O Presidente Putin assistiu por videoconferência aos exercícios que se realizaram na península de Kamchatka, no Extremo Oriente russo, e nas águas do Mar de Barents, no Ártico.
A Rússia efetuou, esta quarta-feira, exercícios com as suas forças nucleares estratégicas sob a supervisão do Presidente russo, Vladimir Putin, simulando um "ataque nuclear massivo" anunciou o Kremlin (Presidência).
Sob a liderança do Comandante Supremo das Forças Armadas Vladimir Putin, as forças estratégicas dissuasoras terrestres, marítimas e aéreas conduziram treinos e lançamentos práticos de mísseis balísticos e de cruzeiro", disse o Kremlin num comunicado citado pela agência francesa AFP.
O ministro da Defesa russo, Sergei Shoigu, disse a Putin de que os exercícios se destinaram a simular um "ataque nuclear massivo" da Rússia em retaliação a um ataque nuclear contra o país, segundo a agência norte-americana AP.
Putin assistiu aos exercícios por videoconferência, de acordo com a agência espanhola EFE.
Os exercícios incluíram a utilização de um míssil balístico disparado na península de Kamchatka, no Extremo Oriente russo, e outro das águas do Mar de Barents, no Ártico.
O exercício também envolveu aviões de longo alcance Tu-95.
As tarefas definidas no exercício de treino estratégico de dissuasão foram concluídas na totalidade, com todos os mísseis a atingirem os seus alvos", disse o Kremlin.
Os Estados Unidos disseram que a Rússia informou Washington sobre os exercícios com antecedência.
“Bomba suja” faz aumentar tensão
As forças estratégicas da Rússia são concebidas para responder a ameaças, incluindo a guerra nuclear. Estão equipadas com mísseis de longo alcance intercontinentais, bombardeiros estratégicos de longo alcance, submarinos e navios de superfície.
Os exercícios coincidiram com um aumento das tensões entre a Rússia e o Ocidente sobre a guerra na Ucrânia, que Moscovo iniciou em 24 de fevereiro deste ano.
A Rússia tem denunciado, desde domingo, um alegado plano de Kiev para usar na Ucrânia um engenho explosivo convencional com elementos radioativos, a chamada "bomba suja", para desencadear uma resposta dos aliados ocidentais contra Moscovo.
Tratar-se-ia de uma operação de "bandeira falsa", usada de modo a aparentar ser realizada pelo inimigo para tirar partido das suas consequências.
Shoigu falou, nos últimos dias, ao telefone com os seus homólogos de vários países, incluindo Estados, Unidos, França, Reino Unido, Turquia e China, sobre o alegado plano ucraniano.
A Ucrânia e os seus aliados ocidentais negaram a existência de tal plano, mas Kiev devolveu a acusação e disse que é a Rússia que pretende usar uma "bomba suja" em território ucraniano como pretexto para uma escalada do conflito.
O Presidente norte-americano, Joe Biden, advertiu Moscovo, na terça-feira, de que estaria a cometer um "erro extremamente grave" se usasse uma arma nuclear tática.
A pedido de Moscovo, o Conselho de Segurança da ONU debateu a questão na terça-feira, à porta fechada, com os países ocidentais a denunciarem uma campanha de desinformação por parte da Rússia.
São alegações falsas. Desinformação como a que vimos antes. Não foi apresentada nenhuma prova. A Ucrânia tem sido clara de que não tem nada a esconder e inspetores da Organização Internacional de Energia Atómica [OIEA] estão a caminho", disse o embaixador britânico junto da ONU, James Kariuki, no final da reunião.
As acusações russas surgiram numa altura em que a Ucrânia tem em curso uma contraofensiva que lhe permitiu reconquistar territórios controlados pela Rússia, incluindo em regiões anexadas por Moscovo.
SIC Notícias
Imagem: pplware.sapo
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