segunda-feira, 23 de maio de 2022

Crónica Postal: VIVER NA INCERTEZA

 

As gerações que hoje iniciam a sua vida adulta, estão a aprender duramente que o mundo em que vivem é muito incerto.

Os mais velhos viveram em décadas de estabilidade relativa, sem sobressaltos de maior. Hoje, as gerações que estão aí para assumir os destinos dos empregos, das empresas e de tudo o resto, quis o destino que estejam a viver tempos muito incertos e conturbados. Basta lembrar que estamos a viver a primeira pandemia de há décadas. E, temos guerra na Europa, onde vivemos décadas em paz.

Ora, se é nas dificuldades que melhor nos preparamos para enfrentar as agruras da vida, não ficam dúvidas que estas novas gerações são também as melhor preparadas.

Estes jovens estão a aprender que o emprego não é para toda a vida, que é preciso estarem sempre atentos a novos saberes para evoluir. Sentem que as oportunidades não surgem de bandeja. Aprendem que o certo se pode tornar incerto da noite para o dia.

Também por isto, serão mais resistentes. Ou resilientes. Sobretudo, aprendem que a certeza é incerta.

Mas, também são e serão gerações mais exigentes. Querem, por exemplo, valorizar os tempos livres para além do trabalho. Fazem questão de achar como uma meta de qualidade de vida ter tempo para si próprios. Trabalhar para viver e não viver para trabalhar. Aliás, estudos apontam que, no futuro, a prioridade de escolha de emprego vai ter esta vantagem como prioridade.

Tudo indica que as gerações que hoje amadurecem estarão, por tudo isto, melhor preparadas para enfrentar as dificuldades. E também tendo por objetivo garantir melhor qualidade de vida.

EDUARDO COSTA, jornalista, presidente da Associação Nacional da Imprensa Regional

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