Após a reunião desta quinta-feira do Conselho de Ministros, António Costa prometeu total abertura face a qualquer iniciativa do Parlamento para criar uma comissão técnica independente que apure as circunstâncias dos incêndios de Góis e Pedrógão Grande. O primeiro-ministro anunciou ainda a criação de um fundo de apoio à revitalização dos concelhos atingidos por fogos.
"Colaboraremos com total abertura e disponibilidade", afiançou o primeiro-ministro. O líder do PSD defendera já esta quinta-feira, em Bruxelas, a necessidade de uma comissão técnica independente começar a operar "tão depressa quanto possível".
"As explicações são ainda incompletas e vai ser importante que todas as explicações sejam mesmo dadas. E todas significa que é preciso que uma instância que seja constituída por peritos, técnicos com independência sobre a administração possam elencar todas as questões que são relevantes", elencou Pedro Passos Coelho à margem de uma reunião do Partido Popular Europeu. A ministra da Administração Interna, Constança Urbano de Sousa, já pediu ao professor Xavier Viegas um estudo exaustivo de todas as condições específicas que envolveram os incêndios.
"E haverá necessariamente um inquérito final que será realizado quando todas as ocorrências tiverem terminado", sublinhou o chefe do Executivo.
António Costa ainda aguarda resposta da Autoridade Nacional da Proteção Civil às perguntas que dirigiu à estrutura. Já recebeu, por outro lado, uma resposta preliminar do IPMA e da GNR.
Fundo de apoio à revitalização
No final do Conselho de Ministros, o primeiro-ministro anunciou a criação de um fundo de gestão tripartida para canalizar todo o esforço de solidariedade dos portugueses.
As verbas serão geridas entre Governo, autarquias e associações humanitárias e a prioridade é reconstruir e restabelecer a normalidade de vida das populações.
O primeiro-ministro reiterou que até ao final da próxima semana será feito o levantamento dos prejuízos.
"A reforma há muito adiada"
O primeiro-ministro considera que não se pode continuar a adiar medidas de fundo para tornar a floresta mais resistente e produtiva. António Costa pediu por isso o maior consenso parlamentar para um pacote de medidas destinadas à reforma da floresta, mostrando total disponibilidade para negociar com todos os partidos.
O governante ressalvou, todavia, que a reforma da floresta "não produz efeitos num mês, num ano ou em dois anos", tratando-se de "uma reforma estrutural que implica um trabalho profundo" e que "terá um impacto estrutural, mas seguramente demorado, na produção dos seus resultados". "Esse facto não deve inibir, nem justifica qualquer novo adiamento nestas reformas. Se significa que leva mais tempo a produzir efeitos, temos de começar mais cedo a sua execução", acentuou. Antes de partir para Bruxelas, onde se reúne até sexta-feira o Conselho Europeu, António Costa deixou votos de pesar e de agradecimento a “todos aqueles que deram o seu melhor para responder a uma situação de emergência”.
Fonte: RTP/Lusa
Foto: António Cotrim - Lusa
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