terça-feira, 26 de agosto de 2025

Turismo Centro de Portugal reforça oferta de Turismo Industrial com dois novos aderentes em Oliveira do Bairro


Radiolândia - Museu do Rádio e Porcel juntam-se a uma rede em crescimento, que já soma cerca de 62 recursos visitáveis no Centro de Portugal.
A Rede de Turismo Industrial do Centro de Portugal passou hoje a contar com dois novos aderentes: o Radiolândia – Museu do Rádio, gerido pelo Município de Oliveira do Bairro, e a Porcel – Indústria Portuguesa de Porcelanas, uma das mais prestigiadas fábricas nacionais de porcelana, também localizada em Oliveira do Bairro.
A adesão dos novos aderentes, que podem ser visitados por todos os interessados, foi formalizada com a assinatura de uma Declaração de Compromisso, que teve lugar no Radiolândia, em Bustos, e contou com a presença de Duarte Novo, presidente da Câmara Municipal de Oliveira do Bairro, Rui Ventura, presidente da Turismo Centro de Portugal, Ana Luísa Roque, presidente da Porcel, e Sílvia Ribau, Diretora do Departamento de Estratégia e Operação da Turismo Centro de Portugal, que fez a apresentação técnica da Rede de Turismo Industrial. Após as assinaturas, os presentes foram acompanhados numa visita guiada ao espaço do museu.
Na Declaração de Compromisso, os parceiros aderentes comprometem-se, entre várias medidas, a envolverem-se em iniciativas relacionadas com o turismo industrial.

Região já tem 62 recursos visitáveis

Com a adesão do Radiolândia e da Porcel, a Rede de Turismo Industrial do Centro de Portugal passa a contar com 62 recursos visitáveis. Em 2023, as entidades que integram a rede na região Centro receberam um total de 438.499 visitantes, o que representou 20% do total nacional.
O Turismo Industrial é um produto turístico estruturado em duas vertentes: o Património Industrial, que engloba museus e equipamentos que preservam a memória do passado, como o Radiolândia; e a Indústria Viva, que inclui visitas a fábricas e unidades de produção em atividade, como a Porcel. Trata-se de um produto diferenciador, que pode ser visitado ao longo de todo o ano, contribuindo assim para combater a sazonalidade e para diversificar a oferta turística.
A Rede Portuguesa do Turismo Industrial está a ser desenvolvida a nível nacional, sob a liderança do Turismo de Portugal. Integram também o grupo dinamizador da rede as 5 Entidades Regionais de Turismo, a Direção Regional de Turismo dos Açores, 6 municípios (São João da Madeira, Vila Nova de Famalicão, Santo Tirso, Santa Maria da Feira, Vila do Conde e Marinha Grande), duas associações (Associação Portuguesa de Património Industrial e Roteiro de Minas e Pontos de Interesse Mineiro e Geológico de Portugal) e dois parceiros privados (Fábrica Vista Alegre e New Hand Lab). Na região Centro, a coordenação é da responsabilidade da Turismo Centro de Portugal.
"Construir um novo Centro de Portugal"
Nas intervenções durante a cerimónia, Ana Luísa Roque, presidente da Porcel, salientou “o gosto em passar a integrar esta rede, que é também um motivo de grande orgulho para todos nós. A Porcel tem como missão partilhar um processo produtivo que alia a tradição manual à inovação tecnológica. Muitas vezes, os consumidores não têm noção de todo o trabalho que está por detrás de cada peça, desde a escolha da matéria-prima até à sua modelação e adaptação. Com esta adesão, abrimos as portas para que os visitantes possam compreender de perto esta realidade. Aderir a este projeto é, por isso, uma honra e uma responsabilidade”.
Duarte Novo, presidente da Câmara Municipal de Oliveira do Bairro, lembrou que “o concelho tem rios, paisagens verdes e um património religioso que nos distingue, mas faltava algo que complementasse essa oferta e que desse a conhecer outra das nossas maiores riquezas: a indústria. Com esta adesão à Rede de Turismo Industrial, mostramos o orgulho que sentimos na cerâmica e nas nossas empresas, que são o motor da economia local". "A Porcel é um exemplo de excelência, mas acredito que outras indústrias do concelho se juntarão a este projeto, de forma contínua e consistente. Estamos a valorizar o que temos de mais autêntico e a abrir caminho para novas formas de atrair visitantes a Oliveira do Bairro”, acrescentou.
A encerrar a cerimónia, Rui Ventura, presidente da Turismo Centro de Portugal, lembrou que “as empresas são essenciais e fundamentais para a afirmação do Turismo Industrial. Este é um produto que aproxima os visitantes do território, permitindo-lhes conhecer melhor as oito sub-regiões do Centro de Portugal através da sua indústria viva e do seu património. É muito gratificante ver esta rede crescer, porque só assim conseguimos promover todo o território de forma coesa".
"Infelizmente, atravessamos um momento difícil, marcado pelos incêndios que atingem a região e que são um verdadeiro desastre para nós, do ponto de vista turístico e ambiental. Mas o que estamos aqui a fazer hoje também é um sinal de esperança: temos outros produtos, como o Turismo Industrial, que podem ajudar a afirmar o Centro de Portugal, a reduzir a sazonalidade e a atrair visitantes todo o ano. Quero agradecer à Porcel e ao Município de Oliveira do Bairro por esta adesão e deixar o desejo de que muitas outras empresas e municípios sigam este exemplo. Só assim, trabalhando em conjunto, construiremos o novo Centro de Portugal”, concluiu.

