O presidente do PSD, Rui Rio, criticou hoje o calendário da discussão do programa do Governo que só dá “dois dias úteis aos deputados” para o lerem, considerando uma “hipocrisia que desprestigia” o parlamento e impede um debate sério.
A conferência de líderes parlamentares decidiu ontem que o programa do Governo, que toma posse no sábado de manhã, vai ser debatido na Assembleia da República na próxima semana, dias 30 e 31 de outubro, uma data que não teve o apoio de todas as bancadas, dado que o PSD pôs objeções por “o tempo ser curto”.
Numa publicação na rede social Twitter já depois de ser conhecida esta decisão, Rui Rio foi crítico.
“No plenário ecoam palavras sobre a valorização do parlamento. Uma hora depois decidem dar só dois dias úteis aos deputados para lerem o programa do governo que vão debater. Não querem um debate sério, querem fazer de conta; cumprir calendário. É esta hipocrisia que desprestigia”, condenou.
Já hoje à tarde, após a primeira reunião da bancada parlamentar social-democrata, o líder do PSD defendeu que o programa do Governo não deveria ser debatido a “mata-cavalos” para que os deputados tivessem tempo de o ler e preparar a discussão na Assembleia da República.
Rui Rio transmitiu ainda aos jornalistas que não ficou marcada a data da eleição do próximo líder parlamentar, função que já assumiu querer exercer até ao próximo Congresso do partido, em Fevereiro.
De acordo com o regulamento da bancada do PSD, essa eleição tem de ser convocada com um mínimo de oito dias de antecedência e Rui Rio gostaria de a fazer coincidir com um dia de trabalhos parlamentares - para os deputados não terem de ir de propósito ao parlamento - e, desejavelmente, com o primeiro dia de debate do programa do XXIII Governo Constitucional.
Inquirido então sobre o desejo que tinha sido manifestado pelo primeiro-ministro, António Costa, de que o debate do programa do Governo se realizasse já nos dias 30 e 31 de outubro - o que não permitiria que o PSD tivesse já a sua direção parlamentar eleita -, Rio questionou “qual é a pressa”.
“Eu penso que é suposto que os deputados tenham tempo para ler o programa, estudarem-no minimamente e depois vai a debate. Ou é fazer ali um número para parecer que estão a debater um programa que mal leram porque foi tudo a mata-cavalos?”, atirou.
O texto do programa do Governo será entregue no parlamento no sábado à tarde, por via eletrónica, depois de ser aprovado em Conselho de Ministros, em Lisboa.
Lusa / Madremedia
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