segunda-feira, 13 de outubro de 2025

Cantanhede | Museu passa a integrar o Regime de Mecenato Cultural Museu LOAD ZX reconhecido como projeto de Interesse Cultural pelo Ministério da Cultura

 
O Ministério da Cultura atribuiu ao Museu LOAD ZX o estatuto de projeto de Interesse Cultural, através de despacho da Ministra da Cultura, Juventude e Desporto, Margarida Balseiro Lopes.
Com este reconhecimento, o museu passa a beneficiar do Regime de Mecenato Cultural, que prevê vantagens fiscais para empresas e particulares que apoiem as suas atividades.
Este reconhecimento reforça a relevância do trabalho desenvolvido pelo Museu LOAD ZX na preservação e divulgação da história da informática, valorizando as suas atividades museológicas.
Ao mesmo tempo, o novo enquadramento abre novas oportunidades de apoio, tornando mais atrativo o contributo de mecenas e permitindo ao museu potenciar este estatuto para garantir a continuidade, o crescimento e o enriquecimento do seu acervo e das suas atividades.
“Mais do que uma conquista institucional, este reconhecimento é um sinal de confiança dirigido a todos os que têm acreditado e puxado pelo projeto desde o início”, sublinhou o fundador e curador do Museu LOAD ZX, João Diogo Ramos.
Com o reconhecimento do Interesse Cultural atribuído pelo Ministério da Cultura, e ao abrigo do Regime de Mecenato Cultural, o Museu LOAD ZX prepara-se para lançar o desafio a novos mecenas que queiram participar ativamente na preservação da memória tecnológica.
Localizado na cidade de Cantanhede, o Museu LOAD ZX nasceu de uma parceria entre a Câmara Municipal e a Associação Geração SPECTRUM, entidade responsável pela dinamização da coleção de João Diogo Ramos que está na génese do museu.

O Mecenato Cultural
Os donativos feitos ao abrigo do regime de Mecenato Cultural podem ser deduzidos em sede de IRS ou contabilizados como custo em sede de IRC, com as majorações previstas na lei.
Desta forma, os mecenas podem apoiar o desenvolvimento cultural e, simultaneamente, beneficiar de incentivos fiscais.



Marinha Grande | PARCERIA DO MUNICÍPIO COM A ACIMG PARA CAPACITAR PESSOAS

 A Associação Comercial e Industrial da Marinha Grande (ACIMG) apresentou, no passado dia 7 de outubro de 2025, no Centro Empresarial da Marinha Grande, o projeto ACIMG Business Academy, uma iniciativa que resulta da parceria com o Município, que pretende promover a formação, inovação e capacitação empresarial, reforçando o papel da associação junto do tecido económico local.
Durante a sessão, o presidente da Câmara Municipal da Marinha Grande, Aurélio Ferreira, sublinhou o valor da aposta nas pessoas e na inovação, referindo que o projeto poderá ser determinante para o desenvolvimento do concelho. “Este pode ser um projeto que abre portas ao futuro”, referiu.
A representante da direção da ACIMG, Susana Santos, destacou a importância de fazer diferente e de olhar para as pessoas como o verdadeiro motor do sucesso empresarial. “Talvez devamos olhar mais para as pessoas — talvez seja essa a chave do sucesso das empresas. Que possamos capacitar as pessoas e que a cidade possa ter outra visibilidade”, afirmou.
O evento marcou o arranque de uma nova etapa para a associação que pretende, através da ACIMG Business Academy, disponibilizar programas de formação e partilha de conhecimento adaptados às necessidades das empresas e dos empreendedores locais.

*Gabinete de Comunicação e Imagem

Arronches com 32 dadores de sangue


A primeira brigada outonal que efetuamos foi expressiva, sinal que em qualquer altura do ano se pode – e deve – doar sangue. Desta feita a Associação de Dadores Benévolos de Sangue de Portalegre – ADBSP – e a Unidade Funcional de Imunohemoterapia da ULSAALE rumaram até à vila de Arronches.
O local escolhido voltou a ser a ampla sede do Rancho Folclórico, no espaço dos antigos celeiros. Ali foram recebidos, com sorrisos, 32 voluntários, curiosamente metade de cada sexo.
100% dos voluntários puderam cumprir os seus objetivos. Como tal, de Arronches saíram, dançando, 32 unidades integrais de sangue.

