sábado, 24 de maio de 2025

Presidente da Câmara de Aveiro apresenta livro “A Sagres em Aveiro 2024” na Expo Osaka

A obra, apresentada por Ribau Esteves no Pavilhão de Portugal, celebra a passagem histórica do Navio-Escola Sagres pela cidade de Aveiro.
Osaka, Japão, 24 de maio de 2025 – O Presidente da Câmara Municipal de Aveiro, José Ribau Esteves, marcou presença esta sexta-feira (23 de maio), na Expo Osaka, a apresentar o livro “A Sagres em Aveiro 2024”, uma publicação da Câmara de Aveiro (CMA) que assinala a primeira presença do Navio-Escola Sagres em Aveiro, no Cais do Sal, em maio de 2024, no âmbito das comemorações do Dia da Marinha e no ano em que Aveiro foi a primeira Capital Portuguesa da Cultura.
“A chegada do Navio-Escola Sagres ao centro de Aveiro foi uma operação ousada e inédita da Marinha e da Câmara, que mostrou a força e a determinação de um Povo que acredita na sua cidade e nos seus canais como palco de cultura, de inovação e de futuro. A Sagres foi recebida com enorme alegria por parte dos Aveirenses e a sua estadia, que será recordada durante vários anos pela população, fica agora registada em livro. Poder apresentar esta obra no Japão é uma honra e um tributo à dimensão universal desta embarcação e da ligação dos Portugueses e dos Aveirenses ao mar, fazendo-o no Pavilhão de Portugal que tem como tema Oceanos, Diálogo Azul”, afirma Ribau Esteves.
“A Sagres em Aveiro 2024” evoca o simbolismo nacional do Navio-Escola Sagres, retrata o entusiasmo da população de Aveiro com o navio e demonstra a capacidade logística e cultural da cidade para acolher grandes embarcações em pleno coração urbano. Reúne ainda testemunhos de visitantes, autoridades civis e militares, bem como dados históricos sobre o navio e fotografias de uma semana de eventos que marcaram a cidade.
O livro, com edição bilíngue (português/inglês), é promovido internacionalmente ao longo da Expo Osaka 2025 como parte da estratégia de afirmação cultural e turística de Aveiro, a partir do belo Pavilhão de Portugal, um dos mais relevantes sucessos da Expo. O livro vai ter uma sessão de apresentação pública na Feira do Livro de Aveiro que se realiza de 20 de junho a 6 de julho 2025.
Na nota final da sua intervenção, o Presidente Ribau Esteves realçou a importância de Portugal apostar mais na utilização do Navio Sagres como embaixada promotora do País em todo o Mundo, assim como lembrou a importância e a urgência do investimento de recuperação do Navio Treino de Mar Creoula, para que volte a navegar na missão muito importante de proporcionar treino de mar a cidadãos civis, com operação da Marinha Portuguesa, promovendo a cultura marinheira e o gosto pelo Mar, que só a relação de vivência direta propicia.
A presença do Presidente da Câmara de Aveiro em Osaka inseriu-se na agenda oficial da visita ao Japão da comitiva da Câmara de Aveiro, que incluiu já encontros institucionais e visitas em Tóquio e em especial na cidade de Oita, geminada com Aveiro desde 1978, e que prosseguiu com contactos de cooperação cultural e económica no contexto da Exposição Mundial.
*Simão Santana
Adjunto do Presidente da Câmara Municipal de Aveiro

PROJETO-PILOTO “HOSPITAL NO DOMICÍLIO SÉNIOR” APRESENTADO NA MARINHA GRANDE

 Foi apresentado no passado dia 20 de maio, no Edifício da Resinagem, na Marinha Grande, o projeto-piloto “Hospital no Domicílio Sénior”, uma iniciativa conjunta da Unidade Local de Saúde da Região de Leiria (ULSRL) e do Centro Distrital de Segurança Social de Leiria, em colaboração com o Município da Marinha Grande.
O evento contou com a presença do Presidente do Conselho de Administração da ULSRL, Manuel José Carvalho; do Diretor do Centro Distrital da Segurança Social de Leiria, João Paulo Pedrosa; do Presidente da Câmara Municipal da Marinha Grande, Aurélio Ferreira; e de vários parceiros do distrito.

