Chama-se “Plesiopharos moelensis”, também conhecido como Plesiossauro de São Pedro de Moel, tem 195 milhões de anos e é o réptil marinho do período Jurássico mais antigo e completo da Península Ibérica e um dos mais antigos no mundo. Os seus fósseis foram descobertos em São Pedro de Moel e estão em exposição no Foyer do Museu do Vidro, na Marinha Grande, até ao dia 29 de junho.
A “Exposição do Plesiossauro de São Pedro de Moel” foi inaugurada este sábado, 30 de abril, e resulta de uma parceria entre o Município da Marinha Grande, o Parque dos Dinossauros da Lourinhã e o Museu da Lourinhã.
Para conhecer o “habitante” mais antigo do concelho da Marinha Grande, que terá vivido no fundo do mar onde, atualmente, é a Praia da Concha, em São Pedro de Moel, há 195 milhões de anos, vários foram as entidades e os interessados pelo Jurássico, que se deslocaram ao Museu do Vidro.
A inauguração da exposição contou com a presença do presidente da Câmara, Aurélio Ferreira; do vereador do ambiente, João Brito; da vereadora da cultura, Ana Alves Monteiro; da presidente da Junta da Marinha Grande, Cristina Sousa; do administrador do Dino Parque, Jorge Ferreira; do representante do Museu da Lourinhã, João Russo; dos paleontólogos que fizeram parte da equipa de estudo do Plesiossauro de São Pedro de Moel, João Marinheiro e Carla Tomás; e da bióloga do Município, Sónia Guerra.
Os fósseis do Plesiossauro foram encontrados por António Silva e Vítor Teixeira, em 1999 e 2000, na Praia da Concha, em São Pedro de Moel, que os doaram para estudo ao Museu da Lourinhã e ao Dino Parque. A descoberta permitiu identificar uma nova espécie de réptil marinho contemporâneo do tempo dos dinossauros.
Apesar de faltar o crânio, recuperou-se a maioria das vértebras, parte da cintura pélvica, o fémur e o húmero direitos, que faziam parte das barbatanas. O estudo destes ossos fósseis permitiu codificar uma série de características pouco conhecidas, até aqui, para estes animais.
Os plesiossauros são dos répteis marinhos mais icónicos que conviveram com os dinossauros, que vinham à superfície para respirar e, em Portugal, o de São Pedro de Moel é o mais antigo e completo da Península Ibérica e um dos mais antigos do mundo. Este exemplar corresponde a um adulto, com tamanho estimado entre 2,5 e 2,8 metros e que viveu há 195 milhões de euros. Os seus membros, braços e pernas, evoluíram para barbatanas e a sua morfologia assemelha-se ao mítico “monstro do Loch Ness”.
Além dos fósseis do Plesiossauro, a exposição tem também patente fósseis e um modelo à escala real do Ictiossauro, um tipo de réptil marinho também descoberto em São Pedro de Moel, que comia moluscos cefalópodes com tentáculos, como as amonites e belemnites, assim como pequenos peixes.
As arribas de São Pedro de Moel constituem uma das mais importantes jazidas do Jurássico inferior, cerca de 200 a 175 milhões de anos, e onde já foram descobertos vários répteis marinhos. Os dinossauros da Lourinhã ainda não existiam nesta altura e era nos mares que se destacam os répteis mesozóicos.
De acordo com diversas referências da comunidade científica das últimas duas décadas, nas arribas do concelho da Marinha Grande ocorrem registos fossilíferos de excecionalidade que são verdadeiros observatórios vivos, contemporâneos do período em que predominavam na Terra os dinossauros e que importa preservar e estudar.
A “Exposição do Plesiossauro de São Pedro de Moel” pode ser visitada de 30 de abril a 29 de junho, no Foyer do Museu do Vidro, de terça-feira a domingo, das 10h00 às 13h00 e das 14h00 às 18h00.
Depois disso, estará em exposição no Cosmos Azul e Mar de São Pedro de Moel, de 2 de julho a 11 de setembro, regressando ao Foyer do Museu do Vidro, de 17 de setembro a 30 de dezembro.
A entrada é gratuita.
Mergulhe nesta descoberta, com 195 milhões de anos!
A entrada é gratuita.
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