Autarca garante que não houve apoio de governos nos últimos 16 anos, apesar de todos os pedidos.
António Louro, vice-presidente da Câmara Municipal de Mação, garante que o incêndio que está a assolar o concelho “continua completamente descontrolado”, não tendo a madrugada atenuado a intensidade das chamas.
“Esta é a madrugada mais frustrante desde domingo, é o dia em que acordamos com mais fogo e quilómetros de frentes ativas, cinco ou seis frentes ativas a lavrar. A madrugada não foi suficiente para conseguir diminuir a intensidade do fogo. As próximas horas vão ser dramáticas, à medida que o dia for aquecendo, vamos voltar a ter um dia bastante negro no concelho”, explicou.
Quando questionado pela RTP, esta manhã, sobre o “principal obstáculo” do incêndio, António Louro revelou que tem sido difícil “reunir meios para fazer face a uma tragédia desta dimensão”.
“Os meios são sempre escassos, mas [neste caso] não estão à altura do problema que temos vindo a enfrentar”, frisou o autarca.
Até ao momento arderam “cinco ou seis habitações permanentes, muitas secundárias, muitos anexos das habitações, várias viaturas, carrinhas, tratores, equipamentos”.
António Louro ressalva ainda que foram perdidos “30 anos de esforço, 16 desde que aconteceu o último incêndio e outros 16 para voltarmos a estar como estávamos”.
“Passámos os últimos 16 anos a correr para todas as secretarias de Estado das Florestas e a pedir ajuda aos secretários de Estado, aos ministros da Agricultura, porque tínhamos a certeza de que este dia ia voltar. Foi completamente em vão. As autoridades foram incapazes de fazer um esforço para nos acompanhar”, acusou o vice-presidente da Câmara.
Os muitos hectares que já arderam
No estimativa provisória, o autarca António Louro referiu, posteriormente, à agência Lusa que perto de 20 mil hectares já terão ardido no concelho de Mação, no distrito de Santarém. Uma área que "corresponde a quase 50% da área total do concelho", sublinhou.
"Normalmente, a imprensa valoriza o incêndio como o grande dia da tragédia. Em territórios em que a floresta é a principal fonte de riqueza, este é só o primeiro dia dos próximos 30 anos de falta de rendimento, de falta de atividade económica, de famílias com dificuldades económicas", vincou António Louro.
O vice-presidente, que falava aos jornalistas no posto de comando (situado perto da GNR de Mação), referiu ainda que várias aldeias foram evacuadas ao longo dos últimos dias, levando à retirada de "centenas de pessoas", mas não soube referir em concreto quantas localidades foram evacuadas ou quantas pessoas é que foram retiradas até ao momento.
As três frentes de incêndio que lavram no concelho de Mação têm todas origem no fogo que começou na Sertã (distrito de Castelo Branco), no domingo.
Fonte: Noticiasaominuto
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