O presidente da Câmara congratulou-se por “acolher a apresentação e a implementação inicial deste projeto inovador” e reforçou “a disponibilidade do Município para continuar a trabalhar com estas instituições, para a melhoria contínua dos serviços de apoio à população sénior do concelho.
O presidente da ULSRL esclareceu que “queremos evitar deslocações desnecessárias e garantir respostas clínicas de qualidade aos seniores”. Para o diretor da Segurança Social de Leiria, “esta articulação melhora a eficiência dos serviços e o bem-estar dos utentes”.

A criação deste novo modelo de intervenção resulta de uma análise conjunta entre a ULSRL e o Centro Distrital da Segurança Social, na qual se identificou a necessidade de uma resposta mais eficaz para as situações clínicas dos seniores acolhidos em instituições sociais.

Este projeto inovador visa otimizar o acesso dos idosos, acolhidos em respostas sociais, ao Serviço de Urgência hospitalar, através da criação de uma “Via Direta” de comunicação e consultadoria entre as instituições de acolhimento e os serviços hospitalares. O objetivo é reduzir deslocações desnecessárias, agilizar processos e melhorar a prestação de cuidados de saúde a uma população particularmente vulnerável.
Inspirado nos bons resultados da “Via Verde do AVC”, o “Hospital no Domicílio Sénior” procura promover um modelo de intervenção baseado numa relação próxima, ágil e eficaz entre os profissionais das Instituições Particulares de Solidariedade Social (IPSS) e os profissionais hospitalares, através de equipas técnicas multidisciplinares, espaços físicos adequados, comunicação estruturada, formação especializada e meios de transporte articulados.

O projeto irá arrancar em duas fases:
1.ª fase – de 1 de junho a 31 de agosto de 2025, envolvendo 9 Estruturas Residenciais para Pessoas Idosas (ERPI) da região, incluindo o Centro Social e Paroquial de Vieira de Leiria, no concelho da Marinha Grande;
2.ª fase – de 1 de setembro a 30 de novembro de 2025, dirigida a 7 Lares Residenciais, com destaque para a APPACDM da Marinha Grande;
3.ª fase - a partir de 1 de dezembro de 2025, com alargamento a outras respostas.

*Gabinete de Comunicação e Imagem

Livraria Lello com casa cheia na primeira tertúlia de Camilo Castelo Branco


Próxima iniciativa decorre a 12 de junho, no Bom Jesus do Monte
A Livraria Lello teve casa cheia na primeira tertúlia do ciclo dedicado a Camilo Castelo Branco. A iniciativa promovida pela CCDR NORTE, com a curadoria de Jorge Sobrado, vice-presidente da instituição, decorreu na noite de quinta-feira, 22 de maio, inserindo-se no contexto das comemorações do bicentenário do nascimento de Camilo Castelo Branco.
A primeira de oito tertúlias teve como tema “Camilo: Política/Liberdade” e contou com João Pedro Matos Fernandes, ex-ministro do Ambiente, e José Manuel de Oliveira, historiador, museólogo e antigo diretor da Casa de Camilo, em S. Miguel de Seide como convidados. A moderação coube a Minês Castanheira.

Para Jorge Sobrado “celebrar o bicentenário de Camilo Castelo Branco era irrecusável. Camilo é o cicerone do Norte, ele é o inventor do Norte, é o cartógrafo simbólico, psicológico do Norte, do nosso temperamento, do nosso sentido trágico, da nossa paixão, do nosso desejo.”

O responsável adiantou ainda que a próxima tertúlia será “no Bom Jesus do Monte, já no próximo dia 12 de junho para falar de “Morte e Ressurreição” convocando a espiritualidade em Camilo, na vida e na obra”.
António Cunha, presidente da CCDR NORTE salientou a “forma notável e brilhante” como se iniciou este ciclo de tertúlias “num local mágico que é a Livraria Lello, com um painel de convidados muito interessantes, dois profundos conhecedores da realidade camiliana, que se complementam, Matos Fernandes e José Oliveira”.

Ao longo de cerca de duas horas, que passaram num instante, os oradores convidados abordaram a temática da Política e Liberdade em Camilo recordando obras como “A Queda dum Anjo”; “Mistérios de Fafe” ou a “Brasileira de Pranzins”, entre tantas outras.
Para José Oliveira “Política e Liberdade são dois temas que têm grande atualidade na extensa obra de Camilo”. E explica: “Sobre Política, é inquestionável que as narrativas, de que são exemplo “A Queda dum Anjo” e “O Senhor Ministro”, proporcionam-nos a perspetiva irónica e mordaz do romancista sobre a ascensão, queda e consequente delir dos nobres valores da Ética em alguns políticos no exercício das suas funções públicas.”

