sexta-feira, 26 de janeiro de 2018

O que é Psiquismo? Algo que se desenvolve no ser humano? A que se refere?

Resultado de imagem para imagens de psiqueA raiz etimológica da palavra psicologia (do grego /psyché/ = alma) significa ciência da /alma/.
O verdadeiro objecto material da Psicologia é o psiquismo e os derivativos sentimentos que advêm dele.
Do ponto de vista da Psicanálise, o psiquismo se constitui a partir da história libidinal de cada um, das marcas de prazer-desprazer realizadas a partir das relações primordiais do bebé com o outro humano. Estas marcas estabelecem, paulatinamente, uma organização psíquica, um modo de operar com as exigências do próprio corpo e do mundo.
Freud postulou duas tópicas para a abordagem do “aparelho psíquico”. Na primeira, apresenta uma abordagem da topografia do psiquismo composta pelo Inconsciente, Préconsciente e pelo Consciente; já a segunda tópica refere-se à abordagem estrutural do psiquismo, que estabelece o Eu, o Supereu e o Isso (Ego, Superego e Id) como suas estruturas.
Já a psicopatologia é um discurso, um se debruçar às reflexões sobre o pathos: paixão, excesso, sofrimento. Ou seja, um discurso sobre a paixão que se manifesta no psiquismo, ou sofrimento psíquico.
Qual a diferença entre um psicótico e um neurótico? Quais os traços comportamentais característicos de cada um?
Da perspectiva psicanalítica, neurose e psicose referem-se a modos de funcionamento psíquico distintos e, algumas vezes, vistos como não excludentes, mas que contam com condições e mecanismos próprios de funcionamento. No tratamento psicanalítico, estas categorias são de interesse exclusivamente clínico, ou seja, para a consideração do encaminhamento do trabalho na transferência.
Assim, não é possível reduzir a neurose e a psicose ao carácter descritivo e classificatório de suas manifestações sintomáticas ou de seus traços comportamentais, ficando tais abordagens sob interesse da Psicologia e da Psiquiatria. No campo das neuroses é possível destacar a histeria e a neurose obsessiva e no das psicoses, a paranóia e a esquizofrenia.
No pensamento freudiano, a neurose implica o recalque e suas possibilidades de simbolização e produção desde o inconsciente enquanto as psicoses designam a reconstrução inconsciente, por parte do sujeito, de uma realidade delirante ou alucinatória e diferenciase da neurose e das perversões.
Uma pessoa nunca é neurótica, ela está neurótica. Na maioria das vezes o neurótico tem plena consciência do que está passando, mas tem dificuldades para lidar com a questão e transformá-la. A neurose, portanto, é uma doença circunstancial, afetiva, emocional e da personalidade, não comprometendo a inteligência da pessoa. Portanto, quem não apresenta características neuróticas no decorrer da vida, que atire a primeira pedra.
Este é um ponto substancial de diferença sobre as questões que o psicótico apresenta ao mundo. A psicose é um estado desequilibrado de funcionamento psíquico. O aspecto central da psicose é a perda do contacto com a realidade, variando conforme sua intensidade. Quando a pessoa acaba recriando o que é real, inventando coisas que não existem no plano de entendimento social e que só a ele faz sentido, aí está a psicose no ser humano. Por mais que ele crie esse mundo paralelo, vive simultaneamente neste mundo real.
A classificação das psicoses é encontrada no DSM IV (Diagnostic and Statistical Manual of Mental Disorders), e é, apropriadamente, dividida nas variedades funcional e orgânica. A maioria das psicoses agudas de causa orgânica resulta de demência, síndromes de retirada e intoxicações. A esquizofrenia e as doenças afectivas são as principais categorias de psicoses agudas funcionais. O psicótico, geralmente é impulsivo, com pensamentos desorganizados.
O que marca a sessão de psicodrama? Qual a proposta desta linha da Psicologia, quais as principais diferenças e benefícios?
Psico vem do grego psyché que significa alma; drama vem do grego dráma que quer dizer acção.
O guia principal de toda a sociodinâmica moreniana, fundamenta-se no método do role-playing ou interpretação de papéis. Os papéis psicodramáticos definiriam a emergência do potencial criativo do sujeito, e apresentam-se como designativos do mundo da fantasia e da imaginação em oposição aos papéis sociais, que definiriam a vida quotidiana e as relações sociais.
A sessão de psicodrama pode ocorrer tanto de forma individual quanto grupal. Há a participação de um ego auxiliar, além da presença do director ou terapeuta principal.
Ao ego auxiliar cabe a contraparte na representação dramática, ou seja, interpretar papéis ao mesmo tempo em que acompanha a sequência das cenas. Há, no palco moreniano, duas cadeiras abertas que marcam o início da dramatização, e, fechadas, seu fim.
A sessão divide-se em três fases: aquecimento, dramatização e comentários. Na primeira fase, a do aquecimento, é quando o tema do “encontro” vai se explicitar. A segunda fase, da dramatização, conduz o indivíduo a uma expressão espontânea e criativa, que possibilite a recriação dos papéis, levando-o a situar-se de uma nova maneira frente a sua realidade concreta, o que possibilita uma reordenação ou reorganização da experiência do indivíduo. Na fase final, a dos comentários, a discussão é ampliada, de forma a marcar a relação da temática explicitada no contexto dramático com o contexto social. A espontaneidade é a expressão de uma relação de compromisso com o mundo na teoria moreniana.

“Um Encontro de dois: olhos nos olhos, face a face.
E quando estiveres perto, arrancar-te-ei os olhos e colocá-los-ei no lugar dos meus;
E arrancarei meus olhos para colocálos no lugar dos teus;
Então ver-te-ei com os teus olhos e tu ver-me-ás com os meus”
(J. L. Moreno)
Esta citação de Jacob Levy Moreno, criador do psicodrama, diz muito a que veio esta linha da Psicologia. Uma sessão psicodramática começa pelo aproximar dos envolvidos ao tema com o surgimento de lembranças, histórias, vivências. Mesmo sem a disposição para compartilhar o que cada um tem a ver com aquele espaço ou questão, já há o que questionar: para que estamos aqui? Viva o conflito! Este é o lema do psicodrama: valorizar os modos de olhar o mundo, um facilitador das ideias diferentes.
Entender que seu pensamento pode ser diferente do outro e nem por isso é preciso ignorá-lo. Entender que exercemos muitos papéis durante a vida, ou melhor, durante um dia; somos ao mesmo tempo pais, profissionais, amantes, filhos… O que cada papel diz de quem eu sou? Onde preciso relaxar mais? Potencializar mais? Estas são algumas questões para refletir. Vamos conflitar?
Colaboraram nas respostas desta edição as psicanalistas Karin de Paula Slemenson, Paula Mantovani e a sociopsicodramista Vanessa Labigalini.

 Publicado por Jorge Cristiano
Apaixonado por Psicologia, Direito, Família e Netflix! ;-)


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