Radiolândia - Museu do Rádio
O Radiolândia – Museu do Rádio, inaugurado em 2017, é um espaço museológico totalmente dedicado à temática do rádio, pensado para servir a comunidade, promovendo a cultura junto de todos os que o visitam.
Este equipamento museológico tem como base a riquíssima coleção privada de Manuel Silva, natural de Bustos, que reúne alguns dos rádios mais raros e importantes do passado século XX, num vasto acervo que engloba também muitos outros aparelhos oriundos de diversas proveniências e diferentes doadores, o que constitui um espólio absolutamente único e de reconhecimento nacional.

Porcel S.A.
Fundada em 1987, a Porcel S.A. é uma prestigiada marca e indústria de porcelana. Situada no coração de Portugal, a Porcel combina a tradição manual à inovação tecnológica no desenvolvimento e produção de porcelana, resultando em peças de alta qualidade, criativas e elegantes.
Com uma larga oferta de produtos e investimento no desenvolvimento de novas linhas, decorações e projetos à medida do cliente, a Porcel vai ao encontro das tendências e exigências de mercado, apresentando anualmente as suas coleções em eventos internacionais.

Mais informações sobre a Rede de Turismo Industrial do Centro de Portugal em https://turismodocentro.pt/artigo/turismo-industrial.

Sobre a Turismo Centro de Portugal:
A Turismo Centro de Portugal é a entidade que estrutura e promove o turismo na Região Centro do país. Esta é a maior e mais diversificada área turística nacional, abrangendo 100 municípios, e tem registado um intenso crescimento da procura interna e externa. É a região a escolher para quem pretende experiências diversificadas, pois concilia locais Património da Humanidade com a melhor costa de surf da Europa, termas e spas idílicos, locais de culto de importância mundial e as mais belas aldeias.

