sábado, 22 de novembro de 2025

Turismo Centro de Portugal apresenta o guia “Aldeias com História do Centro de Portugal” e reforça aposta nos territórios de baixa densidade


Publicação, produzida em parceria com o Boa Cama Boa Mesa, destaca 24 aldeias da redes Aldeias Históricas de Portugal, Aldeias de Montanha e Aldeias do Xisto.

A Turismo Centro de Portugal apresentou hoje, na Aldeia Histórica de Marialva, o guia “Aldeias com História – Centro de Portugal”, uma edição especial do Boa Cama Boa Mesa, que será distribuída a nível nacional no dia 28 de novembro com o jornal Expresso. O lançamento juntou várias dezenas de autarcas, parceiros institucionais e operadores turísticos, numa sessão realizada na unidade turística Casas do Côro.
O guia “Aldeias com História – Centro de Portugal” resulta de um trabalho colaborativo entre a Turismo Centro de Portugal, os guias “Boa Cama Boa Mesa”, os municípios envolvidos e três PROVERE (Programas de Valorização Económica de Recursos Endógenos): Aldeias Históricas de Portugal, Aldeias de Montanha e Aldeias do Xisto.

Nas suas 36 páginas, o guia dá a conhecer 24 aldeias representativas da região. Em cada uma delas, é explicado o seu contexto histórico e geográfico e são sugeridas visitas a não perder. Testemunhos de habitantes, bem como curiosidades e elementos de identidade, são outros dos destaques, num equilíbrio entre reportagem, narrativa humana e informação turística.

Durante a apresentação, intervieram César Figueiredo, Presidente da Câmara Municipal de Mêda, Miguel Pacheco, Diretor de Negócios do Expresso, Rui Ventura, Presidente da Turismo Centro de Portugal, e ainda Paulo Romão, proprietário das Casas do Côro. O evento incluiu ainda um momento de convívio regional, com produtos locais.

O guia “Aldeias com História – Centro de Portugal” apresenta oito Aldeias do Xisto, oito Aldeias de Montanha e oito Aldeias Históricas de Portugal. A saber: Castelo Mendo, Castelo Novo, Idanha-A-Velha, Linhares da Beira, Marialva, Piódão, Sortelha e Trancoso (Aldeias Históricas de Portugal); Alcaide, Algodres, Alvoco das Várzeas, Cortes do Meio, Folgosinho, Loriga, Manteigas e Videmonte (Aldeias de Montanha); Aigra Nova, Aldeia das Dez, Benfeita, Casal de São Simão, Fajão, Figueira, Janeiro de Cima e Sobral de São Miguel (Aldeias do Xisto).

Com esta iniciativa, a Turismo Centro de Portugal reforça a aposta estratégica na promoção dos territórios de baixa densidade, promovendo o seu desenvolvimento económico e cultural e contribuindo para um turismo mais equilibrado, sustentável e distribuído por toda a região.

Declarações
Rui Ventura, Presidente da Turismo Centro de Portugal:
“As aldeias do Centro de Portugal são ativos maiores da identidade e da diferenciação do nosso território. Neste guia procuramos mostrar exatamente isso: aldeias que preservam a memória, mas que também se reinventam com criatividade, sustentabilidade e uma profunda ligação às suas comunidades. O que hoje apresentamos são 24 exemplos de um Centro de Portugal humano e autêntico. São territórios que inspiram, destinos de referência para quem procura descobrir Portugal de forma consciente e sustentável”.

“A concretização deste projeto demonstra o que podemos alcançar quando autarquias, entidades regionais e parceiros privados trabalham com objetivos comuns. O Centro de Portugal continuará a afirmar-se como uma região onde a cooperação gera resultados e onde cada investimento, por pequeno que pareça, contribui para um país mais coeso, mais competitivo e mais preparado para o futuro”.

César Figueiredo, Presidente da Câmara Municipal de Mêda:
“Marialva é onde o Douro encontra as Beiras. É uma terra de encontros, de fronteiras e de história. Hoje, esse encontro faz-se também na valorização das nossas aldeias com história. Enquanto autarcas, cabe-nos defender e projetar este património. Não temos um discurso miserabilista: este território existe, tem valor e merece ser afirmado. Se no passado aqui se travavam guerras, hoje enfrentamos a batalha de valorizar as nossas terras, as nossas gentes e os nossos produtos”.
“A rede das Aldeias Históricas é um instrumento fundamental para acrescentar valor, criar riqueza e reforçar a nossa identidade. Voltem sempre, porque aqui encontrarão a essência das nossas terras e das nossas gentes.”

