O porta-voz dos ex-trabalhadores dos estaleiros de Viana do Castelo disse hoje que estes vão pedir uma reunião com a diretora local da Segurança social face ao impasse que envolve 50 daqueles funcionários atualmente "sem meios de subsistência".
Nesta situação concreta estão 50 ex-trabalhadores que não atingiram os 57 anos exigidos pela lei para requererem a reforma antecipada por desemprego prolongado e ainda não foram reintegrados no mercado de trabalho.
António Ribeiro, que falava aos jornalistas no final de uma reunião com a deputada do PCP Carla Cruz, realizada a pedido dos ex-trabalhadores dos Estaleiros Navais de Viana do Castelo (ENVC), adiantou que vai ser "reforçado" o pedido de audiência ao ministro do Trabalho e da Solidariedade Social.
"Se não haver resposta irão deslocar-se ao Ministério. Este caso tem de ser fechado. Mal ou bem tem de ser fechado. Desde o ano passado que estamos à espera de uma resposta do senhor ministro e até à data ainda não conseguimos. Temos de obter uma resposta", sustentou.
Já a deputada do PCP Carla Cruz afirmou que o partido "vai continuar a acompanhar e a exigir do Governo a tomada de medidas urgentes e cruciais para responder à situação particular, de cada um dos ex-trabalhadores e das suas famílias que não podem deixar de ter qualquer tipo de apoio".
"Disponibilizámo-nos para fazer requerimentos específicos sobre cada caso. Dependerá agora da vontade dos ex-trabalhadores e das suas famílias de nos fazerem chegar as informações porque estamos perante situações muito diferentes de carência e falta de rendimento", destacou Carla Cruz, lamentando que "os vários requerimentos e perguntas até agora endereçados ao ministério tenham tido respostas pouco satisfatórias e vagas".
Em dezembro, os ex-trabalhadores dos ENVC reuniram com o presidente da Câmara de Viana do Castelo. Na altura, António Ribeiro disse que José Maria Costa prometeu que "iria, com a Segurança Social, discutir e tentar resolver as situações mais complicadas".
Aos jornalistas, o autarca socialista afirmou que, através do centro distrital de Segurança Social, irá "ver se há alguma situação de emergência que seja necessário atribuir apoio específico" e que, em articulação com o Instituto de Emprego e Formação Profissional (IEFP) será "adequado um programa de formação para as novas oportunidades de emprego que existem".
"Há muitas empresas, neste momento, em Viana do Castelo, que têm oportunidades de emprego. Vão ser comunicadas a estes 50 trabalhadores que se encontram numa situação mais complexa ", disse na ocasião.
Em maio de 2017, numa deslocação à capital do Alto Minho o ministro do Trabalho, Solidariedade e Segurança Social, Vieira da Silva anunciou a criação imediata de uma equipa com a missão de preparar formação profissional para os ex-trabalhadores dos ENVC com vista à sua reintegração do mercado de trabalho.
Na altura, em declarações aos jornalistas e após ter reunido com a comissão representativa daqueles antigos funcionários, Vieira da Silva adiantou que aquela equipa envolveria a Câmara Municipal, o Instituto de Emprego e Formação Profissional, a Segurança Social e os próprios trabalhadores.
Em 2014, quando os estaleiros foram subconcessionados à Martifer, estavam ao serviço dos ENVC 609 trabalhadores. O plano de rescisões amigáveis a que os trabalhadores foram convidados a aderir custou ao Estado 30,1 milhões de euros.
Suportado com recursos públicos, incluiu indemnizações individuais entre os 6.000 e os 200 mil euros, além do acesso ao subsídio de desemprego e reforma.
Fonte: Sapo24
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