*Sílvia Ribau
Diretora do Departamento de Estratégia e Operação
Turismo Centro de Portuga

ªªLuís Miguel Nunes
Consultor de comunicação



Oliveira de Frades | Exposição de Pintura “Metamorfose”

No último domingo, dia 24 de agosto, o Museu Municipal recebeu a nova exposição de pintura: “Metamorfose”, de Niki White, no âmbito da iniciativa Descobrir Lafões 2025, promovida pelo DESCobrir.org.
 A autora, nascida em Londres, deu a conhecer o seu trabalho que reflete tanto o quotidiano como a natureza. 
Começou a pintar de forma autodidata aos 10 anos e realizou a sua primeira exposição em 1991. Anos mais tarde escolheu Portugal como refúgio e transformou a antiga escola de Freixo (Serrazes, São Pedro do Sul) no seu lar e atelier. 
Nesta mostra, Niki White partilha não apenas a sua evolução artística, mas também a sua trajetória pessoal, um convite à reflexão sobre a transformação e o olhar criativo.
Sara Carvalho
Assessora de Comunicação - Gabinete de Comunicação e Imagem

Cantanhede | Programa do terceiro quadrimestre de 2025. “Tardes Comunitárias” regressam com uma “viagem” à Índia

 Uma conversa de viajantes com Beatriz Barros, que relata a sua experiência de voluntariado em Calcutá (Índia), no dia 24 de setembro, marca o arranque da programação do terceiro quadrimestre de 2025 das “Tardes Comunitárias”, projeto de intervenção social promovido pela Câmara Municipal de Cantanhede para motivar a população sénior a desenvolver a sua interação psicossocial em atividades sociais, culturais, desportivas e lúdicas.

O programa inclui ainda sessões sobre música, cinema, leitura e pintura, entre outras.
Ao longo de três meses, os participantes terão oportunidade de participar em atividades com uma vincada componente didática e formativa, para estimular o interesse de quem dispõe de tempo, mas que geralmente não dispõe de grandes oportunidades de ocupação a esse nível.

Na prática, o que se pretende é “Dar Mais Vida aos Anos”, proporcionando oportunidades de valorização e realização pessoal para um público com mais de 55 anos e percursos de vida diversificados, através de encontros em que é dada também a possibilidade de partilharem a sua experiência e saber com outras pessoas.
Nesse sentido, todas as quartas-feiras, entre as 14h30 e as 17h30, decorrerão inúmeras atividades, que vão desde prevenção de quedas: dicas essenciais para evitar acidentes em casa, a um magusto partilhado.
Estão igualmente previstas atividades de acentuada componente lúdica, como visitas guiadas ao Mosteiro da Batalha ou ao Jardim Botânico de Coimbra ou apenas convívio social ativo.
Os interessados podem efetuar a sua inscrição na Casa Francisco Pinto, na Rua António José de Almeida nº 3, em Cantanhede, ou através do número 231 249 043 e do e-mail tardescomunitarias@cm-cantanhede.pt.


PROGRAMA

24 setembro
Conversa de Viajantes
A outra face da Índia, uma experiência de voluntariado em Calcutá por Beatriz Barros
Biblioteca Municipal

1 outubro
Dia Mundial da Música
Academia de Música de Cantanhede
Biblioteca Municipal

8 outubro
Visita ao Centro de Interpretação da Batalha de Aljubarrota e ao Mosteiro da Batalha
Inscrições de 24 de setembro a 30 de setembro

15 outubro
Visita à ETAR de Murtede
Inscrições de 1 de outubro a 10 de outubro


22 outubro
Provérbios com vida - Leitura coletiva de textos de participantes nas Tardes Comunitárias
Parque Verde São Mateus

29 outubro
Cinema a Pedido (oferta de pipocas)
Biblioteca Municipal

5 novembro
Prevenção de quedas: dicas essenciais para evitar acidentes em casa
Fisio André Viegas - sessão teórica e prática
Biblioteca Municipal

12 novembro
Magusto partilhado
Jardim do Museu da Pedra

19 novembro
Pintar as Emoções II
Centro Paroquial S. Pedro


26 novembro
Vamos celebrar a Floresta Autóctone – Visita guiada ao Jardim Botânico da Universidade de Coimbra
Inscrições de 19 de novembro a 21 de novembro

