sábado, 20 de dezembro de 2025

CONSELHO MUNICIPAL DA JUVENTUDE DA MARINHA GRANDE TOMA POSSE E INICIA NOVO MANDATO

 Realizou-se na passada sexta-feira, 19 de dezembro, no Auditório da Biblioteca Municipal da Marinha Grande, a cerimónia de tomada de posse do Conselho Municipal da Juventude (CMJ), um órgão de consulta e participação cívica que visa promover o envolvimento ativo dos jovens na vida democrática do concelho.
A sessão contemplou a tomada de posse dos representantes da Assembleia Municipal, associações juvenis, associações de estudantes do ensino básico, secundário e superior, organizações de juventude partidária, bem como dos observadores permanentes, nomeadamente representantes das Juntas de Freguesia e de uma Instituição Particular de Solidariedade Social.
O presidente da Câmara Municipal da Marinha Grande, Paulo Vicente, tomou posse como Presidente do Conselho Municipal da Juventude, dando início a um novo mandato.

Na sua intervenção, Paulo Vicente sublinhou a importância do CMJ enquanto espaço de escuta ativa e construção conjunta de políticas públicas, afirmando que “a opinião dos jovens conta para o presente e para o futuro do concelho”. O Presidente destacou que a sociedade enfrenta desafios que afetam de forma particular as gerações mais jovens, defendendo que “é fundamental que as políticas sejam pensadas com os jovens e não apenas para os jovens”.
O autarca reforçou ainda que o CMJ deve ser um órgão ativo, assente num “diálogo plural e construtivo, onde as divergências enriquecem o debate”, incentivando os conselheiros a serem ativos, participativos e críticos. “Este Conselho não deve limitar-se ao cumprimento de formalidades, mas ser um verdadeiro laboratório de ideias”, afirmou.

Entre as áreas prioritárias para reflexão e contributos do CMJ, o presidente Paulo Vicente destacou temas como emprego jovem, educação, mobilidade, habitação, cultura e qualidade de vida, deixando uma mensagem clara de confiança na juventude da Marinha Grande. “Este concelho é uma excelente escola de cidadania ativa e este Conselho tem todas as condições para ser um instrumento fundamental dessa participação”, concluiu.

Após a cerimónia de tomada de posse, teve lugar a reunião do CMJ, com a eleição da Mesa, a eleição do representante para o Conselho Municipal da Educação, a definição do calendário das reuniões ordinárias para 2026 e outros assuntos.

*Gabinete de Comunicação e Imagem

Marinha Grande | VISITA DE BOAS FESTAS A INSTITUIÇÕES DO CONCELHO


O Presidente da Câmara Municipal da Marinha Grande, Paulo Vicente; a Vereadora Carla Santana; o Adjunto do Presidente Raimundo Santos e técnicas da Câmara Municipal realizaram, nos últimos dias, uma visita a diversas instituições do concelho, no âmbito da quadra natalícia.
A iniciativa incluiu a passagem por lares de idosos, Centro de Saúde e respetivos serviços, Polícia de Segurança Pública, Guarda Nacional Republicana, Instituições Particulares de Solidariedade Social (IPSS) e escolas, com o objetivo de transmitir pessoalmente votos de Boas Festas e reconhecer o trabalho diário desenvolvido por estas entidades em prol da comunidade.
Durante as visitas, os autarcas destacaram a dedicação, o profissionalismo e o papel fundamental destes profissionais e instituições na promoção do bem-estar, da educação, da segurança e da coesão social no concelho, deixando uma palavra de agradecimento e proximidade nesta época especial.
Em clima de partilha e reconhecimento, foi oferecido o tradicional Bolo-Rei, num gesto simbólico, desejando a todos um Feliz Natal e um Ano Novo de 2026 com saúde, paz e prosperidade.



*Gabinete de Comunicação e Imagem

Crónica - Quando aprender Matemática custa mais de 100 euros, só para a máquina de calcular...

