica em França

 O mais extenso projeto literário de Gonçalo M. Tavares, "O Bairro", uma série de dez livros, foi publicado em França num só volume e aplaudido pela critica, que classificou o escritor português como "o Gaudí da linguagem".

De acordo com a Relógio d'Água, editora que publica atualmente a obra de Gonçalo M. Tavares e está a reeditar os livros desta série, a edição francesa conta com um prefácio de Mathias Énard, "um dos mais importantes escritores franceses, que escreve que, tal como a Saramago, também a ele lhe apetece bater em Gonçalo M. Tavares".

Publicado com o título "Le Quartier, Les Messieurs" ("O bairro, os senhores", em tradução direta), este volume compila os dez títulos da coleção "O Bairro", cada um dedicado a um "senhor" homónimo de um grande escritor: "O Senhor Valéry" (vencedor do Prémio Branquinho da Fonseca), "O Senhor Henri", "O Senhor Brecht", "O Senhor Juarroz", "O Senhor Kraus", "O Senhor Calvino", "O Senhor Walser", "O Senhor Breton", "O Senhor Swedenborg" e "O Senhor Eliot".

No jornal L'Observateur, Didier Jacob considera Gonçalo M. Tavares "o Gaudí da linguagem" e acrescenta sobre "O Bairro": "o grande romancista português trabalha há vinte anos nesta catedral única, onde o único culto prestado é à literatura, e com um humor surpreendente, uma erudição jocosa e uma doçura incomparável".

Para Gladys Marivat, do Le Monde des Livres, Gonçalo M. Tavares é o "prodígio das letras portuguesas" e o 'seu Bairro' é "um dos raros locais onde as restrições devidas ao coronavírus ainda nos permitem viajar".

Christine Marcandier, do Diacritik, considera "O Bairro" uma "série literária, aventura textual e gráfica". "Os inclassificáveis e indispensáveis Senhores são uma delícia de ler, um resumo de risos filosóficos, absurdos mas tão lógicos, insolentes de exactidão e 'charme elegante', um olhar único sobre a barbárie do mundo contra o qual só a inventividade literária pode lutar", acrescenta a crítica literária francesa.

Na Lire, Bernard Quiriny diz que se trata de "um tributo picante à literatura, como uma micro-utopia de papel para nos protegermos do mundo", enquanto Augustin Trapenard fala deste "projecto maluco, este mundo de sonho, este bairro maravilhoso de Gonçalo M. Tavares".

"Um bairro muito real, pois fica na cabeceira de Gonçalo M. Tavares", refere por sua vez Alain Nicolas, em L'Humanité.

Gonçalo M. Tavares, nascido em 1970,é um escritor e professor universitário português, cuja primeira obra foi publicada em 2001.

Reconhecido pela originalidade dos seus projetos criativos, o autor tem uma outra série, precedente a O Bairro, intitulada "O Reino" e composta por quatro livros.

Multipremiado e aclamado pela critica internacional, Gonçalo M. Tavares tem muitas das suas obras traduzidas em mais de 50 países e adaptadas a projetos diversos como peças de teatro, objetos artísticos, vídeos de arte ou ópera.

Grande parte dos seus livros estão já publicados em França, onde recebeu alguns dos mais importantes prémios como o Prix du Meilleur Livre Étranger, atribuído antes a autores como Elias Canetti, Robert Musil, Orhan Pamuk, John Updike, Philip Roth e Gabriel García Márquez, entre outros.

Os livros de Gonçalo M. Tavares foram originalmente publicados pela Caminho, mas estão agora a ser editados pela Relógio d'Água, tendo sido já publicados "O Senhor Walser" e "O Senhor Brecht", a que se acrescentará em breve "O Senhor Swedenborg", seguindo-se depois outros títulos.

Lusa

Farmacêuticos começam a ser vacinados na segunda-feira

 Os farmacêuticos vão começar a ser vacinados contra a Covid-19 a partir de segunda-feira, no âmbito das prioridades estabelecidas para esta primeira fase do plano de vacinação.

A Ordem dos Farmacêuticos (OF) adianta que cerca de oito mil farmacêuticos registaram-se para receber a vacina, o que começará a suceder na segunda-feira, após chamada das autoridades e unidades de saúde locais.

A informação foi avançada à OF pela 'task-force' responsável pela coordenação e implementação do Plano de Vacinação, que solicitou a colaboração da Ordem na identificação dos membros que pretendem integrar a primeira fase da campanha.

Nesse sentido, a Ordem recenseou os farmacêuticos diretamente envolvidos na prestação de cuidados, que trabalham no setor privado e social -- farmacêuticos comunitários, hospitalares, analistas clínicos, dos cuidados de saúde primários e continuados --, e enviou a lista atualizada ao grupo de trabalho.

Os dados recolhidos pela OF incluíam a identificação dos agrupamentos de centros de saúde da área de residência ou do domicílio profissional dos farmacêuticos, que serão assim contactados pelas autoridades e unidades de saúde locais, de acordo com dados submetidos no formulário de registo para vacinação.

"O esforço de vacinar todos os profissionais de saúde, antes de criar qualquer nova prioridade, é absolutamente fundamental. Os critérios estão definidos e têm de ser seguidos, de acordo com os objetivos por cada fase de vacinação: salvar vidas, garantir a resiliência do sistema de saúde, e libertar a economia. Exatamente por esta ordem", defende a Bastonária da Ordem dos Farmacêuticos, Ana Paula Martins.

A OF recorda que durante a pandemia de Covid-19 os farmacêuticos têm assegurado sempre o acesso dos portugueses aos medicamentos, aos meios complementares de diagnóstico e a cuidados de saúde diferenciados, prestados em ambiente hospitalar ou em ambulatório, junto das comunidades que servem.

