segunda-feira, 17 de abril de 2017

Colheita de sangue Dia 19 de Abril entre as 15 horas e as 19:30 horas no Posto Fixo da ADASCA em Aveiro



SE O LEITOR É DOS QUE ACREDITA QUE A

UNIÃO FAZ A FORÇA, AJUDE A PARTILHAR ESTA

NOTÍCIA COM OS SEUS AMIGOS

Litoral Centro – Comunicação e Imagem

Faça a sua subscrição gratuita

INFORMAÇÃO SEM FRONTEIRAS!

Litoral Centro – Comunicação e Imagem http://aveiro123.blogspot.pt/
editorlitoralcentro@gmail.com


Onde Posso doar sangue em Aveiro em  2017


Eco Tour Geológico - Ilha Terceira. Açores


De 2 a 6 Agosto, a Associação Portuguesa de Educação Ambiental vai estar na região Macaronésica para dar a conhecer aos seus sócios a riqueza geológica e florística da ilha Lilás.

Com base em Angra do Heroísmo, cidade património Mundial, partimos para distintos cantos da ilha, procurando as mais relevantes paisagens vulcânicas e pontos de interesse geológico, com especial destaque para o Algar do Carvão, a gruta do Natal e as furnas do Enxofre.

Selecionámos dois percursos pedestres distintos, que comparam a biodiversidade da orla marítima, com a especificidade dos endemismos do interior da ilha, diferentes paisagens onde o verde realça os tons de negro dos mistérios e biscoitos.

Um passeio diferente na ilha com o único vulcão inativo visitável!

Mais informações: 


 


Com os melhores cumprimentos

ASPEA – Associação Portuguesa de Educação Ambiental
www.aspea.org 

Cada idoso internado custa mais de 1.400 euros

Região tem três dezenas de lares com capacidade para 1.366 idosos

Dos mais de 256 mil residentes na Região, aproximadamente 40 mil são idosos (65 ou mais anos).
População envelhecida que tem vindo a aumentar, ao ponto da sua proporção ter chegado, em 2015, aos 15,6%, o que significou que pela primeira vez na Madeira, o índice de envelhecimento atingiu um valor superior a 100, fixando-se em 105,3 pessoas idosas por cada 100 jovens.
No final de 2016 mais de 1.350 destes idosos estavam internados nas três dezenas de lares que a Região dispõe, sendo que dois terços destas estruturas residenciais para pessoas idosas são geridos por Instituições Particulares de Solidariedade Social (IPSS) ou equiparadas, e meia dúzia pelo Instituto de Segurança Social da Madeira (ISSM). Os restantes quatro lares são geridos por entidades privadas com fins lucrativos.
Esta acentuada realidade do envelhecimento tem merecido particular atenção do Governo Regional em matéria de políticas sociais dirigidas a esta faixa etária
“Face ao envelhecimento da população, e ao aumento da esperança de vida, que transformam o fenómeno do envelhecimento numa questão actual que merece uma reflexão aprofundada, há que preparar respostas sociais, capazes de se afirmarem como soluções proporcionadoras de uma velhice com dignidade e qualidade de vida”, diz a secretária regional da Inclusão e Assuntos Sociais (SRIAS), Rubina Leal.
Sobre este contexto, a governante destaca dois tipos de redes de suporte às pessoas em situação de dependência. “As denominadas redes informais, nas quais se inclui a família, os vizinhos ou amigos e as redes formais de protecção social, como é o caso dos serviços disponibilizados através dos equipamentos sociais, assumindo especial relevância as estruturas residenciais para idosos, usualmente conhecidas como lares de idosos”, regista.
A SRIAS, através do ISSM, no âmbito das suas competências e no desenvolvimento da sua política social pretende dotar a Região de mais e melhores respostas face às problemáticas sociais.
“O internamento em instituições de longa permanência constitui-se como uma realidade que pode ser vista como um ganho para as pessoas que, por motivos de vária ordem que as colocam numa situação solitária e fragilizada, não encontram no seio da comunidade uma resposta satisfatória às suas necessidades. Assim, assume especial relevância que haja uma resposta social quando a pessoa idosa não tem condições pessoais e/ou familiares de permanecer no seu domicílio com qualidade de vida”, sustenta Rubina Leal.
8M em 2016 para manter Lares da Segurança Social

As estruturas residenciais para pessoas idosas (lares) geridas pelo Instituto de Segurança Social da Madeira (ISSM) estão distribuídas por quatro concelhos: Funchal (3), Câmara de Lobos, Machico e Ponta do Sol.
Estas 6 instituições acolhiam, na sua totalidade, 409 idosos, correspondendo a cerca de 1,03% da população com 65 anos ou mais anos.
“Para fazer face a esta realidade ao nível dos equipamentos sociais oficiais para idosos, há toda uma preocupação de ter as verbas necessárias para uma reposta social plena e que englobe os recursos humanos e financeiros suficientes para que seja proporcionado aos utentes e funcionários dessas estruturas os meios para terem e desenvolverem um serviço de qualidade”, lembra a governante.
Para o efeito, o ISSM conta com 349 colaboradores e afectou, em 2016, uma verba para funcionamento dos lares superior a 8 milhões de euros. Deste montante, mais de 5,2 milhões de euros foi para assegurar as despesas com o pessoal. O que é bem revelador do grande peso que recai sobre os recursos humanos afectos aos lares oficiais.
A restante despesa, mais de 2,7 milhões, está sobretudo relacionada com as aquisições de bens e serviços, assumindo especial preponderância os montantes gastos com alimentação (808.177 Euros), com conforto (452.885 euros) e com medicamentos (149.295 euros).
Meio milhão em melhoramentos
Com o propósito de melhoria da qualidade de vidas dos cidadãos com vulnerabilidade social, económica ou física, e de forma a garantir o seu bem-estar e a coesão social, a SRIAS através do ISSM, cabimentou em 2016, para realização de obras de beneficiação, projectos de segurança e equipamentos nos estabelecimentos integrados sob gestão directa do ISSM, com valência de Lar, um montante superior a 500 mil euros.
Rubina Leal assegura que esta política social delineada e prosseguida pela SRIAS, “para além de garantir o bom funcionamento dos lares oficiais, tem privilegiado a ajuda domiciliária e a rede de centros de dia e centros de convívio, que são promotores da manutenção da população idosa no seu meio familiar, sendo uma forma das pessoas continuarem rodeadas dos seus afectos e pertences”, concretiza.