Um homem doou sangue pela primeira vez na vida.
A refeição, servida aos participantes ao início da tarde, contou com o apoio da Câmara Municipal de Arronches.
Santo António das Areias
Sábados, da parte da manhã, são quando acontecem as nossas colheitas. Temos agendada mais uma dádiva em Santo António das Areias – Marvão – a oito de novembro. E a 22 de novembro estaremos no Crato, no edifício do centro de saúde.

Contamos com os nossos dadores e particularmente consigo! Percorra: https://www.facebook.com/AssociacaoDadoresBenevolosSanguePortalegre/




*José Rui Marmelo Rabaça

Na terça-feira, dia 21 de outubro. Município de Cantanhede promove workshop sobre novas medidas do Estatuto do Cuidador Informal

 
A Câmara Municipal de Cantanhede vai promover um workshop gratuito sobre as novas medidas introduzidas no Estatuto do Cuidador Informal, na próxima terça-feira, dia 21 de outubro, no auditório do Museu da Pedra, das 14H30 às 16H30.
A iniciativa destina-se a cuidadores informais, familiares, profissionais da área social e de saúde, bem como a todos os cidadãos interessados em conhecer melhor os apoios e direitos recentemente atualizados neste estatuto.
O encontro contará com a presença de técnicos especializados que irão esclarecer dúvidas, apresentar exemplos práticos e fornecer informações úteis para facilitar o acesso às medidas de apoio disponíveis.
A iniciativa é promovida pela Divisão de Ação Social e Saúde da Câmara Municipal de Cantanhede, através do GMACI (Gabinete Municipal de Apoio ao Cuidador Informal) e o CLDS 5G Cantanhede, contando ainda com o apoio de entidades como a ADELO – Associação de Desenvolvimento Local da Bairrada e Mondego.
O workshop surge como uma oportunidade para valorizar o papel fundamental dos cuidadores informais, promovendo o reconhecimento das suas necessidades e reforçando a importância do acesso a informação clara e atualizada.
Além de apresentar as recentes alterações legislativas, o encontro pretende criar um espaço de partilha, esclarecimento e proximidade entre os cuidadores e os serviços de apoio, contribuindo assim para melhorar a qualidade de vida de quem cuida e de quem é cuidado.

Universidade de Coimbra lança “Guia de Polinizadores de Portugal”

 
A Faculdade de Ciências e Tecnologia da Universidade de Coimbra (FCTUC) apresenta, no próximo sábado (18 de outubro), na Estufa Tropical do Jardim Botânico da Universidade de Coimbra, o livro “Guia de Polinizadores de Portugal”. O lançamento, com começo às 11h00, é aberto a toda a comunidade.
Esta publicação é um dos resultados do projeto PolinizAÇÃO, financiado pelo Fundo Ambiental do Ministério do Ambiente e Energia, e surge com o objetivo de inspirar, sensibilizar e envolver todos os cidadãos na conservação dos polinizadores – organismos essenciais à vida.

A obra reúne informação científica acessível sobre 222 espécies nacionais de polinizadores e inclui fotografias, na maioria dos casos a mostrar a interação destes organismos com as flores onde estes se alimentam. Apresenta, também, esquemas detalhados que ajudam a reconhecer os diferentes grupos de polinizadores e a identificar detalhes morfológicos úteis.
«Este guia nasce de uma enorme vontade coletiva do Grupo de Trabalho de Disseminação, Divulgação e Educação Ambiental do projeto PolinizAÇÃO de aproximar a ciência da sociedade e criar uma ferramenta que permita a cientistas e não-cientistas aprender um pouco mais sobre estes animais. Os polinizadores estão no centro da nossa vida quotidiana, mesmo quando não damos por isso», começa por dizer João Loureiro, investigador no Centro de Ecologia Funcional (CFE) do Departamento de Ciências da Vida (DCV), cocoordenador do projeto PolinizAÇÃO e da edição da obra.

«Queremos que este guia inspire a descoberta e a conservação destes organismos, fundamentais para a biodiversidade, para a nossa alimentação e para a nossa própria sobrevivência», afirma o especialista.
A obra contou com a colaboração de mais de 25 investigadores e especialistas nacionais em entomologia e botânica. O evento de lançamento conta com a presença de alguns dos autores, que partilharão o seu conhecimento e experiência num momento de diálogo aberto com o público, que poderá colocar questões e interagir diretamente. A escolha da Estufa Tropical do JBUC destaca a ligação profunda entre ciência, educação e natureza.