"Num contexto de emergência em saúde pública, garantiram a continuidade da terapêutica de muitos utentes, em particular de doentes crónicos, mas também o acesso da generalidade da população a equipamentos de proteção individual, testes de rastreio e diagnóstico da infeção por SARS-CoV-2 e vacinas não incluídas no Plano Nacional de Vacinação", destaca o comunicado.

Lusa

MUNICÍPIO DE SILVES INSTITUI DIA MUNICIPAL DE JOÃO DE DEUS

 O dia 8 de março estará para sempre ligado ao concelho de Silves como o dia de aniversário do poeta e pedagogo João de Deus, data anualmente assinalada pela autarquia em homenagem à sua vida e obra. Face à importância desta incontornável personalidade, de extraordinário valor municipal e nacional, o Município de Silves instituiu o Dia Municipal de João de Deus. Esta decisão foi aprovada em reunião do executivo camarário, realizada a 22 de fevereiro, e mereceu aprovação da Assembleia Municipal, decorrida a 5 de março.

 

É, assim, neste contexto que, o próximo dia 8 de março será, no concelho de Silves, Dia Municipal de João de Deus, o filho mais ilustre do concelho, figura que se destacou no séc. XIX com a criação do inovador método de ensino da leitura “A Cartilha Maternal ou Arte de Leitura”, obra pedagógica com a qual combateu o analfabetismo desse século e revolucionou o panorama educativo nacional. Um pensador e autor que se destacou em outros campos literários, revelando-se, também, um eminente poeta lírico do movimento ultra romântico. Este e outros factos levam a que o mesmo seja o único algarvio a repousar no Panteão Nacional, local que acolhe algumas das mais importantes personalidades da história e cultura portuguesas de todos os tempos, onde se encontra sepultado desde 1966, depois de, no ano da sua morte, os seus restos mortais terem sido depositados na capela do batistério do Mosteiro dos Jerónimos.

 

“Com a instituição deste dia, o Município de Silves pretende evocar e promover a memória de uma ilustre personalidade do concelho de Silves, quer por se tratar de um pedagogo que revolucionou o panorama educativo português na luta contra o analfabetismo com a implementação de um método de ensino da leitura de tal forma facilitador que muitas mães aprenderam e ensinaram, também elas, os seus filhos a ler; quer, também, por se revelar como um pensador e um poeta, já na altura, respeitado e aclamado em vida pelos pares”, refere Rosa Palma, Presidente da Câmara Municipal de Silves, considerando ser “não só uma missão, mas um privilégio, para a autarquia poder comemorar a vida, o talento e a genialidade de uma personalidade tão única e querida do nosso concelho”. "Por outro lado, a instituição deste dia vem coroar todo o profundo trabalho de glorificação do poeta e pedagogo que tem vindo a ser efetuado pelo Município de Silves, que viu, no ano passado, sob o alto patrocínio da Presidência da República, ser editado, com o seu apoio, um importante estudo histórico e historiográfico (não biográfico) sobre o poeta pedagogo – intitulada «João de Deus imortal e intemporal» - da autoria da professora Maria João Raminhos Duarte e do livro infantil de fábulas joaninas genialmente ilustrado por Marta Jacinto”, revela a autarca, levantando o véu do que ainda se avizinha ao referir que “outras novidades estão em fase de desenvolvimento, entre elas uma biografia, da autoria do professor José Alberto Quaresma”.

 

De salientar que a Câmara Municipal de Silves é a primeira autarquia de Portugal continental a priorizar e a valorizar uma personalidade das letras e da cultura portuguesa com a criação de um dia em sua memória, contribuindo, assim, para a valorização da identidade cultural do concelho e da região.

 

O Município de Silves convida todos a lembrar João de Deus e a, no próximo dia 8 de março, Dia Municipal de João de Deus, acompanharem a cerimónia de homenagem e todas as atividades programadas no âmbito do seu 191.º aniversário.

Ciclaveiro | Contributos Ciclaveiro para o Plano de Recuperação e Resiliência

 

Ex.mos Senhores,

no âmbito da consulta pública aberta pelo Governo ao Plano de Recuperação e Resiliência, a Ciclaveiro entendeu apresentar os seus contributos na área da Mobilidade Sustentável, na dimensão da Transição Climática, porque os modos ativos de mobilidade (andar a pé e de bicicleta) são determinantes na mudança indispensável à construção de cidades mais saudáveis e comunidades mais resilientes.

Face a total ausência de medidas de investimento na bicicleta no PRR, a Ciclaveiro reclamou que se faça uma aposta sustentada na mobilidade ciclável e a adoção de medidas desincentivadoras do uso do automóvel particular, para que se conseguir uma redução significativa de custos económicos com importações, infraestruturas rodoviárias, congestionamentos, sinistralidade rodoviária e sistema público de saúde, de custos ambientais com redução de consumo de combustíveis fósseis, emissões de gases poluentes e de poluição sonora, e de custos sociais com aumento de qualidade de vida, reforço de laços comunitários, impulso do comércio local, redistribuição do uso do espaço público, reabilitação das cidades e cidadãos mais solidários e resilientes.

Em resumo, foram propostas medidas no âmbito da mobilidade escolar, planeamento e construção de infraestrutura para o uso da bicicleta, incentivos à colocação de estacionamentos seguros para bicicletas junto de comércio, serviços, escolas, zonas residenciais e zonas de interface com o transporte público, incentivos à produção industrial da bicicleta, à sua aquisição e manutenção e incremento de medidas de segurança rodoviária de proteção dos peões e dos utilizadores da bicicleta.

Enviamos para conhecimento e para divulgação o link para o documento submetido.

PAÍS | Governo cria grupo de trabalho para rever norma de dádiva de sangue


Para o ano de 2018 espera-se que sejam menos os dadores em Portugal, mas não tanto quanto a diferença entre 2016 e 2017.  FOTO: PEXELS
Baseando-se nas conclusões de um estudo do INSA sobre os comportamentos sexuais de risco com impacte na segurança do sangue, o grupo terá uma semana para rever a norma. O Instituto Português do Sangue e da Transplantação (IPST) tem três inquéritos abertos por causa de práticas discriminatórias na doação de sangue.