FOMOS SEMPRE TÃO AMIGOS DOS PRETINHOS


A piedosa fábula do "colonialismo português de rosto humano" é uma falsidade histórica. Ver Marcelo repeti-la no lugar do crime é uma vergonha

Fernanda Câncio | Diário de Notícias | opinião

Todo o indígena válido das colónias portuguesas fica sujeito, por esta lei, à obrigação moral e legal de, por meio de trabalho, prover ao seu sustento e de melhorar sucessivamente a sua condição social." Este é o artigo primeiro do Regulamento Geral do Trabalho dos Indígenas nas Colónias Portuguesas, de 1914. O segundo esclarece que o indígena que não trabalhe sem para isso ter motivo "de força maior" será condenado (é mesmo esta a expressão) a trabalho.

É certo que se estabelece que este deve ser pago e nunca "superior às suas forças", mas igualmente se diz que os indígenas não podem despedir-se e que se fugirem serão capturados e castigados - condenados a mais trabalho. E, no artigo 47.º, lê-se: "Pelo facto do contrato celebrado perante a autoridade pública, os patrões recebem os poderes indispensáveis para, quando e enquanto a autoridade o não possa fazer por si própria, assegurarem o cumprimento das obrigações aceites pelos serviçais ou a repressão legítima da falta desse cumprimento. No exercício desse poder ser-lhes-á permitido prender os serviçais que (...) se recusarem a trabalhar (...), [assim como] evitar que cometam faltas e empregar os meios preventivos necessários para os desviar da embriaguez, do jogo, e de quaisquer vícios e maus costumes que lhes possam causar grave dano físico ou moral." Esta "necessidade" é explicada no preâmbulo do decreto: "Preciso é (...) pôr nas mãos dos patrões direitos sem os quais não é possível manter a disciplina." Para tal, é-lhes permitido terem uma milícia nas suas propriedades. E o regulamento específico para Moçambique, do ano anterior, prevê que usem "os meios possíveis" para "melhorar a educação" aos indígenas, "corrigindo-os moderadamente, como se eles fossem menores". Prescreve também o luxo de um dia de repouso semanal, mas para ser gozado no local de trabalho, do qual o "serviçal" só se pode ausentar por quatro horas. Ainda assim, estes regulamentos falam de contratos "livres" e "voluntários" e proíbem grilhetas e algemas - não fosse alguém confundir o regime com o da escravatura.

Isso mesmo comenta, em outubro de 1922, o jornal de Lourenço Marques O Brado Africano, a propósito das denúncias internacionais de práticas esclavagistas nas colónias do país que bradava ser pioneiro no abolicionismo: "Não sabemos o verdadeiro nome disto mas... escravatura não é. Os administradores das circunscrições mandam prender os cidadãos para serem alugados aos machongueiros (...). Isto claro que não é escravatura (...) mas, os que estão de fora e que não conhecem os nossos processos administrativos vendo fazer isto (...), sugerem que se trata dos tempos da escravatura..." Apesar de no artigo 223.º do Regulamento de 1914 se ameaçar com prisão de seis meses a cinco anos "todo o português que publicar notícias falsas e tendenciosas, procurando demonstrar a existência de trabalho forçado ou não livre nas colónias portuguesas", O Brado e outras publicações foram relatando as atrocidades cometidas por administração colonial e colonos. Em 1925, narra-se a sorte dos trabalhadores da Incomati Sugar Estates, a quem era dada apenas uma refeição por dia, um "tijolo" de farinha de milho (em contravenção da lei, que obrigava a três refeições diárias, incluindo peixe ou carne e legumes): "Morrem muitos", conta ao narrador um local. "Como pode calcular, por causa de um preto doente, ninguém vai incomodar o doutor que está a grande distância. De vez em quando - continuou ele - os polícias matam aí um homem acusado de roubar cana. Esse e outros como ele são "atirados" por aí pois, como viu, o cemitério é só para brancos." Em 1927, o mesmo jornal noticia a entrada no hospital de 17 trabalhadores da Cotton Plantation de Changalane "num estado absolutamente horrível, de tal forma magros que não podiam andar e com a boca apodrecida pelo escorbuto".

Em 1926, já na ditadura, fora publicado o primeiro Código do Indigenato, que recusa direitos constitucionais aos "indígenas". No preâmbulo, fala-se de "mentalidade de primitivos", e proíbe-se-lhes a rescisão do contrato. Na Constituição de 1933, são integrados num capítulo à parte, o "Acto Colonial", mesmo se em 1930 a Organização Internacional do Trabalho adotara a Convenção sobre o Trabalho Forçado ou Obrigatório, que fixa cinco anos para a extinção do mesmo nos países signatários. Portugal assinou-a, mas só a ratifica em 1956; entra em vigor na ordem jurídica nacional em 1957 - a quatro anos do início da guerra colonial.

Difícil crer que um professor catedrático de Direito, constitucionalista e, supostamente, incansável leitor, além de filho do último ministro do Ultramar (1973/74), que fora governador de Moçambique de 1968 a 1970 e, entre 1944 e 1947, secretário de Estado do ministro das Colónias Marcelo Caetano, desconheça esta tenebrosa realidade. É certo que, como os compêndios escolares, toda a tradição discursiva dos responsáveis políticos prolongou na democracia a piedosa fábula de um Portugal "pioneiro do abolicionismo" e "farol do humanismo". Mas ir a Gorée, ao principal entreposto de escravos de África, como fez o PR, repetir essa cartilha de factos alternativos à guisa de pedido de desculpas é simplesmente vergonhoso.

Portugal. O PROBLEMA NÃO SÃO AS AUTÁRQUICAS, É A CONDUÇÃO POLÍTICA DO PSD


Quando olhamos para o PSD nos dias de hoje é nas autarquias que ainda sobrevive o PSD de ontem. Muitas vezes sitiado, maltratado, desprezado

Um dos aspectos mais vivos e dinâmicos do PSD sempre foi a sua actuação autárquica. O PSD tem obra em muitas autarquias, tem e teve excelentes autarcas e tem uma cultura de serviço nas autarquias que, no seu conjunto, o tornam um grande partido autárquico. Tem e teve também gente menos honesta, más escolhas e maus autarcas, e erros de gestão, como se passa com o PS. Mas, quando olhamos para o PSD nos dias de hoje é nas autarquias que ainda sobrevive o PSD de ontem. Muitas vezes sitiado, maltratado, desprezado, mas está lá com gente que conseguiu nestes anos do lixo manter uma relação dedicada e socialmente comprometida com os seus fregueses e munícipes. Nunca embarcaram no projecto de engenharia social do "ajustamento" e desconfiaram, e muito, do vezo anti-social de muitas medidas que eles sabiam muito bem vinham mais das ideias do grupo de Passos, do que eram exigidas, como hoje se diz falsificando a história, pela troika e aplicadas a contragosto. Eles também "ajustaram", mas há uma enorme diferença entre o modo como o fizeram, mantendo preocupações sociais que não existiam no Governo PSD-CDS. Resistiram à forte guinada para a direita do PSD. Mantiveram por isso uma relação com as suas terras e as suas gentes que foi rompida no topo do PSD e que cada vez mais divorciado está do comum das pessoas, como se vê consistentemente nas sondagens. 


