A Associação de Municípios para a Gestão do Centro Intermunicipal de Recolha de Animais Errantes – CIRAE repudia as declarações que a deputada Inês Sousa Real proferiu ao Jornal da Tarde da RTP1, transmitidas no dia 3 de agosto de 2020, bem como o conteúdo da publicação que realizou na página oficial do PAN – Pessoas, Animais, Natureza e que colocam em causa o bom nome desta instituição.
Após contacto com o presidente da Câmara Municipal de Proença-a-Nova, concelho onde se localiza o centro, a solicitar o agendamento de uma visita na semana passada, foi comunicado que, por estar ainda em fase de rescaldo o incêndio que atingiu os concelhos de Proença-a-Nova, Oleiros e Sertã e por estarem a ser realizadas diligências devido ao falecimento de um bombeiro em serviço da Associação Humanitária dos Bombeiros Voluntários de Proença-a-Nova, e por o diretor técnico deste equipamento se encontrar de baixa médica, foi solicitada a remarcação da visita para uma data oportuna para todas as partes.
A mesma acabaria por ser realizada logo no início desta semana, continuando o diretor técnico de baixa médica e tendo o presidente da Câmara Municipal de Proença-a-Nova compromissos inadiáveis, no caso a reunião de Câmara que se realiza sempre na primeira segunda-feira do mês. Ainda assim, foi-lhes franqueada a entrada, apesar da ausência de qualquer responsável, e o médico-veterinário responsável prestou-lhes, telefonicamente, todas as informações solicitadas, sendo, por isso, maior a incredulidade face às declarações proferidas e que assumem extrema gravidade, nomeadamente: que “o CIRAE não possui registos de entradas/saídas de animais”, que os mesmos se “encontram maltratados, magros, sujos e a necessitar de cuidados veterinários”, “que nem sequer são desparasitados”, e mais grave ainda, que “não há cuidados de alimentação” quando esta é feita no sistema ad libitum (à vontade, sem restrições), grosseiras mentiras facilmente desmontáveis. Mais refere que “o CIRAE não cumpre a legislação”, o que é redundantemente falso.
Além disso, o facto de o CIRAE se encontrar fechado a cadeado não impede qualquer contacto com o exterior ou tentativas de adoção já que, devido à pandemia da COVID-19, é obrigatória a realização de marcação prévia, havendo no local uma campainha que permite o contacto com os funcionários. Quanto a recursos humanos, o CIRAE tem diariamente um funcionário e uma enfermeira veterinária, para além do médico veterinário e diretor técnico do equipamento que, durante a baixa médica, está a ser substituído pelo médico veterinário de Ourém.
Tendo em conta a gravidade das acusações, pedimos responsabilidade à deputada em apreço, que terá de provar o que referiu, e que, repetimos, é completamente falso. Caso não se retrate de imediato e publicamente, terá de provar tudo o que referiu.
Esta Associação de Municípios já solicitou uma vistoria técnica à entidade oficial fiscalizadora, que é a DGAV.
Assumimos que possam existir algumas inconformidades pontuais do ponto de vista estrutural, o que determinou proposta de intervenções para a reparação das instalações e ampliação para duplicar a capacidade, assim como para a edificação de uma unidade cirúrgica direcionada para a esterilização dos animais, espaço de recreio e aquisição de viatura de transporte, num investimento de curto e médio prazo que se estima em 250.000,00 €.
A necessidade extrema da realização de visita após contactos anteriores, tendo sido dada conta de disponibilidade em data a agendar, deixa-nos a interrogação, se não a certeza, de haver uma agenda política que não se coaduna com a defesa do bem-estar animal, mas antes, eventualmente, com outras intenções e/ou negócios ligados a esta atividade, considerando que a APAAE, Associação de Castelo Branco, interpôs recentemente providência cautelar contra a constituição desta Associação de Municípios. Esta súbita e agressiva visita das deputadas do PAN visou apenas colocar este assunto na agenda mediática, sacrificando o CIRAE enquanto “bode expiatório”, objetivando julgamentos na praça pública, e intentando condicionar a referida providência cautelar, comparando o CIRAE à tragédia de Santo Tirso.
Qualquer pessoa pode visitar as nossas instalações, realizando marcação prévia devido aos constrangimentos provocados pela COVID-19 e assim poderão comprovar em que condições efetivamente vivem os animais que aqui estão enquanto aguardam uma nova família. Como poderão ver pelas fotografias divulgadas na página do Facebook do PAN, os animais do CIRAE estão bem alimentados - caso estivessem esfomeados não haveria restos de ração fora dos pratos – e em celas limpas.
Somos pela defesa do bem-estar animal.
Os Municípios aderentes ao CIRAE: Ferreira do Zêzere, Gavião, Idanha-a-Nova, Mação, Nisa, Oleiros, Ourém, Pampilhosa da Serra, Proença-a-Nova, Sertã, Vila de Rei e Vila Velha de Rodão.
Imagem: Diário Digital de Castelo Branco
Imagem: Diário Digital de Castelo Branco
Nenhum comentário:
Postar um comentário