Carolina Caetano, membro do CFE/DCV e responsável pela coordenação editorial do livro, considera que «é necessário conhecer para proteger. A grande maioria dos polinizadores em Portugal são insetos, que continuam a enfrentar preconceitos e muitas vezes são encarados com receio. É preciso olhá-los com outros olhos para deixar o medo de lado e protegê-los».

Neste guia, «além de diversos animais polinizadores — desde abelhas a aves e outros mais surpreendentes —, os leitores podem aprender sobre o fenómeno da polinização e descobrir formas de ajudar, como, por exemplo, através da ciência cidadã. Precisamos de envolver a sociedade na conservação da natureza, e esta obra é mais um passo nesse sentido», conclui.

*Sara Machado
Assessora de Imprensa
Universidade de Coimbra• Faculdade de Ciências e Tecnologia

Crónica - Os filhos do Rei que foram escondidos. "Os Palhavã".


Poucos episódios da história portuguesa conjugam tão intensamente o segredo, a intriga e a política como o destino dos infantes da Palhavã. Filhos ilegítimos de D. João V, nascidos de diferentes mães — freiras, damas e cortesãs do seu círculo mais íntimo —, viveram à sombra do trono, protegidos e ocultados por conveniência de Estado. O esplendor barroco da corte escondia, sob os véus do ouro e da fé, as contradições de um rei que, devoto e voluptuoso, quis fazer de Portugal um império de luz, mesmo que a sua dinastia se fundasse em silêncios e bastardia.
A designação “Infantes da Palhavã” não provém, portanto, de uma única mãe, mas do lugar onde o rei os mandou criar: a Quinta da Palhavã, em Lisboa, que se tornou o refúgio discreto desses filhos de sangue real e origem velada. D. João V quis que recebessem educação digna dos mais altos fidalgos, rodeados de mestres e religiosos, mas também lhes impôs o destino de não reclamarem o que o nascimento lhes negara: o direito ao trono. Assim, um a um, foram conduzidos à vida religiosa. D. José de Bragança, arcebispo de Évora, filho de uma freira de Odivelas; D. Gaspar de Bragança, arcebispo de Braga, nascido de D. Luísa Clara de Portugal; e D. António de Bragança, o mais discreto dos três, cavaleiro de ordens religiosas e homem de sólida instrução teológica, seguiram todos o mesmo caminho de silêncio e obediência.

D. António, nascido por volta de 1704, foi reconhecido de forma tácita por D. João V e dotado de rendas confortáveis. Viveu longamente, respeitado pela Igreja e pela corte, mas sem descendência legítima conhecida. Como os seus irmãos, foi afastado das ambições mundanas e destinado a servir o trono sem jamais o disputar. A sua vida resume o propósito do rei: transformar os filhos do pecado em instrumentos de devoção e serviço, preservando a glória régia sem expor o escândalo da bastardia.

Com a morte de D. João V e a ascensão de D. José I, o equilíbrio da corte mudou. O Marquês de Pombal, homem de razão e cálculo, via nesses filhos régios uma herança incómoda de um tempo de excessos. Representavam o mundo barroco que ele pretendia apagar — o da devoção misturada ao luxo e à influência da Igreja. Mantê-los afastados da política, confinados ao púlpito e às dioceses, foi uma maneira de consolidar a nova ordem ilustrada. Sob o domínio pombalino, Portugal tentou libertar-se das sombras do ouro brasileiro e das penitências conventuais. E, nesse novo mundo, os filhos da Palhavã eram fantasmas do passado, lembranças de um rei que mandara erguer mosteiros e gerar monges.

Depois da queda do Marquês, a História seguiu sem eles. As suas obras eclesiásticas permaneceram — templos restaurados, dioceses reformadas, cartas pastorais de tom grave —, mas o nome Palhavã perdeu o brilho e a intriga. O século XIX olhou-os com curiosidade distante, e a antiga quinta lisboeta, que lhes dera nome, tornou-se residência diplomática, esvaziada do mistério que a envolvera. Nenhuma descendência perpetuou a linhagem; nenhuma memória política sobreviveu. O destino dos filhos do rei foi o do silêncio: apagaram-se com a mesma discrição com que tinham vivido.

Contudo, a sua história continua a ecoar como símbolo de uma monarquia dividida entre o esplendor e o remorso. Os filhos de D. João V foram escondidos não apenas do olhar do povo, mas da própria História. E é precisamente nesse esquecimento que reside o eco mais duradouro do seu nome — o sussurro de uma realeza que o tempo quis disfarçar, mas nunca conseguiu apagar.
*Paulo Freitas do Amaral
Professor, Historiador e Autor