sábado, 10 de junho de 2017

Promulgado diploma sobre acesso à nacionalidade de netos de portugueses

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O Presidente da República, Marcelo Rebelo de Sousa, promulgou simbolicamente hoje, Dia de Portugal, o diploma do Governo que regula o acesso à nacionalidade portuguesa por parte de netos de portugueses nascidos no estrangeiro.

Numa nota enviada pela Presidência da República à agência Lusa, lê-se que, "por ocasião do Dia de Portugal, de Camões e das Comunidades Portuguesas", o chefe de Estado, promulgou, no Porto, este diploma do Governo que "vem clarificar e facilitar o acesso à nacionalidade de descendentes de portugueses".

Esta promulgação aconteceu antes de o Presidente da República viajar para o Brasil, onde irá prosseguir, com o primeiro-ministro, António Costa, as celebrações do 10 de Junho iniciadas no Porto, junto da comunidade emigrante e lusodescendente residente em São Paulo e no Rio de Janeiro.

A nota enviada à agência Lusa refere que "o diploma foi igualmente referendado no Porto pelo primeiro-ministro e segue para publicação no Diário da República".

Este decreto-lei foi aprovado em Conselho de Ministros no dia 20 de abril, e, quanto aos netos de portugueses nascidos no estrangeiro, prevê que lhes possa ser atribuída nacionalidade se, entre outras condições, tiverem "laços de efetiva ligação à comunidade nacional" e declararem que "querem ser portugueses".

Outros requisitos são que "inscrevam o seu nascimento no registo civil português" e que "não tenham sido condenados, com trânsito em julgado da sentença, pela prática de crime punível com pena de prisão de máximo igual ou superior a três anos", segundo a legislação portuguesa.

Fonte: Lusa
Foto: © Global Imagens

Arraiais, Marchas Populares e Casamentos de Santo António animam Lisboa

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Os arraiais de rua, a celebração dos Casamentos de Santo António e o desfile das Marchas Populares voltam na segunda-feira a manter viva a tradição das Festas de Lisboa, animando a cidade em dia de véspera do feriado municipal.

O auge das Festas de Lisboa é a véspera do Dia de Santo António, que se celebra a 13 de junho, mas a cidade já está em ambiente festivo desde 01 de junho com os arraiais populares um pouco por todos os bairros típicos de Lisboa, iniciativa popular que decorre até 01 de julho.

Na segunda-feira, 16 casais, entre os 22 e os 46 anos, de diferentes freguesias lisboetas, vão cumprir a tradição e contrair matrimónio nos Casamentos de Santo António, iniciativa organizada pela Câmara de Lisboa desde 1997, mas que surgiu em 1958 como "Noivas de Santo António".

A jornada vai arrancar com a cerimónia civil, às 11:30, nos Paços do Concelho, seguindo-se, às 14:00, os casamentos religiosos na Sé de Lisboa. À semelhança de anos anteriores, a cerimónia vai contar com a presença de 'casais de ouro', abençoados por Santo António em 1967 e que celebram agora 50 anos de matrimónio.

Os Casamentos de Santo António contam com diversos patrocínios que possibilitam aos casais "um dia de sonho", incluindo a lua-de-mel, que este ano vai ser na ilha de Santa Maria, na Região Autónoma dos Açores, informou a autarquia.

Todos os anos, centenas de populares concentram-se junto à Sé de Lisboa para aplaudirem os noivos de Santo António.

Pelas 17:00, os recém-casados vão desfilar em automóveis antigos, a partir dos Paços do Concelho, passando pela Avenida da Liberdade, até ao Parque Eduardo VII, onde, na Estufa Fria, um dos mais importantes espaços verdes da cidade, vai decorrer o copo de água.

À noite, a partir das 21:00, os casais de Santo António juntam-se ao tradicional desfile das Marchas Populares na Avenida da Liberdade, que este ano tem como temática o oceano Atlântico como "mar de encontros", no âmbito de "Passado e Presente - Lisboa, capital ibero-americana de Cultura".

Organizado pela Empresa de Gestão de Equipamentos e Animação Cultural (EGEAC), o concurso conta com a participação de 20 marchas: Alfama - vencedora do ano passado -, Benfica, Madragoa, Alto do Pina, Carnide, Penha de França, Campo de Ourique, Bica, Castelo, Ajuda, São Vicente, Mouraria, Santa Engrácia, Alcântara, Marvila, Bela Flor -- Campolide, Belém, Olivais, Graça e Bairro Alto.

Este ano, as marchas que voltaram a concurso são Castelo e Belém, tendo ficado de fora, em relação ao ano passado, as marchas do Bairro da Boavista e do Lumiar.

Extracompetição, na avenida vão desfilar também as marchas Infantil "A Voz do Operário", Mercados e, pela primeira vez, Santa Casa. Como convidadas vão participar as marchas da Associação do Bairro dos Anjos (Leiria), da Rua do Cabide de Quarteira (Quarteira) e da Associação Folclórica Cultural e Recreativa Verde Gaio de Lordosa (Viseu).

Ao longo do dia e sobretudo à noite, o cheirinho a sardinha assada e a sonoridade da música popular portuguesa vão propagar-se um pouco por toda a cidade e animar os arraiais de rua dos bairros típicos.

Neste âmbito, a CP -- Comboios de Portugal, a Carris e a Transtejo vão reforçar o serviço de transporte na madrugada de segunda-feira para corresponder à grande procura por parte dos passageiros.

O Metropolitano de Lisboa vai alargar, pela primeira vez, o horário de funcionamento na noite de Santo António, com a linha Azul a funcionar 24 horas ininterruptamente.

Na terça-feira, feriado municipal, vai realizar-se, pelas 17:00, a procissão em honra de Santo António, iniciativa que remonta ao século XVI.

As Festas de Lisboa começaram a 01 de junho e vão decorrer até 01 de julho. O orçamento total do evento volta a ser assegurado totalmente com recurso a patrocínios, no valor de 1.354.350 euros, segundo informação da EGEAC.

