Um estudo conduzido por uma equipe de pesquisadores da Universidade College London, no Reino Unido, levou ao que eles dizem ser uma correlação entre o comportamento controlador dos pais e problemas emocionais de bem-estar para a criança mais tarde na vida. Em seu artigo publicado no “Journal of Positive Psychology”, a equipe descreve a natureza do seu estudo e suas conclusões sobre o que os voluntários relataram.
A maioria das pessoas provavelmente acredita que crianças criadas em lares felizes e amorosos tendem a se tornar, em sua maior parte, razoavelmente bem quando adultos – é o senso comum. O que os cientistas da Grã-Bretanha acreditam ter descoberto é a prova de que tal senso comum é, na verdade, bastante preciso.
Os resultados são parte de um estudo de longo prazo que vem acontecendo no país desde 1946, quando 5.362 pessoas foram inicialmente incluídas na Pesquisa Nacional de Saúde e Desenvolvimento, destinada a identificar problemas de saúde ao longo da vida. Nela, os voluntários são contactados periodicamente e convidados a participar de pesquisas ou exames médicos. Neste mais recente estudo, os participantes responderam um relatório com 25 perguntas que focava, em parte, na relação entre eles e seus pais, do nascimento até os 16 anos de idade.
Analisando os resultados, os estudiosos relatam que os pais que foram considerados controladores por seus descendentes produziram filhos que hoje avaliam ter menor bem-estar mental e são menos felizes do que pessoas criadas por pais menos controladores, que ofereceram maior apoio emocional.
Educação infantil com menos controle, mais diálogo
O comportamento controlador, explicam os pesquisadores, é aquele que não permite que as crianças tomem suas próprias decisões, não os deixa pensar por conta própria ou ter suas próprias opiniões, invade sua privacidade, ou promove a dependência dos pais.
Particularmente digno de nota, os pesquisadores descobriram que o impacto era mais profundo nos voluntários da faixa etária de 60 a 64 anos, sendo tão forte que os cientistas chegaram a compará-lo à morte de alguém próximo.
Em contrapartida, os voluntários que acreditavam que seus pais não eram controladores relataram maior satisfação com a vida e sentimentos de bom bem-estar mental. Os autores do artigo apontam que isto concorda com estudos anteriores, que mostraram que crianças criadas por esses pais tendem a crescer e se tornar melhor em construir e manter relacionamentos saudáveis com outras pessoas.
Debora Oliveira
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