 O Estado orgulha-se, e bem, de facultar manuais escolares gratuitos no ensino obrigatório. É uma conquista civilizacional que contribuiu para reduzir desigualdades e garantir que nenhum aluno fique para trás por falta de livros. Mas essa lógica de justiça social parece esgotar-se quando se chega às calculadoras gráficas exigidas no ensino secundário. Livros há para todos. Calculadoras, apenas para quem pode pagar.
A incoerência é evidente. Os manuais são considerados instrumentos essenciais ao sucesso escolar e, por isso, assegurados pelo erário público. Já a calculadora gráfica, sem a qual disciplinas nucleares como Matemática A ou Física e Química se tornam substancialmente mais difíceis, é tratada como um acessório opcional. Na prática, não o é. É um requisito silencioso, mas determinante, que condiciona o percurso de milhares de alunos.
Esta exigência não atinge apenas os estudantes do ensino público. Também os alunos do ensino privado são confrontados com a mesma obrigação, sem qualquer apoio do Estado. Convém recordá-lo. Estes alunos não deixam de ser cidadãos com direitos nem de pertencer a famílias que contribuem, direta ou indiretamente, para o financiamento do sistema educativo. Muitos frequentam o ensino privado não por luxo, mas por ausência de resposta pública adequada ou por razões geográficas e familiares.
Num tempo em que se insiste, com razão, na importância estratégica das áreas científicas, esta situação torna-se ainda mais difícil de compreender. O país carece de profissionais qualificados nas ciências, na engenharia e na tecnologia. Multiplicam-se discursos sobre a necessidade de apostar nas áreas STEM. Contudo, logo à entrada do ensino secundário, levantam-se barreiras económicas que afastam precisamente os alunos com menos recursos desses percursos exigentes.
Não estamos a falar de valores simbólicos. Muitas destas calculadoras ultrapassam largamente os 100 euros. Para inúmeras famílias, esse montante representa uma escolha dura entre material escolar e despesas essenciais do quotidiano. A educação deixa, assim, de ser um direito universal e passa a depender da capacidade financeira do agregado familiar.
O argumento de que se trata de um investimento pessoal não resiste a uma análise séria. Também os manuais escolares o são, e ainda assim o Estado reconheceu que não podem ser fator de exclusão. Se a calculadora gráfica é essencial para aprender e para ser avaliado, então deve ser apoiada. Se não é essencial, então não deveria ser exigida. Tudo o resto é uma contradição pedagógica e social.
A ironia torna-se ainda mais evidente quando se constata que vivemos rodeados de tecnologia com capacidades de cálculo muito superiores às destas máquinas especializadas. No entanto, esses meios são proibidos em contexto de avaliação, enquanto se continua a impor um objeto caro, específico e socialmente discriminatório. Não se trata de modernização do ensino, mas de persistência num modelo ultrapassado.
A escola não pode ser justa apenas no discurso. Tem de o ser nos meios concretos que permitem aprender. Se o Estado pretende verdadeiramente promover o ensino das ciências e garantir igualdade de oportunidades, tem de apoiar todos os alunos, independentemente de frequentarem o ensino público ou privado. A educação não pode ser gratuita apenas para alguns.
Talvez esteja na hora de assumir uma solução estrutural. A introdução de cheques-ensino, extensivos também à aquisição de equipamentos escolares essenciais, permitiria ultrapassar grande parte destas incoerências. Em vez de apoios dispersos e desiguais, cada aluno teria um valor atribuído para os meios que o próprio sistema exige.
Com cheques-ensino, o apoio deixaria de depender da escola frequentada e passaria a centrar-se no aluno. Haveria mais transparência, mais equidade e maior liberdade de escolha. As famílias saberiam com o que podem contar, as escolas deixariam de improvisar respostas sociais e o Estado cumpriria, finalmente, o princípio da igualdade de oportunidades que tanto proclama.
No fim, a equação é simples. Ou continuamos a fingir que a escola é gratuita, enquanto impomos custos que muitos não conseguem suportar, ou assumimos políticas coerentes que tornem essa gratuitidade real. Quando aprender Matemática custa mais de 100 euros, o problema não é da calculadora. É do sistema.

*Paulo Freitas do Amaral
Professor, Historiador e Autor