2. Onde isso não aconteceu foi em Lisboa e no Porto e nas grandes cidades, onde a vida política tem, além de factores locais, elementos nacionais e onde pesa em primeiro lugar o "estado" nacional do PSD. Esta circunstância não era inelutável, mas exigia que houvesse candidatos excepcionais, mobilizadores por si mesmos, alargando o espaço partidário, e com uma relação tida como muito próxima das gentes e dos locais por onde concorrem. Ora, a crise nacional do PSD e o crescente aparelhismo que já vem muito de trás, seca tudo por onde passa e afasta os melhores, estiola as opções e não torna desejável concorrer pelo partido. Há gente muito capaz de ser um excelente candidato por Lisboa ou Porto, com as características de moderação, conhecimento e dedicação pela sua cidade, situados num espaço "central" entre o antigo PSD e o PS que considera que concorrer nos dias de hoje pelo PSD é pestífero. A história do Porto e de Sintra em 2013 é exemplar, com o aparelho do PSD a escolher candidatos pela fidelidade a Passos ou, pior ainda, a por interesses de carreira e ambição, e a abandonar um candidato que seria natural na sua área política como era Rui Moreira. O voluntarismo dos candidatos de Lisboa e do Porto, já que em Sintra o PSD teve que sofrer o vexame de aceitar que concorresse o candidato de 2013 que expulsou, não consegue resolver a ecologia nacional hostil.

3. Se o PSD autárquico ainda tem muitos traços do PSD dos "fundadores", social-democrata, moderado, dedicado à justiça social, com obra feita, o seu grande inimigo é o PSD nacional, em particular a direcção política de Passos Coelho, mas também a sua corte no partido, gente muito diferente dos self -made men do passado, ou dos profissionais com prestígio que moldaram o PSD em tempos idos, muitos com uma cultura alheia ao PSD e comprometidos com vários interesses, a começar pela gestão da sua carreira, que são o lastro que tem que trazer atrás de si. O PSD ganhou as eleições em 2015, não me esqueço disso, nem me esqueço que o programa eleitoral tinha muitas das "reversões" que agora se atacam no PS, mas tem-nas perdido todos os dias. Na verdade, como Portas intuiu quando se demitiu, o PSD e o CDS não voltam ao poder a não ser que tenham uma maioria absoluta, tão firme é a frente de rejeição que criaram nos anos da troika. Porque, se é verdade que o PSD ganhou, perdeu-as com idêntica legitimidade porque existia uma outra solução maioritária que até agora tem funcionado sem os cataclismos que foram previstos.

4. Porque é que o PSD começou a perder terreno, e muito, logo a seguir? Porque a condução política de Passos apontava, e aponta, num único sentido: a queda do Governo PS com um novo resgate e as sanções da Europa. Sempre disse que esta análise não é desprovida de alguma racionalidade – as bases do "sucesso" do PS são frágeis –, mas, o tempo e o modo como tem sido conduzida dá do PSD a imagem de que deseja tal crise e, na verdade, deseja-a. Ora, isso é mortífero para Passos e para o PSD, porque ninguém, a não ser os radicais à volta de Passos e a direita revanchista que o acompanha, aceita uma tese de quanto pior melhor.

5. E depois há um outro factor, a situação da Banca, que torna Passos e o PSD profundamente antipáticos em termos políticos, sem que haja por trás qualquer mérito em não se ser popular por se ser verdadeiro. Aqui é ao contrário, não só não se é verdadeiro, como atacar o PS pelo que se está a passar na Banca, é disparar contra si próprio, porque todos o problemas que o novo governo, mal, menos bem ou bem, está a resolver têm génese nas políticas do governo Passos, Portas e Maria Luís, por acção e omissão. É por isso que todas vezes que Passos abre a boca com arrogância para perguntar porque é que se vendeu assim o Novo Banco, a pergunta dá a volta à sala e volta-se para ele e diz "é preciso ter topete". Quem paga o "topete" são os candidatos autárquicos.

MÁRIO CENTENO SUGERE MODELO PORTUGUÊS À EUROPA


Em entrevista a jornal italiano, o ministro das Finanças fala de sucessos económicos e orçamentais sem recorrer apenas à austeridade.

Portugal encontrou uma forma alternativa de enfrentar os problemas económicos e orçamentais sem recorrer apenas à austeridade e esse é um modelo que os outros países europeus podem copiar, defendeu esta segunda-feira Mário Centeno, numa entrevista ao jornal italiano La Repubblica.

Num tom optimista em relação aos últimos desenvolvimentos na economia portuguesa, o ministro das Finanças salientou que "as exportações estão a crescer, a dívida começou a descer e o défice está ao nível mais baixo desde 1974", explicando que tal foi possível porque "os portugueses voltaram a ter confiança no país".

"Fomos capazes de lhes mostrar uma alternativa às políticas seguidas até agora na Europa, provando que os sacrifícios dão fruto", afirmou. Contudo, o ministro fez questão de salientar: "Não se deve classificar a nossa política apenas como anti-austeridade". "Há um pacote de reformas que cobre as receitas e as despesas e que nos permitiu provar uma coisa: condenar o contimento a um destino feito apenas de cortes foi um erro".

Partindo desta avaliação da situação portuguesa, Mário Centeno não teve dúvidas em afirmar ao jornal italiano que a Europa pode olhar para Portugal como "um modelo". "Na Europa, é tempo de olhar para o futuro. E penso que o modelo português — de encontrar uma alternativa sem colocar em causa a estabilidade do sistema — é uma receita que pode ser exportada para o resto do continente".

O ministro das Finanças português tem estado entre os nomes referidos como potenciais substitutos de Jeroem Dijsselbloem no cargo de presidente do Eurogrupo, num cenário em que os equilíbrios políticos e geográficos na zona euro apontam para a necessidade de o escolhido pertencer à família socialista europeia e ser proveniente de um país do Sul da Europa.

