Uma equipa internacional de astrónomos identificou um fóssil dos primeiros dias de vida da Via Láctea, que engloba estrelas com várias idades.
O aglomerado estelar, batizado de Terzan 5, foi localizado a cerca de 19 mil anos-luz de distância da Terra e já é conhecido pelos cientistas há mais de 40 anos – mas só agora foi analisado em detalhe.
Com a ajuda de dados do telescópio espacial Hubble, os investigadores verificaram que o Terzan 5 édiferente de todos os outros aglomerados estudados.
Os cientistas encontraram fortes provas da existência de dois tipos de estrelas que contêm elementos variados e têm uma diferença de idades de cerca de 7 mil milhões de anos.
A diferença de idades das estrelas indica que o processo de formação do Terzan 5 não foi contínuo, mas sim uma consequência de duas formações estelares.
“Isto significa que o Terzan 5 tinha grandes quantidades de gás que permitiu a formação de uma segunda geração de estrelas, e é pelo menos 100 milhões de vezes mais maciço que o Sol”, explica Davide Massari, um dos autores do estudo.
A investigação foi divulgada ao pormenor num artigo científico que vai ser publicado no Astrophysical Journal.
Segundo o artigo, as propriedades do Terzan 5 são muito semelhantes à na nossa galáxia, o que faz desse aglomerado um fóssil dos primeiros dias de vida da Via Láctea.
Os restos do Terzan 5 terão conseguido sobreviver durante milhares de milhões de anos.
“Pensamos que alguns restos desses gases podem ainda existir na nossa Galáxia. Esses fósseis galácticos permitem-nos reconstruir uma parte importante da história da Via Láctea”, explicaFrancesco Ferraro, o autor principal do estudo.
Esta investigação permitiu aos astrónomos adquirir novos dados – com os quais talvez se possam agora desvendar os mistérios da formação da Via Láctea.
BZR, ZAP
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