Pescadores estão revoltados com o recente parecer do Conselho Internacional para a Exploração do Mar, visto que os cruzeiros científicos do Governo para a sardinha indicam uma melhoria do stock em 50%.
O Conselho Internacional para a Exploração do Mar (ICES em inglês), sediado na Dinamarca, divulgou ontem um parecer científico a defender a suspensão da pesca da sardinha em 2019, para Portugal e Espanha, justificando com uma diminuição do stock nos últimos anos.
A última recomendação do ICES para a proibição da pesca da sardinha é idêntica ao parecer que emitiu em Outubro de 2017. O estudo não caiu bem entre pescadores, que manifestam «revolta e incompreensão».
«É com alguma revolta e incompreensão que constatamos que esta avaliação não integra, com o devido destaque e relevância, os últimos dados científicos do recurso, que demonstram uma significativa melhoria da abundância da sardinha nas águas ibéricas», afirmou o presidente da Associação das Organizações de Produtores da Pesca do Cerco, Humberto Jorge, em declarações à Lusa.
No mesmo sentido, citado pelo Correio da Manhã, Eduardo Matos, da Associação Nacional da Pequena Pesca de Cerco e da Associação de Pesca Artesanal da Região de Aveiro afirmou que «não há qualquer justificação. Aquele organismo ignora os últimos dois cruzeiros científicos que o Governo promoveu, sendo que o último apontava para melhoria do stock em 50%, em relação ao de Dezembro, na sardinha e na biomassa».
Entretanto, o Governo já afirmou tencionar manter a pesca da sardinha, com um nível «baixo e muito rigoroso», visando a recuperação do recurso. Este destacou o aumento de 55% no estado da biomassa (total de sardinhas existentes) entre 2015 e 2017, resultado das medidas de contenção.
José Apolinário, secretário de Estado das Pescas, frisou também que o novo cruzeiro científico do Instituto Português do Mar e da Atmosfera (IPMA) terá lugar em Novembro, o que permitirá ainda «reavaliar» as possibilidades de pesca para 2019.
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