O último apelo à dádiva de sangue do Instituto Português do Sangue e da Transplantação (IPST) ficou marcado por uma grande mobilização de dadores até aos centros de colheita, mas ficou também marcado pela vinda a público de várias denúncias de episódios de discriminação a homens homo e bissexuais pela sua orientação sexual no acesso à doação de sangue.

Esta segunda-feira (1), em vésperas da audição no Parlamento ao Instituto Português do Sangue e da Transplantação (IPST) e da Direção-Geral da Saúde (DGS), o Governo determinou a constituição de um grupo de trabalho que deverá rever, no prazo de uma semana, a Norma n.º 009/2016 da DGS que define os critérios de inclusão e exclusão de dadores de sangue por comportamento sexual.

A decisão do secretário de Estado Adjunto e da Saúde, António Lacerda Sales, surge na sequência da conclusão e apresentação pelo Instituto Nacional de Saúde Dr. Ricardo Jorge (INSA) do estudo “Comportamento de risco com impacte na segurança do sangue e na gestão de dadores: critérios de inclusão e exclusão de dadores por comportamento sexual”, trabalho que foi entregue ao Ministério da Saúde e não é público.

O grupo criado pelo Governo é constituído por representantes da DGS e IPST e, a título consultivo, por entidades da sociedade civil, cooptadas pelos integrantes do Grupo de Trabalho. O gabinete de Lacerda Sales referiu em comunicado  que o grupo “terá uma semana para a análise do estudo e respetiva alteração da norma em conformidade”.

IPST tem três inquéritos abertos por causa de práticas discriminatórias na doação de sangue

Na audição conjunta da Comissão da Saúde e da Comissão de Assuntos Constitucionais, Direitos, Liberdades e Garantias, desta terça-feira (2), Maria Antónia Escoval, presidente do Conselho Diretivo do IPST, garantiu que a instituição tem-se “debatido arduamente pela clarificação desta situação” para que “não haja dúvidas para nenhum cidadão que se apresenta para realizar a sua dádiva de sangue em relação a quais são os critérios de elegibilidade”.

Ainda para garantir que “não reste nenhuma dúvida em relação a estas situações”, Maria Antónia Escoval informa que foram abertos processos de inquérito a três profissionais. Neste momento, os visados “já foram ouvidos” e o instituto aguarda o relatório final.

Questionada sobre o assunto, a presidente do IPST concorda que é “extraordinariamente importante para os profissionais da instituição, para a população em geral e para os dadores de sangue” que haja um reforço da informação e da formação sobre esta matéria e garante que, finda esta situação, irá entrar em contacto com todas as instituições envolvidas nas denúncias – como é o caso da ILGA Portugal – para que o IPST possa “chegar mais perto a estes candidatos a dadores”.

No que diz respeito à norma de 2016 – que compreende uma suspensão de 12 meses desde o último contacto sexual de risco – Maria Antónia Escoval compreende que já “passou muito tempo entre 2016 e 2021” e que o “mundo mudou nestes cinco anos”. Espera, por isso, que o estudo realizado pelo INSA (que levou à constituição do Grupo de Trabalho), permita “alterar esta norma” conforme “a avaliação do risco e com o estado da arte nomeadamente nos outros países europeus”.

É preciso “uniformidade de critérios”

Ouvido na mesma audição, Válter Fonseca, diretor do Departamento da Qualidade na Saúde da DGS, garante que a redação da norma de 2016 adotou uma “lógica de comportamentos de risco, não de grupos de risco”. Apesar de haver evidências para “alguns comportamentos estarem associados a maior risco”, isto é apenas uma questão de comportamentos, “não de orientação sexual”.

O professor explica que o Governo constituiu um Grupo de Trabalho para que, depois da análise do estudo do INSA, este seja capaz de perceber se foi verificada “alguma questão na existência de diagnósticos de agentes infeciosos transmissíveis pelo sangue anteriormente à normal” e capaz de analisar aquilo que são “práticas internacionais e as projeções de risco relativamente a vários períodos de suspensão temporária nomeadamente 12, 6 e 3 meses”.

Válter Fonseca garante que o grupo tem “os dados necessários, porque nos rodeamos por um conjunto vasto de peritos de diferentes áreas que suportam grande parte das decisões da DGS” e acredita que este “será capaz de clarificar e atualizar com a melhor evidência cientifica esta norma e as normas conexas”.

As situações denunciadas, demonstram haver uma necessidade de procurar uma uniformidade de critérios: “Garantir qualidade na prestação de cuidados de saúde é, naturalmente, ter uniformidade de aplicação de critérios, sem prejuízo de uma avaliação caso a caso quando é necessária”, afirma.

O responsável não deixa de explicar que é necessário “não centrar a discussão da orientação sexual e sim nos comportamentos” e que o mais importante é ter “capacidade de despiste para que tudo possa ser feito em segurança”.

Artigo editado por Filipa Silva

https://www.jpn.up.pt/2021/03/04/governo-cria-grupo-de-trabalho-para-rever-norma-de-dadiva-de-sangue/ 




Pandemia fez disparar relatos de fome nas linhas de apoio em crise

A pandemia de covid-19 fez disparar os pedidos de ajuda a várias linhas de apoio em crise, mas entre situações de ansiedade, problemas psicológicos e solidão, há um novo fenómeno a surgir: os relatos de fome.

Foi um traço comum na linha SOS Voz Amiga, na linha Conversa Amiga, da Fundação Inatel, e no Centro de Apoio Psicológico e Intervenção em Crise (CAPIC) do INEM. Em todas houve um aumento do número de chamadas desde março de 2020, quando começou a pandemia de covid-19.

