Cenário pandémico negro no Brasil obriga o presidente a recuar e o Senado pede ajuda internacional. Jair Bolsonaro discursou na televisão, mudou de tom sobre a importância das vacinas mas insistiu na defesa da sua abordagem à Covid-19.
No entanto, muitos brasileiros em várias cidades do país dizem o que pensam com protestos sonoros, batem em panelas e tachos nas janelas e varandas durante a noite. Os opositores ao presidente querem denunciar o que dizem ser a desastrosa política contra a pandemia, no mesmo dia em que o país ultrapassou as 3000 mortes diárias, número inédito.
Num aparente recuo, o presidente decidiu reunir-se com governadores que adotaram o recolher obrigatório, medida que Bolsonaro sempre se opôs. A reunião servirá para orientar restrições em todo o país e estabelecer calendários de compra de vacinas.
O presidente promete melhorias, pelo menos até ao final do ano. "Ao final do ano, teremos alcançado mais de 500 milhões de doses para vacinar toda a população. Muito em breve, retomaremos nossa vida normal (...) Solidarizo-me com todos aqueles que tiveram perdas em suas famílias. Que Deus conforte seus corações. Estamos fazendo e vamos fazer de 2021 o ano da vacinação dos brasileiros. Somos incansáveis na luta contra o coronavírus", declarou.
Os hospitais estão saturados e registam escassez de oxigénio. Nalguns casos, sem camas, os pacientes ou os familiares, recorrem ao mercado negro para comprar botijas que podem chegar aos 150 euros cada, seis vezes mais caras.
Por outro lado, o preço dos medicamentos usados nas unidades de cuidados intensivos já aumentou 150%, desde o início da pandemia.
Em Manaus, considerada origem da nova e perigosa variante do coronavírus, algumas pessoas contraem empréstimos para se tratarem em casa. Na terça-feira o país ultrapassou os 3251 óbitos num dia, a primeira vez que passa os 3 mil em 24 horas. Esta quarta-feira o Brasil chega a um total de 300 mil óbitos por Covid.
E já com três senadores vitimas do coronavírus, o senado brasileiro fez um apelo internacional. Aprovou na terça-feira, uma moção a apelar a ajuda à ONU, à OMS, à OCDE, aos parlamentos dos Estados Unidos, do Reino Unido e da China e a empresas produtoras de vacinas.
E depois, há quem recorra à fé para dar esperança e conforto a quem esta isolado num hospital, longe de tudo e todos. Como o Pastor Célio Ricardo e a sua Igreja Evangélica Amor de Deus na favela complexo do alemão no Rio de Janeiro. Fazem orações em frente aos centros de saúde para que os pacientes escutem e sintam que as preces.
Euronews
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