segunda-feira, 1 de setembro de 2025

Como reagimos às alterações climáticas nas redes sociais?

 Um estudo internacional publicado na revista científica Scientific Reports, do reputado Grupo Nature, revelou padrões emocionais marcantes sobre o modo como os cidadãos da Península Ibérica falam sobre alterações climáticas nas redes sociais. O trabalho está inserido no doutoramento de Ana Sofia Cardoso, estudante do Programa Doutoral em Biodiversidade, Genética e Evolução, da Faculdade de Ciências da Universidade do Porto e primeira autora do estudo.

“O tema das alterações climáticas foi escolhido pela sua enorme relevância global e pela forma como gera discussão pública, especialmente nas redes sociais. O meu trabalho tinha como principal objetivo perceber como os cidadãos de Portugal e Espanha percecionam as alterações climáticas nas redes sociais”, conta a estudante, que tem como orientadores o docente da FCUP e investigador do INESC TEC, Alípio Jorge e e a investigadora Ana Sofia Vaz, colaboradora no Centro de Investigação em Biodiversidade e Recursos Genéticos (BIOPOLIS-CIBIO) da Universidade do Porto. 

estudo recorreu a modelos de inteligência artificial para analisar mais de 1,7 milhões de publicações no X/Twitterao longo de 12 anos (2010–2022), em português, espanhol e inglês, através de técnicas avançadas de deep learning e processamento de linguagem natural (NLP).

Entre as emoções mais identificadas estão a raiva, a surpresa e, em menor grau, a alegria. A frequência de publicações associadas a raiva aumentou nos últimos quatro anos, refletindo uma maior inquietação pública com os impactos e respostas (ou ausência delas) à crise climática.

Os resultados revelam ainda uma predominância de sentimentos negativos (39%) e neutros (35%), frequentemente associados a fenómenos extremos como incêndios, secas e tempestades. “Um dado interessante foi a elevada presença de ironia, onde cerca de um quarto das publicações continha sarcasmo digital, uma forma de expressão comum nas culturas portuguesa e espanhola”, detalha Ana Sofia Cardoso, que é também investigadora no BIOPOLIS-CIBIO. 

“Analisámos especificamente publicações do Twitter (atualmente a rede social X), por ser uma rede particularmente propícia à discussão de temas da atualidade, como as alterações climáticas, e também pelo facto de as publicações serem curtas (com um limite reduzido de caracteres), o que facilita a análise linguística em larga escala. No entanto, teríamos todo o interesse em alargar o estudo a outras redes sociais no futuro, como o Reddit, para explorar outras dinâmicas discursivas e demográficas”, explica a estudante da FCUP.

O trabalho agora publicado é um dos primeiros a aplicar uma abordagem combinada de análise de sentimentos, emoções e ironia em três línguas e numa escala regional europeia. Segundo os autores, a metodologia desenvolvida é escalável e replicável, oferecendo uma ferramenta robusta para monitorização social contínua, com possíveis aplicações em políticas públicas, campanhas de sensibilização e planeamento climático.

 

Incêndios, tempestades e calor extremo desencadeiam picos emocionais

O estudo detetou ainda picos de atividade emocional nas redes sociais em momentos de elevado impacto climático como os incêndios de Pedrógão Grande (junho 2017), a Tempestade tropical Ophelia (outubro 2019), contribuindo para centenas de incêndios em Portugal e Espanha, bem como a onda de calor de 2022 conduzindo à destruição de 57.000 hectares e evacuação de milhares de pessoas. Nestes momentos, os conteúdos partilhados tornaram-se mais intensos e emotivos, funcionando como termómetro social da ansiedade coletiva.

As instituições envolvidas diretamente na tese de doutoramento de Ana Sofia Cardoso, que será apresentada ainda este ano, são o BIOPOLIS-CIBIO, o INESC TEC e a UTAD, através do CITAB. Participam ainda neste estudo internacional investigadores da Instituto Universitário de Lisboa (ISCTE), da Universidad de Extremadura (Espanha), da Czech Academy of Sciences (Chéquia) e da Université Paris-Saclay (França).

O estudo contou ainda com o contributo da NBI – Natural Business Intelligence, da consultora portuguesa que tem vindo a integrar ciência, dados e território no apoio à transição ecológica através da inovação e digitalização, responsável pela ideação e supervisão da análise de dados e visualização focada na perceção social.

Como próximos passos do seu trabalho, a estudante da FCUP revela que estão a ser utilizados os mesmos dados “para investigar discrepâncias temáticas e geográficas entre a literatura científica sobre alterações climáticas e os debates públicos no X (para Portugal e Espanha)”. Para Ana Sofia Cardoso, é fundamental “identificar estas discrepâncias para melhorar as estratégias de comunicação científica, e, ao mesmo tempo, ajudar a ajustar as políticas públicas às realidades e perceções locais”.