Fonte: Lusa
Foto: © Global Imagens

Mira: Imagens marcantes de Fachadas de Casas Tradicionais

No dia 07 de Junho houve a Gala de entrega de prémios do 2º Concurso de Fotografia "Fragmentos de Mira", com a temática Fachadas de Casas Tradicionais.
Foram selecionados pelo júri do concurso, constituído por José Manuel Alcaide, fotografo profissional, José Carlos Garrucho e Anunciação Reigota, professores de Educação Visual do AEM, Carlos Ferreira, da Direção do Agrupamento e Bruna Santos, da Associação de Estudantes.
Os alunos distinguidos foram:
2º CEB
1º lugar - Fotografia nº 38, "Mira", de Tomás Pereira, do 6º B
2º lugar- Fotografia nº 7, "Mira", de Rodrigo Fragona, do 6º B
3º lugar - Fotografia nº 16, "Areal", de Alexandre Cunha, do 6º B
Menção Honrosa - Fotografia nº 10, "Mira", de Tomás Pereira, do 6º B

3ºCEB
1º lugar - Fotografia nº 43, "Praia de Mira", de João Afonso Petronilho, do 9º D
2º lugar - Fotografia nº 45, sem título, de Romana Oliveira, do 9º B
Menção Honrosa - Fotografia nº 49, "Praia de Mira" de João Afonso Petronilho, do 9º D
Ensino Secundário
1º lugar - Fotografia nº 63, "Mira", de Mariana Caramujo, do 10º A
2º lugar - Fotografia nº 54, "Casal de S.Tomé", de Jessica Alcaide, do 11ºC
3º lugar - Fotografia nº 57, "Mira", de Laura Oliveira, do 11ºC
Menção Honrosa - Fotografia nº 67, "Mira", de Salomé Colaço, 11º C
Os prémios para os classificados em 1º lugar foram uma miniatura de casa gandaresa, oferecida pela Câmara Municipal de Mira, uma medalha gravada oferecida pela Quitérios, e a imagem laureada reproduzida a cores (20 x 30cm) oferecida por Foto Zé Manel.
Os prémios, para os distinguidos em 2º e 3º lugar, foram medalhas gravadas e impressões a cores das fotografias premiadas.
A votação do público, só ficou conhecida na Gala. O vencedor foi João Afonso Petronilho, do 9º D com a fotografia "Praia de Mira".
O prémio foi uma conta poupança jovem no valor de 100€ entregue pelo representante do Novo Banco Dr. Luís Nobre Pereira.

No final da Gala houve boa música com o Grupo de Rock Viro Disco ( formado por Diogo Oliveira, Francisco Páscoa, Roberto Graça, Francisco Graça e Viviana Mesquita) , que muito animou a plateia.
Imagens das Fotografias, "Fragmentos de Mira"


Veja as imagens da Gala:

ADASCA COMEMORA O DIA MUNDIAL DO DADOR DE SANGUE DIA 14 DE JUNHO COM OFERTA DE LANCHE AOS DADORES


O Convívio vai ser nosso, mais, sou da opinião que devemos estar cada vez mais próximos.

Caros colegas dadores de sangue,
Dia 14 de Junho comemora-se o Dia Mundial do Dador de Sangue, instituído pela Organização Mundial da Saúde (OMS) com o propósito de prestar homenagem pública aos dadores de sangue.
Em Portugal esta data pouca atenção tem merecido da parte das entidades que deviam imprimir a dignidade que lhe é devida. Se nesta área estamos mal, pior acontece em relação aos dadores de sangue, pois estes começaram a ser vistos como um produto comercial lucrativo, só assim se pode compreender a causa da redução de brigadas que passaram a registar um decréscimo de adesão de dadores.
Aconteceu com a ADASCA na localidade de Cacia onde se realizava três sessões anuais e fomos obrigados a reduzir para duas tendo em conta o custo benefício financeiro das mesmas. Provavelmente em muitas localidades do País aconteceu o mesmo.
A inversão de certos valores sociais e morais têm sofrido uma decadência assustadora. Quando leio mensagens contendo frases tais como: “os dadores são dignos do nosso respeito”, “os dadores são merecedores de mais e melhor”, “os dadores são uns heróis”, “não podemos passar sem os dadores”, além de muitas outras, verdade seja dita, fico incomodado, porque na prática no dia-a-dia desmente este paleio fiado, sem substancia.
Em tempos não muito longínquos alguma imprensa validou declarações expressas publicamente pelo então Hélder Trindade (ex-presidente do Conselho Directivo do IPST) quando nos apelidou de terroristas de sangue e de sindicalistas, esquecendo-se que todos os dirigentes associativos (salvo alguns) são voluntários.
Apesar da notória desconsideração pela Associação de Dadores de Sangue do Concelho de Aveiro – ADASCA vinda de certas instituições e entidades aveirenses, esta continua com a sua missão em prol não só dos dadores seus associados, como ainda da comunidade doente, nomeadamente aqueles cidadãos que dependem de componentes sanguíneos.
Assim, para o dia 14 de Junho a ADASCA elaborou um singelo programa (indicado no cartaz), que visa proporcionar aos dadores seus associados um convívio mais salutar possível, com o apoio do IPST.
Os dadores que efectuaram a sua dádiva nas sessões anteriores e aos que comparecerem naquela data, são bem-vindos até ao nosso meio.
Vamos dignificar o Dia Mundial do Dador de Sangue. As pessoas amigas da ADASCA, com provas datas, também estão convidadas a comparecer. Pedimos RESPEITO, apenas isso, sem hipocrisias à mistura.
Joaquim Carlos
Presidente da Direcção da ADASCA
Leia mais em ADASCA comemora o Dia Mundial do Dador de Sangue dia 14 de Junho
http://aveiro123.blogspot.pt/2017/05/adasca-comemora-o-dia-mundial-do-da...

DIA DE PORTUGAL, POIS… | A reserva de soberania e o futuro de Portugal

A União Europeia não é um mero prosseguimento da CEE sob outro nome. A União é algo de novo, e o seu estabelecimento, em 1992, com a ratificação do tratado de Maastricht, representou um corte em relação ao que tinha sido até aí a evolução da integração europeia ocidental pós-II Guerra Mundial.

João Ferreira do Amaral*

1. O modelo federal-neoliberal europeu

Comemora-se este mês o 60.º aniversário do Tratado de Roma. Ou, como muitos acrescentam, os 60 anos da União Europeia, anteriormente designada como Comunidade Económica Europeia (CEE).

Nada mais errado que este acrescento. De facto, a União Europeia não é um mero prosseguimento da CEE sob outro nome. A União é algo de novo, e o seu estabelecimento, em 1992, com a ratificação do tratado de Maastricht, representou um corte em relação ao que tinha sido até aí a evolução da integração europeia ocidental pós-II Guerra Mundial. Por isso, mais do que a comemoração dos 60 anos da CEE, o que deveríamos estar a assinalar (não a comemorar) são os 25 anos do Tratado de Maastricht.