Por outro lado, “Camilo sempre defendeu a Liberdade, seja a independência como escritor público, escapulindo-se a todos os espartilhos que condicionassem a sua escrita, seja na defesa dos direitos das mulheres, muito maltratadas pela influência implacável do dinheiro e pela boçalidade e rudeza dos homens de coração empedernido.”

Para Matos Fernandes, um leitor assíduo do escritor “Camilo são histórias fantásticas, sobretudo contadas a partir de parágrafos fabulosamente bem escritos. E acrescenta: “Camilo é um construtor de parágrafos que eleva ao supremo o prazer da leitura”.

Até 2026, estas sessões – inspiradas no espírito de tertúlia e no gosto camiliano pelo confronto de ideias – terão lugar em espaços camilianos da Região Norte, promovendo um diálogo renovador sobre a personalidade e a obra multiformes e extravagante de Camilo, e a sua receção e relevância na atualidade.

*Gabinete de Marketing e Comunicação
Comissão de Coordenação e Desenvolvimento Regional do Norte, I.P.
Porto, 23 de maio de 2025

Opinião - Viver do outro lado da luta


Quem passa pela Direção-Geral dos Assuntos Consulares e das Comunidades Portuguesas, em Lisboa, encontra todos os dias uma imagem que fere a dignidade de um Estado de Direito. Homens, mulheres e crianças em fila desde a madrugada, à espera de um lugar, de um atendimento, de uma oportunidade de legalizar a sua vida em Portugal. A espera, por vezes sem garantia de atendimento, torna-se o símbolo de uma burocracia que já não responde ao país que temos, nem ao país que queremos ser.
Este cenário não é novo. Tem sido denunciado por associações, por jornalistas e por quem passa e não consegue olhar para o lado. Mas continua. E a persistência do problema revela que não se trata de um episódio pontual ou de uma falha operacional, mas de uma desorganização estrutural do atendimento consular interno e, mais profundamente, da forma como o Estado português tem vindo a tratar os seus imigrantes: como problema, quando são parte da solução.

Conheço de perto a realidade da Direção-Geral dos Assuntos Consulares. Fui assessor no Ministério dos Negócios Estrangeiros e trabalhei com muitos dos seus quadros. Sei do esforço, do sentido de missão e da qualidade técnica que ali existe. Mas sei também que não basta a boa vontade dos profissionais. É preciso dotar os serviços de meios humanos e materiais, sim, mas sobretudo de um modelo que sirva a realidade atual e não a de há vinte anos.

Defendo, por isso, que o Estado português adote um sistema de marcação por agenda para os serviços consulares em território nacional, à semelhança do que já se faz no SNS ou em alguns serviços das finanças. O cidadão, nacional ou estrangeiro, deve poder agendar o seu atendimento por via digital, telefónica ou presencial, sem ter de enfrentar uma fila à porta de um edifício público como quem mendiga por um direito básico. Esta medida permitiria organizar o fluxo de pessoas, proteger os mais vulneráveis e tornar o serviço mais previsível e transparente. Não se trata de inovação radical, mas de bom senso administrativo e respeito pelo tempo e pela dignidade de cada um.

É certo que a migração coloca desafios. Mas não é menos certo que Portugal precisa de imigração para enfrentar o inverno demográfico e revitalizar setores fundamentais da economia. O que está em causa não é um favor que se faz a quem chega. É o cumprimento de um dever por parte de quem acolhe. A forma como tratamos os nossos imigrantes revela o grau de maturidade das nossas instituições. E, neste momento, o que se vê à porta da DGACCP é indigno de um país europeu, democrático e civilizado.

Viver no outro lado da luta é saber o que significa esperar horas em pé, com uma criança ao colo, sem saber se haverá resposta. É carregar na pele o peso da incerteza e, ainda assim, acreditar que vale a pena tentar. Portugal deve estar à altura dessa esperança. Não com discursos, mas com soluções. E a marcação por agenda é uma das mais simples, eficazes e humanas que podemos aplicar já. A questão é saber se queremos mesmo resolver o problema — ou se nos habituámos à vergonha de o ignorar.

*Paulo Freitas do Amaral
Professor, Historiador autor