Sérgio Aníbal | Público

TIRAR AREIA DA ENGRENAGEM


Manuel Carvalho da Silva | Jornal de Notícias | opinião

Se tomássemos como base de análise das eleições presidenciais francesas e a opinião publicada ao longo dos últimos anos nos grandes meios de comunicação, teríamos de nos surpreender com o panorama político que agora nos é apresentado a duas semanas da primeira volta. O candidato oficial do Partido Socialista francês, Benoît Hamon, surge com menos de 10% nas sondagens. O candidato agregador da restante Esquerda, Jean-Luc Mélenchon, consegue chegar a terceiro lugar e ultrapassa o candidato da Direita gaulista, François Fillon. Mélenchon é portador de um programa estratégico de rutura política com a austeridade de Hollande, não evitando temas como a necessária reforma política do sistema presidencialista francês esclerosado, ou o confronto com as políticas europeias de austeridade. Não sabemos se conseguirá ultrapassar o "blairismo" vazio, mas abrangente, de Emmanuel Macron ou o protofascismo de Marine Le Pen. No entanto, o seu possível sucesso deve ser analisado com objetividade e tido em conta na busca de soluções políticas democráticas, alternativas ao rumo dominante nos países da União Europeia (UE).

O Partido Socialista francês será mais um partido social-democrata a estilhaçar-se. Veremos, lá para o fim do ano, se o SPD alemão contraria esta tendência e, acima de tudo, com que propostas concretas se apresentará perante o povo alemão e perante os europeus. Mas, seja qual for o resultado das eleições na Alemanha, uma coisa é clara: no atual contexto europeu, as relações de forças existentes inviabilizam mudanças positivas. Não é possível responder positivamente aos anseios dos povos e conseguir desenvolvimento dos países, com a UE mantendo as estruturas e os tratados em que assenta, as prioridades políticas definidas e as práticas de relacionamento interno e externo porque se pauta. É preciso ruturas e que estas privilegiem valores de solidariedade, de paz, de democracia e de soberania dos povos.

Em Portugal, a situação confortável do PS nas sondagens pode criar a ilusão - a muitos dos seus militantes - de que este partido é hoje uma espécie de irredutível aldeia de lusitanos num império de austeridade. Foi acertado e, acima de tudo, muito útil para os portugueses, que o PS tenha seguido o rumo que seguiu, trabalhando com todas as forças de Esquerda a base parlamentar que suporta o seu Governo. O PS tem beneficiado muito dos contributos do BE e do PCP. E será dramático se, face às contradições e negação das propostas da Direita, facilitar um cenário em que estes partidos são a Oposição de ocasião.

O PS, com mérito, tem conseguido "comprar tempo" de vida política. São muito positivos os pequenos passos dados a favor das pessoas e a melhoria da confiança na economia. Mas não pode continuar a adiar as necessárias ruturas com aspetos estruturantes da anterior política em campos tão relevantes como o trabalho, a saúde, a contratação coletiva ou a segurança social. Sabemos que estes são campos que enfrentam poderes maiores, nacionais e europeus, e que obrigam a instabilizar o centrão de interesses. Contudo, para a máquina funcionar e nos dar futuro, é preciso retirar areia da engrenagem.

Por exemplo, o combate à precariedade incomoda interesses instalados, mas a precariedade é um pedregulho na engrenagem do desenvolvimento. Pode ser desgastante a discussão que torne mais justo o acesso à reforma de trabalhadores com longas carreiras contributivas, mas ainda assim é preciso arrumar estes problemas para se tratar solidamente do futuro da Segurança Social.

Algumas propostas do BE e do PCP podem gerar tensão, mas isso não é drama. Pode até ser vantajoso se no processo de governação houver um amplo diálogo com múltiplos atores sociais e forte vontade de mobilização da sociedade.

É possível e indispensável discutir seriamente os engulhos da caducidade dos contratos coletivos de trabalho ou a recuperação de bases do princípio do tratamento mais favorável. Com empenho haverá soluções equilibradas. Urge valorizar o trabalho para diminuir o fosso que marca a distribuição da riqueza entre capital e trabalho em desfavor deste.

*Investigador e professor universitário

F-35 NA EUROPA FACE À AMEAÇA RUSSA? QUE AMEAÇA RUSSA? QUEM QUEREM ENGANAR?


AÇÃO PSICOLÓGICA EM CURSO: EUA APOIAM EUROPA FACE A AMEAÇA RUSSA

Notícia de há pouco dá-nos conta da chegada à Europa de aviões norte-americanos F-15 para “apoiar aliados face à ameaça Russa”. Mas que ameaça russa? Quem querem enganar? Se na realidade existe alguma ameaça para a paz na Europa e no mundo ela vem reiteradamente dos EUA e dos aliados na defesa dos interesses dos do 1% que são donos indevidamente legitimados de 99% dos vários recursos e da riqueza global.

Estão em curso operações sofisticadas para mentalizar os europeus e o mundo de que a Rússia é novamente uma ameaça, o mesmo estão a fazer contra a China em modo mais recente, para só referir as maiores potências que fazem frente aos EUA. Essas operações, de prenúncio da III guerra mundial, que afinal já está em curso, servem somente para dilatar a credibilidade das políticas e ações dos EUA com base nas suas mentiras e conveniências globais. Para agravar a situação temos a mídia na posse de grupos empresariais que demonstram a fidelidade ao Império Maldito que cada vez mais se revela, os EUA. Prova disso encontramos neste título que retiramos do Diário de Notícias, assim como restante texto. A ação psicológica dos ianques está em alta e aplicadíssima. Perigosa. Num vale-tudo impressionante para “fazer” a cabeça dos povos europeus e extender aos restantes povos do mundo. Devia de servir de exemplo a inqualificável mentira dos EUA relativamente às armas químicas do Iraque paras justificar a invasão daquele país… Os povos têm a memória curta, pelo visto. E agora “vêm aí os russos”. Curiosamente são os EUA que fazem e fomentam guerras por todo o mundo. Só não entende quem não vê, não ouve, nem fala disso; quem for cego, surdo, mudo… e vegetal. Saberá mais da “operação do Império Maldito” se continuar a ler. (MM | PG)

EUA enviam caças F-35 para a Europa

Aviação norte-americana vem apoiar aliados da NATO face à ameaça russa

Os novos caças F-35 da força aérea dos Estados Unidos aterraram este fim de semana no Reino Unido, como parte de uma medida norte-americana para tranquilizar os aliados europeus da NATO face à ameaça russa.

Os jatos F-35 aterraram no sábado na base aérea de Lakenheath, na Inglaterra, segundo a CNN. Durante semanas, farão manobras com outros aviões norte-americanos e com a aviação de países da Organização do Tratado do Atlântico Norte.

"É importante que treinemos juntos para nos tornarmos uma equipa perfeita capaz de defender a soberania das nações aliadas", disse o comandante das forças aéreas norte-americanas na Europa, o general Tod D. Wolters.

Os F-35 foram enviados no âmbito da iniciativa de reforço da segurança europeia criada por Obama em 2014, após a anexação da Crimeia por parte da Rússia. No seguimento desta iniciativa, os Estados Unidos já enviaram para a Europa aviões F-22, F-16, F-15 e A-10.