O desemprego, as dificuldades económicas e a fome são problemas já conhecidos de algumas destas linhas de crise e que tiveram maior evidência durante a crise financeira que Portugal viveu a partir de 2010 e durante a intervenção da ‘troika’, cujo programa deixou como resultado uma taxa de desemprego que superou os 15% no auge da sua aplicação.

Anos depois, e em plena crise sanitária, estas linhas voltam a locais de desabafos para muitos que face aos constrangimentos provocados pela pandemia, com a perda de emprego ou o encerramento de negócios, ligam em busca de um consolo, de um aconselhamento ou até mesmo de um encaminhamento para estruturas mais vocacionadas para o efeito.

Se no início da pandemia os alertas estavam focados em aspetos emocionais, aumentando o número de chamadas relacionadas com a depressão, ansiedade, solidão, de ideias suicidárias e de problemas famílias, à medida que a pandemia se vai mantendo começam a chegar também outras angústias relacionadas com problemas económicos.

Joaquim Paulino, presidente da Linha SOS Voz Amiga, explica em declarações à agência Lusa que os voluntários deste serviço têm recebido chamadas de pessoas em desespero. São pessoas de várias profissões e áreas de atividade, incluindo da cultura, o que não era tão usual.

Os contactos são anónimos, explica, não existindo assim a vergonha de se expor.

“Há uma situação nova de há já alguns meses, quatro a cinco meses, que é de chamadas de pessoas a relatarem que estão a passar fome, e que tem vergonha de o admitir e este sofrimento é incrível”, explicou.

O desespero, adianta, é ainda mais vincado em famílias com crianças.

“Um pai ou uma mãe que não consegue dar sustento para os filhos é uma situação desesperante”, disse, adiantando que face a estas chamadas a linha escuta as angústias e indica algumas entidades que estão no terreno e que podem ajudar as famílias nestas situações.

Desde o início da pandemia, em março de 2020, a linha SOS Voz Amiga mantida com 35 voluntários, recebeu uma média de mil chamadas por mês, mais 400 em relação a anos anteriores.

O aumento da procura levou a uma necessidade de reforço de meios, estando previsto que em abril a equipa passe a ter 50 voluntários distribuídos por turnos, num horário de atendimento que passará a ser das 15:30 às 0:30.

Relatos idênticos têm chegado à linha Conversa Amiga, da Fundação Inatel, que tem vindo a receber chamadas relacionadas com a carência de produtos alimentares, insuficiência económica causada pelo desemprego ou diminuição de rendimentos, a par da violência doméstica, ocasionada pelos confinamentos, e da ideação suicida.

Segundo a Fundação Inatel, a linha cresceu 39% em termos de chamadas atendidas e de fevereiro a abril esse crescimento foi de 269 por cento.

Já no caso do Centro de Apoio Psicológico e Intervenção em Crise (CAPIC) do INEM, foi registada uma variação de 88,9 % entre 2019 e 2020 no que respeita às chamadas relacionadas com carências económicas.

Lusa

Imagem: SAPO

Regresso à normalidade no ensino superior ainda não será este ano

As instituições de ensino superior não antecipam a retoma integral do ensino presencial até ao final do ano letivo, mas esperam que o plano de desconfinamento lhes permita voltar ao ensino misto rapidamente para recuperar aulas práticas.

“Não conto, sinceramente, que seja possível retomar a atividade normal antes do final deste ano letivo”, admitiu à Lusa o presidente do Conselho de Reitores das Universidades Portuguesas (CRUP), António de Sousa Pereira.

À semelhança do pré-escolar, básico e secundário, as atividades letivas também decorrem à distância no ensino superior, em resposta ao agravamento da pandemia da covid-19 em janeiro.

Antes de a pandemia forçar alunos e docentes a voltar às aulas ‘online’, a maioria das instituições funcionava em regime misto, com as turmas divididas em dois grupos que alternavam entre aulas presenciais e à distância, e é a esse modelo que os reitores e presidentes dos politécnicos esperam regressar.

“Há um conjunto de aulas que têm de ser presenciais e são essas que vão ter de decorrer após do desconfinamento”, explicou o presidente do Conselho Coordenador dos Institutos Superiores Politécnicos (CCISP).

De acordo com Pedro Dominguinhos, as instituições organizaram-se para, nesta altura em que funcionam a distância, antecipar tanto quanto possível as aulas teóricas, mas aquelas com componente prática só poderão ser retomadas quando houver atividade presencial.

“Para nós, é extremamente preocupante antever que o fim do segundo semestre se aproxima a passos largos e que iremos ter muitos estudantes sem atividades presenciais”, sublinhou por seu turno António de Sousa Pereira.

Para o representante dos reitores, que não se arrisca a criar expectativas até o Governo apresentar, na próxima semana, o plano de desconfinamento, seria muito importante que os alunos conseguissem ter, até ao final do ano letivo, dois meses e meio de atividades práticas.

A esperança é que, no máximo, até depois da Páscoa essas atividades possam voltar a funcionar, havendo depois uma retoma gradual de algumas aulas teóricas, se a pandemia o permitir, mas sempre no mesmo regime misto implementado no primeiro semestre.

“Podemos ter um aumento progressivo das atividades presenciais, mas enquanto não houver um grupo significativo de pessoas vacinadas em Portugal, penso que vamos ter sempre de agir com muita cautela”, disse o representante dos reitores.

Pedro Dominguinhos, do CCISP, justificou a impossibilidade de voltar, num futuro próximo, a ter algo semelhante à normalidade no ensino superior, referindo que as instituições não têm condições para manter as regras de distanciamento físico que se impõe no “novo normal”.

Do lado do sindicato que representa os docentes e investigadores, a Páscoa também é aponta como data de referência para o regresso e Mariana Gaio Alves acredita que até lá será para continuar em casa.