Faculdade de Ciências da Universidade do Porto

*Fonte: Apimprensa

Município de Reguengos de Monsaraz pede revisão urgente do financiamento dos conservatórios de música no interior


Marta Prates, Presidente da Câmara Municipal de Reguengos de Monsaraz, escreveu esta manhã ao Ministro da Educação, Ciência e Inovação, Fernando Alexandre, para “chamar a atenção para a situação grave que atravessa o Conservatório Regional do Alto Alentejo” e para pedir a revisão urgente das condições que regulam o financiamento dos conservatórios de música no interior do país. O Conservatório Regional do Alto Alentejo está sediado em Reguengos de Monsaraz e tem 98 alunos, com idades entre os 6 meses e os 67 anos, abrangendo cursos oficiais e cursos livres, respondendo às necessidades educativas e culturais de várias gerações e promovendo também a inclusão e o desenvolvimento comunitário de concelhos vizinhos, como Redondo, Borba, Vila Viçosa e Mourão.
Na missiva enviada para o ministro Fernando Alexandre, Marta Prates afirma que “o conservatório enfrenta um progressivo e severo desinvestimento, resultado de um contrato de patrocínio com o Ministério da Educação que não acompanha as necessidades reais da instituição. Desde 2015, o valor atribuído por aluno permanece congelado e o número de novos alunos financiados por ano é limitado, impedindo a resposta adequada à crescente procura por ensino artístico especializado na região”.

A autarca sublinha que para o ano letivo 2025/26, o Conservatório Regional do Alto Alentejo “enfrenta uma situação crítica”, apesar do aumento significativo do interesse e das inscrições, sobretudo no regime oficial articulado, pelo que “a insuficiência de financiamento coloca em risco a sua própria sustentabilidade. Este cenário não só ameaça a continuidade do projeto educativo, mas coloca em causa a possibilidade de muitos jovens acederem a um percurso educativo estruturado e enriquecedor”.

Marta Prates dá como exemplo que “neste ano letivo há 14 novos alunos do ensino artístico especializado da música matriculados em regime articulado, para os quais não há financiamento garantido”. O conservatório pediu apoio à autarquia para estes alunos, tendo sido manifestada disponibilidade para, dentro das possibilidades, procurar uma solução que evite a exclusão dos jovens. No entanto, a autarca explicou ao governante “que os orçamentos municipais são limitados e têm um conjunto vasto de responsabilidades” e que “não é possível nem justo estarmos a suportar custos do Estado Central para evitar que jovens não tenham acesso à educação artística especializada que escolheram como percurso de vida. Senhor Ministro, não dispomos dos meios estruturais nem financeiros para assegurar de forma continuada e sustentável esta responsabilidade”.

A Presidente da Câmara Municipal de Reguengos de Monsaraz refere ainda que “diante desta realidade preocupante, apelamos à revisão urgente das condições que regulam o financiamento dos conservatórios no interior, bem como à criação de mecanismos que valorizem e potenciem estas instituições estratégicas para o futuro do país, sobretudo numa perspetiva de igualdade de oportunidades para todos os jovens portugueses – os dos centros urbanos, mas também os das zonas interiores e rurais”. A finalizar a missiva, Marta Prates solicita uma reunião com os responsáveis do conservatório e com membros do Ministério da Educação, Ciência e Inovação, bem como uma visita à instituição, “para que possam constatar diretamente os desafios que enfrentamos e o impacto que uma resposta adequada poderá ter para a região e para o ensino artístico em Portugal”.

*Carlos Manuel Barão
Técnico Superior de Comunicação Social
Gabinete de Comunicação e Imagem

Proença-a-Nova | AEBB promove 9.ª Sessão de Esclarecimento às empresas sobre “SI Inovação Produtiva - Territórios de Baixa Densidade”