Miguel Pacheco, Diretor de Negócios do Expresso:
“No Guia Boa Cama Boa Mesa procuramos olhar para o país inteiro. Queremos percorrê-lo de norte a sul, para mostrar o que Portugal tem para oferecer: lugares, pessoas, histórias e uma oferta turística cada vez mais qualificada. Este guia reflete exatamente essa missão”.

Paulo Romão, Proprietário das Casas do Côro:
“É uma honra receber nas Casas do Côro a apresentação deste guia. Neste território, temos de fazer acontecer as coisas, e iniciativas como esta dão-nos alento para continuar a trabalhar com dedicação. Estamos num território de esforço – digo-o todos os dias. Apesar de tudo o que foi feito nos últimos anos, sabemos que precisamos de andar ao dobro da velocidade de outros territórios no que diz respeito à promoção”.
Sobre a Turismo Centro de Portugal:
A Turismo Centro de Portugal é a entidade que estrutura e promove o turismo na Região Centro do país. Esta é a maior e mais diversificada área turística nacional, abrangendo 100 municípios, e tem registado um intenso crescimento da procura interna e externa. É a região a escolher para quem pretende experiências diversificadas, pois concilia locais Património da Humanidade com a melhor costa de surf da Europa, termas e spas idílicos, locais de culto de importância mundial e as mais belas aldeias.

*Cátia Aldeagas
Diretora do Núcleo de Comunicação, Imagem e Relações Públicas
Turismo Centro de Portugal

**Luís Miguel Nunes
Consultor de comunicação


Crónica - De onde apareceu a expressão “saber coisas do arco da velha”?


Há expressões que parecem atravessar o tempo guiadas por uma luz antiga, como se fossem pequenas bênçãos escondidas na língua. “Saber coisas do arco da velha” é uma dessas expressões que, mesmo repetida sem pensar, ainda carrega um rasto do sagrado. Quem a ouve imagina logo histórias tão fabulosas que roçam o impossível, mas talvez esse impossível seja justamente o espaço onde Deus sempre se revelou ao longo dos séculos.
O “arco da velha” não nasceu do acaso. É o arco-íris de Noé, o sinal luminoso que Deus deixou suspenso no céu depois do Dilúvio, como promessa de que nunca mais destruiria a Terra. A Bíblia diz que Deus colocou o arco como aliança eterna entre Ele e a humanidade, uma recordação visível da Sua fidelidade. O povo, com o seu génio para transformar o divino em quotidiano, começou a chamar-lhe o “arco do velho Noé”, mais tarde “arco da velha”. E assim a expressão passou da Escritura para a fala, carregando consigo um eco desse pacto primordial.

Com o tempo, “saber coisas do arco da velha” tornou-se sinónimo de conhecer histórias tão extraordinárias que parecem tiradas de tempos em que Deus andava mais perto, quando os milagres eram sinais quase diários e o mundo ainda estava a aprender a obedecer à voz do Criador. São relatos que cheiram a mistério, a intervenção divina, a maravilhas que nenhum racionalismo consegue conter. Histórias que ninguém garante serem factuais, mas que todos sentem como possíveis, porque a fé reconhece bem aquilo que ultrapassa a simples lógica humana.

Mesmo hoje, num tempo saturado de explicações e desconfianças, continuamos a usar a expressão para classificar tudo o que rompe com o natural. Seja a coincidência improvável que alguém lê como providência, seja o episódio inexplicável que parece lembrar-nos que o mundo não é apenas matéria e cálculo. O “arco da velha” permanece como fronteira entre o visível e o invisível, entre aquilo que é do homem e aquilo que talvez seja de Deus.

No fundo, a expressão sobrevive porque carrega uma saudade espiritual: a saudade de um tempo em que o ser humano reconhecia mais facilmente o divino na vida diária, quando cada fenómeno natural podia ser sinal, lição ou aviso. Saber “coisas do arco da velha” é, de certa forma, admitir que ainda acreditamos no prodígio, no mistério, no sopro de Deus que atravessa a história e o coração humano.