3 dezembro
Visita à exposição de Maria Amélia Magalhães Carneiro
Museu de Arte e Colecionismo

10 dezembro
Jogos Sem Fronteiras Aquáticos
Piscinas Municipais

17 dezembro
Atividade Teatral pelos participantes das Tardes Comunitárias
Biblioteca Municipal


Barcelos | Os cinco estudantes com as melhores notas de entrada no IPCA escolhem o IPCA como primeira opção

 O que têm em comum Mariana Campos, Tomás Oliveira, Miguel Vila Cova, Tomás Soares e Leonor Moreira? Tal como 89% dos novos colocados no Politécnico do Cávado e do Ave (IPCA) através do Concurso Nacional de Acesso (CNA), escolheram esta instituição em primeira opção. São cinco histórias diferentes, de estudantes que sobressaem pelo registo de notas mais altas de cada escola no IPCA, mas todas com o mesmo ponto de partida: a confiança numa instituição de ensino superior que se tem afirmado pela qualidade, proximidade e prestígio dos seus cursos.
 
Mariana Campos, 18 anos – Design Gráfico (191,5 valores)
Natural de Barcelos e ex-aluna da Escola Secundária de Barcelos, Mariana foi a estudante com a média mais alta a ingressar no IPCA. A escolha pelo curso de Design Gráfico deveu-se ao prestígio da instituição e também ao facto de o IPCA ser uma das poucas escolas no país a oferecer esta licenciatura. O conselho dos pais e a experiência positiva de uma amiga que já frequenta o curso foram decisivos.
“Já visitei o Campus e a Escola Superior de Design. Estou muito animada e tenho a certeza de que nunca me vou sentir sozinha”, afirma. Para além da paixão pelo desenho, Mariana gosta de videojogos, de ir ao ginásio e define-se como responsável e dedicada.
 
Tomás Oliveira, 25 anos – Engenharia de Sistemas Informáticos Pós-Laboral (189,5 valores)
Bracarense, antigo aluno da Escola Secundária D. Maria II, Tomás regressa agora ao ensino superior em regime pós-laboral. Trabalhador na área de atendimento e gestão de stocks, decidiu mudar de rumo académico depois de uma experiência anterior pouco motivadora.
Com familiares ligados ao setor das Tecnologias de Informação, encontrou no IPCA a oportunidade certa. “Acho que vai correr bem e quero terminar o curso, conhecer novos colegas e ganhar bases sólidas para o futuro”, refere.
 
Miguel Vila Cova, 19 anos – Gestão de Empresas Pós-Laboral (186,3 valores)
Natural da Póvoa de Varzim e atleta da equipa sénior do Varzim Sport Club, Miguel tenta agora conciliar a carreira desportiva com os estudos no IPCA. Depois de uma primeira tentativa no ensino superior, optou agora pela licenciatura em Gestão de Empresas, no regime pós-laboral.
“O IPCA mostrou-me ser uma instituição que se preocupa com os estudantes. O meu pai estudou aqui e sempre me falou muito bem da experiência”, explica. Para Miguel, o curso será a base de segurança num futuro em que o futebol pode ser incerto.
 
Tomás Soares, 20 anos – Desporto (178,8 valores)
Aluno da Escola Secundária Carlos Amarante, em Braga, Tomás decidiu trocar a área das engenharias pela paixão pelo desporto. Comunicador nato, esteve dividido entre Desporto e Ciências da Comunicação, mas acabou por escolher o primeiro.
Escuteiro desde 2018 já praticou artes marciais, karaté mas agora foca-se no ginásio.
Vê no IPCA a oportunidade de crescer e até de participar em programas de mobilidade internacional: “Gosto imenso de viajar, quero fazer Erasmus e explorar novas culturas.”