A AEBB – Associação Empresarial da Beira Baixa, em parceria com o Município de Proença-a-Nova, promove no próximo dia 4 de setembro, às 18h00, no Mini Auditório da Biblioteca Municipal de Proença-a-Nova, a 9.ª Sessão de Esclarecimento às Empresas dedicada ao tema “SI Inovação Produtiva - Territórios de Baixa Densidade”.
O encontro tem como objetivo apresentar o aviso de candidatura a este sistema de incentivos, que apoia operações individuais de investimento produtivo em atividades inovadoras promovidas por PME localizadas em territórios de baixa densidade.
A sessão contará com a participação da AEBB, que fará a explicação detalhada das condições de acesso ao apoio e esclarecerá as dúvidas dos empresários interessados em apresentar candidatura.
A iniciativa dirige-se a toda a comunidade empresarial do concelho e região, representando uma oportunidade para conhecer os mecanismos de apoio existentes ao investimento e à inovação.
A participação pode ser feita de forma presencial ou online, mediante inscrição prévia através do link:
O protocolo de cooperação entre o Município e a AEBB prevê a concretização de várias ações de apoio e desenvolvimento da atividade das empresas do concelho de todos os setores de atividade: para além das sessões informativas e do apoio técnico presencial, estão ainda incluídas outras dinâmicas, como os serviços partilhados de aconselhamento elaboração e acompanhamento de projetos de investimento, consultoria jurídica, elaboração de diagnósticos e planos estratégicos e ainda apoio a processos de licenciamento.

*Andreia Gonçalves
Unidade de Comunicação, Turismo e Eventos

De janeiro a julho de 2025. Município de Cantanhede chega a milhares de pessoas em várias áreas de apoio no âmbito da Ação Social

 

A área da Ação Social do Município de Cantanhede registou, de janeiro a julho de 2025, 14.910 atendimentos em diferentes áreas de intervenção, incluindo o SAAS – Serviço de Atendimento e Acompanhamento Social, RSI – Rendimento Social de Inserção, Emergência Social e serviços de proximidade como o Colmeia, Agência para a Integração, Migrações e Asilo (AIMA) / Centro Local de Apoio à Integração de Migrantes (CLAIM), e Gabinete Municipal de Apoio ao Cuidador Informal (GMACI).

O SAAS respondeu a 795 situações garantindo um apoio de proximidade nas diferentes freguesias do concelho. No âmbito do RSI foram acompanhados 552 beneficiários e ao nível de Emergência Social foram registados 21 atendimentos, dando resposta imediata a situações críticas.
O Front Office assegurou 5.864atendimentos diretos, reforçando o contacto de primeira linha.
O Banco de Recursos Colmeia deu resposta a 2.451 pessoas, suprindo as suas necessidades imediatas através da atribuição, gratuita, de bens novos, ou usados em bom estado, doados pela comunidade, por particulares ou por empresas.
A Agência para a Integração, Migrações e Asilo (AIMA) / Centro Local de Apoio à Integração de Migrantes (CLAIM) registou 3.417 atendimentos, apoiando cidadãos migrantes, oriundos de norte a sul do país, número que aumentou exponencialmente após a transferência de competências nesta área.
Já o Gabinete Municipal de Apoio ao Cuidador Informal acompanhou 1.810 pessoas que acompanham e cuidam de alguém de forma permanente.
No âmbito dos Encontros Seniores foram desenvolvidas diversas atividades na comunidade que contaram com 2.422 participantes.
Num concelho marcado pelo envelhecimento da população e pelo aumento da esperança média de vida, o Município de Cantanhede tem estado cada vez mais ao lado dos cidadãos, reforçando a rede social que, com a transferência de competências, passou a responder de forma mais abrangente e eficaz a diferentes públicos,” sublinhou a vereadora com o pelouro da Ação Social e Saúde, Célia Simões.

EDIÇÃO DO BOLETIM INFOADASCA Nº. 61 SETEMBRO 2025


Trazemos até aos colega se amigos a edição do Boletim para Setembro, com destaque para as multas às viaturas dos dadores e da ADASCA, pela polícia Municipal.
Atenção!

Tenham cuidado com as multas da polícia municipal, anda de olho no pessoal. No dia da “inauguração” das novas instalações da ADASCA apesar de serem provisórias, a viatura de apoio apesar de identificada levou com uma prenda. A mesma estava estacionada no espaço de cargas e descargas para apoio à brigada, no caso de ser necessário ir buscar material à sede. Não temos qualquer interesse no incumprimento das regras de transito, pelo contrário.

Um elemento da referida polícia, apareceu no local, nem sequer desligou a motinha, num ápice colocou-se numa posição corporal para fotografar a matricula da viatura ao serviço do CST de Coimbra que estava a descarregar o material para a colheita de sangue, ainda que a mesma se encontrasse em cima da calçada.

Quanto à viatura da ADASCA continuou no mesmo local, sem impedir outras. Foi tiro ao alvo para a multa. Será que foram as duas viaturas multadas ou apenas a da ADASCA?

Que, o que se designa de provisório seja rápido, ou a Câmara Municipal em conjunto connosco procure uma solução, tendo em conta o interesse público do nosso trabalho a favor da comunidade e do nosso hospital.

