Envelhecimento e doenças
neurodegenerativas foi o tema da palestra que o médico,
neurocientista e professor universitário Miguel Castelo-Branco deu
esta quarta-feira na Biblioteca Municipal de Cantanhede, no âmbito
de mais uma sessão das Tardes Comunitárias.
Perante
uma plateia que esgotou o auditório da biblioteca, maioritariamente
composta por participantes
habituais daquele programa de animação sociocomunitário, mas
também com profissionais de Instituições para Idosos e alguns
estudantes, o prestigiado investigador alertou para a importância do
diagnóstico precoce das doenças neurodegenerativas, tendo destacado
a importância de exercitar o cérebro ao longo da vida.
Já sobre a importância do diagnóstico precoce de doenças como a Alzheimer e Parkinson, Miguel Castelo-Branco deu conta de que “a deteção de problemas numa fase inicial permite reabilitar e prevenir danos maiores no cérebro”, ainda que não existam medicamentos curativos. “A imagiologia veio dar-nos uma ideia precisa daquilo que se passa no cérebro, que vai mudando antes e depois do diagnóstico. No fundo, ele tenta adaptar-se à doença e embora se torne mais lento, também fica mais sábio”, explicou.
Sobre os alertas que devem ser levados em conta, o neurocientista deixou um exemplo simples: “se uma pessoa, conhecida por não se esquecer de nada, começar a ter falhas de memória, é bom que recorra a ajuda médica”.Miguel Castelo-Branco nasceu em Coimbra, em 1967, onde se licenciou em Medicina. Foi aluno do programa de doutoramento em Medicina e Biologia da Fundação Gulbenkian, cujo trabalho foi realizado no Instituto Max-Planck para a Investigação do Cérebro.
Foi professor de Neurociência Cognitiva da Universidade de Maastricht, onde é atualmente Professor Afiliado e Investigador do Instituto Max-Planck.
Ganhou o Grande Prémio Bial de Medicina em 2009 e de Medicina Clínica em 2023, tendo sido, em 2011, distinguido como Grande Oficial da Ordem do Infante D. Henrique. Ganhou também o Prémio Obstbaum, da Academia Americana de Oftalmologia, bem como o prémio FLAD Life Sciences e dois prémios Pfizer, entre outras distinções.
É coordenador da Rede Nacional de Imagiologia Cerebral e investigador responsável de vários projetos nacionais e europeus, com enfoque na investigação em translação envolvendo ensaios clínicos nas áreas dos dispositivos médicos cerebrais em doenças do neurodesenvolvimento. É ainda vice-presidente da Associação Portuguesa para as Perturbações do Desenvolvimento e Autismo (APPDA-Coimbra).
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