“Na generalidade, a expectativa é que até à Páscoa estaremos à distância. O que vai acontecer a seguir à Páscoa, não sabemos”, disse à Lusa a presidente Sindicato Nacional do Ensino Superior (SNESup), sublinhando que a esperança é retomar o ensino presencial “assim que a pandemia o permita”.

“Este regime à distância é um regime transitório”, acrescentou, explicando também que, apesar de a experiência com as aulas ‘online’ estar a correr melhor comparativamente ao ano passado, continua a ter limitações.

Por outro lado, os próprios alunos parecem não antecipar a retoma integral do ensino presencial, nem o recomendam, sugerindo antes manter o chamado regime misto.

Numa carta enviada quinta-feira à tutela, a Federação Nacional de Associações de Estudantes do Ensino Superior Politécnico (FNAEESP) recomenda que a atividade teórica continue a ser lecionada ‘online’, retomando apenas as atividades que, pela sua natureza, só podem ser conduzidas presencialmente.

As aulas presenciais foram interrompidas no final de janeiro em todos os estabelecimentos de ensino, para conter propagação do SARS-CoV-2. A decisão sobre o regresso está dependente do plano de desconfinamento do Governo, que será apresentado na quinta-feira.

Fonte: MadreMedia/Lusa

Imagem: CM

AVEIRO | CÂMARA VAI CANDIDATAR AO PRR O INVESTIMENTO DA AMPLIAÇÃO DA AAE – AVEIRO NORTE

A Câmara Municipal de Aveiro (CMA) tem em fase final de projeto a ampliação da Área de Atividades Económicas (AAE) - Aveiro Norte (Zona Industrial de Taboeira), no âmbito da sua aposta estratégica definida no novo Plano Diretor Municipal (PDM), de ampliação, estruturação e qualificação das três principais AAE’s do Município de Aveiro (inclui a AAE-Centro, Eixo/Oliveirinha e a AAE-Sul, Mamodeiro).

Perspetivando-se que a ampliação da AAE-Aveiro Norte assuma um investimento total de cerca de 16 milhões de euros, a CMA vai candidatar esse investimento ao Plano de Recuperação e Resiliência (PRR) que poderá financiar a obra a 100%.

No parecer emitido pela CIRA sobre o PRR e que a CMA subscreveu, sublinha-se a relevância das AAE para a Região de Aveiro, considerando que “o valor inscrito de 110 M€ é muito baixo, sendo também necessário definir rapidamente os mecanismos de acesso dos Municípios para financiarem operações de AAE que são prementes para possibilitar a expansão de unidades industriais e empresarias existentes e propiciar melhores condições de atração de novos investimentos privados”.

Recordamos que a CMA iniciou formalmente em 2018 o processo de ampliação e estruturação da AAE – Aveiro Norte, com a delimitação dos limites físicos da área que ficará sujeita a intervenção urbanística, com identificação de todos os prédios abrangidos e a subsequente revisão do PDM, que entrou em vigor a 10 de dezembro de 2019.

A CMA pretende concretizar na AAE – Aveiro Norte uma solução integrada que permita requalificar esta parte do território do Município, melhorando as condições e qualidade dos espaços como fator de atração para instalação de mais e melhores empresas, ao mesmo tempo que investimos na qualidade ambiental e renovação paisagística com a integração como grande espaço verde dessa AAE da área do antigo Aterro Sanitário de Taboeira.

Imagem: Notícias de Aveiro

AVEIRO | RUA DOS ERVIDEIROS ENTROU EM OBRA

Está em plena execução a obra de qualificação da Rua dos Ervideiros. Uma empreitada com um investimento da Câmara Municipal de Aveiro (CMA) no valor de 1.417.990,10 €, a ser executada pela empresa Vitor Almeida & Filhos, S.A. e que inclui também a qualificação da Rua da Boavista e Rua da Carreira Branca.

Sublinha-se a importância desta empreitada, considerando que a referida Rua dos Ervideiros, situa-se entre núcleos periurbanos a nascente da cidade e funciona como o único eixo Norte-Sul que liga os dois polos consolidados da Área de Atividades Económicas (AAE) – Aveiro Norte (conhecida como a Zona Industrial da Taboeira).

No âmbito da estratégia de ampliação e estruturação da AAE – Aveiro Norte, que visa melhorar as condições de trabalho das empresas aí localizadas e aumentar a sua atratividade para novos investimentos privados, esta obra servirá para adequar a via à função de ligação da plataforma multimodal (ligação ferroviária e marítima) até ao nó da A25 (ligação rodoviária), junto ao Estádio Municipal de Aveiro, adequando a via às unidades fabris e as áreas de habitação e criando uma alternativa de qualidade à Avenida Europa no acesso à AAE – Aveiro Norte.

Trabalhos começaram a Norte

A reabilitação do arruamento teve início na sua ponta Norte, no troço compreendido entre a Rua da Solidariedade e a Rua da Paz, depois de no último mês terem sido realizados trabalhos preparatórios e de infraestruturação na Rua do Progresso.

A Câmara Municipal de Aveiro segue assim a sua estratégia de melhoramento das infraestruturas e do espaço público como fator de apoio às empresas instaladas e de atração para instalação de mais e melhores empresas, ao mesmo tempo que investimos na qualidade ambiental e na qualificação paisagística, promovendo também os modos suaves de mobilidade que vão ter corredores dedicados nestas vias.

Águeda | Câmara reforça apoios financeiros às coletividades desportivas do concelho

 Foram atribuídos mais 508 mil euros às diferentes coletividades para apoiar a atividade desportiva em todo o concelho, no âmbito da época desportiva 2020/2021.

A Câmara Municipal de Águeda aprovou a atribuição, em reunião de Executivo, de vários apoios às coletividades de todo o concelho, representando um total de 508.134,33 euros para a época 2020/2021. Este é um apoio que vem reforçar as verbas recentemente concedidas para que estas coletividades desenvolvam a sua atividade e enfrentem os desafios que a pandemia da Covid-19 impôs.

