Pesquisadores do Instituto Tecnológico de Massachusetts (MIT), nos Estados Unidos, obtiveram sucesso, pela primeira vez na história, na modificação do DNA em embriões humanos, a fim de corrigir genes que causam doenças hereditárias.
A pesquisa, que foi liderada por Shoukhrat Mitalipov, usou a técnica de edição de genes CRISPR. De acordo com os estudos, “até agora, os cientistas americanos viam a técnica com um misto de assombro, inveja e alarme, já que investigadores de outros lugares foram os primeiros a explorar a prática polêmica”, sendo que estudos do tipo já haviam sido publicados por pesquisadores chineses. Mas, agora, Mitalipov conseguiu replicá-la em um grande número de embriões, provando que é sim possível alterá-los geneticamente de maneira segura e eficiente.
Ao alterar o código de DNA de embriões humanos de verdade, os cientistas pretendem demonstrar que é possível corrigir genes defeituosos durante o desenvolvimento do embrião, antes que ele se transforme em um feto. É importante frisar que a equipe não deixou os embriões participantes do experimento se desenvolverem por mais de alguns poucos dias, e não havia a intenção de implantá-los em um útero.
Mas, no caso de um embrião que se desenvolvesse e virasse um bebê, que cresceria até a fase adulta, podendo gerar seus próprios filhos, os genes modificados seriam transmitidos hereditariamente — ou seja, as doenças congênitas que ele carregaria em seu DNA, seriam eliminadas de sua linhagem.
Ainda que o propósito da técnica seja louvável para eliminar, de vez, doenças genéticas, há quem critique essa prática, acreditando que isso poderia abrir as portas para um mundo com “bebês desenhados” antes do nascimento, o que poderia gerar uma espécie de “super-humanos” — e isso gera um extenso debate ético, moral e religioso.
E, apesar de a técnica CRISPR ter sido considerada como uma “arma de destruição em massa” pela comunidade de inteligência dos EUA, o método foi considerado a descoberta científica mais importante de 2015 por revistas especializadas, recebendo diversos prêmios científicos.
Canaltech/Redacção
Agradecimentos à leitora Marina Cunha
Fonte: MIT Technology Review
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