Foi a partir deste tratado que a União entrou numa via federalista induzida pelo objectivo do alargamento do mercado tanto no que respeita ao mercado interno europeu como no que decorre do avanço da globalização económica e financeira que, surgida ainda nos anos oitenta se acelerou fortemente nos anos noventa do século passado.

A via federalista assentou em primeiro lugar na criação do euro, que será efectivada em 1999 e desenvolver-se-á mais tarde, em 2009, com o chamado Tratado de Lisboa, que instituiu uma união estranha, uma espécie de pseudo federalismo subordinado a um Estado – a Alemanha –, por vezes acompanhado por um parceiro menor – a França.

Este caminho que as instituições europeias seguiram não foi mais que uma forma de prosseguir o alargamento dos mercados e de forçar uma suposta adaptação à globalização, transferindo todo o impacte desta sobre o factor trabalho, seja a nível dos salários e direitos sociais, seja ao nível do emprego.

De facto, as instituições de Maastricht, em particular no que respeita às instituições da União Económica e Monetária, estabeleceram a obrigatoriedade de serem seguidas, por parte do Banco Central Europeu, políticas monetárias ultraconservadoras e, por parte dos governos, políticas orçamentais restritivas. A combinação destas duas exigências tem como consequência que todo o ajustamento macroeconómico assenta necessariamente sobre o emprego e/ou os salários e direitos sociais. Não é, pois, de estranhar que a zona euro seja, desde a sua criação, a zona de maior desemprego a nível mundial e que o peso dos salários no rendimento nacional tenha vindo a reduzir-se ao mesmo tempo que as desigualdades se acentuaram.

A imposição deste pensamento único por parte das instituições de Maastricht exigiu uma perda de soberania dos estados-membros, de modo a que estes não dispusessem de autonomia para decidir sobre as políticas de estabilização económica que pretendessem seguir. O federalismo foi assim um instrumento muito eficaz para forçar os estados a seguir políticas macroeconómicas neoliberais, consideradas pelas propaganda necessárias para reduzir os direitos sociais e os salários no espaço europeu, única forma – dizia-se – de a Europa se poder adaptar à globalização.

Mas não se ficou pelas políticas macroeconómicas a imposição do modelo federal-neoliberal. A política europeia de concorrência e de ajudas de Estado foi reforçada e a jurisprudência do Tribunal de Justiça veio a revelar-se marcadamente ideológica, também ela subordinada à visão neoliberal do primado do mercado, forçando os tratados e impondo uma visão muito restritiva da intervenção do Estado na economia, com o fito, mais uma vez, de potenciar o alargamento de mercado em prejuízo de todos os outros valores. Em vez de perseguir as práticas discriminatórias – entre naturais dos diversos estados – que possam decorrer da política económica, o que é justificado quando existe um processo de integração e que era a sua tradição, o tribunal tornou-se principalmente, sem qualquer base nos tratados, um perseguidor da intervenção estatal na economia.

O modelo federal-neoliberal iniciado com Maastricht cumpriu durante algum tempo o papel para que tinha sido criado. Foi inclusivamente aprofundado pelo Tratado de Lisboa e pelo infame Tratado Orçamental que se lhe seguiu. Mas, quando este entrou em vigor (2013), já o modelo estava em crise. Crise que se transformou numa crise profunda da União e que justifica que se encarem todas as opções para o futuro da cooperação europeia.

2. A reserva de soberania e uma nova cooperação europeia

A cooperação europeia é essencial, uma vez que existem certos interesses comuns colectivos na Europa que exigem uma gestão baseada na cooperação entre estados. Por isso, é perfeitamente aceitável que os estados acordem em respeitar determinadas regras comuns para prosseguirem da melhor forma esses interesses comuns colectivos. Mas tal tem de ter um limite. Esse limite é o da reserva de soberania que cada Estado-membro tem de manter para prosseguir os seus interesses nacionais e não ficar sujeito ao pensamento único nem aos interesses de outros estados.

Ora, o que sucedeu desde Maastricht é que essa reserva de soberania foi violada e os estados, em particular os de menor dimensão, ficaram sem a autonomia suficiente para poderem prosseguir os seus interesses.

Por isso, o passo fundamental para a criação de uma nova união ou para a reforma drástica da actual é repor a reserva de soberania no essencial do que existia antes de 1992. E nesse aspecto a soberania monetária é a fundamental.

Basta ver o que um país perde quando cede a sua soberania monetária, como foi o caso de Portugal quando aderiu ao euro, para verificar como não pode haver sustentabilidade para um país como membro respeitado da comunidade internacional se não dispuser da sua soberania monetária. Recordemos os poderes soberanos que o País perdeu com a entrada no euro.

Perdemos:

– instrumentos essenciais da política económica (política monetária e cambial);

– autonomia do Estado em relação aos mercados financeiros e às agências de rating;

–  autonomia das decisões orçamentais e com isso grande parte da soberania em geral;

– controlo do sistema financeiro por ter deixado de existir um prestamista de última instância nacional (função anteriormente exercida pelo Banco de Portugal);

– possibilidades de o Estado controlar sectores essenciais para a independência nacional.

A pertença ao euro – um dos maiores desastres da nossa história – tem de ser revertida como primeiro passo fundamental para repor a reserva de soberania. Por isso, é urgente que a nova união defina um conjunto de procedimentos para a saída de um país da zona euro.

Por outro lado, essa nova união deve assentar num tratado que substitua o modelo federal-neoliberal e que respeite sem subterfúgios a reserva de soberania de cada Estado.

A questão da reserva de soberania é nos tempos actuais a mais importante que o País tem de enfrentar. Nela se joga a possibilidade de Portugal continuar a existir.

*AbrilAbril, em opinião, Março de 2017

Foto: Cerimónia de assinatura do Tratado de Maastricht. Da esquerda para a direita, Egon Klepsch (presidente do Parlamento Europeu), Cavaco Silva, Jacques Delores (presidente da Comissão Europeia) e Ruud Lubbers (primeiro-ministro holandês). 7 de Fevereiro de 1992Créditos/ EPA

SIC BILDERBERG | A ESTRONDOSA QUEDA DA MÁSCARA DE JOSÉ GOMES FERREIRA - vídeo


A novidade que já não era. Assim se pode considerar o desmascarar de José Gomes Ferreira, jornalista-entrevistador da SIC, populista desmesurado com laivos de um neoliberalismo doentio e comprovadamente prejudicial, bem ao estilo das políticas de debulho dos portugueses(as) levadas até à exaustão pelo governo de Passos Coelho e de Paulo Portas, assim como da atual dirigente do CDS, Assunção Cristas, então também ministra.

