A cidade de Leiria recebe, dias 15 e 16 de julho, o III Colóquio Internacional Diálogos Luso-Sefarditas, com um programa que se desenrola no Teatro Miguel Franco, no Centro de Diálogo Intercultural de Leiria e Igreja de São Pedro, e que conta com a participação de diversos especialistas nesta temática de várias nacionalidades.
O programa abre dia 15, no Teatro Miguel Franco, com a participação de Rica Amran, Centre d’Etudes Hispaniques d’Amiens, Université de Picardie Jules Verne, França, na conferência de abertura, numa primeira jornada que se desdobra também pelo Centro de Diálogo Intercultural, encerrando na Igreja de São Pedro, com um concerto com João Paulo Ferreira (Contratenor), interpretando canções tradicionais sefarditas.
No dia 16, o programa desenrola-se no Teatro Miguel Franco, concluindo-se os trabalhos do III Colóquio Internacional Diálogos Luso-Sefarditas ao final da manhã. O Centro de Diálogo Intercultural de Leiria | Igreja da Misericórdia receberá em seguida um encontro técnico sobre a temática, e designado "Diálogos em Rede: das Judiarias Medievais à Contemporaneidade", encerrando com uma visita, às 17h15, à judiaria de Leiria.
Sinopse alargada
Nos dias 15 e 16 de julho realiza-se, no Teatro Miguel Franco e no Centro de Diálogo Intercultural de Leiria - Igreja da Misericórdia, o III Colóquio Internacional Diálogos Luso-Sefarditas.
Os Colóquios Internacionais Diálogos Luso-Sefarditas pretendem oferecer-se como espaços e oportunidades de encontro e de partilhas de saberes e de leituras sobre a história e a identidade cultural sefardita com especial incidência nos territórios do mundo lusíada.
A sua realização, assegurada científica e culturalmente por centros de investigação universitários em parceria com instituições públicas ou privadas locais, procura privilegiar lugares de realização ligados à presença histórica dos judeus e dos cristãos-novos no quadro geográfico referido, em ordem a ir ao encontro dos objetivos de valorização social do conhecimento desse passado como caminho de compreensão do(s) legado(s) luso-sefardita(s), no contexto do necessário debate contemporâneo em torno dos valores cívicos da tolerância, do respeito pela diferença religiosa e cultural e da democracia na sociedade contemporânea.
Encontram-se envolvidas na organização deste colóquio as seguintes entidades: Câmara Municipal de Leiria | Teatro Miguel Franco | Centro de Diálogo Intercultural de Leiria; Cátedra de Estudos Sefarditas Alberto Benveniste - Faculdade de Letras da Universidade de Lisboa; Centro de História da Sociedade e da Cultura da Universidade de Coimbra; Centro de Línguas, Literaturas e Culturas da Universidade de Aveiro; Faculdade de Letras da Universidade de Lisboa; Fundação para a Ciência e a Tecnologia.
O colóquio tem ainda o apoio da Rede Cultura 2027; do Instituto Politécnico de Leiria; do Instituto Politécnico de Tomar; da Academia Portuguesa da História e da Sociedade Portuguesa de Estudos Medievais.
A sessão de acolhimento inicia no dia 15, às 9h00, no Teatro Miguel Franco. Durante a tarde, a partir das 16h30, as comunicações decorrerão, em duas sessões simultâneas, no Teatro Miguel Franco e na Igreja da Misericórdia.
Às 21h30 de dia 15, às 9h00, será realizado um concerto de canções tradicionais sefarditas pelo contratenor João Paulo Ferreira, na Igreja de São Pedro.
No dia 16 as sessões iniciam às 9h00 no Teatro Miguel Franco, dando-se por concluídos os trabalhos III Colóquio Internacional Diálogos Luso-Sefarditas ao final da manhã, após uma conferência sobre o Almanhach Per. A partir das 14h00, na Igreja da Misericórdia, realiza-se o encontro técnico "Diálogos em Rede: das Judiarias Medievais à Contemporaneidade", divulgado em associação a este colóquio.
Todas as sessões do III Colóquio Internacional Diálogos Luso-Sefarditas, à excepção do concerto, serão transmitidas em direto através do Facebook Leiria Cultura, Rede Cultura 2027 e Museu de Leiria. Para assistir presencialmente deverá ser formalizada a inscrição para cdil@cm-leiria.pt / 244 839 677. Para assistir ao concerto será necessária inscrição prévia, para os mesmos contactos.
As comunicações neste colóquio serão realizadas por investigadores da Université de Picardie Jules Verne - França, Faculdade de Letras da Universidade de Lisboa, Universidade Federal de Viçosa - Brasil, Universidade de Aveiro, Universidade Nova de Lisboa, Universidad de Sevilla, Universidade de Coimbra, Universidade do Porto, Université de Tours - França, Yasar University - Turquia, Universidade Autónoma de Lisboa, Pontifícia Universidade Católica de Minas Gerais - Brasil, Universidade do Algarve, Universität Basel - Suiça e University of Ottawa - Canadá.
A herança e património sefardita em Leiria são de tal forma potencialmente interessantes que justificaram já a criação de um equipamento municipal, integrado na Rede de Judiarias Portuguesas, que é o CDIL - Centro de Diálogo Intercultural de Leiria. A convivência intercultural é uma das imagens da identidade do Município de Leiria, sendo que a permuta de experiências e de saberes está no cerne do empreendedorismo marcante e do permanente desenvolvimento. É este pluralismo social que sempre existiu em Leiria, em parcerias dialogantes, que justifica um Centro de Diálogo Intercultural.
A criação do Centro de Diálogo Intercultural de Leiria exigiu a salvaguarda e a divulgação do património cultural, arquitetónico e urbanístico que se lhe associa. Assentou na reabilitação da Igreja da Misericórdia, que, tal como a Casa dos Pintores, se adaptou a novas funções culturais, tornando-se em espaços de contemporaneidade. Com este projeto pretendeu-se conjugar a valorização histórica e patrimonial com a fruição cultural e turística, criando um espaço de preservação e interpretação da memória das distintas comunidades que, ao longo dos séculos, povoaram e construíram a região, com destaque para a época medieval, durante a qual aqui se fizeram sentir mais fortemente as presenças muçulmana, cristã e hebraica. O livro foi o fio condutor do projeto de musealização, quer pelo seu valor simbólico como intermediário no diálogo entre distintos povos e crenças, quer pelo seu valor intrínseco, de objecto, cujo aperfeiçoamento foi levado a cabo, nomeadamente, na tipografia judaica medieval de Leiria. Aqui o livro surgiu como agente de união e comunicação, como o contador de uma história emocionante, a de uma Leiria intercultural e dialogante.
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