Uma semana de espectáculos de grande qualidade
Terminou em grande a 2ª edição da Bienal da Cultura, tal como começou. Pelo meio, durante sete dias (principalmente noites) Castelo de Paiva teve a oportunidade de assistir a um conjunto de eventos culturais de elevadíssima qualidade, um sucesso como refere agora o edil paivense Gonçalo Rocha, que em jeito de balanço final, garante que esta é uma aposta ganha e que merece ter continuidade. Desde Concertos Musicais, Jazz, passando pela Ópera, pela Fotografia, pela Etnografia, porConferência e Apresentação literária, pela Dança, pelo Teatro, pela Música, Stand-Up Comédia, Estátuas Vivas, e pela Mega - Produção “ Payva D’ouro “, enfim, um cartaz repleto das mais diversas formas e expressões culturais que, durante uma semana, cativou a população e animou a urbe paivense.
Apostando na cultura, música e criatividade, enquanto elementos distintivos,Castelo de Paiva tem mantido, ao longo dos anos, uma relação saudável e equilibrada entre a tradição cultural e o ensino da música e, nesse contexto, a Câmara Municipal decidiu em 2107 avançar, durante a terceira semana de Julho, com a realização da Bienal da Cultura, procurando apostar também na diversidade, num conjunto de intervenções e espectáculos diferenciados, como concertos de música, debates, teatro de rua, dança, etnografia, ópera e exposições, actividades culturais e artísticas de relevo que se traduziram numa perspectiva de desenvolvimento do sector criativo e artístico do concelho, projectando uma imagem de modernidade cultural e qualidade de vida da região.
Uma aposta que regressou este ano e voltou a traduzir-se num registo de sucesso, com milhares de pessoas a encher o centro da vila a partilhar a emoção de viver por dentro um evento único, que nesta edição foi orientada para o tema “ O rio, a terra e as gentes “, evidenciando um programa multi-cultural e diferenciado, pretendendo uma vez mais, celebrar a cultura e a criatividade na relação saudável e equilibrada entre pessoas e as tradições locais, com espectáculos livres, privilegiando locais emblemáticos do concelho e direccionados para toda a comunidade.
Momento alto desta Bienal foi o registo do espectáculo Payva D’Ouro, assinado por António Capelo, que configurou o regresso do Teatro do Bolhão a Castelo de Paiva, com uma apresentação fantástica, localizada no Largo do Conde, com um evento teatral e multidisciplinar de larga escala, envolvendo profissionais daquela companhia teatral portuense e da ACE – Academia Contemporânea do Espectáculo, em articulação com cerca de 500 intervenientes, pertencentes também colectividades, grupos e entidades locais, visando aprofundar o envolvimento da comunidade na celebração da vila, da sua memória colectiva e da sua identidade.
Eram de todas as idades e retratavam vivências do quotidiano de outrora em Terras de Paiva, ofícios diversos e memórias de gente humilde que aprendeu a viver com as amarguras de uma labuta difícil, desde mineiros, pescadores, lavradores, emigrantes, cenas trabalhadas ao pormenor que, “ por magia, transformaram o adro da Igreja Matriz num enorme cais, onde a vida se animou e a memória colectiva se ergueu à altura da vela que evocou, em imagens, o tempo que já foi de outros, dos outros que foram a nossa família e continuam a ser a nossa comunidade. Onde os sons encheram os nossos ouvidos das cantigas que ouvimos em casa, nas ruas, nos campos e sobre as próprias águas dos rios todos do nosso concelho “, explicou o actor António Capelo, o grande mestre desta produção que empolgou os visitantes e se traduziu num rotundo êxito, destacando-se a parceria mais representativa, com a Academia de Música de Castelo de Paiva, cujo côro e orquestra actuaram ao vivo em Payva d’Ouro, interpretando músicas do Cancioneiro Popular da região, sendo interpretado, pela primeira vez, a "Cantata Rústica" pela Orquestra de Sopros e Coros.
Perante milhares de pessoas, Payva D’ouro apresentou-se como uma celebração da região de Paiva, da sua identidade e da memória colectiva das suas gentes e foi construído a partir da presença do rio e da sua relação orgânica com a terra a as gentes. Um rio que é entendido como ponto de partida e de chegada, caminho, espaço de viagem, de trabalho e de vivência quotidiana. É, também, poeticamente conforme referiu o encenador António Capelo, memórias de todos e de ninguém, núcleos que mostram a vivência ribeirinha e a relação com as gentes, uma espécie de “porta mágica” para outros mundos e outros tempos, num espectáculo que emocionou o público, através da “ perfomances “ diversas, contemplando o teatro, o circo, a dança, a música e o canto que marcaram presença nas varandas, fachadas e janelas do emblemático Largo do Conde, num evento festivo que cativou os visitantes, evidenciado na satisfação de um elogio colectivo.
Na sua intervenção final, depois de evidenciar que a cultura cada vez mais se afirma como um valor estratégico para o desenvolvimento do concelho, destacando as parcerias estabelecidas com a Academia de Musica e o conhecido actor António Capelo, director do Teatro do Bolhão, o presidente Gonçalo Rocha realçou que, acultura é tudo aquilo que não vem da natureza, mas aquilo que, como seres humanos somos capazes de expressar, que nos diferencia e potencia a diversidade, a capacidade de fazer cultura, respeitando hábitos e diferenças, salientado que, a cultura não é somente uma herança que se herda da família, mas também uma herança que se deixa para a comunidade.
Destacando a dimensão da iniciativa, que durante uma semana apresentou espectáculos de grande nível e superior qualidade, eventos que envolveram artistas e actores de reconhecido mérito, e tiveram a oportunidade de potenciar a arte e conhecimento, que trouxeram a gente à rua numa programação de excelência, Gonçalo Rocha sublinhou a importância deste evento cultural como formato de promover as diferentes formas de arte e estimular as novas gerações para a sua fruição, fazendo um balanço altamente positivo desta grande jornada cultural.
Também José Manuel Carvalho, vereador da Cultura da CM de Castelo de Paiva, se mostrou satisfeito com o êxito conseguido nesta segunda edição da Bienal da Cultura e deixou uma saudação de agradecimento a todos quantos contribuíram para este grande sucesso, desde logo ao edil paivense por ter acreditado e confiado neste projecto cultural, assim como aos grupos participantes, às associações, aos funcionários municipais, à Academia de Música, ao Teatro do Bolhão, ao actor António Capelo, entre outros, para além dos paivenses que se associaram e entregaram com dedicação a esta iniciativa que, pela sua qualidade e dimensão, já é seguramente, uma grande marca de Castelo de Paiva.
E porque a cultura tem um papel importante para a população, para a valorização do município, porque envolve arte, crenças, hábitos e costumes, porque potencia conhecimento à comunidade, evidencia momentos de lazer e prazer artístico, o presidente da Câmara Municipal, Gonçalo Rocha, mostrou o seu agrado e manifestou o entusiasmo de se continuar a protagonizar um grande evento, uma bienal fantástica que marque a região e que ajude a projectar ainda mais território e a consolidar a atractividade
Carlos Oliveira
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