Agora também no teatro, o cheira a “Bitoques” e a magia nos “Campos de Bola”.
Treinadores de bancada e mestres do bitoque com partida no Atlético Club de Travanca e com a Ritual de Domingo em campo. O árbitro é o espetador.
“Bitoques e Campos de Bola” é a mais recente criação teatral da Ritual de Domingo, uma peça que convida o público a viajar pelas memórias de uma região em que ir à bola ainda é nos campos pelados, em que a bifana não falta e os bitoques são o pretexto para mostrar as virtudes de treinador.
A estreia está marcada para o próximo dia 31 de maio, às 21h00, no Atlético Club de Travanca, em Bodiosa, Viseu.
Baseada no livro homónimo de R.M. Ribeiro, esta obra é adaptada para o palco por Cristóvão Cunha, transformando as histórias e crónicas de bitoques e peladinhas em teatro vivo, onde o humor e a nostalgia se entrelaçam numa comédia de afetos. “Bitoques e Campos de Bola” faz nos imediatamente sorrir.
Porque mexe com as nossas memórias, com a meninice de mordiscar a batata frita ou de chutar a bola num intervalo qualquer”, explica o dramaturgo. A peça é o resultado das boas ideias, “daquelas irresistíveis que temos mesmo de concretizar”, sublinha ainda.
“O livro vai mais longe e traça um mapa de um tempo não muito longínquo em que ainda havia gente a usar os Campos de Bola. E que um Bitoque não era mal visto, ao contrário das visões dietéticas do presente. O livro marca um tempo preciso. Precioso como elemento de memória colectiva. Foi esta ideia que quisemos transportar para a peça de teatro “, acrescenta Cristóvão Cunha.
Sobre o livro, o seu autor R.M. Ribeiro escreve: “Um bitoque é assim algo como item de lista “1000 coisas a provar antes de morrer” e ir a campo da bola nas várias e hipotéticas configurações é cenário múltiplo das “50 coisas com que insultar alguém”. Em suma, são a primeira uma Ambrósia dos tempos modernos e a segunda uma catarse instrutória com que não passa sem quem for de bem (para evitar ou repetir, mais quebranto menos quebranto)”.
Esta é uma produção que homenageia os domingos de futebol, mas também o espírito coletivo das aldeias e vilas do interior. Em cena, dois atores do NACO dão corpo e voz a histórias que celebram a alegria simples de uma peladinha entre amigos, a generosidade do bar do campo, os avós, os netos e os vizinhos que faziam da bancada improvisada um estádio de emoções.
Para esta “partida” foram também convocadas as memórias e as reflexões de autores como o jornalista Carlos Eduardo Esteves, que recorda a importância de resgatar o futebol comunitário como espaço de união e esperança num tempo de fragmentação.
Já Vítor Santos, embaixador para a Ética no Desporto, traça o retrato de um ritual social onde se cruzavam gerações e onde cada jogo era mais do que futebol: era identidade e pertença.
A Ritual de Domingo deixa o convite: “Venha gritar Golo neste Campo de Bola com Bitoques e, quem sabe, sai treinador”.
Estreia: 31 de maio, 21h00
Local: Bodiosa Produção:
Ritual de Domingo Coordenas: Atlético Clube de Travanca
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