sexta-feira, 18 de julho de 2025

CIRCULAÇÃO CONDICIONADA ENTRE OS DIAS 21 E 30 DE JULHO NA FREGUESIA DE SILVES

 No âmbito dos trabalhos de limpeza e manutenção da rede pública de saneamento de águas residuais domésticas a realizar na Freguesia de Silves, o Município de Silves informa que entre os dias 21 e 30 de julho de 2025, a circulação em alguns arruamentos pode pontualmente sofrer constrangimentos, sendo os locais devidamente sinalizados.
A intervenção tem por objetivo garantir a qualidade, a continuidade e a eficiência dos serviços públicos de saneamento de águas residuais domésticas, promovendo a proteção da saúde pública e o bem-estar da população e visitantes.
Serão tomadas todas as diligências para que os trabalhos decorram de forma célere e eficiente, pelo que a autarquia lamenta os transtornos causados, agradecendo a compreensão e colaboração dos munícipes e automobilistas.

Silves | ESTACIONAMENTO INTERDITO NA PRAÇA AL-MUTAMID A PARTIR DO DIA 21 DE JULHO

 No âmbito dos trabalhos de montagem da XX Feira Medieval de Silves, o Município de Silves informa que a Praça Al-Mutamid ficará interdita ao estacionamento a partir do dia 21 de julho, às 07h00, data em que terão início os trabalhos preparatórios.
Estamos conscientes dos transtornos que uma organização desta dimensão causa nos moradores das zonas da cidade, sendo a colaboração de todos imprescindível.
A autarquia agradece a melhor compreensão pelos transtornos causados.

MUNICÍPIO DE SILVES CONCLUIU A PAVIMENTAÇÃO DE ESTRADA E CAMINHOS NA AMENDOEIRA

 O Município de Silves concluiu a pavimentação da estrada e caminhos diversos na Amendoeira/Mouricão, na freguesia de São Bartolomeu de Messines, numa extensão total de cerca de 5 km.
A empreitada contemplou também a construção de rede de drenagem de águas pluviais e a instalação de sinalética rodoviária, num investimento que ascendeu a cerca de 340 mil euros.
 
Esta intervenção na rede viária foi executada na sequência da empreitada de extensão da rede de abastecimento de água à Amendoeira, obra realizada em 2022, contemplando 6,6 km de condutas e 95 agregados familiares, num investimento que ascendeu a 457 mil euros.
 
Esta obra pública vem reforçar os níveis de bem-estar, a melhoria das acessibilidades e segurança rodoviária, integrando-se na estratégia mais geral de reabilitação da rede viária, que a autarquia desenvolve de forma intensa em todo o concelho de Silves.

CCDR NORTE celebra protocolo para valorização da Rota dos Jardins Históricos a Norte