O F-35 é um dos aviões de combate mais avançados do mundo e tem a vantagem de ser invisível nos radares inimigos, oferecendo ao piloto uma visão de 360º a partir do cockpit.

Diário de Notícias ! Reuters ! Marine Corps ! Handout

O ASQUEROSO LEGADO DE DAVID ROCKFELLER


A morte de David Rockefeller, patriarca de fato do establishment (norte)Americano, aos 101 anos,  fez disparar na mídia corporativista uma cascata de louvores por sua alegada filantropia. Gostaríamos de colaborar para um retrato mais acurado do personagem.

F. William Engdahl, trad: btpsilveira

O século (norte)Americano de Rockefeller

Março de 2017 "Information ClearingHouse"­-em 1939, junto com seus quatro irmãos - Nelson, John D. III, Laurance e Winthrop - David Rockefeller e a Fundação Rockefeller, de propriedade da família, financiaram um grupo ultra secreto de Estudos de Guerra & Paz junto ao Conselho de Relações Exteriores de Nova Iorque, o mais influente grupo privado de think-tank dos Estados Unidos, que também era controlado pelos irmãos Rockefeller.

Uma plêiade de acadêmicos (norte)americanos foi reunida mesmo antes da eclosão da Segunda Guerra Mundial para planejar um império pós guerra, que o colaborador da Time-Life Henry Luce mais tarde denominou de Século (norte)Americano. Foi elaborado um projeto para arrebatar o império global das mãos dos britânicos já arruinados, mas cuidadosamente, decidiram que não chamariam isso de Império. Em vez disso preferiram usar o chavão "espalhar a democracia, a liberdade e o modo (norte)americano de livre empreendimento".

O projeto analisava o mapa geopolítico do mundo e planejava de que maneira os Estados Unidos poderiam substituir o Império Britânico como potência dominante de fato. A criação das Nações Unidas foi um movimento crucial. Os irmãos Rockefeller doaram a terra em Manhattan para o Quartel General da ONU (e no processo acabaram lucrando bilhões de dólares pela valorização dos terrenos adjacentes, também de propriedade dos irmãos). É o jeitinho Rockefeller de fazer "filantropia". Cada doação promovida é cuidadosamente calculada para aumentar a riqueza e o poder da família.

Após a guerra, David Rockefeller dominou a política externa dos Estados Unidos e as incontáveis guerras na África, América Latina e Ásia. A facção Rockefeller criou a Guerra Fria contra a União Soviética e a OTAN para tornar vassalos do ocidente uma Europa Oriental que revivia. No meu livro, "The Godsof Money" conto em detalhes como eles fizeram isso. Aqui, quero colocar em consideração vários exemplos dos crimes contra a humanidade de David Rockefeller.

Pesquisa biológica de Rockefeller: "Controle a população..."

Se é verdade que a filantropia deve ser motivada pelo amor aos nossos semelhantes, as doações dos Rockefeller não são. Considere a pesquisa médica, por exemplo. Durante o período entre 1939 e a guerra, a Fundação Rockefeller financiou pesquisa biológica no Instituto Kaiser Wilhelm em Berlim. Tratava-se da eugenia nazista -como criar uma raça superior e como esterilizar ou matar aqueles que são considerados "inferiores". A eugenia nazista foi financiada por Rockefeller. A empresa Standard Oil, de propriedade da família, violou a lei dos Estados Unidos ao fornecer combustível secretamente para a Força Aérea Nazista durante a guerra. Depois da Guerra, os irmãos Rockefeller deram um jeito de arregimentar cientistas nazistas envolvidos em experimentos medonhos com seres humanos para serem introduzidos nos Estados Unidos e Canadá com identidades novas, para continuar seus experimentos eugênicos. Muitos trabalharam para a CIA no projeto secreto MK-Ultra.

Nos anos 50, os irmãos Rockefeller fundaram o Conselho Populacional, paraeugenia avançada. Agora disfarçada como pesquisa populacional e controle de natalidade. Nos anos 70, eles eram responsáveis por um projeto Ultra Secreto do governo dos EUA, dirigido por Kissinger, Assessor do Conselho Nacional de Segurança Rockefeller, intitulado NSSM-200 "Consequências do Crescimento da População Mundial para a Segurança dos Estados Unidos e de seus Interesses Além Mar".

O projeto questionava o crescimento populacional em nações em desenvolvimento com matéria prima estratégica como petróleo ou minerais como uma "ameaça para a segurança nacional" dos Estados Unidos, porque o crescimento da população poderia fazer crescer a demanda nesses países por esses matérias primas, que poderiam ser usadas internamente (sic!). O NSSM-200 fez dos programas de redução populacional no mundo uma precondição para receber ajuda dos Estados Unidos. Nos anos 70, a Fundação Rockefeller, de David Rockefeller, também financiou em conjunto com a Organização Mundial de Saúde o desenvolvimento de uma vacina especial contra tétano que limitava o crescimento populacional ao tornar as mulheres incapazes de manter uma gestação, prejudicando o processo de reprodução humana literalmente antes que ele acontecesse.

A Fundação Rockefeller criou todo o campo da manipulação genética através e suas parcerias com a Corporação Monsanto e através do financiamento de pesquisa universitária biológica para criar o "canhão de genes" e outras técnicas de alteração artificial da genética de determinada planta. O objetivo buscado pelos disseminadores dos Organismos Geneticamente Modificados (OGM), desde a época em que Rockefeller patrocinou o projeto desastroso do arroz dourado nas Filipinas, é usar o controle genético para controlar a cadeia alimentar de seres humanos e animais. Hoje, mais de 90% de todas as sementes de soja que crescem nos Estados Unidos são OGM, juntamente com mais de 80% de todo o milho e o algodão. No entanto, ainda não são assim rotulados.

"Controle o Petróleo..."

A fortuna dos Rockfeller é lastreada em companhias de petróleo como a ExxonMobil, Chevron e outras. Henry Kissinger, conselheiro político de David Rockefeller desde 1954, esteve envolvido em todos os maiores projetos dos irmãos. Kissinger manipulou secretamente a diplomacia no Oriente Médio para disparar um embargo de petróleo árabe através da OPEP em 1973.