“As associações desempenham um papel relevante na promoção e dinamização da atividade desportiva em todo o concelho, que é reconhecido por todos”, disse Edson Santos, Vice-Presidente da Câmara Municipal de Águeda, salientando que a estratégia municipal, ao apoiar regularmente a atividade destas coletividades, prende-se com o objetivo de aumentar o número de praticantes de desporto, seja ao nível federativo, amador ou recreativo.

A preocupação do Município é promover boas práticas e políticas que conduzam “ao aumento da consciência da população para os benefícios do desporto enquanto elemento chave para a saúde e o bem-estar”, sublinhou ainda Edson Santos.

Um desiderato que é alcançado através de várias linhas atuação, sempre com a premissa de que “Desporto é vida”, entre as quais se contam o Desporto Escolar (visando captar os jovens cada vez mais cedo para a atividade desportiva, combatendo problemas como a obesidade infantil), o Desporto Feminino (com um grande número de praticantes federadas nas modalidades de basquetebol, andebol e ginástica); e o crescimento do projeto de Desporto Adaptado (em várias modalidades).

Esta última é uma aposta clara desta Câmara Municipal, enquanto ferramenta de integração social e inclusão desportiva, sendo objetivo promover um desporto para todos e “tornar Águeda numa referência nacional a este nível”.

Os apoios concedidos, para além de incentivar a atividade regular das coletividades, reconhece o mérito desportivo dos atletas, associações desportivas ou clubes que, pela particular distinção dos resultados desportivos obtidos em cada ano, tenham conferido um especial contributo ao desenvolvimento do desporto no Município.

De salientar ainda o apoio extraordinário concedido para as iniciativas que se enquadram numa estratégica de desenvolvimento desportivo e turístico do concelho e que permitem incentivar as diferentes modalidades desportivas em Águeda, bem como a captação de visitantes ao concelho ao longo de todo o ano.

Assim, os incentivos concedidos, que respeitam à época desportiva 2020/2021, resultam de um Programa de Apoio, ao qual foram submetidas candidaturas por parte de 25 associações desportivas de todo o concelho, que apresentaram 190 pedidos a diversas tipologias de apoios. Destes, foram aprovados os seguintes:

- 50 referentes à execução do plano de atividades;

- 3 para a execução do plano de atividades no âmbito do Desporto Adaptado;

- 22 para aquisição de material ou equipamento desportivo;

- 19 para a organização de atividades de caráter pontual (incluindo apoios extraordinários para organização de iniciativas de especial relevância para o Concelho);

- 2 para a participação em atividades de caráter pontual dentro do território;

- 5 para a participação em atividades de caráter pontual fora do território continental;

- 16 para apoio a deslocações no âmbito da participação em provas ou iniciativas desportivas em território nacional;

- 15 para apoio social na área desportiva;

- 6 para a aquisição de viaturas;

- 4 apoios de Mérito Desportivo;

- 7 para apoio à execução de obras de conservação ou construção.

Acresce a estes incentivos, o concedido a 18 atletas que, de forma individual, se candidataram a este Programa de Apoio Desportivo.

De uma forma global, foram atribuídos 508.134,33 euros, dos quais 30.952,16 euros já haviam sido transferidos para as coletividades em outubro do ano passado em forma de adiantamento para que pudessem fazer face a despesas decorrentes da pandemia da Covid-19.

De recordar que, no ano passado, entre os incentivos regulares e extraordinários, a Câmara de Águeda totalizou um apoio de cerca de um milhão de euros às diferentes instituições do concelho.

Apoios para aquisição de desfibrilhadores

Acresce a este “pacote financeiro”, os apoios concedidos para a aquisição de um Desfibrilhador Automático Externo (DAE), que foi solicitado por quatro coletividades desportivas: a Associação Desportiva Valonguense, o Ginásio Clube de Águeda, a Associação Desportiva Recreativa e Cultural Carqueijo e a União Desportiva Mourisquense.

Considerando que, em caso de existir uma paragem cardiorrespiratória (PCR) durante a realização de qualquer atividade física ou desportiva, a probabilidade de sobrevivência nestas situações diminui 10% por cada minuto que passa sem nada ser feito e que o único tratamento eficaz é a desfibrilhação elétrica (administração de choques elétricos ao coração parado, possibilitando que o ritmo cardíaco volte ao normal), salvar a vida de uma vítima de PCR em ambiente extra-hospitalar pode depender exclusivamente da existência de um aparelho de desfibrilhação nas imediações e da presença de alguém que o saiba utilizar.

Neste sentido, a Câmara Municipal de Águeda defende ser de extrema relevância o apoio à aquisição deste equipamento e concedeu, na última reunião do Executivo, um apoio de 3.720 euros às quatro entidades (930 euros a cada uma, respeitante a 50% do valor da aquisição do DAE). Esta verba engloba ainda um apoio de 100% para a formação de Suporte Básico de Vida Desfibrilhação Automática Externa (até um número máximo de seis elementos), que é recomendada para a utilização do DAE por não profissionais de saúde.

 

Comunistas assinalam hoje um século do partido com ações pelo país

O PCP assinala hoje os seus 100 anos com 100 ações, em mais algumas dezenas de locais, estando previsto um desfile, em Lisboa, em que vai participar Jerónimo de Sousa, secretário-geral dos comunistas.

"100 anos, 100 ações", "umas mais singelas, outras mais temáticas, como as definiu Jerónimo, são as iniciativas com que o partido substituiu o comício do centenário no Campo Pequeno, em Lisboa, anunciado há um ano e que foi cancelado devido à pandemia de covid-19.

O Campo Pequeno, em Lisboa, é um local simbólico para o partido, dado que foi aí que se realizou o primeiro grande comício do PCP a seguir ao 25 de Abril, com Álvaro Cunhal (1913-2005), o líder histórico dos comunistas portugueses.

