O Tribunal que está a julgar o caso de corrupção no futebol para apostas desportivas "Jogo Duplo" mandou, esta quinta-feira, libertar Carlos Silva, conhecido como "Aranha", e Gustavo Oliveira, dois membros dos Super Dragões. Os dois arguidos estavam em prisão domiciliária.
O julgamento do "Jogo Duplo" está na reta final. O coletivo de juízes decidiu que as medidas de coação podiam ser alteradas, uma vez que apenas faltam ouvir duas testemunhas de acusação, que nada interferem com a acusação de "Aranha" ou Gustavo Oliveira. Apenas Diego Tavares, antigo jogador do Oriental vai permanecer em prisão domiciliária, porque o ser pedido de alteração de medidas de coação ainda não foi analisado pelo tribunal de Lisboa. Tudo indica que deverá ser libertado tal como os dois outros arguidos.
Os 27 indivíduos respondem em tribunal por crimes de associação criminosa, corrupção ativa e passiva no desporto e "apostas desportivas à cota de base territorial fraudulentas". Os arguidos teriam ligações a empresários oriundos da Malásia, cujos nomes surgem referenciados na investigação, embora não tenham sido acusados. De acordo com a acusação do Ministério Público, estes indivíduos financiavam as luvas pagas aos jogadores para manipular os resultados.
Com o conhecimento antecipado dos resultados, o grupo obtinha lucros chorudos em sítios internacionais de apostas, na Internet e ainda no jogo Placard, este último utilizado paralelamente por alguns jogadores do Oriental.
A operação da Polícia Judiciária foi desencadeada a 14 de maio de 2016. Após o apito final das partidas Oliveirense-Leixões e Atlético-Oriental, dezenas de inspetores detiveram nos campos oito futebolistas, empresários e outros indivíduos ligados ao futebol, além de dois dirigentes do Leixões.
Em março do ano passado, decorreu a segunda fase da operação, com seis detidos e a constituição de mais oito arguidos.
Paralelamente às apostas, o caso também envolve o Leixões por suspeitas de viciação do resultado de um jogo da equipa de Matosinhos em Oliveira de Azeméis, cuja vitória valeu a manutenção na II Liga ao clube, então liderado por Carlos Oliveira, também arguido.
O Ministério Público já pediu o afastamento do Leixões da I e II ligas por um período de três anos.
JN
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