Leonardo Costa de Oliveira vence a 6.ª edição do Prémio Literário UCCLA-CML
A UCCLA – União das Cidades Capitais de Língua Portuguesa, anunciou esta quarta-feira, dia 5 de Maio, por ocasião do Dia Mundial da Língua Portuguesa, o vencedor da 6.ª edição do Prémio Literário Novos Talentos, Nova Obras em Língua Portuguesa, agora em parceria com a Câmara Municipal de Lisboa. A obra vencedora é O Sonho de Amadeo da autoria de Leonardo Costa de Oliveira, um geólogo brasileiro de 38 anos, natural de Paracambi, no interior do Rio de Janeiro. A obra será publicada no próximo mês de Agosto, na Feira do Livro de Lisboa, pela Guerra e Paz, editora oficial do prémio desde a 5.ª edição.
A apresentação do vencedor foi feita no âmbito das celebrações do Dia Mundial da Língua Portuguesa, que ocorreram hoje, dia 5 de Maio, na sede da CPLP – Comunidade dos Países de Língua Portuguesa e na sessão de apresentação do Festival Literário 5G, apoiado pela Câmara Municipal de Lisboa.
Intervindo nesses eventos, o autor, mestre em análise de bacias sedimentares e doutor em geociências – e que até já foi músico de rock–, manifestou a sua surpresa, quase incredulidade, com esta distinção que, diz, dar-lhe uma nova motivação para escrever e manter a sua actividade profissional. «Esse sempre foi meu conflito. Será que eu também poderia escrever um livro? Criar uma história que pudesse interessar outras pessoas? Machado de Assis e Carlos Drummond de Andrade trabalhavam como funcionários públicos. Graciliano Ramos era político, Cecília Meireles era professora, Clarice Lispector, jornalista...Talvez, a partir de hoje, eu possa ser geólogo e também escrever... Por que não?»
O Sonho de Amadeo, é, de acordo com a nota oficial do júri, uma «prosa trabalhada, frase curta, paisagens urbanas. No prólogo que é já um trabalho de ficção, ou o início do fingimento, o autor fala depois da morte, como se a narrativa viesse dum além-túmulo sobressaltar-nos. Diálogos entre vozes, fantasmagorias, a cadência que os anima faz com que estejamos perante um narrador clássico e neste livro as vozes são nome, figuras da escrita: Zeca, Espeto, Dona Vera, num universo convulsivo, inquietante que sempre coloca a questão de saber - de o leitor saber - quem é Amadeo». A obra, sobre um alucinante sonho premonitório de um homicídio, será publicada pela Guerra e Paz Editores no próximo mês de Agosto, mesmo a tempo da 91.ª Feira do Livro de Lisboa.
Numa edição dominada pelo talento literário oriundo do Brasil, foram ainda atribuídas pelo júri três menções honrosas. Em prosa, Entre Lobo e Cão, de Artur Siqueira Brahm, (natural de Rio Grande) e Aqueronte, de Paulo Cesar Ricci Romão, (natural de S. Paulo). Em poesia, Lemas, de José Pessoa, (natural de Belo Horizonte).
Este ano concorreram quase 700 autores de 21 países, entre os quais os países de língua portuguesa. Dos candidatos mais de 33% são do sexo feminino, num arco etário dos 16 aos 90 anos. Uma participação massiva que inspira confiança no futuro e que faz deste o maior prémio de revelação literária em todo o mundo lusófono. Leia a informação completa do júri da 6.ª edição do Prémio Literário UCCLA-CML.
O Prémio Literário, lançado em 2015, tem como objetivo estimular a produção de obras literárias, nos domínios da prosa de ficção (romance, novela e conto) e da poesia, em língua portuguesa, por novos escritores.
Anteriores vencedores do prémio:
2016 - Era Uma Vez Um Homem, de João Nuno Azambuja, de nacionalidade portuguesa;
2017 - Diário de Cão, de Thiago Rodrigues Braga, de nacionalidade brasileira, natural de Corumbá, Goiás, Brasil;
2018 - Equilíbrio Distante, de Óscar Maldonado, de nacionalidade paraguaia, a residir em São Paulo, no Brasil;
2019 - Praças, de A. Pedro Correia, de nacionalidade portuguesa e natural de Angola;
2020 – O Heterónimo de Pedra, de Henrique Reinaldo Castanheira, de nacionalidade portuguesa.
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