O Presidente norte-americano denunciou hoje o acordo com Cuba, promovido pelo seu antecessor, Barack Obama, durante um discurso em Miami, no Estado da Florida, em que criticou o regime cubano, classificando-o como “brutal”.
Donald Trump justificou a decisão com o argumento de que o acordo não ajuda os cubanos e enriquece o regime.
Por outro lado, o ocupante da Casa Branca prometeu: “Agora, que sou Presidente, os EUA vão denunciar os crimes do regime Castro”.
Trump apontou ainda o “sofrimento” dos cubanos “durante cerca de seis décadas”.
"Neste momento, estou a cancelar por completo, o acordo unilateral com Cuba", disse Donald Trump num pequeno teatro em Little Havana, Miami, ao anunciar as suas modificações na política de Washington com Havana.
"Não queremos que os dólares americanos vão parar a um monopólio militar que explora e abusa dos cidadãos de Cuba [...]. E não iremos retirar as sanções até que libertem os presos políticos", prometeu.
As cerca de 1.000 pessoas que encheram o teatro Artime ovacionaram de pé o presidente, gritaram e cantaram "parabéns a você", já que Trump completou 71 anos na quarta-feira.
Em Miami, estavam também presentes alguns ativistas com Rosa María Payá e José "Antúnez" García Pérez, para além de outros políticos locais e veteranos da falida invasão da Baía dos Porcos, em 1961.
Esta nova política imposta por Trump impede qualquer transação financeira com o Grupo de Administração de Empresas (GAESA), uma holding estatal cubana que, de acordo com Washington, beneficia diretamente as altas esferas das Forças Armadas.
Ramón Saúl Sánchez, líder do moderado Movimento Democracia, que advoga pela retirada do embargo, disse à AFP que está "de acordo com este ponto, porque infelizmente a economia cubana está dominada pelos militares, que são uma máfia".
De acordo com a BBC, alguns pontos do acordo vão manter-se. As embaixadas nos dois países vão manter-se de portas abertas e as companhias aéreas norte-americanas vão continuar a operar entre Cuba e os EUA.
Um dos principais negociadores do acordo durante a Presidência Obama, Ben Rhodes, já criticou a decisão de Trump, considerando que devolve a relação bilateral “à prisão do passado” e dá ao castrismo “uma oportunidade” para se reforçar no poder.
“O instinto de isolacionismo de Trump vai falhar” com o tempo, prognosticou Rhodes, que foi assessor adjunto de Segurança Nacional de Barack Obama, em artigo extenso publicado na revista The Atlantic.
Fonte: MadreMedia/Lusa
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