Termina a 28 de março de 2025
o
prazo de entrega de obras concorrentes ao Prémio Literário Carlos
de Oliveira. Trata-se de uma iniciativa promovida pelo Município de
Cantanhede para estimular a criação literária, ao mesmo tempo que
homenageia um dos grandes autores portugueses da segunda metade do
século XX.
Este
Prémio Literário é aberto a todos os cidadãos, devendo as obras
ser obrigatoriamente apresentadas em português, em conformidade com
o novo acordo ortográfico.
Os
participantes podem
concorrer com uma obra em
prosa, um conto ou romance, que nunca tenha sido publicada,
apresentada em papel formato A4, branco, não timbrado e sem marcas
ou dizeres que possam ser suscetíveis de identificar ou referenciar
o seu autor.
A
obra - processada em letra Times New Roman, em corpo 12 e o
entrelinhamento a 1,5 espaço com no mínimo 120 páginas - deverá
ser remetida, até ao próximo dia 28 de março,
para o Serviço Municipal de
Associativismo, Gestão de Eventos e Bibliotecas, Biblioteca
Municipal de Cantanhede, Rua dos Bombeiros Voluntários, n.º 1575,
3060-163 Cantanhede.
Constituído
por cinco elementos, o júri é composto pela
presidente da Câmara Municipal de Cantanhede, Helena Teodósio, pela
sobrinha do escritor, Paula de Oliveira, por um representante da
Associação Portuguesa de Escritores, um académico dedicado ao
estudo de Carlos de Oliveira, convidado pelo Município, e uma
personalidade do meio literário convidada.
O
vencedor do Prémio Literário Carlos de Oliveira e as menções
honrosas eventualmente atribuídas serão dadas a conhecer durante a
primeira quinzena de julho de 2025. Já a entrega do prémio será
feita em cerimónia pública no
decurso das comemorações do Feriado Municipal de Cantanhede, a 25
de julho.
A
lista de vencedores das edições do Prémio Literário Carlos de
Oliveira inclui obras de grande destaque. Na 1.ª edição, o prémio
foi atribuído à obra Quase Tudo
Nada, de Arsénio Mota.
Seguiu-se, na 2.ª edição, O
Novíssimo Testamento, de Mário
Lúcio Sousa, que foi ministro da Cultura de Cabo Verde entre 2011 e
2016. Na 3.ª edição, o vencedor foi Crime
e Revolução, do historiador e
escritor brasileiro Carlos Roberto da Rosa Rangel. A 4.ª edição
premiou A estrambótica aventura
do senhor Martius Von Gloeden,
de Carlos Roberto Loiola. Na 5.ª edição, o vencedor foi A
Epopeia do Espírito Santo, de
António Breda Carvalho, e, finalmente, na 6.ª edição, o prémio
foi atribuído à obra ApadaDor,
de Jorge Sousa Lima.
Carlos
de Oliveira
Carlos
de Oliveira nasceu em Belém do Pará, no Brasil, a 10 de agosto de
1921.
Regressado
a Portugal, juntamente com os pais, aos dois anos de idade, Carlos de
Oliveira passou grande parte da sua infância no Concelho de
Cantanhede, inicialmente na Camarneira e depois em Febres, onde seu
pai exercia medicina.
A
partir de 1933, passou a viver em Coimbra, onde permaneceu durante
quinze anos, a fim de concluir os estudos liceais e universitários.
Em
1941, ingressou na Faculdade de Letras da Universidade de Coimbra,
onde teve participação muito ativa nos movimentos intelectuais e
políticos com outros jovens, entre os quais Joaquim Namorado, João
Cochofel e Fernando Namora.
Depois
de ter concluído a licenciatura em Ciências Histórico-Filosóficas,
instalou-se definitivamente em Lisboa, sem, contudo, deixar de
visitar regularmente Coimbra e a Região da Gândara.
Os
terrenos pantanosos e arenosos da Região da Gândara onde viveu a
sua infância são o cenário preferencial da sua obra narrativa e
referência constante também na sua poesia.
É
autor de diversas obras em diferentes géneros literários, como por
exemplo Uma
Abelha na Chuva (1953), Finisterra.
Paisagem
e Povoamento (1978),
Descida aos Infernos (1949), ou Entre
Duas Memórias (1971).
Publicou ainda contos e
crónicas, com destaque para A
Pequena Esperança (1946)
e O
Aprendiz de Feiticeiro (1971).
Faleceu
em Lisboa a 1 de julho de 1981, em Lisboa.
O escritor foi agraciado, a título
póstumo, com o grau de Grande-Oficial da Ordem Militar de Sant'Iago
da Espada, a 10 de junho em 1990, e com a Medalha de Ouro de Mérito
Cultural do Município de Cantanhede, entregue a 25 de julho de 1997.