sexta-feira, 26 de janeiro de 2018

Freguesias # Adopções # E um ípsilon a contar a História

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Enquanto Dormia
 
David Dinis, Director
 
Ora viva! 
Vamos às últimas notícias? 

Trump tentou despedir o procurador-especial, Robert Mueller, alegando vários "conflitos de interesse" que o impediriam de fazer uma investigação justa. Mas uma ameaça de demissão na Casa Branca levou-o a recuar na fúria. A notícia desta madrugada é do New York Times
Um tribunal tirou o passaporte a Lula da SilvaO antigo Presidente fica proibido de sair do Brasil devido à Operação Zelotes - e não à Lava Jato -, onde é suspeito de tráfico de influência e lavagem de dinheiro na compra de caças suecos durante a presidência de Dilma Roussef.
Madrid quer impugnar a candidatura de Puigdemont. A sessão de investidura no parlamento catalão está marcada para terça-feira, mas Rajoy quer travar a posse do mais votado, que se exilou em Bruxelas. Mas o Conselho de Estado não vê fundamentos para impedir que o ex-líder se apresente. Sofia Lorena, podes explicar a quem nos lê, sff?
Vai fechar a organização só de homens que fez um jantar de caridade onde se “apalpava” mulheres. Sim, claro que contamos a história. É só entrar pelo link.
O Homo sapiens saiu de África 50 mil anos mais cedo do que se pensava. Um maxilar encontrado no Monte Carmelo, em Israel, é o fóssil mais antigo de um humano moderno fora de África. O vestígio vem reescrever a história da nossa espécie.

O que marca o dia

Um problema, uma notícia triste: Pais adoptivos deixaram 48 crianças em perigo. Os dados de 2016 mostram que dezenas de crianças adoptadas voltaram a ser acolhidas pelo Estado
Uma polémica: o Governo vai reabrir a discussão sobre a fusão de freguesias. Em dia de congresso da ANAFRE, o ministro Eduardo Cabrita diz-nos que vai apresentar "novos critérios" para fundir ou desagregar freguesias até ao fim do primeiro semestre, visando corrigir a reforma que levou à extinção de mais de 1000 freguesias em 2013. Ironia do tempo: quatro anos depois da reforma, um estudo mostra que há menor contestação e maior eficácia.
Já quanto à descentralização, o ministro vai mesmo esperar por Rui Rio, confirmou também a São José Almeida. É só mais um bocadinho, porque há sete meses que o Parlamento espera informação do Governo para decidir, acrescenta oDN.
O Governo e o PSD estão numa (estranha) sintonia. Ontem mostraram-sede acordo sobre os próximos fundos comunitáriosE adiaram uma votação sensível, esperando que Rui Rio pese as críticas internas ao que lá está em discussão. Pelo meio, Marcelo foi pedindo um pouco mais.
Centeno gastou mais do que dizia. Os dados da execução orçamental do final de 2017 mostram que só o maior crescimento garantiu o corte no défice - compensando o desvio na despesa.
Mas o Governo já tem outro trunfo à espreita: depois da Google, agora é a Amazon que negoceia a entrada em Portugal, anuncia o Negócios. Mas, voltando à Google, pergunta o ECO: será este investimento um hub tecnológico ou um call center em Oeiras?
Sobre a Autoeuropa, sobra uma pergunta séria, via Observadorafinal, há ou não creches ao sábado? 
A Operação Fizz deu-nos uma pergunta divertidao que é que um par de meias brancas e Ricky Martin têm a ver com Angola? E também deitou veneno sobre uma antiga procuradora.
A RTP ficou sem um administrador. O Conselho Geral Independente reconduziu Gonçalo Reis na presidência da estação pública. Mas decidiu não convidar Nuno Artur Silva por este manter, de forma inaceitável, a sua ligação a empresas de produção.
Serralves ganhou um director novoJoão Ribas foi escolhido através de concurso internacional. E há quem se espante pela juventude do eleito.
O Tejo voltou a ficar coberto com um sujo manto de espuma"É um cenário dantesco”, disse ao Luciano Alvarez o homem que é conhecido como o “guardião do Tejo”. Agora, a pressão ficou toda sobre o Governo português.

Coisas boas para ler

Primeiro vamos ao ípsilon, que hoje olha para a história - a partir de duas novidades:
Portugal, 1937: o ano em que tentaram matar Salazar. António Araújo voltou aos tempos do salazarismo, para nos contar como, mais importante do que descrever a resistência, é explicar como o ditador dominava os conformistas. A Bárbara Reis leu "Matar o Salazar" e fez todo um flashback na capa do ípsilon.
América, 1971: quando o jornalismo disse não ao poder. A grande batalha da imprensa livre contra o poder americano não nasceu agora, tão pouco com o Watergate. Mas é impossível olhar para o novo filme de Steven Spielberg sem ter em conta o estado da política americana. Na história contada em The Post, quem está na Casa Branca é Richard Nixon, o homem que tentou matar a imprensa e acabou assassinado politicamente por ela. O pretexto chama-se "Papéis do Pentágono" - e fala da guerra do Vietname. E só é pena que Spielberg tenha escrito um capítulo romântico que não revela a história toda, como explica o Diogo Queiroz de Andrade.
E fora do ípsilon, ainda duas sugestões de leitura:
O Relógio do Apocalipse ficou a dois minutos da meia-noite. Este relógio é uma metáfora para alertar a humanidade se está mais perto ou mais longe de se autodestruir com tecnologias e com os seus actos. A meia-noite é a metáfora para o fim do mundo. E pela segunda vez ele ficou bem perto desse limite. A Teresa Serafim (texto) e a Vera Moutinho (vídeo) explicam porquê.
Quando 175 anos de prisão parecem pouco. O homem que foi o responsável médico da equipa de ginástica feminina dos EUA durante vários anos viverá preso até morrer. Isto depois de um tribunal ter escutado o testemunho de 156 mulheres, que denunciaram os abusos sexuais que sofreram às mãos do clínico. E pergunta o Jorge Miguel Matias: pode uma sentença destas parecer pequena?  

A agenda de hoje

Vai ser Marcelo (quem mais) a abrir o congresso da Associação Nacional de Freguesias, em Viseu. Isto depois de receber, como António Costa, o secretário-geral da NATO em Lisboa. Do lado do Governo, destaque para a apresentação dos projetos de prevenção para cinco áreas protegidas, feita pelo Ministro do Ambiente. Já o Parlamento debate a parentalidade - com muitas propostas que envolvem a adopção, a licença de maternidade e paternidade, ou os casais do mesmo sexo.
Lá por fora, termina o Fórum Económico Mundial de Davos, começam as negociações para formação de governo na Alemanha (já em fase de detalhes) e temos a segunda volta das presidenciais checas, dividida entre o amigo de Trump e um menino de coro - literalmente.
Dito tudo isto, queria dizer-lhe que vou tirar uns dias para descansar, pelo que o Diogo voltará a este lugar já na segunda-feira. 
O que lhe desejo são dias tão felizes. E, já agora, que não me tirem o passaporte como ao Lula ;)
Bom fim-de-semana, até já!

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