A CCDR NORTE, em parceria com o Turismo do Porto e Norte de Portugal (TPNP) e a Associação Portuguesa dos Jardins Históricos (AJH), celebrou hoje, 17 de julho, nos jardins da sua sede no Porto, um protocolo de cooperação interinstitucional para a gestão da Rota dos Jardins Históricos, integrada no projeto Rotas do Norte.
Este protocolo marca um novo ciclo na valorização do património paisagístico da Região Norte e visa reforçar a articulação entre cultura, turismo e território, promovendo a salvaguarda, valorização e divulgação dos jardins históricos da região.
“Consideremos o jardim, mundo de pequenas coisas (…) É aqui, é aqui que se renova a luz.” – foi assim, citando António Ramos Rosa, que Jorge Sobrado, Vice-Presidente da CCDR NORTE, deu início à cerimónia, um ato que considera ser uma confirmação da importância que os jardins históricos têm para o turismo cultural da região. “Firmamos juntos um caminho no sentido da valorização cultural e turística dos jardins históricos, fortalecemos as Rotas do Norte e, assim, reforçamos o portfolio do património cultural da região.”
De acordo com Luís Pedro Martins, Presidente da Entidade Regional de Turismo do Porto e Norte de Portugal, trata-se de um projeto inédito no país. “Não há memória de nenhuma cooperação noutras regiões entre uma Entidade Regional de Turismo, uma CCDR, num modelo de cogestão que considero verdadeiramente exemplar e que poderá vir a ser replicado noutros territórios do país.”
Por sua vez, Teresa Andresen, Presidente da Direção da Associação Portuguesa dos Jardins Históricos, sublinhou o papel da associação na defesa dos interesses dos proprietários. “Este é um acordo para um caminho. Não sabemos o final, mas acreditamos que conduzirá a uma maior salvaguarda dos direitos dos proprietários, que enfrentam desafios diversos e que encontram, na associação, um espaço de partilha e de construção de soluções conjuntas”, afirmou.
No encerramento deste ato público, o Presidente da CCDR NORTE, António Cunha, destacou a importância da palavra ‘parceria’ como “fundamental para atingirmos os objetivos de alargamento de públicos, de novas possibilidades de financiamento e de apostas nos jardins históricos, que queremos ver reconhecidos como uma prática cultural assumida pela sociedade no seu todo. O projeto Rotas do Norte é ambicioso e só com parceiros competentes em diferentes áreas poderemos concretizar o seu pleno potencial”, referiu.
O protocolo hoje assinado estabelece um modelo de cogestão e capacitação técnica entre as três entidades, prevendo ações de inventário, conservação, promoção e mediação dos jardins históricos integrados na rota, com base no inventário da AJH e no Selo de Qualidade “Jardim Histórico de Portugal”.


Porto, 17 de julho de 2025
*Gabinete de Marketing e Comunicação
Comissão de Coordenação e Desenvolvimento Regional do Norte, I.P.

CTCV marcou presença na assinatura do Compromisso para a Inovação de Coimbra

O CTCV participou na assinatura do Compromisso para a Inovação de Coimbra – “Coimbra Inovação”, que se realizou no Salão Nobre dos Paços do Município de Coimbra. Esta iniciativa resultou do trabalho desenvolvido pelo Município de Coimbra, juntamente com as demais entidades e comunidade, no âmbito da Estratégia Municipal de Inovação, um instrumento estratégico que norteia, de forma integrada e participada, a política de inovação para o território de Coimbra.
A operacionalização desta Estratégia Municipal de Inovação concretiza-se através da implementação de um plano de ação que traduz as prioridades de investimento para o Concelho em matéria de inovação.
Enquanto Centro de Tecnologia e Inovação com instalações no iParque – Parque Tecnológico de Coimbra e no Loreto - LufapoHub, o CTCV reforça assim a sua ligação a este ecossistema de inovação, contribuindo para uma estratégia empreendedora e inovadora que visa contribuir para a competitividade desta região.