E talvez seja essa a razão mais profunda da sua persistência. Todos nós, de quando em quando, precisamos de uma história do arco da velha para recordar que viver não é apenas explicar. É também confiar, agradecer e reconhecer que há muito mais no mundo do que aquilo que os olhos conseguem ver.
*Paulo Freitas do Amaral
Professor, Historiador e Autor

Vice-Presidente Susana Sousa representou Castelo de Paiva. ENTREGA EM BRUXELAS DOS PRÉMIOS DA CARTA EUROPEIA DE TURISMO SUSTENTÁVEL

Decorreu nos passados dias 18 e 19 de Novembro, no Parlamento Europeu em Bruxelas, a cerimónia de entrega dos prémios da Carta Europeia de Turismo Sustentável (CETS). 
As Montanhas Mágicas foram o único território português a ser distinguido este ano, juntando-se a outras 24 áreas protegidas e classificadas de toda a Europa. 
Esta certificação reconhece o compromisso do território com um turismo responsável, sustentável e alinhado com a preservação dos seus valores naturais e culturais. 
O Município de Castelo de Paiva marcou presença nesta importante cerimónia, representado pela Vice-Presidente, Susana Sousa, reforçando a nova aposta do concelho na promoção de um desenvolvimento harmonioso, sustentável e orientado para o futuro.
Estiveram também presentes, nestas reuniões e encontros, a presidente do Município de Arouca, Margarida Belém, o presidente do Município São Pedro do Sul, Pedro Mouro, o Presidente do Município de Sever do Vouga, Pedro Amadeu Lobo, o presidente do Município de Castro Daire, Paulo Almeida, a Vereadora do Município de Vale de Cambra, Mónica Seixas, o Coordenador Executivo da ADRIMAG, João Carlos Pinho, e a Coordenadora do Projecto Montanhas Mágicas, Carminda Gonçalves.


*Carlos Oliveira
Gabinete de Comunicação Relações Públicas e Protocolo
Assessor de Imprensa

Silves | TRÂNSITO CONDICIONADO EM TUNES, NO DIA 22 DE NOVEMBRO

Na sequência da realização do Mercado Mensal de Tunes, o Município de Silves informa que, no sábado, 22 de novembro, entre as 07h00 e as 13h00, a Rua 1º de Maio, em Tunes, estará cortada ao trânsito, não sendo permitido o estacionamento no local já a partir da noite de sexta-feira, dia 21 de novembro.
Por não ser possível aceder à Rua 1º de Maio, também as Ruas João de Deus, General Humberto Delgado, Dr. Egas Moniz e General Norton de Matos, em Tunes, terão o acesso condicionado.

A autarquia pede a atenção dos automobilistas e residentes para esta situação e agradece a compreensão e colaboração de todos.

 

MARINHA GRANDE REFORÇA INCLUSÃO COM NOVA SALA SNOEZELEN


Realizou-se ontem, dia 20 de novembro, no Centro de Saúde da Marinha Grande a cerimónia inaugural da Sala Snoezelen desenvolvida, no âmbito do Projeto Insanium pelo Município da Marinha Grande, em parceria com o Rotary Club da Marinha Grande e a Unidade Local de Saúde da Região de Leiria.
A sessão abriu com uma contextualização sobre a génese e evolução do novo espaço. No decorrer deste primeiro momento, o Presidente do Município destacou a relevância desta iniciativa para a melhoria da qualidade de vida da comunidade, valorizando o trabalho conjunto entre entidades privadas, como o Rotary Club, e instituições públicas, neste caso a Câmara Municipal da Marinha Grande e a Unidade Local de Saúde da Região de Leiria, neste sentido. Seguiu-se o descerrar da placa inaugural, momento que o Presidente Paulo Vicente fez questão de partilhar com o seu antecessor, o agora vereador Aurélio Ferreira. Seguiu-se uma visita demostrativa que permitiu conhecer os equipamentos e recursos disponíveis, bem como as suas funções e impacto terapêutico.
A inauguração foi presidida pelo Presidente da Câmara Municipal da Marinha Grande, Paulo Vicente, acompanhado pelo Presidente do Conselho de Administração da Unidade Local de Saúde da Região de Leiria (ULSRL), Manuel Carvalho, pela Presidente do Rotary Club, Cláudia Cardeira, e pela Vereadora da Saúde, Carla Santana. Contou, ainda, com a presença de Vogal do Conselho de Administração da ULS RL, representantes dos grupos rotários de Pombal e Leiria, Profissionais de saúde do Centro de Saúde da Marinha Grande e representantes da PSP e dos Bombeiros da Marinha Grande.
O espaço dedicado à estimulação cognitiva e sensorial de pessoas com diagnóstico de Doença de Alzheimer, ou outras patologias que beneficiem desta terapêutica, visa proporcionar um ambiente seguro e controlado, promovendo o relaxamento, a comunicação, a estimulação sensorial e a melhoria da qualidade de vida dos utilizadores.
Esta sala, pensada para ser partilhada por várias instituições da comunidade, evidencia o compromisso das entidades, públicas e privadas, envolvidas na promoção de respostas inovadoras, integradas no domínio da saúde e apoio social, e na construção de soluções que valorizam o bem-estar e a dignidade da população da Marinha Grande.
*Gabinete de Comunicação e Imagem