A crise do petróleo de 1973/774 foi orquestrada por uma organização secreta criada por David Rockefeller nos anos 50, conhecida como Grupo Bilderberg. Em maio de 1973 David Rockefeller e os presidentes da maiores companhias de petróleo dos Estados Unidos e do reino Unido se encontraram em Saltsjoebaden, Suécia, no encontro anual do Grupo Bilderberg para planejar a crise do petróleo. A culpa? Foi lançada às costas de "xeques petroleiros gananciosos". Dessa forma, o dólar dos Estados Unidos, em queda, foi salvo, e os bancos de Wall Street, entre os quais o Chase Manhattan, de David Rockefeller, se tornaram os maiores do mundo. Este autor tem o protocolo "confidencial" do encontro onde foi discutida a estratégia de alta do preço, seis meses antes da realização da guerra árabe/israelense. Para documentação, você pode ler meu livro "Um século de guerra". Nos anos 70, Kissinger resumiu a estratégia de David Rockefeller: "se você controla o petróleo,  controla nações inteiras; se você controla a comida, controla o povo; e se você controla o dinheiro, controla o mundo inteiro".

"Controle o dinheiro..."

David Rockefeller foi presidente do Chase Manhattan Bank, o banco da família. Ele também foi o responsável por fazer o vice presidente do Chase, Paul Volcker, se tornar o presidente do Federal Reserve sob o governo Carter e implementar o choque da taxa de juros Volcker que, mais uma vez, salvou o dólar em queda e os lucros de Wall Street, incluindo, claro, o Chase, às custas da economia mundial.

A "terapia de choque" das taxas de juros de Volcker em outubro de 1979, apoiada por Rockefeller, criou a "Terceira crise mundial da dívida" nos anos 80. Rockefeller e Wall Street usaram a crise dos débitos para forçar privatizações estatais e desvalorização drástica da moeda em países como a Argentina, Brasil e México. Então, Rockefeller e seus amigos como George Soros, se apoderaram das jóias da coroa nesses países a preço de banana.

O modelo foi muito parecido com o usado pelos bancos ingleses contra o Império Otomano depois de 1881, quando eles tomaram de fato o controle das finanças do Sultão, através do controle de todas as receitas fiscais através da Dívida da Administração Pública dos otomanos. Rockefeller usou a crise da dívida de 1980 em proveito próprio para saquear os países endividados da América Latina e África, usando o FMI como sua polícia financeira. Ele era amigo pessoal de alguns dos mais selvagens e sanguinários ditadores na América Latina, entre eles o General Jorge Videla na Argentina ou Pinochet no Chile, os quais conseguiram seus empregos através de golpes arranjados pela CIA, ordenados pelo então Secretário de Estado Henry Kissinger, que estava por trás dos interesses da família Rockefeller na América Latina.

Através de organizações como a sua Comissão Trilateral, Rockefeller foi o principal arquiteto da destruição de várias economias nacionais e fez avançar a assim chamada Globalização, uma política que beneficia principalmente os grandes bancos de Wall Street, a City de Londres e um grupo seleto de corporação globais - os mesmos que são membros convidados da Comissão Trilateral. A Comissão Trilateral foi criada por Rockefeller em 1974. A seguir ele deu a seu grande amigo Zbigniew Brzezinski o trabalho de escolher seus membros nos Estados Unidos, Japão e Europa.

Quando você fala sobre uma rede poderosa e invisível chamada por alguns de Estado Profundo, tenha em mente que David Rockefeller se via como o patriarca desse Estado Profundo. Seus atos merecem ser chamados pelo que são na realidade - misantropia e não filantropia.

Oriente Mídia/ Information Clearing House | em Pravda.ru

CERCA DE 1.500 PRISIONEIROS PALESTINIANOS EM GREVE DE FOME


Israel não tenciona ceder a qualquer exigência dos cerca de 1500 prisioneiros palestinianos em prisões israelitas que ontem começaram uma greve de fome para tentarem obter mais privilégios. O ministro da Segurança Interior, Tzachi Hanegbi, citado pelo diário hebraico "Ha'aretz", foi taxativo: "Os prisioneiros podem não comer por um dia, por uma mês, até morrer à fome, no que me diz respeito".

Os detidos alimentar-se-ão apenas de líquidos, especificou ontem o porta-voz da administração das autoridades penitenciárias Ofer Lefler. Nas prisões de Nafhah e Eshel (Sul de Israel) metade dos detidos fizeram greve, uma ideia que se espalhou a outras entre os 20 locais onde estão detidos cerca de 8000 palestinianos em Israel - destes, 3.880 são considerados um perigo para a segurança do Estado hebraico.

Entretanto, um responsável dos serviços prisionais garantia que nenhum prisioneiro iria morrer de fome, já que iriam ser acompanhados por médicos e, se necessário, seriam alimentados à força. Também foram tomadas disposições de segurança contra possíveis motins, acrescentou à AFP.

"Imediatamente após o início da greve de fome, privámos os detidos de um certo número de privilégios. Os aparelhos eléctricos - nomeadamente televisões e rádios - foram confiscados, foram privados da distribuição de jornais, doces e cigarros, assim como de visitas", dizia um comunicado da administração penitenciária. Os grevistas querem telefones públicos nas alas da prisão, a remoção dos vidros que os separam das visitas e que acabem o que chama buscas corporais "intrusivas".

"Declaramos, em nome de Deus, a nossa decisão de lançar uma greve de fome", começava por anunciar um comunicado da Sociedade Palestiniana de Prisioneiros. "Israel tem-nos roubado todos os nossos direitos, ignorado a nossa dignidade e tem-nos tratado como animais", concluía. Israel recusa-se a modificar qualquer uma destas regras. A maior parte das reivindicações dos reclusos, dizem os serviços de segurança das prisões, serviriam para que estes pudessem planear atentados. "Eles não querem telefones para dizer 'olá' às famílias. Querem dar ordens para ataques terroristas", disse o superintendente de uma das prisões, Yosef Mikdash. Uma palestiniana que participou, em Nablus, numa das várias manifestações pela Cisjordânia e Faixa de Gaza em apoio dos prisioneiros segurava uma fotografia do marido, detido em Israel. Fatma Maslamani, 43 anos, queixou-se, à Associated Press, de não o ver há quatro anos. "Se o pudesse visitar, pediria para levantarem o vidro para que ele pudesse abraçar os seus filhos." Dahlan pode voltar ao governo palestiniano.

Entretanto, a AFP informava que Mohammad Dahlan, o homem que estará por trás da revolta de militantes da Fatah em Gaza que exigem reformas e que é ainda o homem forte da segurança na Faixa, poderá voltar a integrar o governo palestiniano. Citando responsáveis palestinianos sob anonimato, a agência dizia que Dahlan tem feito pressão para ocupar uma pasta importante que não só lhe dê competências no âmbito da segurança mas também na política geral.

Contando com o apoio do primeiro-ministro Ahmed Qorei, o seu reingresso acabava por esbarrar na oposição do presidente Yasser Arafat, acrescentaram os responsáveis sob anonimato. Uma reunião entre Dahlan e Arafat, marcada para os próximos dias, seria ser um sinal de alguma flexibilidade do líder palestiniano.