*Nuno Nossa

Opinião | O Estado tem casas. Mas prefere deixá-las a apodrecer

 Num país onde falta tudo — professores, médicos, técnicos superiores, forças de segurança — menos retórica política, existe um património invisível que jaz em silêncio, emparedado pelo desleixo e pela amnésia: bairros inteiros do Estado, erguidos com dinheiro público para servir causas públicas, que hoje estão votados ao abandono. Não por falta de uso possível, mas por excesso de indiferença.
No raio de cem quilómetros que rodeia a minha casa — e creio não viver numa excepção geográfica — encontro aquilo que deveria envergonhar qualquer ministro com ambições de boa gestão: o Bairro de São Gabriel, em Pegões, construído para acolher os funcionários da Emissora Nacional das Ondas Curtas, apodrece lentamente enquanto se proclama a transição digital e se clama por habitação condigna. Casas intactas por fora, esquecidas por dentro.
Ali perto, em Marinhais, sobrevive o Bairro RARET, nas imediações de Glória do Ribatejo, uma aldeia de antenas, torres e lares funcionais que, no auge da Guerra Fria, serviu como bastião da propaganda ocidental em solo português, numa operação coordenada com a CIA para contrariar a influência soviética nos países da cortina de ferro. Foi ali que o Ocidente falou para o Leste. Hoje, é só mais um silêncio.
Mais a sul, nas franjas de Vendas Novas, a vegetação reclama as estruturas do Bairro da Marconi, construído pela iniciativa privada da antiga Companhia Marconi, hoje totalmente ao abandono, apesar do seu valor patrimonial. E em Vila Fernando, junto a Elvas, o tempo venceu o Estado, enquanto os edifícios do antigo centro educativo esperam. Esperam pelo quê? Pelo colapso?
E no Polígono Militar de Vendas Novas, as antigas casas destinadas às famílias dos militares do Regimento de Artilharia n.º 5 estão hoje ao abandono, como que a simbolizar a ruptura do contrato entre a Nação e aqueles que a serviram.
Há um ponto comum a todos estes casos: nenhuma estratégia, nenhum inventário público, nenhuma política nacional de recuperação e afectação funcional deste património público ao serviço das classes do Estado que servem a República em regime de destacamento. Falo de professores deslocados, de médicos em mobilidade, de forças de segurança a quem se exige serviço em locais sem habitação acessível, ou sem qualquer tipo de apoio logístico. Em vez de lhes garantir o essencial, o Estado prefere empurrá-los para o desespero da renda de mercado, enquanto desperdiça património que já é seu. Que já é nosso.
Quantos bairros mais existem por Portugal fora nesta situação? Quantas casas, escolas, pavilhões, estruturas mistas? Ninguém sabe. Porque ninguém fez o levantamento, ninguém criou uma base de dados nacional, ninguém pensou que o Estado possa – e deva – viver em articulação consigo próprio. A habitação dos professores deslocados poderia estar no antigo bairro da Emissora Nacional. Os médicos sem casa em Elvas poderiam viver em Vila Fernando. As forças de segurança em Vendas Novas poderiam usar as casas militares do Polígono. Mas não. O Estado vive como se fosse uma manta de retalhos, onde cada serviço ignora o outro, e onde a única coisa que se partilha é a decadência.
Um país que abandona o seu património não abandona apenas pedras: abandona a sua história, a sua memória, e o seu dever. Um Estado que não cuida do que tem, jamais poderá cuidar do que quer construir.
O problema não é técnico. É moral.
É tempo de exigir, com urgência e sem demagogia, um levantamento nacional do património habitacional do Estado, com especial foco nos edifícios devolutos, nos bairros funcionais e nas antigas instalações públicas que possam ser requalificadas e colocadas ao serviço dos servidores públicos deslocados. Seria um acto de justiça, de poupança e de inteligência. Tudo aquilo que, infelizmente, temos deixado à porta.
E o mais inquietante é isto: todos os exemplos que aqui dei estão apenas dentro do raio da minha residência. Cem quilómetros à volta. Imagine-se agora o que não haverá por todo o país, do Minho ao Algarve, da Beira Alta à Madeira. Não falta património. Falta vontade.
*Paulo Freitas do Amaral
Professor, Historiador e Autor


Évora | Sobre o Atraso na Construção das Acessibilidades ao Novo Hospital Central do Alentejo