Já estão abertas as inscrições. MERCADO DE NATAL EM CASTELO DE PAIVA

Integrado na programação Paiva Natal 2025, o Município de Castelo de Paiva, em parceria com a Associação Comercial e Industrial de Castelo de Paiva, vai promover no próximo mês o Mercado de Natal, com o propósito de valorizar, promover e divulgar os artesãos e produtores locais. 
O Mercado de Natal terá lugar numa tenda instalada na urbe paivense, no espaço do Largo do Conde, entre 6 e 21 de Dezembro, funcionando às Sextas- Feiras, Sábados e Domingos, bem como no feriado de 8 de Dezembro. 
Os interessados em participar devem fazer a respectiva inscrição até 28 de Novembro e contactar o Posto de Turismo de Castelo de Paiva presencialmente ou através dos seguintes turismo@cm-castelo-paiva.pt ou através do 255 689 500.

*Carlos Oliveira
Gabinete de Comunicação Relações Públicas e Protocolo
Assessor de Imprensa

Município de Porto de Mós avança com sistema de videovigilância em articulação com a GNR


O Executivo Municipal de Porto de Mós levou à reunião de câmara de 20 de novembro de 2025, a Proposta de Protocolo a celebrar com a GNR – Guarda Nacional Republicana, para a implementação de um sistema de videovigilância no concelho. Esta etapa assinala um avanço decisivo no processo, formalizando a cooperação entre o Município e as forças de segurança, conforme previsto no documento submetido à reunião de Câmara

A criação deste sistema responde ao compromisso assumido pelo executivo no seu programa eleitoral, tendo como finalidade reforçar a sensação de segurança dos munícipes, prevenir ocorrências e promover um ambiente urbano mais protegido.
O protocolo estabelece as responsabilidades de cada entidade, permitindo à GNR aceder em tempo real às imagens e assegurando o necessário enquadramento legal para a operação dos equipamentos.

O projeto representa um investimento municipal de 250 mil euros, a realizar durante o primeiro semestre de 2026. No total, serão instaladas 15 câmaras em locais estratégicos: na vila de Porto de Mós – Rossio, Parque Verde e principais ruas do centro urbano; em Mira de Aire - Largo da Igreja, ruas adjacentes e zona das Grutas de Mira de Aire.

Todas as câmaras estarão conectadas 24 horas por dia aos postos da GNR de Porto de Mós, GNR de Mira de Aire e ao Comando Territorial de Leiria, garantindo capacidade imediata de resposta e vigilância contínua.

Este sistema constitui, assim, um importante instrumento para a prevenção e combate à criminalidade, reforçando a proteção de espaços públicos e aumentando a tranquilidade das populações.

Com a aprovação do protocolo, seguem-se as etapas de validação pelas entidades competentes e a posterior instalação dos equipamentos, prevendo-se a entrada em funcionamento ao longo de 2026.

*Patrícia Alves
Gabinete de Comunicação

BLACK FRIDAY da IATI Seguros (15% off)

 Olá Litoral,

Mensagem rápida apenas para informar que a IATI Seguros lançou hoje uma campanha Black Friday em que oferece 10% de desconto em todos os seus seguros de viagem.