Do Jornal Tornado foi retirado o presente vídeo. Era suposto Ferreira entrevistar António Costa, primeiro-ministro, mas a “sessão” deu para o torto, ficando transparente e visível a olho nu a estrondosa queda da máscara do suposto entrevistador (isento), José Gomes Ferreira, da SIC. Eles lá sabem a quem servem.

MM | PG

José – Saco de Pancada – Gomes Ferreira

O penoso confronto entre José Gomes Ferreira e António Costa e a reacção aos momentos mais chocantes.

As imagens que se seguem podem ferir a sensibilidade dos espectadores mais sensíveis.

Partilha com origem no Jornal Tornado, da autoria de Luís Vargas em Vimeo.

Nota em Tornado: Reproduzimos este vídeo de Luís Vargas, ao abrigo de um acordo de cooperação Geringonça / Tornado

DIA DE PORTUGAL | MARCELO, BEM COM DEUS E COM O DIABO


Do Diário de Notícias selecionámos prosa acerca do Dia de Portugal, de Camões e das Comunidades. Este ano as comemorações vão acontecer no Porto. Marcelo, o presidente da República, vai presidir às comemorações. Já ontem estava no Porto e passeava nos arraiais dos santos populares. Na peça pode saber isso e mais.
O título da notícia do DN teve a particularidade de transportar-nos para um termo bastante popular. Diz o título que "Marcelo é o presidente de todos nós, dos ricos e dos pobres", inserido naquilo que popularmente vão dizendo do PR. Daí vir à memória o adágio também popular: “Está bem com Deus e com o Diabo”. E isso, essa predisposição de certas e incertas pessoas, define-se tantas vezes como hipocrisia…

Marcelo é popular, tem exercido pela positiva muito daquilo que envolve o cargo de PR. É indesmentível. Mas Marcelo é como o leão de uma publicidade que outrora foi marcante, relacionada com a Peugeot: “mostra a sua raça”. Ou seja, tem tiques de berço e condecora quem não merece mas possui estatuto privelegiado. No caso condecorou o famigerado dono e esclavagista, detentor do grupo Jerónimo Martins, do Pingo Doce e o mais que vier: Soares dos Santos.

Condecorou tal ser atafulhado em lucros e fortuna porquê? Por ser um exemplar esclavagista? Basta ler jornais para sabermos que o exercício do tratante em relação aos seus trabalhadores é semelhante ao da era esclavagista. Terá tal espécie abusivamente exploradora sido condecorado por ser um patriota? Um patriota que retirou de Portugal a possibilidade de contribuir com impostos dos seus lucros ao mudar-se para um país de leste e o mais que não se sabe? Um patriota, português? Mas como, se a pátria de Soares dos Santos é numa cidade chamada Ganância situada no país do Cifrão?

Dia de Portugal, nunca dia dos da laia de Soares dos Santos, bajulados por um PR que mostrou estar bem com Deus mas também com o Diabo. Neste exemplo um diabo chamado Soares dos Santos. E hoje, quem se segue da mesma espécie ou semelhante?

E porque não condecora, Marcelo e outros, os portugueses que por vivências e laborações patrióticas e relevantes na realidade trabalham ou trabalharam no duro e são ou foram criminosamente explorados? O Zé Calceteiro, o Carlos Pedreiro, o Titónio dos Esgotos, o Amadeu Faz Pontes, o Ceareiro, a Ermelinda Apanha Tomates e Afins, o Lecas Pescador...

Recorde-se que Cavaco condecorou num dia destes, Dia de Portugal, o estilista da Dona Maria, tal era a “pedra” com que exerceu a presidência.

O que se esperaria de Marcelo era outro estilo e exercício de presidência. Verdadeiramente democrático, justo. Até no que toca a condecorações. Certo é que também poderia facilmente acontecer que Marcelo fosse condecorar um qualquer trabalhador esforçado, pedreiro, por exemplo, que ao ser condecorado lhe dissesse que preferia algo para comer porque a sua reforma de miséria não chegava para casa, água, luz, gás, transportes, medicamentos, ajudar filhos desempregados, os netos e etc.

É mesmo verdade, “O leão mostra a sua raça”. Seja ou não Dia de Portugal.

Está convidado(a) para ler a peça do DN.

MM | PG

"Marcelo é o presidente de todos nós, dos ricos e dos pobres"

Festejos começaram ontem no Porto. Marcelo foi igual a ele mesmo: distribuiu beijinhos, tirou fotos. E já tem retrato

Centenas de pessoas receberam ontem "o presidente de todos nós", como foi denominado vezes sem conta, no decorrer do arranque das comemorações do 10 de Junho, no Porto. Como vem sendo hábito, Marcelo Rebelo de Sousa retribuiu o carinho dos populares com beijinhos, fotografias e muito calor humano.

O Presidente da República chegou ao Porto às 10.30 para as celebrações do Dia de Portugal, de Camões e das Comunidades Portuguesas, começando pelo içar da Bandeira de Portugal ao som do Hino e de muitas palmas das centenas de pessoas que marcaram presença no Porto.

Ao longo de todo o dia, foi recebendo abraços e palavras de júbilo pela presença na cidade Invicta. Recorde-se que já passaram 11 anos desde que o Porto recebeu Cavaco Silva, o então presidente da República, para assinalar o 10 de Junho.

Os populares deixaram transparecer a alegria do momento, que recebeu honras militares, com palmas e muitos elogios. "É o presidente de todos nós, dos ricos e dos pobres. Obrigada por estar aqui", disse Arlinda Gomes, uma docente de Mirandela que se deslocou ao Porto propositadamente para ver o "professor Marcelo".

Na Avenida dos Aliados, onde o Chefe do Estado passou toda a manhã em visita às atividades militares complementares, estiveram também muitas crianças e adolescentes de várias agrupamentos escolares do Grande Porto, como o das Campinas, Augusto Gil ou a Escola Profissional do Infante (de Vila Nova de Gaia). "O Presidente é fixe" ou "Presidente altamente" foram algumas das frases mais efusivas ditas pelas crianças que, em troca, puderam tirar fotografias com o Presidente da República.

Numa das muitas paragens ao longo da Avenida dos Aliados, Marcelo ainda teve tempo para provar uns petiscos, mas recusou com humor a bola de carne oferecida pelo exército por estar "de regime".

Já numa das lanchas da Marinha, o Presidente sentou-se com as crianças de uma escola com as quais teve uma breve e animada conversa. E foram as crianças as que mais receberam a atenção de Marcelo Rebelo de Sousa, nomeadamente as da Unidade de Multideficiência do Agrupamento de Escolas do Viso. "Foi uma emoção muito grande para estes meninos que tiveram uns dias muito animados porque sabiam que iam ver o presidente", explicou a professora de ensino especial, Isabel Nunes.