Dahlan, que nega estar por trás da revolta dos jovens militantes das Brigadas dos Mártires de Al-Aqsa que pedem luta contra a alegada corrupção dentro do movimento a que estão ligados, a Fatah, fez parte do anterior executivo de Mahmud Abbas (Abu Mazen).Abbas e Dahlan acabaram por se demitir após desentendimentos entre governo e Arafat sobre quem deveria exercer autoridade sobre as forças de segurança palestinianas. Qorei, o chefe do governo seguinte, também ameaçou demitir-se na sequência da mais recente crise de rebeldia dentro da Fatah, mas acabou por ficar depois de várias promessas de Arafat, incluindo a garantia de o deixar remodelar o executivo.

Maria João Guimarães | Público

BOLO DE CHOCOLATE: O NOVO NORMAL DA POLÍTICA EXTERNA DE TRUMP


Pepe Escobar

Eis o comandante em chefe dos EUA a recordar o "belo bolo de chocolate" que comeu com o presidente Xi e explicar o seu passo seguinte em relação à Coreia do Norte:

"Estamos a enviar uma armada. Muito poderosa. Temos submarinos. Muito poderosos. Muito mais poderosos do que o porta-aviões. Posso garantir-lhe".

Como se bombardear a Coreia do Norte, armada com o nuclear, fosse tão fácil como disparar Tomawawks para uma base aérea semi-deserta na Síria. Mas então, aqui está a beleza da caixa de chocolates de política externa:  nunca se sabe o que vai acontecer.

A NATO estava "obsoleta". A seguir "já não está mais obsoleta". A China era uma manipuladora da divisa monetária. A seguir já não é mais manipuladora da divisa. Já não haveria mais aventuras no Médio Oriente. A seguir recua para as posições de Hillary e bombardeia a Síria. A Rússia supunha-se ser um parceiro – basicamente em acordos de petróleo e gás, enquanto a relançada regra kissingeriana do Divida e Domina tentaria descarrilar a parceria estratégia Rússia-China. A seguir a Rússia é má porque apoia o "animal" (sic) Assad. 

Algumas (outras) coisas nunca mudam. O Irão continuará a ser demonizado. A combinação NATO-GCC (Conselho de Cooperação do Golfo) continuará a ser reforçada. A Casa de Saud aterrorizando o Iémen continuará a ser um aliado próximo da GGT (Guerra Global ao Terror).

É como se a máquina totalmente disfuncional da administração Trump se tornasse uma prisioneira do seu dever ininterrupto de justificar os Tomahawks com chocolate do Comandante-em-Chefe acerca de meias voltas e mentiras gritantes, apesar da sua força anterior decorrente da revelação das mentiras e da hipocrisia inerentes ao nexo entre o establishment e o estado profundo dos EUA.

Xi ao telefone 

A inteligência russa pode muito bem ter inferido – correctamente – que o principal objectivo da visita do secretário de Estado "T. Rex" Tillerson a Moscovo era tanto quanto possível acalmar o jogo de apostas altas no momento em que Trump se move para um confronto directo com Pyongyang. Washington simplesmente não pode manusear crises múltiplas e simultâneas na Síria, Ucrânia, Coreia do Norte, Mar do Sul da China, Afeganistão. A possível data final é 9 de Maio, a eleição presidencial sul coreana que poderia travar qualquer ataque dos EUA à Coreia do Norte.

Os media japoneses e sul coreanos estavam histericamente a relatar a movimentação de até 150 mil soldados do Exército de Libertação Popular (ELP), parte do 16º, 23º, 39º e 40º Grupo de Exércitos, para a fronteira chinesa-norte-coreana. Estas forças não são agressivas; elas ao invés coordenam esforços para aliviar uma crise de refugiados no caso – aterrador – de irromper uma Segunda Guerra da Coreia.

O Ministério da Defesa chinês emitiu uma espécie de non-denial denial [1] acerca da movimentação. Mas o elemento crucial foi o subsequente telefonema de Xi Jinping a Trump. A prioridade número era esvaziar a narrativa dos media corporativos dos EUA de que Pequim aprovaria um ataque dos EUA contra a Coreia do Norte (ao contrário, Pequim estava seriamente preocupada). Os media chineses destacaram Xi a enfatizar a um Trump volátil que a única saída possível era trabalhar rumo a uma desnuclearização pacífica da Península Coreana.

A prioridade número dois era neutralizar a noção das falsas notícias de que Xi, frente à sua sobremesa de Tomahawk com bolo de chocolate em Mar-a-Lago, havia concordado com novos ataques dos EUA à Síria. No seu telefonema, Xi mais uma vez enfatizou que a única saída na Síria é uma solução diplomática.

Com bela escola de política externa Bolo de Chocolate como novo normal, agora ninguém tem uma pista do que é a política de Washington na Síria e de quem está a conduzi-la (esta era a informação chave que Lavrov, ministro dos Negócios Estrangeiros, estava a tentar extrair de Tillerson).

A política anterior era óbvia; balcanização ligeira, com um enclave curdo no deserto oriental, a ser dirigido por proxies dos EUA tal como o pequeno PYD da população curda da Síria; Israel absorver mais outra extensão das Alturas do Golan; um bocado do norte para a Turquia; e bastante imóveis para sunitas e jihadistas variados.

Mesmo antes do show Tomahawk, responsáveis da inteligência militar dos EUA dispersos por todo o Médio Oriente tinham sérias dúvidas acerca do que se tornaria a narrativa oficial da Casa Branca sobre o ataque químico de Idlib. Antigos defensores da inteligência dos EUA, incluindo Ray McGovern, Phil Giraldi e Bill Binney, até escreveram um memorando para Trump pedindo uma investigação honesta e independente – tal como Lavrov posteriormente deixaria claro na sua conferência de imprensa com Tillerson. A narrativa oficial foi também desmascarada por um professor do MIT como "totalmente falsa".

Sem considerar se Trump percebeu o caminho através de um vídeo no YouTube sobre os Capacetes Brancos ou se foi aniquilado pelo eixo necon/neoliberalcon, os factos no terreno não mudam.

Moscovo simplesmente não vai ceder quanto à sua esfera de influência na Síria para Donald Trump ou o estado profundo. A Rússia quase venceu a Guerra Síria ao impedir a formação de um Emirado do Takfiristão e neutralizar a possibilidade de salafi-jihadistas russos/chechenos/uzbeques operarem em aliança com Jabhat al-Nusra e/ou Daesh retornarem para assolar o Cáucaso. Sem mencionar que mais de 75% da população da Síria está agora a viver nas partes funcionais do país controladas por Damasco.