Este desconto acumula com os 5% habitualmente oferecidos aos leitores do Alma de Viajante, pelo que, se for viajar nos próximos tempos, aproveite para adquirir o seguro de viagem da IATI com 15% de desconto. Que eu saiba, só fazem este tipo de descontos na Black Friday — a campanha é válida de 21 a 30 de novembro 2025. É aproveitar.

Fazer seguro de viagens IATI (15% off)

O desconto de 15% é automaticamente aplicado ao entrar no site da IATI usando o link acima. Grande abraço e boas viagens!

Filipe Morato Gomes

P.S. A próxima apresentação da revista Primitiva será na livraria Centésima Página, em Braga, no dia 25 de novembro pelas 17:00.

MULTICULTURALIDADE E PREVENÇÃO DA VIOLÊNCIA EM DEBATE NA MARINHA GRANDE

A Rede Local de Prevenção da Violência ao Longo do Ciclo de Vida (RLPVCV) realizou o seu III Encontro subordinado ao tema “Multiculturalidade e Prevenção da Violência”, no dia 20 de novembro, no Auditório da Resinagem, na Marinha Grande, reunindo mais de uma centena de especialistas, representantes institucionais e técnicos de várias áreas, para refletir sobre os desafios e estratégias de prevenção da violência num contexto de crescente diversidade cultural.
Na sessão de abertura, a vereadora da Câmara Municipal, Carla Santana, destacou que a cooperação entre todas as entidades presentes “é parte da solução para promover a paz, a inclusão e a construção de uma sociedade mais justa e plural”.

Clarisse Bento, representante da RLPVCV, destacou o percurso da Rede desde a sua criação em 2019, salientando que a reativação agora concretizada “permite voltar a unir esforços e consolidar intervenções especializadas nas áreas sociais, jurídicas e de justiça, orientadas por uma matriz de diversidade cultural e de prevenção ao longo de todo o ciclo de vida”.
A representante da ULS da Região de Leiria, Denise Cunha Velho, sublinhou que “a multiculturalidade é cada vez mais uma marca distintiva da nossa região”, constituindo simultaneamente uma riqueza e um desafio. Destacou a necessidade de respostas integradas em rede e o papel determinante dos cuidados de saúde primários como fator de proteção.
O diretor regional da Segurança Social, João Paulo Pedrosa, realçou a importância de políticas consistentes de acolhimento e integração, reforçando que a ação em rede – envolvendo autarquias, instituições e IPSS – é essencial para responder à complexidade dos desafios atuais. Enalteceu ainda o papel determinante das entidades do território no apoio às populações migrantes.

O primeiro painel, moderado pelo Comandante Distrital da PSP de Leiria, Domingos Antunes, abordou temas como os desafios da integração, violência ao longo do ciclo de vida, tráfico humano e o impacto da violência nas famílias.

A investigadora Teodora Isfan, do Observatório das Migrações, destacou que, apesar do aumento absoluto dos fluxos migratórios, a proporção mundial de migrantes se mantém estável. Em Portugal, cerca de 10% da população é estrangeira, sendo a comunidade brasileira a mais representativa. Alertou ainda para o envelhecimento demográfico e para o contributo decisivo das populações migrantes em idade ativa.

O procurador Carlos Ferreira, do Ministério Público, e Ludmila Marques, do DIAP de Leiria, analisaram o impacto da violência nas relações familiares, sublinhando o crescimento da violência psicológica, a transmissão intergeracional da violência e a importância do empoderamento das vítimas. Destacaram que a violência doméstica continua a ser “o crime mais participado em Portugal”.

Lisandra Lopes, da Associação para o Planeamento da Família, reforçou a necessidade de capacitar profissionais e reforçar mecanismos de apoio e proteção às vítimas.

O segundo painel foi moderado por Cristina Barroso, Coordenadora do Centro de Respostas Integradas de Leiria – Instituto para os Comportamentos Aditivos e Dependências (ICAD) e centrou-se nas práticas inclusivas na área da saúde, educação e intervenção comunitária.

A investigadora Carla Moleiro (ISCTE) abordou competências clínicas para a diversidade e a importância de compreender a identidade cultural como um processo dinâmico.

A enfermeira Ana Lúcia Torgal destacou que a vigilância da gravidez é muitas vezes o primeiro contacto das mulheres migrantes com o SNS, realçando medidas preventivas como materiais informativos traduzidos, identificação precoce de fatores de risco e atenção a práticas como a mutilação genital feminina.