 
O líder parlamentar do PSD, Hugo Soares, procurou sacudir “água do capote” das responsabilidades do seu Governo e culpar o Presidente e a Câmara Municipal de Évora (CME) pelo enormíssimo atraso na construção das acessibilidades ao novo Hospital Central do Alentejo. Com as eleições autárquicas no horizonte, esta lamentável operação vinha sendo preparada há muito.
Recorda-se que o Presidente da CME vem alertando, há cerca de uma década, para a necessidade de o Estado proceder à aquisição, permuta e/ou expropriação dos terrenos privados necessários àquelas acessibilidades. Até junho de 2023, quando finalmente foi assinado o Protocolo de Cooperação Estratégica, em vigor, não houve resposta!
Em janeiro de 2024, o Presidente da CME apresentou uma proposta de alteração ao Protocolo existente para corresponder ao pedido do Governo PS de transferência da competência de expropriação daqueles terrenos para a CME. Não houve resposta!
No seguimento de uma reunião pedida pelo Presidente da CME à Secretária de Estado da Gestão da Saúde do anterior Governo AD, a 19/6/2024, foi, após meses de arrastamento até abril de 2025, acordado o texto final da alteração ao Protocolo. Aquele texto foi aprovado, por unanimidade, em reunião da CME a 16/4/2025. Surpreendentemente, o Governo AD veio propor nova alteração ao texto: retirar do Protocolo, a transferência dos terrenos do Estado, necessários às acessibilidades, e colocar um limite ao valor das indeminizações por expropriações. Estas alterações foram discutidas em reunião de CM de 14/5/25, e apesar da óbvia discordância (não é possível lançar concurso sem que os terrenos estejam na posse da CME e as indemnizações por expropriações terão de ser, naturalmente, suportadas pelo Estado), foi proposta uma alternativa que permitiria avançar com o processo. Não houve resposta!
A CME tem, há anos, preparados os procedimentos para lançamento dos concursos das acessibilidades e da rede publica de abastecimento de água e saneamento (que atualiza à medida que o tempo passa). Os atrasos são absolutamente inaceitáveis e só explicáveis por cálculo eleitoral e/ou falta de vontade política dos governos, incluindo os da AD.
A CME está pronta, há meses, para assinar a alteração ao Protocolo que foi acordada com o Governo e continua disponível, assim haja vontade do Governo, para fazer algum acerto adicional que não ponha em causa o essencial do que já foi negociado e acordado.
Cabe ao Governo decidir se quer assinar, já amanhã, a alteração ao Protocolo ou se continuará a encontrar pretextos para adiar o processo e as obras, que já deveriam estar concluídas!

O Presidente da Câmara Municipal de Évora,
*Carlos Pinto de Sá
16/7/2025

Barcelos | Licenciaturas do IPCA disponíveis em Barcelos e Guimarães

 O Politécnico do Cávado e do Ave (IPCA) disponibiliza 17 licenciaturas para ingresso através do Concurso Nacional de Acesso ao Ensino Superior, nas cidades de Barcelos e Guimarães.
A expansão para o Ave ganha, no próximo ano letivo, uma nova expressão: os cursos de licenciatura em Gestão de Atividades Turísticas e em Gestão Hoteleira vão juntar-se à licenciatura em Desporto, já lecionada em Guimarães. O arranque está previsto para o Campus de Couros, no centro da cidade, e, muito em breve, terá início a construção do Campus do IPCA em Guimarães, na zona da Escola-Hotel, atualmente em fase final de edificação.
Em Barcelos, mantêm-se as escolas e os cursos das áreas da gestão, tecnologia e design, sendo estes últimos lecionados no centro da cidade, num edifício próprio.
Gestão, tecnologia, design, hotelaria, turismo e desporto são, assim, as áreas nas quais o IPCA disponibiliza licenciaturas com forte empregabilidade e aplicação prática ao mercado de trabalho.
Além da aposta na empregabilidade, o IPCA destaca-se pela inovação pedagógica e pela investigação aplicada, fatores que contribuem para um ensino diferenciador. Este modelo promove o desenvolvimento de competências essenciais para enfrentar desafios reais e complexos, com impacto positivo na sociedade e facilitando a integração profissional.
O IPCA integra ainda a universidade europeia RUN-EU, o que proporciona  inúmeras oportunidades de mobilidade internacional aos seus estudantes, bem como a participação em programas avançados de formação de curta duração.
As candidaturas às 17 licenciaturas do IPCAdecorrem através do portal da Candidatura Online da Direção-Geral do Ensino Superior, entre 21 de julho e 4 de agosto.
 
Gabinete de Acesso do IPCA
O IPCA tem um Gabinete de Acesso destinado a prestar apoio a todos os interessados que pretendam candidatar-se ao ensino superior. O Gabinete de Acesso vai funcionar preferencialmente através do e-mail gabineteacesso@ipca.pt podendo também ser contactado pelo telefone 253 802 509 ou presencialmente, no Edifício B, do Campus do IPCA, de segunda a sexta-feira, das 10h00 às 12h30, de 21 de julho até 04 de agosto (1ª fase) e de 25 de agosto a 03 de setembro (2ª fase).

