O antigo edifício do IVV (Instituto da Vinha e do Vinho) de Torres Vedras vai ser transformado em Pólo de Inovação do Vinho e da Gastronomia.
A apresentação do respetivo projeto aconteceu esta sexta-feira, dia 7 de junho, no edifício a intervencionar, por Carlos Martins.
Recorde-se que a Câmara Municipal de Torres Vedras adquiriu há alguns anos as antigas instalações do Instituto da Vinha e do Vinho, construídas em 1948, um complexo edificado com valor patrimonial muito significativo. A refuncionalização deste espaço constitui uma oportunidade histórica para promover a regeneração urbana e económica de uma área importante da Cidade de Torres Vedras e para o reforço da centralidade do Concelho de Torres Vedras ao nível regional e nacional, nos planos cultural, científico, empresarial e turístico.
O futuro Pólo de Inovação do Vinho e da Gastronomia pretende-se que seja uma estrutura polinuclear, em diálogo com a paisagem e suportada em rede por outros centros de interpretação, investigação, mediação e empreendedorismo, nos planos regional, nacional e internacional. Fornecerá contexto de colaboração para o fomento de novas soluções participadas pelo setor científico e tecnológico e setor empresarial, em resposta aos desafios societais de hoje. Relevará a cultura da vinha e do vinho, o seu potencial para a economia, o conhecimento, o turismo e a cultura, contribuindo para a execução das agendas regionais. Englobará toda a cadeia de valor do setor agroalimentar, sob o sentido amplo de cultura gastronómica – património de saberes e rituais que afirmam uma identidade territorial.
O processo de criação do Pólo de Inovação do Vinho e da Gastronomia teve início em 2017, estando relacionado com a candidatura apresentada pela Câmara Municipal de Torres Vedras ao Laboratório Colaborativo para a Inovação Digital na Agricultura. Os destinatários pensados para este equipamento são: o setor científico e tecnológico, o do turismo, o sistema empresarial e empreendedor e o setor cultural e criativo.
Este polo contará com um conjunto de valências, a saber: um centro de interpretação, com uma exposição permanente (de que constará um núcleo sobre o património arquitetónico do respetivo espaço e do IVV, um outro sobre a cultura vitivinícola e gastronómica do território envolvente, um núcleo de exposições temporárias e ainda uma oferta enogastronómica também da região) e um arquivo e documentação (o que inclui um arquivo especializado, um arquivo de memória coletiva e de construção contínua, a produção de pensamento e discurso e o mapeamento dos recursos do território); uma Colab, que será constituída por um centro de investigação aplicada (centro gerador de soluções digitais inovadoras para a agricultura, com enfoque na horticultura, fruticultura e viticultura) e laboratórios especializados (Smart Equipment Lab, Fruit Lab, Wine Lab, Horto Lab, Socio&Territorial Lab, Inovation&Business Lab e Sustainability & Quality Lab), que contarão com ligações a redes internacionais (Future Food, Unesco Creative Cities Network e Gastronomic Cities European Network); uma incubadora que se constituirá como um centro de suporte a empreendedores emergentes, a qual proporcionará a facilitação de infraestruturas, serviços e programas (composta por escritórios com espaços individuais e em coworking, infraestruturas comuns, serviços de apoio empresarial, networking, programas de mentoria e lançamento de negócios); e unidades de comércio e oficinas (o que inclui oferta comercial, com uma unidade de alojamento hoteleiro, restauração e serviços e produtos gastronómicos de valor acrescentado, bem como oferta educativa e cultural, que passa pela existência de uma cozinha e uma horta comunitária, um FabLab culinário, programas educativos e culturais, visitas educativas ao território e à sua cadeia de produção alimentar e atividades de sensibilização para a gastronomia sustentável e saudável).
De referir, ainda, que as instalações da Comissão Vitivinícola da Região (CVR) de Lisboa, da VITICER – Associação Nacional de Viveiristas Vitícolas e da AATV – Associação de Agricultores de Torres Vedras irão permanecer em funcionamento no antigo espaço de Torres Vedras do IVV.
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