Ainda antes do almoço, Marcelo quebrou a agenda, num momento inusitado, para engraxar os sapatos (como já tinha feito na campanha eleitoral) e, novamente, tirar selfies com a população. "Já é a segunda vez que engraxo os sapatos dele. Da primeira vez ainda não era Presidente da República, mas não mudou nada. Foi muito bom", sublinhou ao DN o engraxador Mário Costa. Que ainda pediu ao Presidente da República um autógrafo na cadeira onde este se sentou, pedido ao qual o Chefe de Estado acedeu com simpatia.

A escolha do retrato oficial

Neste primeiro dia de celebrações do Dia de Portugal de Camões e das Comunidades Portuguesas, Marcelo Rebelo de Sousa esteve também na inauguração da exposição "O foral do Porto. 1517-2017. Marca de um rei, imagem de uma cidade", uma mostra que assinala os 500 anos do Foral Manuelino, patente na Casa do Infante. E aqui chegado, Marcelo explicou aos jornalistas que, a quase 4 anos do fim do seu mandato, está "muito inclinado" para o retrato oficial para a galeria dos presidentes.
Falando do pintor que o retratou, o Presidente da República não poupou elogios ao mestre Bessa, artista da cidade. "Ele tem uma Ribeira espetacular, é um bom retratista e, no meu caso, no retrato feito há cerca de um ano, apanhou o estilo e a minha maneira de ser. É um bom retrato daquilo que terá sido, no final, o meu mandato na Presidência da República", explicou-se Marcelo, citado pela Lusa.

"Gostei muito. Apanhou-me no estilo, na ideia global. Estou muito inclinado a ser o retrato que irá para a galeria de retratos do Museu da Presidência da República", continuou o Chefe de Estado, que falou de "quadro oficial", depois de o ter visto no ateliê do artista, na Rua do Almada.

Feito a partir de uma fotografia de um repórter da Global Imagens, Orlando Almeida, o Presidente revelou que a sua intenção é, agora, guardar o quadro para o oferecer como "retrato oficial" ao Museu da Presidência da República, quando Marcelo terminar o mandato.

Segundo contou, foi "uma jovem investigadora portuguesa" que encontrou em Paris, e que ontem reencontrou no Porto, quem lhe falou no mestre que tinha pintado um retrato do Presidente e lho queria oferecer. "De um acaso, saiu uma escolha para o fim do meu mandato", apontou.

O dia de Marcelo terminou no Paço Episcopal e na Sé do Porto, onde decorreu o fogo-de-artifício de encerramento do primeiro de três dias de celebrações do 10 de Junho.

Diário de Notícias com Lusa

ENTREVISTA | “Literatura moçambicana não deve continuar ignorada pelo mundo”


Vanessa Riambau é doutorada em estudos literários e o seu campo de estudo inclui a escrita moçambicana. Nesta entrevista, a brasileira considera que Moçambique tem potencial literário e que o que deve acontecer é expor-se ao mundo, sem permitir que factores externos ditem quem são os autores a serem publicados.  

Co-organizou o livro “Letras na poesia, versos universitários”. Como é que esses versos actuam ou configuram-se em livro?

Sou professora universitária, e procuro desenvolver com os alunos um trabalho de incentivo à poesia. Inclusive, tenho grupo de declamadores exactamente com o propósito de dessacralizar a poesia. Nesse sentido, para incentivar os alunos que são poetas, organizei o livro com uma antologia de versos dos próprios alunos. E foi um trabalho gratificante.

A ideia foi produzir poetas ou dar voz aos poetas em potência?

Produzir poetas não, que não se produzem, pelo menos, bons poetas. A ideia foi mesmo essa de dar voz aos poetas que já existem e permitir que eles apareçam com mais visibilidade.

Discutiu “Abordagens literárias entre Moçambique e Brasil”, na AEMO. Como é que descreve a relação dos países, agora, do ponto de vista literário?

De certa forma, Brasil incentivou muito a Moçambique no período da afirmação nacionalista, no período da Poesia de Combate. Os poetas de cá foram beber da fonte dos poetas modernistas brasileiros. Por isso, hoje não há um moçambicano com quem fale e não saiba quem é Carlos Drummond de Andrade, Manoel Bandeira ou o escritor Jorge Amado. Paradoxalmente, naquele período, no Brasil, não havia conhecimento da literatura moçambicana. Hoje, percebo um fenómeno interessante: o Brasil, há alguns anos, virou os seus olhos para os países africanos de língua oficial portuguesa e muito para Moçambique, também pela projecção que alguns autores moçambicanos têm no mercado externo. Actualmente, parece-me que estamos a ver um fenómeno contrário, de Brasil estar muito em contacto com a literatura moçambicana e Moçambique a não ter o mesmo contacto com os autores contemporâneos brasileiros. No sentido de entender as razões desse processo acontecer desta forma, pensei na abordagem dada à palestra na AEMO.

Consegue encontrar uma explicação para que Moçambique, neste momento, não esteja em contacto com os autores contemporâneos brasileiros?   

Agora deveria haver um interesse dos moçambicanos em relação à literatura brasileira sem razões de ordem ideológica. Esse interesse, ainda não se vê e isso não se percebe. Mas também há que pensar se esse interesse acontece em relação à própria literatura moçambicana. Talvez, haja necessidade de o público moçambicano desenvolver um grande interesse pela sua literatura, para que, depois, o interesse abranja outras literaturas, como a brasileira.

Faço a pergunta de outro modo. Como compreender o interesse do Brasil em relação à literatura moçambicana?

Acredito que, depois da independência, tanto Brasil assim como Portugal, começaram a olhar para os países africanos de modo a compreender o que estava sendo feito. No Brasil, por exemplo, há mais de 30 anos que as principais universidades lecionam literaturas africanas. Acho que no caso da literatura moçambicana isso acontece pelo facto dos autores moçambicanos terem conseguido uma projecção maior que os de outros países que falam português. Em Moçambique há o fenómeno Mia Couto, que há 30 anos é estudado no Brasil. Há um Ungulani, que é, mas precisa que seja mais conhecido, e Paulina Chiziane, que bate records de venda. Mas estes autores que já são tidos como consagrados no Brasil ainda são muito poucos. O problema é que esses autores, com a excepção de Mia que todos conhecem, são estudados nas universidades, o público comum não os conhece. É necessário ser culto e curioso para saber de Ungulani, Craveirinha ou Noémia de Sousa. Por isso é necessária uma abertura maior das editoras e da comunicação brasileira em relação à literatura moçambicana, porque o que está sendo produzido é de enorme qualidade, e não deve ser continuado a ser ignorado pelo mundo.

