O Instituto de
Sistemas e Robótica (ISR) da Faculdade de Ciências e Tecnologia da
Universidade de Coimbra (FCTUC) tem uma microrrede elétrica
resiliente, para grandes edifícios ou comunidades de energia, que
pode garantir o fornecimento elétrico a cargas críticas durante
situações extremas ou catastróficas, em que ocorra falha da rede
elétrica pública.
No passado dia 28
de abril, aquando do maior apagão que afetou toda a Península
Ibérica e parte da Europa, esta tecnologia, desenvolvida no
Departamento de Engenharia Eletrotécnica e de Computadores (DEEC) da
FCTUC, teve a sua prove de fogo com condições reais, conseguindo,
com sucesso, fornecer eletricidade às cargas críticas do edifício
e funcionar de forma autónoma da rede publica.
«As
microrredes são uma tecnologia que permite ter um sistema elétrico
independente da rede elétrica inserido numa área geográfica
específica e definida, como, por exemplo, um edifício, bairro ou
localidade pequena. São usadas para fornecer eletricidade em zonas
remotas onde a infraestrutura é fraca ou inexistente, para otimizar
eficiência energética, custos e integração de energia renovável
e, em casos extremos, garantir o fornecimento de energia elétrica
aos clientes por si abrangidos quando tudo o resto falha»,
revela Alexandre Matias Correia, estudante do mestrado em Engenharia
Eletrotécnica ISR/FCTUC.
Esta microrrede
tem como foco a resiliência e está concebida precisamente para
fornecer eletricidade a cargas críticas (substituindo os geradores
de emergência diesel) durante períodos prolongados de tempo (até
72h). Para tal, tem instalado um sistema fotovoltaico dedicado, dois
sistemas de baterias, equipamento de potência especializado para
gestão e sincronização de rede e carregamento bidirecional para
veículos elétricos.
De acordo com o
estudante da FCTUC, «este
último sistema permite alimentar a rede elétrica local através da
energia armazenada em veículos elétricos o que possibilita aumentar
ainda mais a duração do fornecimento de energia elétrica, assim
como disponibilizar potência em locais onde a infraestrutura é
inexistente ou foi danificada».
Para além disso, conclui Alexandre Matias, «a
microrrede possui também uma capacidade regenerativa, usando os
painéis fotovoltaicos e um sistema de gestão de cargas para
recarregar baterias durante o dia, prolongando ainda mais o
fornecimento às cargas críticas».
A microrrede
resiliente é um projeto desenvolvido no âmbito da tese de
Doutoramento de Alexandre Matias Correia, intitulada "Optimization
and management of microgrids to deliver high power quality in
critical and disaster situations", tendo sido já utilizada como
protótipo piloto para outros trabalhos de investigação e ensino de
Engenharia Eletrotécnica.
Sara
Machado
Assessora
de Imprensa
Universidade
de Coimbra• Faculdade de Ciências e Tecnologia
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