Quando em dúvida, semeie o caos 

O complexo Partido da Guerra/militar-industrial-segurança-media quer guerra, qualquer guerra; é bom para o negócio e audiências. Os neocons querem uma guerra para conter o Irão. O professor Stephen Cohen está realmente alarmado . Ninguém sabe com certeza se Trump agora é um mero refém de Mad Dog Mattis, HR McMaster e companhia os quais acreditam que ele está realmente no comando, ou se ele aperfeiçoou alguma espécie de jiu-jitsu geopolítico genial não transmissível por tweet.

Um analista de inteligência dissidente, americano, residente do Médio Oriente pinta um quadro muito mais sombrio: "Os EUA não tolerarão uma aliança Rússia-China inclinando a balança de poder. A Coreia do Norte e a Síria são meros peões nesta luta que quase não tem significado para eles próprios. Os russos acreditam que os EUA estão determinados a ir à guerra contra eles, se bem que permaneçam inseguros quanto ao desempenho dos seus mísseis defensivos S-500. Os russos dizem que mais operações encobertas (false flags) estão para vir na Síria, enquanto os chineses também estão a rever quaisquer compromissos dos EUA com base no que viram na Síria.

O presidente Putin quase declarou, publicamente, que Moscovo não pode confiar em Washington. A Rússia tem estado pacientemente a aumentar sua capacidade de defesa contra mísseis – até o ponto em que o seu espaço aéreo possa, antes do fim da década, ser impenetrável.

Lavrov no passado referiu-se muitas vezes ao "caos administrado" – um "método de fortalecimento da influência estado-unidense" exibindo "projectos" que "deveriam ser lançados longe dos Estados Unidos em regiões que são cruciais para o desenvolvimento económico e financeiro global". A Escola de Política Externa do Belo Bolo de Chocolate pode ter forçado toda a gente a perder-se num baile de máscaras. Mas Moscovo – e Pequim – parecem ver isto como aquilo que é; mais uma faceta do caos não administrável. 

13/Abril/2017

[1] Non-denial denial: é uma declaração que, à primeira vista, parece uma negação directa, clara e não ambígua de alguma alegada acusação, mas ao ser analisada cuidadosamente verifica-se não ser uma negação e, portanto, não é explicitamente mentirosa se a alegação for de facto correcta.   É um caso em que palavras literalmente verdadeiras são utilizadas para transmitir uma impressão falsa. 

Referendo na Turquia. ALEGADOS RESULTADOS FRAUDULENTOS DÃO MAIS PODERES A ERDOGAN


Sobre o referendo na Turquia foi anunciada a vitória do sim por pouco mais de 1%. Não fosse a constatação da existência de boletins de voto “piratas” e na realidade era possível afirmar com verdade que os eleitores turcos tinham votado no “sim” aos poderes alongados e ditatoriais de Erdogan. Só que existem provas das denúncias referentes a boletins de voto “martelados”. A oposição denunciou o evidente, a fraude, com consistência, apoiada em factos, mas nem assim a imprensa internacional deixou de se prestar a dar por certa a vitória do “sim”. 

Não só o regime de Erdogan manipula como também alguma comunicação social dá cobertura a essa manipulação. O que pode estar em causa é uma fraude eleitoral ao estilo do regime de Erdogan. Sendo assim o resultado da consulta referendária aos eleitores turcos pode ser um “nim” ou um categórico “não” às pretensões ditatoriais erdoganianas. O tempo o dirá mas não é de descartar que tudo fique como está e a fraude seja mesmo vencedora com um “sim” que dará poderes de sagrado ditador a Erdogan. Ao dispor mais notícias se continuar a ler. (PG)

Mais poderoso, Erdogan fala na pena de morte e pode governar até 2029

Vitória à justa do 'Sim' no referendo

O ‘Sim’ venceu no referendo sobre as alterações constitucionais na Turquia. Com perto de 99% dos votos contados o ‘sim’ liderava, com 51,3% dos votos, contra os 48,7% de votos no ‘Não’. Só dentro de dias os resultados serão oficialmente confirmados. No entretanto, há queixas na oposição, ao mesmo tempo que o poder de Erdogan cresce.

O Partido Republicano do Povo (CHP, social-democrata e principal força da oposição) criticou a decisão da Comissão Eleitoral em aceitar como votos válidos boletins que não possuíam o seu carimbo. A recontagem pedida pode implicar cerca de 2,5 milhões de votos, acrescenta o The New York Times.

Entre os especialistas referidos pelo jornal nova-iorquino salienta-se que a vitória foi por uma diferença mais escassa do que a dada altura as análises apontavam.

Em Istambul, onde fez o seu discurso, Erdogan falou numa vitória histórica. E abriu caminho a um outro referendo, que provavelmente acabaria com as hipóteses de a Turquia algum dia aderir à União Europeia.

Como dá conta a Reuters, Erdogan admitiu falar com o primeiro-ministro Binali Yildirim sobre a hipótese de levar a referendo a pena de morte. Caso fosse reinstituída, a medida implicaria o fim das negociações, já que a pena de morte é uma das ‘linhas vermelhas’ impostas por Bruxelas para a adesão de um membro novo.

Desde a tentativa de golpe de Estado, em julho do ano passado, que Erdogan tem aumentado o seu poder no país. Foram aos milhares as detenções e afastamentos nas semanas seguintes ao golpe falhado.

Ao mesmo tempo, a popularidade de Erdogan no país mantém-se. E em 2019 as eleições poderão repetir-se. Como as regras são reformuladas, o presidente turco poderá ir a votos. E caso se mantenha líder durante dois mandatos, pode muito bem vir a governar o país até 2029.

A propósito deste referendo, saliente-se, o Notícias ao Minuto entrevistou recentemente o embaixador da Turquia em Portugal.

Pedro Filipe Pina | Notícias ao Minuto

Principal partido da oposição da Turquia pede anulação do referendo

O principal partido da oposição da Turquia, Partido Republicano do Povo (CHP, social-democrata), pediu hoje ao conselho eleitoral para cancelar os resultados do referendo de domingo devido a irregularidades no escrutínio.

Bulent Tezcan, vice-presidente do CHP, defendeu haver "apenas uma maneira de acabar com as discussões sobre a legitimidade do voto e deixar as pessoas à vontade, que é o Supremo Conselho Eleitoral cancelar a votação".

A decisão sem precedentes daquele conselho de aceitar como válidos boletins sem o carimbo oficial originou indignação entre os partidos da oposição.

Tezcan disse que não é possível as autoridades determinarem quantos boletins de voto deram entrada de forma irregular.

O "sim" venceu o referendo destinado a reforçar os poderes presidenciais na Turquia com 51,37% após a contagem dos boletins de 99,45% das urnas.

Lusa | em Notícias ao Minuto