A propósito: lembro-me de, antes do 25 de Abril ser multado por pisar a relva. Ser-se solidário e pagar multas, é melhor dizerem-nos que somos dispensáveis. Depois não se queixem ou digam que os dadores são ingratos. Miséria moral. Se estávamos no purgatório, passamos para o inferno. Estar de olho na polícia não é nada agradável. Não somos vagabundos nem “criminosos”, somos pessoas de bem, estamos ao serviço da comunidade doente. Herói não é o dador de sangue, que paga para ser solidário, é quem nos multou. Sinto vergonha alheia. Francamente não tinha esta imagem da polícia municipal.

Reiteramos o nosso pedido: tenham em atenção às mensagens do SMS, onde é indicada a alteração do local. As datas e horários vão decorrer dentro do habitual, ou acedam ao site espaço agenda e calendário.

*Joaquim Carlos
Presidente da Direcção

Campus Juvenil Internacional sobre Alterações Climáticas acontece em Aveiro

 De 30 de agosto a 3 de setembro, a cidade de Aveiro volta a ser palco do Campus Juvenil Internacional de Ciência sobre Alterações Climáticas, que este ano reúne 157 alunos e 30 professores oriundos de Portugal, Espanha, Polónia, Brasil, México e Peru. A Fábrica Centro Ciência Viva de Aveiro acolhe e coorganiza, juntamente com o projeto Climántica, este evento que procura encontrar respostas criativas e educativas para o problema das alterações climáticas.
Além dos alunos e professores, o evento envolve ainda 12 investigadores e 38 divulgadores de ciência da Universidade de Aveiro e de Espanha.

Ao longo dos cinco dias do Campus Internacional Climántica – eCO2rivers, os jovens dos 13 aos 18 anos participam em workshops de dança, canto, improvisação teatral e musical, artes plásticas, fotografia, edição de vídeo, DJ, holografia e robótica, num programa de formação STEAM para desenvolver produtos de comunicação de ciência através da arte, para sensibilizar a opinião pública sobre a emergência climática.
Com base no conhecimento adquirido no Campus, os alunos estão a trabalhar em equipas para desenvolver dois tipos de projetos: um teatro musical e várias curtas-metragens de sensibilização ambiental sobre as alterações climáticas.
Integrado no Campus, está a decorrer também um programa de capacitação de professores do 3º ciclo do ensino básico e do ensino secundário, que inclui palestras com investigadores e workshops.

Já o evento final de encerramento do Campus, com a apresentação do teatro musical e das curtas-metragens produzidas pelos alunos, está marcado para o dia 3 de setembro, das 11h30 às 13h00, no auditório do Centro de Congressos de Aveiro. O evento contará com a presença de Artur Silva, Vice-Reitor da Universidade de Aveiro, de Rogério Carlos, Vereador da Câmara Municipal de Aveiro, de Francisco Soñora-Luna, da Universidade de Santiago de Compostela e coordenador do projeto Climántica e de Pedro Pombo, diretor da Fábrica Centro Ciência Viva de Aveiro.

A edição deste ano do Campus Internacional Climántica surge no âmbito do projeto europeu eCO2rivers, focado no impacto das alterações climáticas nos rios e zonas húmidas da Península Ibérica, e que tem como propósito criar um documentário e materiais educativos que promovam o cuidado com estes ecossistemas.

A Universidade de Aveiro, através da Fábrica Centro Ciência Viva de Aveiro, integra o consórcio responsável, juntamente com o IES Virxe do Mar e o IES Lope de Veja (Espanha) e a Associação Diogo de Azambuja (Portugal).

*Teresa Pereira
Fábrica Centro Ciência Viva de Aveiro
Rua dos Santos Mártires, 3810-171 Aveiro
Tel. +351 234 427 053 (chamada para a rede fixa nacional)

Festival Viver Porto de Mós 2025


O Viver - Festival Itinerâncias 2025 leva a festa a mais uma freguesia do concelho e na edição deste ano vamos até Porto de Mós, no Parque Almirante Vitor T. Crespo, viver o melhor que temos por cá.
Da gastronomia ao artesanato, passando pela música e cultura popular até à gastronomia, o programa apresenta-nos 3 dias repletos de atividades e animação.
No dia 12 de setembro, sexta-feira, a Neon Run volta a animar a noite com muita luz, cor e música.
No sábado, dia 13, o dia está repleto de atividades para miúdos e graúdos, com destaque para a Gala da Educação e do Desporto e o espetáculo musical com o grande Emanuel!
Já no domingo o dia é dedicado aos mais pequenos com muitas atividades divertidas e o espetáculo infantil NINA TOC TOC. Durante a tarde o DOMINGÃO vai fazer-nos companhia com o programa da SIC.
Espera-se, portanto, mais uma fantástica edição do Viver Porto de Mós, cheia de alegria e diversão para todos!
Transportes gratuitos disponíveis!