Agora, espalhadas pelo país, haverá um "vasto conjunto de iniciativas, centrado nos problemas do país, dos trabalhadores e do povo", sob o lema da "Liberdade, Democracia, Socialismo", em defesa de "direitos, a melhoria das condições de vida e o progresso social, contra a exploração e o empobrecimento".

Em Lisboa, e com um número limitado de participantes aos 100 -- um por cada ano de vida do partido -- realiza-se um desfile por vários locais da capital associados a um século de vida do partido.

Um grupo de 100 militantes, da JCP e do PCP, começa o desfile na Rua do Arsenal, onde trabalhava o operário que foi secretário-geral dos comunistas portugueses Bento Gonçalves, que morreu no Tarrafal, segue até à Rua da Madalena, onde, no n.º 225 - 1.º, o partido foi criado, em 06 de março de 1921, na sede da Associação dos Empregados de Escritório.

O desfile segue depois até à rua António Maria Cardoso, onde foi a sede da polícia política, que prendeu, torturou e matou militantes do PCP, passa pelo Largo do Carmo, local onde, em 25 de Abril de 1974, Marcelo Caetano se rendeu ao Movimento das Forças Armadas (MFA), que derrubou a ditadura de 48 anos, a mais antiga da Europa.

Já no Rossio, decorado com dezenas de postes com a bandeira vermelha do partido, a exemplo do que acontecerá no Porto e noutras cidades, haverá canções e discursos, o último dos quais será de Jerónimo de Sousa.

As comemorações do centenário do partido vão prolongar-se até 2022, e em fevereiro o PCP lançou o livro "100 anos de luta ao serviço do povo e da pátria pela Democracia e o Socialismo", de 300 páginas, que ilustra, em mais de 900 fotografias e imagens, momentos marcantes da história dos comunistas, das greves nos anos 1900 até à "revolução dos cravos".

Fundado em 06 de março de 1921, em Lisboa, o Partido Comunista Português (PCP) é o mais antigo partido político, esteve 47 anos na clandestinidade durante o Estado Novo e foi central na resistência à ditadura.

Teve como secretários-gerais José Carlos Rates (1923-1925), Bento Gonçalves (1929-1942), Álvaro Cunhal (1961-1992), Carlos Carvalhas (1992-2004) e é atualmente liderado por Jerónimo de Sousa, desde 2004.

 

Portuguesa conclui no Evereste aventura para combater desigualdade de género

Ema Dantas vai tentar ser a primeira mulher portuguesa a subir aos sete cumes mais altos do mundo, uma aventura que teve início em 2017 e termina entre abril e maio deste ano no Evereste, 8.848 metros acima do nível do mar.

Em entrevista à Lusa, a luso-canadiana quer fazer deste projeto pessoal uma forma de lutar pela igualdade de género, mostrando que a autodeterminação "pode ser a solução" para reduzir a desigualdade, "numa sociedade onde o machismo continua a persistir".

Se uma mulher de 53 anos, avó, com um metro e meio de altura, portuguesa e com medo de alturas, conseguir subir ao Evereste, nós mulheres conseguimos fazer tudo", afirmou a empresária à Lusa, a poucos dias de se comemerar o Dia Internacional da Mulher (8 de março).

No Canadá desde os seus quatro anos de idade, natural do concelho de Miranda do Douro (distrito de Bragança), Ema Dantas acredita que, "se as mulheres se apoiarem mais umas às outras", é possível "superar todas as barreiras".

A "tendência do machismo", persiste, não só na comunidade portuguesa, mas em todos os setores de outras sociedades, até porque alguns homens ainda tratam as mulheres como se fossem "propriedades deles", reconheceu.

"Sempre considerei que as mulheres podem fazer o mesmo que os homens. Nós mulheres, por exemplo, temos filhos, que os homens não podem ter. Mas infelizmente, mesmo subindo ao Evereste, acho que estamos numa era em que os homens são dominantes, não só no trabalho. Até no alpinismo, as mulheres não são vistas ao mesmo nível", lamentou.

A luso-canadiana vai viajar para o Nepal, no próximo dia 4 de abril, com o objetivo de atingir o topo do Monte Evereste. Caso o consiga, será a primeira pessoa de nacionalidade portuguesa a atingir os Sete Cumes nas duas versões; de Richard Bass e de Reinhold Messner.

Da sua equipa, que vai viajar para a Ásia, apenas três dos dez elementos são mulheres. As sete montanhas mais altas de cada continente, que acabam por ser oito, pois a versão de Messner, considerada por muitos alpinistas como a mais legítima, troca o pico Kosciuszko (2.228m) na Austrália incluído na lista de Bass, pela Pirâmide Carztensz, na Indonésia, com 4.484m.

"Depois de concluir esta aventura, quero apoiar mais mulheres e incentivá-las, pelo menos na comunidade portuguesa aqui no Canadá, ensiná-las como por exemplo a subirem a uma pequena montanha, até porque é um passo de cada vez", prometeu.

Para já, nos últimos três anos e meio, foram alcançados a Pirâmide Carstenz (Indonésia, 4.884m), o Monte Kilimanjaro (Tanzânia, 5.895m), o Elbrus (Rússia, 5.642m), o Monte Vinson Massif (Antártida, 4.892m), Anconcágua (Argentina, 6.961m), Denali (Estados Unidos, 6.190) e o pico Kosciuzkzo (Austrália, 2.228m).

Financiada através do setor privado nas várias expedições, inclusive os 67 mil dólares norte-americanos (55,4 mil euros) necessários para a viagem ao Nepal, na jornada ao Monte Evereste, a empresária e tradutora pretende angariar 700 mil dólares canadianos (459 mil euros) fundos destinados ao Centro de Vícios e de Saúde Mental -- CAMH de Toronto e consciencializar o público para reduzir o estigma da saúde mental. 