O docente Fernando Emídio e a mediadora Bárbara Varela, do Agrupamento de Escolas Marinha Grande Poente, apresentaram o trabalho que envolve alunos de 36 nacionalidades, projetos artísticos e culturais, mediação com famílias migrantes e criação de recursos pedagógicos multilingues.

Inês Guiomar, da Ordem dos Psicólogos Portugueses, alertou para o impacto do luto migratório, das condições de acolhimento e da pobreza na saúde mental, destacando a necessidade de mais mediadores culturais, intérpretes e respostas interdisciplinares.

*Gabinete de Comunicação e Imagem

Quando o sangue escasseia: um retrato da indiferença e da urgência humana


Entre 2017 e 2024, mais de dez mil dadores de sangue desapareceram dos registos nacionais. A cifra, por si só, é alarmante; mas o que ela revela, em profundidade, é um sintoma mais grave: a erosão de uma cultura de solidariedade que outrora pulsava no corpo coletivo do país.

Portugal enfrenta, silenciosamente, uma hemorragia que não se vê. Entre 2017 e 2024, mais de dez mil dadores de sangue desapareceram dos registos nacionais. A cifra, por si só, é alarmante; mas o que ela revela, em profundidade, é um sintoma mais grave: a erosão de uma cultura de solidariedade que outrora pulsava no corpo coletivo do país.
A Federação Portuguesa de Dadores Benévolos de Sangue (Fepodabes) ergueu, esta semana, um novo apelo à consciência pública. As reservas nacionais encontram-se abaixo dos níveis de segurança, sobretudo do tipo O+, o sangue universalmente mais necessário. “É muito importante contribuir com a dádiva para o bem-estar e saúde dos milhares de doentes que dela necessitam”, sublinhou o presidente da Fepodabes. O tom é de súplica cívica, quase pastoral. Mas o silêncio com que este apelo ecoa na sociedade portuguesa é o que mais deve preocupar-nos.

Num país que se quer democrático e solidário, o declínio da dádiva voluntária é um espelho cruel do tempo. A lógica neoliberal, que fragmenta o tecido comunitário e converte o cidadão em consumidor, também se infiltra nas esferas da generosidade. Doar sangue — ato anónimo, gratuito e profundamente humano — é um gesto que resiste à mercantilização da vida. No entanto, quando a solidariedade deixa de ser um valor e se transforma numa exceção, a própria ideia de comunidade adoece.

A crise da dádiva não é apenas uma questão logística de bancos de sangue; é um problema ético e político. Reflete uma sociedade fatigada, onde a precariedade e a desconfiança corroem o compromisso com o outro. Como pedir às pessoas que doem, se tantas sentem que lhes foi tirado tanto — o tempo, a estabilidade, a esperança? Ainda assim, é justamente nesses tempos de desamparo que a generosidade se torna mais revolucionária.

Dar sangue é, talvez, o ato mais igualitário que existe. O sangue não conhece classes, fronteiras ou estatutos. No tubo que se enche, corre a mesma matéria que sustenta a vida de quem trabalha, de quem governa e de quem resiste. É o fio invisível que nos recorda que ninguém se salva sozinho.

É por isso que a esquerda — e todos os que acreditam na dignidade humana como princípio inegociável — deve fazer deste tema um imperativo moral e político. Defender o Serviço Nacional de Saúde é também defender o gesto solidário que o alimenta. O sangue não é apenas fluido vital; é símbolo de pertença e de cuidado mútuo, a metáfora perfeita de uma sociedade onde o bem comum prevalece sobre o interesse privado.

Hoje, o apelo da Fepodabes deveria ressoar como um toque de clarim à consciência nacional. Cada bolsa de sangue doada é um ato de resistência contra o cinismo e o individualismo. É uma flor deixada à porta da humanidade, um tributo silencioso àquilo que ainda nos torna pessoas — a capacidade de nos darmos, sem esperar nada em troca.

E talvez seja tempo de recordar que, no fim, a vida não se mede pela soma do que guardamos, mas pela quantidade de vida que oferecemos.

Sobre o/a autor(a) 
por Nuno Malafaia
19 de novembro 2025 - 14:06
Fonte: https://www.esquerda.net/opiniao/quando-o-sangue-escasseia-um-retrato-da-indiferenca-e-da-urgencia-humana/96634