♦ Plinio Corrêa de Oliveira
A economia está longe de ser o fator principal da grandeza de uma nação, e mesmo do seu bem estar, pois este não consiste só na riqueza material do seu povo, mas sobretudo na posse tranquila da Verdade e na prática invariável do Bem.
Nossas maiores incertezas, nossas mais angustiantes dificuldades, nossos choques mais violentos promanam, de fato, das divergências entre dois Brasis: um deles é o Brasil político; o outro, porém, não é o Brasil econômico, e sim o Brasil religioso. Esses dois Brasis estão muito mais distanciados um do outro do que o Brasil político em relação ao Brasil econômico.
Esse mal não é de hoje. Desde o Império o Brasil, apesar de profundamente católico, era dirigido por uma camarilha de parlamentares que procuravam, por todos os modos, destruir a vida religiosa do País. Com a corda de seda dourada do regalismo de Pombal, o Brasil político do Império tentava enforcar o Brasil religioso. E a República, ao invés de corrigir esse mal, acentuou-o desmedidamente, destruindo os últimos pontos de contato que ainda os uniam.
A leva de autopromovidos da política, que logo no início da era republicana sucedeu aos estadistas do Império e passou a encarnar o Brasil político, tentou estrangular o Brasil religioso, não mais com corda de seda, mas com a reles corda de amarração do positivismo francês. Isto durou até 1934, quando a Liga Eleitoral Católica alterou parcialmente esse estado de coisas.
Opondo-se ao catolicismo, como até agora se opôs, o Estado brasileiro não pode dar à Nação o seu verdadeiro rumo, porque implicitamente se aparta da Igreja, e portanto dos brasileiros. Dos governantes que até aqui teve o Brasil, só a excelsa Princesa Isabel tentou fazer uma política em sentido contrário.
Se o Estado Novo [getulista] quiser ser realmente novo, deve extinguir essa odiosa cisão entre os dois Brasis, característica do Estado Imperial e da República velha.
Fonte: ABIM
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(*) A íntegra deste artigo, publicado originalmente no “Legionário”, em 6 de março de 1938, encontra-se disponível no link: https://www.pliniocorreadeoliveira.info/LEG%20380306_DoisBrasis.htm
Porque a solução meramente ecônomica acaba sendo aceitar a tese marxista.
Um Pais, o Brasil de 2018, tambem está à volta com dois Brasis: um petista e um conservador.
Cabe a nós, conservadores, insistirmos na restauração dos Valores Morais (2018) porque um organismo sadio gerará por consequencia um Brasil sadio.
Não é deixar de lado a Economia, trata-se de fazer ambas as coisas. CostaMarques