Sinceramente, julga que as feiras do livro e palestras que envolvem Moçambique e Brasil estão a surtir o efeito desejado?

Espero que sim, porque essa é a missão. Percebo que, nos últimos anos, há uma mudança em termos de conservadorismo, porque antes, o que se via, era a repetição do que está consagrado, ou seja, eram estudados os autores que eram bem conhecidos no Brasil. Hoje, há um movimento, por parte de alguns académicos, interessados em saber o que mais se produz. A questão é que existem factores externos que definem quem são os autores que devem ser estudados. A interferência é mais externa do que interna. Esses factores endógenos acabam delimitando os autores que são potencialmente conhecidos no mercado externo. E essa é uma deficiência grave porque faz com que uma literatura tão rica, quanto a moçambicana, não tenha força de se afirmar sozinha, precisa sempre de um traço que até pode ser originário de um certo colonialismo ou paternalismo colonial que se assume como responsável por difundir uma literatura que já não lhe diz respeito. Isso, penso eu, acontece devido à carência que Moçambique tem em termos da distribuição do livro, algo que não tem a ver com a qualidade das obras, mas que é importante.

Como estudiosa da literatura moçambicana, passa-lhe pela cabeça a ideia de que os nossos autores são rapidamente reconhecidos internamente, quando há premiação no estrangeiro?

Tenho. Porque a afirmação da literatura moçambicana, infelizmente, tem sido estabelecida de forma exógena, de fora para dentro. Tal situação, tanto condiciona o mercado externo quanto interno. De facto, para um moçambicano reconhecer a sua própria literatura, às vezes depende de uma premiação que vem de fora. Isso é preocupante.

 Tenho dito que por via da literatura conhecemos a alma de um povo. Assim sendo, o que a nossa literatura permitiu-lhe conhecer de Moçambique?

Por via da literatura, entrei em contacto com um país culturalmente muito diversificado, que procura preservar as suas tradições e cantar a sua terra. Quando estive em Moçambique falei com Suleiman Cassamo e ele disse-me que, de alguma forma, está sempre a escrever sobre o seu lugar, a sua terra. E este é sempre um regresso ao lar. Percebe-se que em Moçambique ainda há uma enorme necessidade de se cantar a sua cultura, por isso, é muito fácil conhecer o país por via da literatura.

Essa verosimilhança que encontra na nossa literatura pode criar um desinteresse ao leitor, por nela encontrar a repetição quotidiana?

Acredito que não, porque a literatura presta-se a esse papel de mimesis da vida, como dizia Aristóteles. De alguma forma, a vida é repetitiva. Sempre falamos de amor e morte. O que muda é forma de contar as estórias.

Consegue indicar factores que fortalecem a nossa literatura?

Essa aproximação com a oralidade, que se encontra muito em Chiziane, e uma certa vocação à lírica, na poesia.  

Está em contacto com autores com Lucílio Manjate, Andes Chivangue e Mbate Pedro. Acredita que esses autores introduzem alguma novidade?

Acredito que sim, porque a literatura moçambicana ainda está em formação identitária. É um processo. Talvez aqueles autores não sejam muito diferentes, mas as suas peculiaridades são boas, sobretudo quando são postas em choque. Por exemplo, Andes Chivangue tem uma escrita muito crua, dura e enxuta, diferente de outros poetas como Amosse Mucavele, Mbate Pedro ou Nelson Lineu, com poesia mais leve. Com isto, percebe-se estilos literários, e é enriquecedor perceber esses estilos.

Trabalha com o cânone literário moçambicano, na sua área de pesquisa. Como o descreve?

O cânone moçambicano foi definido a partir de obras que transmitem e resgatam elementos culturais do seu povo e sua gente. Os autores que os conhecemos como canónicos são os que promovem esse resgate. O meu estudo é com base nesses autores que já são consagrados e também na promoção dos novos autores.

Em Maputo referiu-se a singularidades e influências entre a literatura moçambicana e angolana. Ainda se pode falar de influências, actualmente?

Creio que não. Houve pouca no passado e hoje ainda menos. Moçambique está um pouco afastado e partilha mais essa singularidade com países de língua inglesa.

Sugestões artísticas para os leitores do jornal O País?

Sugiro “Fogo preso”, de Andes Chivangue, as obras de Lucílio Manjate, de Chico Buarque e Conceição Evaristo.

Perfil

Vanessa Riambau Pinheiro é professora e pesquisadora brasileira. Doutorada em estudos literários, Riambau é especialista em literaturas africanas de língua portuguesa. Leciona na Universidade Federal da Paraiba, e o seu campo de pesquisa inclui o cânone literário moçambicano. É autora de “Letras na poesia, versos universitários”.

José dos Remédios | O País

MOÇAMBIQUE | Uma Procuradora-Geral desocupada


@Verdade | Editorial

Nunca antes os moçambicanos estiveram tão apreensivos, como tem estado a acontecer nos últimos dias. Há motivos mais do que suficientes para isso: os moçambicanos querem que os arquitectos da maior e mais qualificada burla de todos os tempos, a que foi cinicamente baptizada de Dívida Pública, sejam responsabilidados. Ninguém, hoje em dia, está preocupado com o nome de que esteve a frente dessa trapaça, até porque já é de conhecimento do público. O que interessa neste momento é que os culpados pela desgraça dos moçambicanos sejam exemplarmente punidos.

Há sensivelmente um mês que os moçambicanos aguardam impacientemente pela divulgação dos resultados da Autoria Independente feita aos negócios obscuros das empresas EMATUM, MAM e Proindicus pela Kroll. A Procuradoria-Geral da República (PGR) prometeu publicar o documento após terminar a análise, porém, até então não aconteceu. Tudo indica que a nossa Procuradoria da República anda ocupada com assuntos comésticos.

Nesta semana, a título de exemplo, a Procuradora-Geral da República, Beatriz Buchili, efectou uma visita aos Comandos Provincial da Polícia em Maputo e da Polícia Municipal da Matola para se inteirar do tratamento dado às multas aplicadas aos cidadãos moçambicanos. Buchili disse que a Polícia tem de ser mais exigente e trabalhar para que os valores sejam pagos.

