A volta às aulas está quase chegando. Com mais um semestre a frente , talvez seja o momento de recuperar as notas ou melhorar os estudos. Sabemos que para muitas pessoas estudar pode ser um grande desafio, seja por dificuldade de concentração , seja por que não entender o assunto, ou simplesmente por não saber “como” estudar.
Como psicóloga, percebo que a maior dificuldade que ocorre quando falamos de estudar, é a dificuldade que a pessoa tem por não conseguir administrar seu tempo de estudos, além de ficar dispersa se distraindo facilmente . O resultado é que a pessoa não consegue reter o que estudou porque o conteúdo não se fixa na memória.
Diante disso separei cinco dicas que irão te ajuda a estudar sozinho e obter uma maior rendimento:
1 - Defina um foco
A primeira coisa a se fazer para que seja produtivo é definir o que você irá estudar. Pode parecer bobagem, mas é importante ter isso em mente, senão você irá se perder no processo. Faça uma lista simples com a matéria a ser estudada e o tempo que irá se dedicar a cada uma. Por maior que seja a tentação, não pule ou mude de matéria sem ter terminado a anterior. Comece pela matéria mais difícil e termine com a que você tem mais facilidade. Não coloque muito tempo para cada matéria, o ideal é estudar um pouco de cada todos os dias.
Faça intervalos regulares durante o estudo. De modo geral, a pessoa prefere estudar “direto”, sem intervalos, na expectativa de adiantar logo o conteúdo, e também porque tem a impressão de que fazer intervalos é perda de tempo – grande engano. Para estudar durante longos períodos de forma produtiva, o cérebro precisa “arejar” e se recuperar do esforço de tempos em tempos. Assim, pequenas pausas de 15 minutos após 1h e meia ou 2 de estudo, e intervalos maiores entre os turnos (manhã e tarde; tarde e noite) permitem bom rendimento durante todo o período. Baixe aqui o seu plano de estudo : PLANO DE ESTUDO .
2- Avalie seu rendimento com exercícios
A pratica leva a perfeição, certo? Corretíssimo ! Fazer exercícios do que foi estudado irá te ajudar a memorizar , além te de ajudar a perceber quais pontos você precisa melhorar. Quanto mais exercícios você fizer melhor será o seu resultado. Quando sentir que já conseguiu absorver todo o material estudado, aumente a dificuldade do exercício.
Em 2006, pesquisadores mostraram que alunos que estudavam um conteúdo e, após uma semana, faziam exercícios conseguiam resultados muito melhores do que aqueles que estudavam uma vez e depois reviam o mesmo material, sem realizar exercícios. Isso ficou conhecido como o efeito de teste, em inglês “testing effect”. Embora muitos professores e cientistas já suspeitassem desse resultado, apenas em 2006 esses resultados foram considerados suficientes para comprovar que os exercícios melhoram a aprendizagem e a retenção na memória. Em 2010, a revista Science publicou uma pesquisa de como os exercícios afetariam o cérebro, ajudando na retenção do conteúdo na memória.
3- Estude todos os dias um pouco
Atire a primeira pedra quem nunca deixou para última hora estudar para uma prova. Mas não é porque todo mundo faz que você deve fazer. O ideal é estudar um pouco todos os dias. De preferência as matérias que você teve no mesmo dia na escola ou faculdade. O acúmulo de matéria só irá te prejudicar, porque além de não ter tempo, não será possível estudar tudo, algo sempre será deixado para trás ou você não conseguirá absorver tudo o que poderia se tivesse estudado todos os dias.
Faça uma tabela horária de todos os seus dias da semana. Anote tudo que precisa fazer todos os dias, inclusive a hora de acordar e de dormir. Assim, você pode visualizar os momentos em que tem alguma folga. Separe o tempo em que você pode estudar e divida os conteúdos. Quer você esteja se preparando para o vestibular ou para a prova do colégio , com certeza você tem mais de uma matéria para estudar. Você pode estudar uma matéria por dia da semana ou mais de uma por dia, dependendo da importância e de como você se sente mais confortável. Experimente e descubra como você aprende mais!
Escolha um local e separe seus materiais. Você não quer ser interrompido o tempo todo enquanto estuda, certo? Escolha um lugar silencioso e bem iluminado. Tenha a mão tudo de que precisa para estudar e, assim, evite ter que se levantar o tempo todo para buscar alguma coisa
4- Faça resumo a mão do que foi estudado
Não adianta apenas ler, para uma melhor absorção do que foi estudado, faça resumos. Não faça resumo logo de cara. Leia todo o texto uma vez. Leia novamente . Depois comece colocando a ideia principal de cada parágrafo . Feito isso, pegue uma folha de papel e faça o resumo do texto com as suas palavras do que você compreendeu. Embora usar o computador seja mais fácil, faça a mão. No entanto, cientistas da Universidade de Princeton alertam que nem sempre o método mais rápido é o melhor. Quando se trata de tomar nota o mais indicado é escrever à mão: nos ajuda a focar no essencial e reter conceitos com mais facilidade.
Segundo os pesquisadores tomar nota implica em selecionar um dado (codificar) e recordá-lo mais tarde (armazenamento), o que confere benefícios de aprendizagem. Quando a primeira parte se torna muito fácil, perdemos a oportunidade de absorver algo novo, principalmente quando se trata de conceitos e não fatos. Escrever à mão, por outro lado, nos obriga a focar no essencial já que não somos fisicamente capazes de escrever cada palavra, o que facilita a assimilação.
5- Reserve um dia da semana para o lazer
Da mesma forma que os intervalos no estudo são importantes, ter um dia (ou ao menos parte dele) dedicado ao lazer é muito importante para poder seguir na maratona pelo tempo que for necessário.
É nesse momento que todo o corpo pode efetivamente “voltar ao estado normal” e recuperar as energias para retomar o foco de estudo na semana seguinte. Mas não estou falando de, simplesmente, descansar, mas de ter algum lazer de verdade, que possa voltar a atenção do cérebro para outro tipo de assunto. E, nesse momento, não é para ficar culpado por não estar estudando: essa atividade também está inserida na estratégia de aprovação, pode ter certeza.
Debora Oliveira
Psicóloga Clínica
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