Leonor Moreira, 18 anos – Gestão Hoteleira (164 valores)
De Matosinhos e formada no Balleteatro Escola Profissional, Leonor cresceu entre a música, a dança e os negócios da família, ligados ao catering e restauração. Foi online que encontrou o IPCA, uma instituição ideal para se especializar em Gestão Hoteleira.
“Quero aprender coisas novas e acredito que as mudanças trazem sempre bons ensinamentos. Toda a gente diz que o ensino superior é a melhor fase da vida e estou pronta para viver essa experiência”, partilha
 
Na 1.ª fase do Concurso Nacional de Acesso (CNA), 483 dos 550 novos estudantes colocaram o IPCA como 1.ª opção — um sinal claro da confiança e preferência pela instituição. A 2.ª fase do concurso decorre entre 25 de agosto e 3 de setembro.

Matrículas online com apoio personalizado
As matrículas dos novos estudantes do IPCA realizam-se exclusivamente online, entre 25 e 28 de agosto. Para garantir um processo simples e eficiente, a instituição disponibiliza uma página para o efeito bem como o e-mail matriculas@ipca.pt, para esclarecer dúvidas e apoiar os candidatos.

Welcome IPCA: acolhimento aos novos estudantes a 15 e 16 de setembro
O início do ano letivo será assinalado com o WelcomeIPCA, nos dias 15 e 16 de setembro, numa organização conjunta com a Associação Académica do IPCA (AAIPCA). O programa inclui atividades de integração, como a receção com diretores de escola e de curso, dinâmicas de grupo com os novos estudantes com a participação dos diferentes serviços e unidades do IPCA e um piquenique no Campus para uma imersão completa. A celebração termina no dia seguinte, onde os estudantes vão conhecer a cidade que os acolhe e o curso que escolheram com as atividades: “Liga-te à Tua Nova Cidade” e “À Descoberta do Teu Curso”.
No dia 30 de setembro, haverá, ainda, no Campus, espaço para receber todos os novos estudantes de licenciatura (1ª e 2ª fase, assim como estudantes internacionais) e os estudantes dos Cursos Técnicos Superiores Profissionais. A diversão será garantida, sendo que depois da receção institucional e da recolha do Welcome Kit está programado um Mega Arraial e uma tarde de jogos divertida. As atividades são replicadas em horário laboral e pós-laboral.

*Ana Teixeira
Gabinete de Comunicação e Imagem (GCI)

Porto de Mós | SéniorMós 2025


Setembro está já à porta e com ele aproxima-se mais uma edição do SéniorMós, um mês inteiramente dedicado às pessoas 65+ do concelho de Porto de Mós.

Com encontros culturais, convívios, atividades desportivas, rastreios e workshops, o SéniorMós pretende proporcionar momentos de qualidade a esta comunidade, mantendo-a ativa, informada e valorizada.
A realização desta iniciativa tem vários objetivos: em primeiro lugar beneficiar, naturalmente, esta camada da população dando-lhes acesso a um programa rico e diversificado. Em segundo lugar, através do contacto que o município e as restantes entidades estabelecem com os séniores em diversas esferas, é mais fácil aferir as suas necessidades, perceber se as atividades que se realizam ao longo do ano vão ao encontro das suas expectativas e assim, ajustá-las às necessidades reais dos seus participantes e, por último, incentivar a sua participação nas atividades regulares que se realizam ao longo de todo o ano como é exemplo o projeto Ginástica Sénior, Felicidades pelas Artes – Asas do Tempo, entre outros.

Um dos pontos altos do SéniorMós é a comemoração do Dia Nacional do Idoso, com um almoço convívio que reúne todos os séniores do concelho, num encontro cheio de alegria, animação e muitas surpresas, sendo esse um momento muito aguardado por todos.


*Patrícia Alves
Gabinete de Comunicação

 

Opinião | Os grandes incêndios da História do nosso Portugal


Portugal vive dias difíceis. O verão de 2025 ficará marcado como um dos mais negros da nossa memória recente, com mais de 2% do território nacional reduzido a cinzas. A cada chama que avança, sentimos que a História regressa — não como lição, mas como maldição. E se recuarmos no tempo, percebemos que os grandes incêndios sempre acompanharam a trajetória deste país, como uma sombra persistente que nos recorda a nossa fragilidade diante da natureza e da imprevidência humana.