Essa não é a responsabilidade da Procuradoria saber se as multas têm merecido o devido tratamento. Essa preocupação da PGR não só revela falta de ocupação, mas também demonstra que se trata de uma manobra para distrair os moçambicanos dos reais problemas deste país. Não são as multas que inquietam os moçambicanos, mas sim onde foi parar o dinheiro que hipotecou o futuro de milhões de moçambicanos. Preocupa aos moçambicanos saber quando serão punidos os indivíduos que colocar este país no pântano da desgraça.

Preocupando-se com os pagamentos das multas, a senhora Procuradora-Geral, infelizmente, revela, até à náusea, ser um profissional de muito mau gosto, que desconhece quais as suas obrigações, para além de ter prestado um mau serviço público aos moçambicanos. Portanto, senhora PGR ocupe- -se de coisas úteis e não distraía os moçambicanos, e isso é o mínimo que deve fazer para justificar o salário e as regalias que o Estado lhe concede todos os meses.

MOÇAMBIQUE | Quatro supostos membros da RENAMO assassinados em Inhambane


Segundo a polícia, os autores dos crimes não foram ainda identificados. População com receio que o conflito armado recomece. RENAMO não comenta, por enquanto, a situação.
Quatro membros supostamente pertencentes ao maior partido da oposição em Moçambique, a RENAMO, foram assassinados e abandonados numa floresta na Província de Inhambane, no sul do país. A polícia da República de Moçambique confirma a informação e diz que os corpos foram descobertos, na semana passada, pela população.

Segundo Simeão Machava, porta-voz do comando provincial da Polícia da República de Moçambique, estima-se que os quatro corpos encontrados pertençam a pessoas, do sexo masculino, com idades compreendidas entre os 25 e os 40 anos. "[Os corpos] estavam amontoados e foram descobertos pela população, uma vez que se trata de uma zona onde não há muita circulação de viaturas”, afirmou.

População com receio

Os residentes da região vivem agora com medo, não sabendo o que pode ter acontecido, uma vez que as vítimas não são daquela zona.

Em entrevista à DW África, Mónica Chuma, residente em Mavume, conta que, naquela semana, circulou uma viatura com militares [por ali]. Dias depois, foram encontradas pessoas mortas, por isso está com medo que o conflito armado recomece. "Encontrámos os corpos em Mabaina e fomos avisar a polícia no posto administrativo de Mavume. Alguns dias antes de encontrarmos esses corpos passou uma viatura com militares e não sabemos se foram eles ou não que mataram estas pessoas”, afirmou.

Joaquim Alberto, outro residente de Mavume, diz que não sabe o que pode ter acontecido e quem são as vítimas. "Não sei se são bandidos ou se são da RENAMO. Não é bem nessa estrada que os corpos foram encontrados mas sim num pequeno desvio para uma outra estrada que dista quatro quilómetros. Estou a ficar com medo”, dá conta.

O líder comunitário local e o chefe do posto administrativo foram proibidos de falar neste assunto à imprensa, como explica um dos líderes locais que solicitou o anonimato.Também o administrador e o comandante do distrito de Funhalouro negaram dar informações à DW. Já o porta-voz da RENAMO, António Muchanga, não afirma nem desmente o desaparecimento dos quatro membros da sua formação política. Muchanga remeteu para mais tarde uma informação detalhada por parte do seu partido.

Assassinos não foram identificados 

Os autores do crime não foram ainda identificados. Segundo a polícia, é ainda prematuro "tirar conclusões”, na medida em que as investigações estão em curso. "Pode perturbar o andamento normal do trabalho investigativo que a equipa está a fazer com vista a apurar as circunstâncias que levaram aqueles cidadãos a morrer e como chegaram os corpos àquele local”, explica.

Luciano da Conceição (Inhambane) | Deutsche Welle

UNITA PRONTA A GOVERNAR ANGOLA


CHIVUKUVUKU É FIXE

MAS A UNITA ESTRUTURALMENTE ESTÁ MELHOR PREPARADA PARA GOVERNAR ANGOLA!

Fernando Vumby | opinião

E digo até mais, precisamos valorizar e acreditar neste momento de grande efervescência política de que a UNITA está sim melhor preparada estruturalmente para governar Angola e para bem de todos os angolanos.

Não sou o único que digo isto, já ouvi isto até de gente que ainda há uns anos atrás, o nome (UNITA) era pior que o numero da (Joana prostituta) do Zumba Futa.

Quero mesmo acreditar que se A UNITA governar Angola , ela vai olhar para frente com os olhos postos nos grandes desafios e em pouco tempo recuperará o nosso país, para bem de todos os angolanos sem qualquer exceção.

A alternância do poder deve ser vista como algo de salutar, e só vai caber ao MPLA se for oposição aceitar com seriedade, sem trungungo, nem radicalismo e nem muito menos com violência encomendada, mais sim fiscalizar e ajudar ate a UNITA a encontrar novos caminhos para a nossa Angola martirizada há mais de 40 anos.

Com a mudança caberá também ao MPLA depois de tanto mal que já fez aos angolanos constituído por abusos, roubos das nossas riquezas, prisões arbitrárias massacres, tortura permanente aos que se manifestam contra o regime, mortes de zungueiras, velhos e crianças dar bom exemplo como opositor.

Para a UNITA o importante não será o apontar o dedo aos vitoriosos e derrotados, mais sim consertar os erros do passado, preservar o que deu certo, cuidar bem do presente e vislumbrar um futuro melhor para todos os angolanos sejam eles do MPLA ou de outro partido qualquer.

ATÉ PARECE QUE A  MORTE DE  ZÉ KITUMBA (JES) DÁ LUCRO

Seja lá o que se esconde por detrás das notícias constantes sobre a morte de José Eduardo Dos Santos  sempre que este se desloca para a Espanha, não me consideraria mais feliz apenas porque ele já não vive , pois sou tão humano para chegar  ate á este ponto.

Muito embora todo o angolano com o mínimo de racionalidade e sensatez  tem consciência de que ele é o responsável pelo sofrimento da grande maioria dos angolanos como consequência  da  sua gestão brutal e criminosa do nosso país, precisamos acima de tudo  nos manter  serenos , não perdemos o controlo das nossas emoções  e nem tão pouco enlouquecermos  ao ponto que só lhe desejamos á morte.

Precisamos de um JES vivo, por mais que a sua morte quem  sabe pode  ate mesmo ser lucrativo para uma  parcela dos seus próprios camaradas que acredito alguns também já  terem rezado para que o mesmo regressasse cadáver ... 

Meu conselho aos que se sentiriam  felizes pela morte de José Eduardo Dos Santos  que não devem ser poucos,  que guardem dentro de si e para si só mesmo este sentimento, pois se o tornarem publico mostram  o vosso desumanismo.

