A obra da dramaturga galega AveLina Perez estará em destaque na próxima semana em Coimbra, numa iniciativa da Cena Lusófona, em parceria com A Escola da Noite e o Teatro Académico de Gil Vicente.
O programa inclui leituras, uma masterclass e a apresentação da mais recente criação do Centro Dramático Galego, “Ás oito da tarde cando morren as nais”, com direcção de Marta Pazos.
Na terça-feira, dia 10 de Maio, AveLina Pérez (que é também actriz e encenadora) dirige a leitura da peça “Os cães não compreendem Kandinsky”, no âmbito do Clube de Leitura Teatral, uma iniciativa mensal promovida desde 2015 pel'A Escola da Noite – Grupo de Teatro de Coimbra e pelo Teatro Académico de Gil Vicente. A sessão, com entrada livre, terá lugar às 18h30, na Sala Brincante da Cena Lusófona, no Pátio da Inquisição.
No dia seguinte, quarta-feira, 11 de Maio, ainda no âmbito do Clube de Leitura Teatral e no mesmo local, pelas 11h00, a dramaturga apresenta uma masterclass sobre o seu percurso artístico. A sessão tem entrada gratuita e contará com a presença de Fran Nuñez, director do Centro Dramático Galego. A ocasião será aproveitada para realizar a pré-apresentação da Antologia de Teatro Galego Contemporâneo (edição bilingue), livro a publicar em breve pela Cena Lusófona que reúne doze peças de doze autores/as galegos/as, entre as quais a obra de AveLina Pérez “Ás oito da tarde cando morren as nais”.
É precisamente esta peça, recentemente estreada em Santiago de Compostela pelo Centro Dramático Galego, com encenação de Marta Pazos, que é apresentada em Coimbra no sábado, dia 14 de Maio, no Teatro da Cerca de São Bernardo. O espectáculo acontece às 21h30 e os bilhetes, que custam entre 6 e 10 Euros, podem ser comprados na ticketline ou reservados pelos contactos habituais do TCSB: 239 718 238 / 966 302 488 / geral@aescoladanoite.pt.
A Cena Lusófona mantém há vários anos relações de colaboração e intercâmbio com a comunidade teatral galega, em projectos como o festival “Estação” (2003), o número especial da revista setepalcos (2003) os Encontros sobre Políticas de Intercâmbio Teatral (2012), as Mostras de Teatro Galego em Coimbra e o projecto “Troco x Troco” (2013 e 2014), o projecto P-STAGE – IV Estágio Internacional de Actores Lusófonos (2012 – 2015), entre outros.
AveLina Pérez
Nasceu em Santa María de Oia, Pontevedra, em 1969. Depois de anos dedicada à educação social em contextos de exclusão, abandona radicalmente a sua profissão e centra o seu foco nas artes cénicas. Foi directora da companhia Teatro do lume, reconduzindo posteriormente o seu trabalho para um projecto de criação com o seu próprio nome.
É encenadora, dramaturga e actriz das peças “Por favor, ténteo novamente máis tarde” (2021), “Eco” (2021), “A que non podes dicir cocacola?” (I e II), “Os cans non comprenden a Kandinsky”, “Deixa de Tocala, Sam” e “Gañaremos o pan coa suor da túa fronte”, entre outras. Acaba de editar o seu mais recente texto — “Ese silencio” —, pelas Edicións Positivas.
Recebeu vários prémios de dramaturgia breve e de teatro radiofónico e, em 2018, o Prémio Abrente de textos teatrais pela peça “O día no que bicar a terra”.
Procura a máxima liberdade nas suas criações, assumindo a intenção de fugir “das etiquetas e da necessidade de paradigma definido”, o interesse pela palavra e “uma concepção teatral muito ligada ao terreno, ao social, na busca de converter o quotidiano em extra-quotidiano”. Na sua obra, marcada por um humor ácido e duro, concebe a cena como “um lugar de encontro, um lugar em que a dignidade existe, mesmo que esteja camuflada, escondida ou distorcida.”
A obra “Ás oito da tarde, cando morren as nais”, que será apresentada em Coimbra, no TCSB, a 14 de Maio, foi distinguida com o Prémio Álvaro Cunqueiro para textos teatrais em 2018.
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