Por Patricia Gnipper| 23 de Abril de 2019 às 13h58
(canaltech)
O universo da ciência está em constante movimento, e a cada instante vemos um novo estudo trazendo esperanças para a saúde, por exemplo, ou uma nova descoberta astronômica mudando a maneira como entendemos o universo. Mas nem todo mundo tem o tempo que gostaria para acompanhar o noticiário todos os dias, não é mesmo?
Por isso o Canaltech prepara, toda terça-feira, esse resumo com as principais notícias científicas que rolaram nos últimos dias, para você, entusiasta da ciência e da astronomia, ficar bem informado com apenas alguns minutos de leitura.
Foguetes reutilizáveis russos
A tecnologia de foguetes reutilizáveis, usada com maestria pela SpaceX, é uma tendência da indústria aeroespacial. E a Rússia não quer ficar para trás, deixando os Estados Unidos protagonizarem sozinhos este avanço. É que o país decidiu desenvolver seus próprios foguetes reutilizáveis similares aos da companhia de Elon Musk.
Dessa maneira, surgiu o projeto Yenisei, que construirá um foguete pesado e potente nos moldes do Falcon Heavy, com lançamento inicial previsto para 2028 para que os voos para a Lua comecem em 2030. Além disso, a Roscosmos também está planejando desenvolver um foguete Soyuz reutilizável, que seria uma versão mais leve do Soyuz-5 — mas este projeto ainda não teve seu cronograma divulgado.
Dentro de alguns anos poderemos ver os primeiros Soyuz reutilizáveis |
Primeiros pacientes são tratados com CRISPR
Nos Estados Unidos, finalmente os ensaios clínicos com pacientes de câncer foram iniciados usando a técnica CRISPR de edição genética. A técnica envolve a remoção de células do sistema imunológico dos pacientes, modificando-as geneticamente em laboratório e depois reintroduzindo as células alteradas no organismo, para que elas, então, ataquem e destruam as células cancerígenas. Até então, ensaios clínicos envolvendo a técnica CRISPR somente tinham sido realizados na China.
Primeiro tipo de molécula formada no universo é detectado
Em 1925, foi teorizado que o hidreto de hélio teria sido a primeira molécula formada no universo. Agora, graças ao observatório SOFIA, cientistas da NASA conseguiram detectar a tal molécula primordial no espaço, mais especificamente na nebulosa NGC 7027, que fica a 3 mil anos-luz da Terra.
Logo após a formação do universo, hélio e hidrogênio começaram a se combinar para formar a molécula hidreto de hélio. Quando o universo começou a esfriar, átomos de hidrogênio começaram a interagir com o hidreto de hélio, criando-se, assim, o hidrogênio molecular, responsável pela formação das primeiras estrelas. A partir daí, as estrelas passaram a forjar os demais elementos que compõem o cosmos.
Ida a Marte em 2033?
A NASA divulgou que enviará as primeiras pessoas a Marte no ano de 2033, depois de retomar a visitação à Lua em 2024, usando a viagem à Lua como "trampolim" para Marte. Para isso, será necessário ter o foguete SLS e a nave Orion operacionais para construir a estação Gateway, que ficará na órbita da Lua, além de um novo veículo tripulável chamado Deep Space Transport (DST) — este que viajará da órbita da Lua para o Planeta Vermelho. Só que, de acordo com a conclusão de um estudo independente (encomendado pela própria NASA), tudo isso somente estará concluído e pronto para a viagem marciana no final da década de 2030 — possivelmente 2037.
A agência espacial dos EUA ainda não se pronunciou publicamente a respeito do estudo, então ainda não se sabe se há alguma saída para manter o cronograma visando a visita a Marte em 2033, ou se esses planos precisarão mesmo ser adiados.
"Revivendo" cérebros de porcos 10 horas após a morte
Quinze minutos sem oxigênio são necessários para que o cérebro de qualquer mamífero perca as funções e morra. Contudo, pesquisadores norte-americanos conseguiram "reviver" parcialmente cérebros de porcos 10 horas após a morte dos animais.
Quatro horas após o abate dos porcos, seus cérebros foram ligados a um sistema chamado BrainEx, que bombeou os órgãos com oxigênio, nutrientes e produtos químicos protetores. Seis horas depois, os cientistas descobriram que o tecido cerebral estava praticamente intacto, com as células cerebrais individuais em funcionamento, capazes de absorver oxigênio e produzir dióxido de carbono — contudo, os neurônios não estavam se comunicando de maneira intencional, então não havia consciência.
A façanha deve ser útil em estudos de neurociência, aumentando a possibilidade de ajudar pessoas a reviver cérebros danificados por derrames e outras lesões até então permanentes.
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