sexta-feira, 8 de junho de 2018

AMBIENTE Portugal é o primeiro país a sofrer consequências do lixo no Mediterrâneo

A associação WWF revela que 95% dos resíduos encontrados no Mediterrâneo são plásticos.

O Mediterrâneo pode transformar-se num mar de plástico. O alerta é da World Wide Fund (WWF). Um relatório da organização ambientalista internacional explica que o impacto da poluição plástica no Mediterrâneo tem repercussões em todo o mundo e Portugal é o primeiro país a sofrer as consequências porque está na rota de saída deste mar.
A associação alerta para o perigo dos microplásticos, esferas minúsculas de plástico muitas vezes presentes em produtos de higiene e cosmética como os exfoliantes corporais, o gel de banho ou a pasta de dentes.
O relatório agora conhecido revela que 20% dos peixes em Portugal têm microplásticos no estômago. Estas substâncias predominam nas praias em Portugal e representam 72% do lixo encontrado zonas industriais e estuários. As piores zonas são Lisboa e a Costa Vicentina devido à proximidade dos estuários do Tejo e Sado.
A costa nacional apresenta dados preocupantes ao longo da cadeia alimentar marinha, sobretudo em espécies que servem de alimento a peixes e mamíferos.
A WWF revela que 80% das tartarugas-marinhas-comuns, cujos juvenis se alimentam nos Açores, comem lixo, na sua maioria plástico.
A maior parte do lixo vem de países como a Turquia e Espanha, seguida pela Itália, Egito e França. Todos os anos cerca de 300 mil toneladas de plástico chegam ao Mediterrâneo.
O relatório alerta também para o papel do turismo na poluição e refere que os mais de 200 milhões de turistas que visitam a região todos os anos são responsáveis por um aumento de 40% no lixo marinho.
Além do impacto na vida marinha, os especialistas explicam que a poluição tem consequências preocupantes para o turismo e a pesca, com o setor a perder mais de 61 milhões de euros todos os anos.
A WWF pede aos governos, empresas e cidadãos que adotem ações para reduzir a poluição por plásticos em ambientes urbanos, costeiros e marinhos. A organização propõe um acordo internacional juridicamente vinculativo para eliminar a descarga deste material nos oceanos.
O Mediterrâneo é um dos mares com maiores níveis de poluição em todo o mundo. Se nada mudar, o mar terá uma tonelada de plástico por cada três toneladas de peixe em 2025 e em 2050 os oceanos podem mesmo vir a ter mais plástico que peixe.
O Mar Mediterrâneo é uma armadilha plástica, avisa a World Wide Fund, neste Dia Mundial dos Oceanos. Em Portugal, os plásticos representam mais de 70% do lixo encontrado nas praias.
As Nações Unidas lembram que todos os anos, 8 milhões de toneladas de plástico vão parar aos oceanos. A poluição mata anualmente, cerca de 100 mil mamíferos e um milhão de aves marinhas.
Fonte: TSF

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