Ana Reis
Gabinete de Comunicação e Imagem (GCI)

MusicaMós - Festival de Música de Porto de Mós

 Porto de Mós prepara-se para acolher, no verão de 2025, a primeira edição do MusicaMós – Festival de Música de Porto de Mós, uma iniciativa que promete marcar o calendário cultural da região e que resulta da parceria entre o Município de Porto de Mós e o artista Fábio Miguel Costa Pascoal.
Enquadrado pelo cenário único e histórico do Castelo de Porto de Mós, o festival nasce com a missão de criar uma experiência singular, onde música, identidade e património se cruzam de forma intensa e emotiva. A monumentalidade do espaço será palco de um programa eclético, com concertos que darão voz a artistas portomosenses — emergentes e consagrados —, em atuações que celebram a autenticidade sonora da região.
 
Mais do que um evento musical, o MusicaMós é um convite ao encontro: entre gerações, entre o passado e o presente, entre os talentos da terra e um público cada vez mais aberto à diversidade artística.
 
O festival pretende, ainda, reforçar o papel do concelho como referência cultural e turística, promovendo a valorização dos artistas locais, o acesso democrático à arte e a criação de laços entre comunidade e cultura.
 
MusicaMós, sete dias, sete concertos, um castelo!
Conheça a sinopse de cada um dos espetáculos AQUI!

*Patricia Alves (Comunicação) - Município de Porto de Mós

 

 

 

 

Opinião - O padre português que enfrentou Hitler em silêncio

Em tempos de ruído e vaidade, onde os heróis se medem pelo número de seguidores e não pela grandeza do sacrifício, convém recordar um português que, no silêncio de Roma, arriscou tudo para salvar vidas. O seu nome não aparece nas manchetes dos jornais, não inspira séries da Netflix nem campanhas ministeriais. Mas devia ser ensinado nas escolas, gravado em placas de rua e pronunciado com respeito: Padre Joaquim Carreira, o Justo entre as Nações.
Nascido em Leiria, em 1908, Joaquim Carreira era um homem discreto, um padre católico português como tantos outros — até que a História o chamou. Quando as tropas de Hitler ocuparam Roma em 1943, o medo instalou-se em cada rua, cada janela, cada consciência. E foi nesse clima de terror que o reitor do Pontifício Colégio Português se recusou a ser neutro.
Enquanto diplomatas e altos dignitários preferiam a prudência ao risco, Padre Carreira escolheu a coragem. Escondeu judeus perseguidos dentro das paredes do colégio que dirigia — homens, mulheres, crianças. E escondeu também combatentes antifascistas italianos. Fê-lo com astúcia, mas sobretudo com humanidade. Não pediu medalhas. Pediu silêncio e discrição. E salvou vidas.
É curioso, e triste, notar que durante décadas Portugal ignorou a grandeza deste seu filho. Foi preciso o Estado de Israel descobrir os seus feitos, investigar os seus actos e, finalmente, reconhecê-lo em 2015 com o título de “Justo entre as Nações” — distinção reservada a quem, não sendo judeu, arriscou a própria vida para salvar judeus durante o Holocausto.
Padre Joaquim Carreira entra assim num panteão ético onde estão Oskar Schindler e Aristides de Sousa Mendes, dois homens que também disseram “não” à indiferença e “sim” à dignidade humana. Mas enquanto Schindler teve um filme e Sousa Mendes ganhou o reconhecimento institucional que merecia, o nome de Carreira continua a ser murmurado, quando devia ser proclamado.
É um sintoma português: celebramos os nossos heróis quando já é tarde, quando já morreram, quando já não causam incómodo. Mas o seu exemplo incomoda, porque obriga a uma pergunta: e nós, no lugar dele, teríamos feito o mesmo?
Numa época em que a neutralidade moral volta a disfarçar-se de moderação, e a coragem cívica é substituída por cálculos políticos, recordar o Padre Joaquim Carreira não é apenas um acto de justiça. É um apelo. Um desafio. Um murro na mesa da nossa complacência.
Mais do que padre, mais do que português, foi humano num tempo desumano. E isso basta para lhe erguer memória.
*Paulo Freitas do Amaral
Professor, Historiador e Autor