Em 2017, Ema Dantas, criou a fundação Peaks for Change (Cumes da Mudança), uma instituição sem fins lucrativos sobre a saúde mental, escalando desde então os pontos mais altos do mundo para angariar fundos.

"Fiz este compromisso de subir aos sete cumes do mundo (8) para angariar fundos para o CAMH, por isso tenho de cumprir. Mais ao mesmo tempo aprendi apreciar que as montanhas curam e são boas para a saúde mental", confessou.

Após as restrições de confinamento devido à pandemia 'terem cancelado' a expedição ao Evereste em 2020, há dois anos que Ema Dantas treina uma média de quatro horas diárias naquela que considera ser a sua "última oportunidade de subir ao cume mais alto do mundo".

Apenas dois portugueses conseguiram atingir os Cumes mais Altos do Mundo, o montanhista João Garcia (1999) e o piloto e alpinista Ângelo Felgueiras (2010). Maria da Conceição, em 2013, foi a primeira portuguesa a subir ao Evereste.

Fonte e Imagem: Lusa

Proprietária de lar ilegal em Torres Novas detida por suspeita de vários crimes

Mulher de 41 anos não comunicou às autoridades, nem às famílias, a morte de duas idosas.

A Polícia Judiciária deteve, esta sexta-feira a proprietária de um lar de idosos que funcionava de forma ilegal, em Torres Novas, por suspeita da prática de "dois crimes de maus-tratos agravados pelo resultado morte, um crime de profanação de cadáver e dois crimes de maus-tratos".

A detenção foi anunciada pela PJ em comunicado, no qual acrescenta que a mulher de 41 anos tinha, na casa que usava de forma ilegal, quatro idosos. Cobrava "uma mensalidade fixa, comprometendo-se a prestar os cuidados devidos".

Na sequência dos maus tratos, duas das idosas morreram e o cadáver de uma delas foi ocultado "por tempo ainda indeterminado".

A mulher detida não comunicou "a morte ocorrida às autoridades competentes ou a familiares" e vai ser agora presente às autoridades judiciárias competentes para aplicação de medidas de coação.

Lusa

México | El Poder Femenino En La Era Del Comercio Electrónico



por Yesica Flores

5 tips para emprendedoras que buscan exportar en línea



Como plataforma global donde convergen millones de mujeres y hombres alrededor del mundo para comprar y vender, eBay celebra las historias de éxito de quienes han logrado construir negocios de exportación en línea con impacto mundial. Muchas de estas historias son de mujeres emprendedoras que se han aventurado en el comercio electrónico y que ahora son referencia para millones más. Tal es el caso de Verónica Hernández, mexicana que creó una de las tiendas de cómics más exitosas de América Latina en eBay.

Verónica estudió Biología, pero su verdadera pasión ha sido la cultura pop y a lo largo de casi 14 años ha logrado construir una de las tiendas en línea más exitosas que existen en eBay.com, enfocada en artículos de colección. En su tienda en línea se pueden encontrar desde cómics de distintas épocas, revistas de difícil acceso para el mercado internacional, tarjetas de deportes, hasta figuras de edición limitada, juguetes vintage, e incluso arte original del que emanan los cómics.

Con su tienda, Verónica ha logrado vender sus artículos a países tan lejanos como Rusia o Singapur y lidera un equipo formado, en su mayor parte, por mujeres que comparten su misma visión: aprovechar el comercio electrónico para crear oportunidades económicas. A través de su exitoso negocio que rompe las fronteras, busca también impulsar a que otras mujeres interesadas en esto se atrevan a hacer negocios en línea. Por esta razón, comparte 5 recomendaciones para aquellas emprendedoras en potencia:

  1. Desarrolla tu propio estilo de venta, no copies; innova. Es de vital importancia que sigas tu instinto y tu propia manera de vender para poder sobresalir. Si sabes lo suficiente de algo, puedes convertirlo en negocio si te capacitas y aprendes lo necesario para aprovechar la tecnología disponible.
  1. Los tiempos muertos no son benéficos cuando vendes en línea, mantente activa en todo momento buscando nuevas oportunidades de negocio. Ten en cuenta que el mercado está en crecimiento constante y lo que menos piensas, puede convertirse en un área de oportunidad. En el comercio electrónico tu negocio está abierto las 24 horas del día, así que depende de ti sacarle el mayor provecho.
  1. No tengas miedo de vender a lugares donde nunca imaginaste, tómalo como un reto, enseñanza y halago. Vas a aprender de otras culturas, idiomas y trámites, lo que enriquecerá tu conocimiento sobre los clientes que tienes. Un excelente servicio al cliente y la atención al detalle, llevarán tu negocio en línea más lejos de lo que imaginaste.
  1. Invierte en la forma de empacar tus productos, de eso dependen los comentarios positivos de tus clientes y los invita a que regresen a comprar. Muchas veces nos quedamos estancadas en la profesionalización de nuestras tiendas, pero, aunque parezca abrumador, el empaque es un aspecto que los clientes siempre recordarán.
  1. Como todo negocio, es necesario tener una mejora continua, haz planes a futuro contemplando crecimientos y detecta formas de evolucionar. Nadie dijo que sería fácil, pero el tener un plan a largo plazo y trabajar duro, darán sus frutos y notarás que lo que alguna vez parecía imposible, ahora está al alcance de tu mano.

Para eBay, es importante que historias como la de Verónica sean destacadas, para que así, las oportunidades en línea estén cada vez más cerca de todas las mujeres emprendedoras y puedan superar los desafíos que se tenían en el pasado y se deje de lado cualquier aspecto, sea edad, género o experiencia. Verónica tiene muy claro que su competencia es ella misma y que seguirá compartiendo con sus clientes parte de la historia de la cultura pop que se guarda en cada coleccionable.

eBay invita a todas las emprendedoras a entrar a CreceConeBay.com, donde encontrarán información, tutoriales y materiales que las llevarán de la mano en su proceso de exportación en línea.

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