Não é apenas de fogos florestais que falamos. A História regista, em Portugal, incêndios urbanos devastadores, capazes de arrasar cidades inteiras e deixar marcas que demoraram séculos a sarar.
Em 1384, no cerco de Lisboa durante a crise de 1383-1385, a Mouraria ardeu quase por completo. Não foi apenas a guerra contra Castela, mas também a fome, a peste e a desorganização de uma cidade sitiada que alimentaram o fogo. Lisboa, tantas vezes palco de tragédias, conheceu cedo o drama das chamas descontroladas.

Já em 1423, novo golpe: um grande incêndio devastou a zona ribeirinha da capital, junto à Rua Nova dos Ferros, onde o comércio pulsava. Perderam-se arquivos, mercadorias e casas. O coração mercantil da cidade ficou paralisado, numa altura em que Portugal se lançava às descobertas marítimas.

No interior, também Coimbra conheceu a sua tragédia. Em 1663, em plena Guerra da Restauração, um fogo gigantesco consumiu a baixa da cidade. Ardeu património, perderam-se alfaias agrícolas e o povo ficou mais pobre, enquanto o país lutava pela independência.

Lisboa voltaria a conhecer o horror em 1 de novembro de 1755. O terramoto destruiu a cidade, mas foi o incêndio que se seguiu — alimentado por velas, fogões e armazéns inflamáveis — que completou a tragédia. Durante dias, o fogo devorou o que restava de igrejas, palácios e casas, num cenário apocalíptico que traumatizou a Europa inteira. Foi a maior catástrofe natural e humana da nossa História.

O Porto também não escapou. Em 1874, um incêndio na Ribeira destruiu armazéns de vinho e mercadorias, deixando centenas de desalojados e ferindo gravemente o comércio da cidade. O Douro viu a sua riqueza transformada em cinzas, e a memória desse fogo ainda ecoa nas crónicas oitocentistas.

Mais perto de nós, o Chiado ardeu em 1988. Lisboa assistiu, em direto e em choque, a uma tragédia que consumiu lojas históricas, palácios pombalinos e símbolos culturais. O país inteiro acompanhou os bombeiros, impotentes diante de chamas que só a genialidade posterior de Álvaro Siza Vieira conseguiu transformar em renascimento. Ainda hoje, quem passa pelo Chiado sente a cicatriz desse agosto de há 37 anos.

Depois veio o ano terrível de 2017. Em junho, o incêndio de Pedrógão Grande matou 66 pessoas e deixou feridos mais de duas centenas. Famílias inteiras foram apanhadas nas estradas pela violência das chamas, numa tragédia que expôs como nunca as falhas do Estado, a ausência de prevenção e a vulnerabilidade das populações. Foi o incêndio mais mortífero da nossa História democrática e permanece como uma ferida aberta na consciência nacional.

E chegamos ao presente. Em 2025, não é uma rua, nem uma praça, nem um bairro que arde. É o país. O inimigo já não é o fogo urbano, mas o fogo florestal, multiplicado pela seca, pelas alterações climáticas e pela falta de prevenção que repetidamente denunciamos mas nunca corrigimos. Perde-se o território, perdem-se aldeias, perde-se o trabalho de gerações. É uma guerra desigual contra a natureza, mas também contra a nossa própria inércia.

Portugal tem uma História feita de glórias e tragédias. Os grandes incêndios recordam-nos que, sem memória e sem responsabilidade, estamos condenados a repetir a destruição. Arderam cidades, arderam armazéns, arderam bairros. Agora arde o país. E a pergunta impõe-se: vamos deixar queimar também o futuro?

*Paulo Freitas do Amaral
Professor, Historiador e Autor