Manos e manas nunca deixem de ser, ou tentar ao menos parecer, um ser humano e quando não tiverem  nada que falar sobre o (Zé Kitumba) JES, Zeca Diabo entre outros nomes que lhe têm tratado , quando o mesmo vai  ao bruxo em Espanha, o melhor é mesmo ficar-se calado em vez de  se espalhar boatos nas redes sociais de que o mesmo já morreu, pois não faz sentido!

Sinto-me envergonhado como ser humano por tudo que li sobre a suposta morte de JES mesmo sendo  ele cruel e corrupto  que nem se quer deveria ter nascido , façam como eu , guardem sempre uma palavra de conforto na manga para dar aos filhos que perdem seus país e aos pais que perdem seus filhos.

MINHA REFLEXÃO SOBRE A MANIFESTAÇÃO DE 3 DE JUNHO

MANIFESTAÇÃO DA UNITA FOI ESTRONDOSA, MAS NÃO MUDA INTENÇÃO CLARA DO REGIME FRAUDAR AS PRÓXIMAS ELEIÇÕES

Aplaudi e festejei ao ver angolanos voltarem ás ruas de quase todo o país se manifestando pacificamente contra todos os esquemas ja montados para se fraudar as próximas eleições mesmo consciente de que esta atitude do povo tomada por iniciativa da UNITA ainda assim , não vai mudar as intenções dos sociopatas que governam o país desde mais de 40 anos em manipular as eleições.

Importa dizer aqui que para mim foi bastante emocional e bonito de ver aquelas bandeiras coloridas nas mãos dos manifestantes que entoavam palavras de ordem e cartazes com dizeres como abaixo a corrupção , fora com os batoteiros , abaixo o ditador angolano (JES) abaixo a famigerada e farsa CNE/MAT entre outras palavras de protesto justamente evocadas e quase dancei ao ouvir o som de alguns carros que buzinavam dando eco ao clamor popular.

Além dos tantos milhares de pessoas presentes de todas as idades que aderiram ao apelo da UNITA, o ato chamou a atenção pela presença de políticos de grande gabarito, gente admirada e respeitada como Alcides Sakala e outros tantos que se postaram a frente da maioria das marchas funcionando como autênticos guias e a luz que iluminava o caminho.

Eu acho ser fundamental que os angolanos se manifestem sempre que acharem necessário sem medo dos cães policias , dos cavalos e nem das balas , pois só assim poderão fazer sentir o descontentamento generalizado por todo o país por causa da governação criminosa do país sob gestação do sociopata e corrupto JES.

E digo mais , acho que não é preciso esperar-se sempre pelo apelo dos Partidos políticos , pois assim não se deixa no ar aquele cheiro partidário , pois seria bom que cada um como angolano com ou sem partido alinhasse sempre ate mesmo naquelas manifestações organizadas pelos chamados ( REVUS ) pois o que está em causa é Angola e a libertação dos angolanos do punho da bandidagem que desgoverna o nosso país.

UNITA MOSTROU QUE É AUTÊNTICA MÁQUINA MOBILIZADORA - QUANDO QUER, PODE

Não foi surpresa para mim ver os milhões que a UNITA conseguiu mobilizar em tão poucos dias para que tomassem as ruas do país pacificamente em protesto contra aquilo que todos nós soubemos clara intenção de manipulação do próximo processo eleitoral.

Mas se de um lado a manifestação em si foi um grande e estrondoso sucesso para todos os angolanos de bem, do outro lado não devemos esquecer de que somos governados por criminosos que não acredito ainda assim, fazerem um pouco de reflexão sob o que poderá acontecer qualquer dia, caso continuem ignorando estes apelos pacíficos por enquanto do povo angolano que lhes dá uma oportunidade de corrigirem os erros cometidos maldosamente.

Agora só precisamos ter muito cuidado para não cairmos no excesso de triunfalismo ao ponto de cantarmos vitória onde ela ainda não existe, pois é importante acima de tudo nunca nos esquecermos de que estamos a nos lidar com um regime composto por sociopatas (anti-socais), pessoas que pelo seu comportamento nunca deram sinais em amarem os seus semelhantes e pior ainda se os combate.

São uns canalhas que não acredito poderem viver alguma vez sem manipulações ou tentativas de humilhações , pois quantas vezes depois de criticados ainda acabaram por fazer o pior logo no mesmo dia com os mesmos truques e fingimentos?

Tenho as minhas duvidas que pessoas tão frias , insensíveis , manipuladoras, um tanto perversas desprovidas de sentimento de compaixão , isentos de sentimentos de culpa e remorso pelos tantos assassinatos que fizeram e mandaram fazer em tempo de paz , gente com raciocínio tão frio e calculista na hora de planear roubos aos cofres públicos e matanças (genocídio & massacre da frescura entre outros) façam alguma reflexão sobre os sinais deixados nesta mega manifestação popular .

Mas oxalá.

Oxalá mesmo para se evitar o pior qualquer dia em manifestações que podem ganhar contornos incontroláveis e mortíferos...

MPLA FICOU COM A BATATA QUENTE NAS MÃOS

MAS A UNITA NÃO DESAFIOU, SÓ MOSTROU QUE QUANDO QUER PODE

Quem viu os milhares de pessoas que a UNITA juntou sem ser preciso oferecer cerveja, nem (kuduro) ou obrigar alguém sob ameaça de perder o seu emprego ou ser perseguido para sempre como faz o MPLA viu claramente que não há comparação possível entre um partido e o outro.

Dois partidos com traços, carácter e filosofia de vida totalmente diferente um do outro , e ainda bem que facilmente se nota.

Pois enquanto os crónicos corruptos que detém o poder desde mais de 40 anos através de fraudes eleitorais apresentam traços de egoísmo , buscam qualquer meio e forma para conquistarem sem convencer utilizando sempre a força das armas e ameaças habituais, não levando em consideração os sentimentos do povo ou do seu adversário político.

Do outro lado está uma UNITA mais calma, serena e responsável que se mostra cada vez mais sensível Às preocupações do povo e que ainda assim nunca menospreza o seu adversário político MPLA.

"Os manos da UNITA são de cabeça fria"

Me respondeu assim uma vez um jovem em comentário num dos meus textos nas redes sociais e não deixou de ter razão.

Pois basta olharmos para o outro lado onde quase todos os ladrões engravatados sem vergonha na cara dominados pela cabeça -quente tendem sempre á responder ás criticas com violência súbita , ameaças de morte e desaforos.

Vou continuar.

Fórum Livre Opinião & Justiça | Fernando Vumby