*Patrícia Alves (Comunicação) - Município de Porto de Mós

 

Crónica - A grandeza perdida da antiga Basílica de Santa Sofia em Istambul

 A pedra ergueu-se em Constantinopla como testemunho da ambição de um império e da fé que o sustentava. Santa Sofia nasceu no século VI pela mão de Justiniano, que ousou construir um templo tão vasto que durante mil anos permaneceu insuperável como a maior igreja do cristianismo. O imperador, ao contemplar a obra concluída, proclamou que ultrapassara a glória de Salomão.
O espaço tornou-se o coração espiritual de Bizâncio. No interior, a cúpula suspensa sobre arcos quase invisíveis desafiava a gravidade e a razão, criando a sensação de que o céu se abria sobre os fiéis. As cerimónias imperiais faziam da basílica não apenas um lugar de culto, mas também o palco político onde se fundia religião e poder. Ali se coroaram imperadores, ali se ergueram orações pela sobrevivência de Constantinopla cercada por inimigos.
As cruzadas mudaram-lhe o destino. No início do século XIII, quando os exércitos latinos conquistaram a cidade, Santa Sofia foi saqueada e transformada em catedral católica. O esplendor bizantino sofreu humilhação, as relíquias dispersaram-se pela Europa e os mosaicos perderam parte da sua integridade. O regresso do Império Bizantino devolveu-lhe o uso ortodoxo, mas não o antigo esplendor.
A queda de Constantinopla em 1453 abriu novo capítulo. Maomé II converteu Santa Sofia em mesquita, cobrindo imagens cristãs com cal e erguendo minaretes que redesenharam a silhueta da cidade. Durante séculos, o chamado Ayasofya foi um dos templos mais venerados do Islão, símbolo de vitória e de poder.
O século XX trouxe mais uma transformação. Mustafá Kemal Atatürk decidiu transformar a basílica em museu, devolvendo ao mundo a memória da sua dupla identidade. Os mosaicos bizantinos voltaram a ver a luz, convivendo com inscrições árabes e testemunhando uma história que pertence tanto ao Oriente como ao Ocidente.
Hoje, Santa Sofia voltou ao estatuto de mesquita, decisão que provocou debate internacional. Contudo, permanece inalterado o essencial. Quem entra sob a sua cúpula sente o peso de quinze séculos de história, o choque entre impérios, religiões e culturas. Santa Sofia continua a ser mais do que um edifício: é um espelho da própria história da humanidade, com a sua glória, as suas quedas e os seus renascimentos.
*Paulo Freitas do Amaral
Professor, Historiador e Autor

Portalegre | Alpalhão acolhe duas dúzias de dadores de sangue


Nisa é concelho do Alto Alentejo com área considerável e por onde se espalham múltiplas povoações. Uma delas é a terra onde nasceu o nosso fundador, António Eustáquio. Assim, é sempre motivo especial pisarmos terras de Alpalhão. Fomos recebidos no centro cultural para mais uma brigada conjunta da Associação de Dadores Benévolos de Sangue de Portalegre – ADBSP – e da Unidade Funcional de Imunohemoterapia da ULSAALE.
Em termos de presenças, compareceram 24 pessoas, sendo sete do sexo feminino.
Um dos inscritos não pode completar todas as etapas, por razões clínicas. De Alpalhão saíram 23 unidades de sangue total, o que é de se destacar.
Estrearam-se a doar sangue duas pessoas do sexo masculino, particularidade a considerar.
A Junta de Freguesia de Alpalhão apoiou a realização do almoço convívio que sorriu a quem tornou possível esta dádiva de sangue.
Aniversário Grupo Motard Novo Milénio
A 20 de setembro, numa jornada aberta a toda a população, estaremos no kartódromo de Portalegre, em mais um aniversárioo 26.ºdo Grupo Motard Novo Milénio. Uma semana depois, a 27 de setembro, temos encontro marcado na sede do Rancho Folclórico de Arronches. Sempre em sábados de manhã.
35.º aniversário
A 06 de setembro a ADBSP vai apagar 35 velas, com comemorações em Portalegre.
Pelas 10h00 será celebrada Missa na capela do hospital. A sessão solene terá lugar pelas 12h00 no pavilhão do NERPOR - AE. Segue-se o almoço convívio.

*José Rui Marmelo Rabaça